Na Beira Interior
in: Jornal do Fundão
Vila Velha de Ródão «navega com rumo e aproveita o vento»
Turismo de natureza, produtos regionais e actividades ligadas à fileira florestal foram os produtos mais visíveis na feira
“IMPORTA afirmar, sem complexos, que apesar de sermos um concelho do Interior, com 330 quilómetros quadrados, cerca de cinco mil habitantes, 42 povoações dispersas, população envelhecida, que todos sentimos a competitividade de Vila Velha de Ródão, enquanto centro de modernidade e pulsação económica, com investimentos significativos”. Foi desta forma que Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, se dirigiu à população e aos agentes económicos presentes na inauguração da XI Feira de Actividades Económicas, que animou Vila Velha de Ródão no último fim-de-semana. “Nós navegamos com rumo, temos que saber aproveitar o vento”, sublinhou a autarca, dando ênfase aos objectivos propostos no plano estratégico sustentável e acreditando que “temos capacidade de gerar e reter mais rendimentos, mais riqueza e mais bem-estar”.
Sobre Energia, Maria do Carmo Sequeira lembrou as potencialidades do concelho, como as três barragens com centrais hidroeléctricas, duas centrais de produção de energia por queima de biomassa, e energia eólica. E criticou o facto deste investimento em energia eólica ter “obrigado à colocação de um sem número de postes de alta tensão, que conduzem a electricidade produzida vinda de outros concelhos, obrigando ao impacto visual negativo, que fere as justas expectativas turísticas do concelho”, reivindicando medidas de compensação e solidariedade.
Fernando Serrasqueiro, por seu turno, elogiou a forma como a fileira florestal, “a fileira mais organizada do país”, está desenvolvida em Vila Velha, aludindo à produção de pasta de papel e a todas as actividades da cadeia de valor ligada à floresta presentes no concelho. Dedicada à temática das invasões francesas, a feira foi, uma vez mais, uma montra de produtos regionais, tendo como cenário o monumento natural Portas de Ródão, uma das potencialidades turísticas, aproveitadas por empresas de turismo de aventura com passeios ao longo do Tejo.
A nível nacional
in: TSF
Sócrates elogia aposta de Portugal nas energias renováveis
O primeiro-ministro José Sócrates, presidente em exercício do Conselho de líderes da União Europeia, destacou esta quinta-feira em Bruxelas a aposta de Portugal nas energias renováveis, durante uma conferência sobre biocombustíveis na qual discursou intencionalmente em Português.
( 18:43 / 05 de Julho 07 )
«Aqueles que não acreditam que o Português é falado por 250 milhões de pessoas em todo o Mundo é bom que comecem a pensar nisso a sério e assim vou falar em Português, pedindo que utilizem a interpretação», afirmou Sócrates, no início da sua intervenção numa conferência internacional de dois dias, em Bruxelas, sobre biocombustíveis.
Sócrates interveio na conferência juntamente com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Slva, e só o presidente do executivo comunitário dispensou por breves minutos o Português, para falar em Inglês, em homenagem ao «multilinguismo na União Europeia».
Sublinhando que os biocombustíveis «são a melhor via a médio prazo para que o sector dos transportes seja mais amigo do ambiente» José Sócrates pediu para «despir, por momentos" a sua função de presidente em exercício da UE, para dar «testemunho da situação em Portugal».
O primeiro-ministro apontou então as metas do Governo nas renováveis: aumentar de 39 para 45 por cento a quota de electricidade consumida de origem renovável até 2010; aumentar de 5,75 por cento para 10 por cento, em 2010, os biocombustíveis utilizados nos transportes; substituir 5 a 10 por cento do carvão utilizado nas centrais eléctricas por biomassa ou resíduos; implementar até 2015 medidas de eficiência energética equivalentes a 10 por cento do consumo energético.
Recordando também os compromissos assumidos pelos líderes europeus em Março passado sobre o futuro do sector energético na UE, no quadro do combate às alterações climáticas, o chefe de governo de Lisboa destacou a «ambição» portuguesa de antecipar para 2010 a meta dos 10 por cento de biocombustíveis, quando a nível da UE a meta se refere a 2020.
Sócrates sustentou que «esta ambição contribui para três objectivos simultâneos», designadamente cumprir os compromissos internacionais, participar no esforço relativo às alterações climáticas e dinamizar a economia, «cabendo aos agentes privados explorar as oportunidades que este novo mercado oferece».
Saudando a presença de Lula da Silva na conferência, o presidente do Conselho da UE lembrou que o domínio dos biocombustíveis «foi claramente identificado como uma prioridade» da nova parceria estratégica entre Europa e Brasil, lançada na véspera, quarta-feira, em Lisboa, e vincou que «outros blocos económicos estão a avançar e a Europa não pode perder esta dinâmica do futuro da energia».
A concluir, José Sócrates apelou para um trabalho em conjunto a nível internacional, no sentido do incremento do mercado e comércio internacional de biocombustíveis, destacando «a vontade política e capacidade produtiva na Europa, na América Latina e em África».
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