domingo, julho 30, 2006

Carta aberta de Maria João Pires, publicada no Público

in: Público de 30/7/2006

Uma carta aberta de Maria João Pires

Senhores jornalistas portugueses, Belgais não fechou nem vai fechar.
O côro de Belgais faz anualmente grandes progressos graças à colaboração preciosa da sua directora Helena Nunes, à equipa de Belgais e a todo o meu apoio. Tem concertos programados para o estrangeiro, como por exemplo um festival em Montreal no Canadá em Junho de 2008 entre outros.
A escola da Mata está em plena expansão e desenvolvimento graças à directora Carma Martins e com todo o meu apoio. Anossa experiência pedagógica continua e o Ministério da Educação tem colaborado de uma forma positiva como sempre o fez. Ainda há poucas semanas atrás a equipa de Belgais juntamente comigo e o Secretário de Estado da Educação teve uma reunião muito construtiva sobre projectos futuros.
Se o Ministério da Cultura ainda não recebeu os justificativos do patrocínio que nos atribui, vai recebê-lo em breve pois queremos como sempre respeitar os nossos compromissos.
Junto comigo, César Viana tem trabalhado incansavelmente para manter uma programação de concertos e cursos com poucos recursos e muita qualidade.
Em Belgais a erva cresceu porque a equipa está de ferias.
Eu trabalho em Belgais regularmente e não tenciono nunca abandonar aquilo que eu própria criei.
Não temos patrocinadores privados, nem provavelmente algum dia teremos, num país como Portugal que se comporta sem algum interesse pelas gerações futuras nem por projectos que incentivem valores morais, solidariedade, educação, respeito pelo ambiente,amizadeecamaradagem.Ao inverso preocupa-se com sensacionalismo mentira, intriga, conflito e consumismo.
Comprei uma casa na Bahia onde tenho "descansado de Portugal" porque aqui ao contrário daí me é permitido descansar.
Gostaria de vos comunicar que posso trabalhar e colaborar no projecto Belgais sem gostar de Portugal.
Obrigada por não omitirem palavras nem manipularem este texto.
MARIA JOÃO PIRES PsAWSTA

sexta-feira, julho 28, 2006

Lince Ibérico próximo de Madrid - pode impedir duplicação de via

in: El Pais
El CSIC confirma que los excrementos hallados junto a una carretera de Madrid son de lince Añadir a Mi carpeta
Los ecologistas han pedido al Gobierno regional que no desdoble la vía para proteger al felino, pero Aguirre ha hecho oídos sordos
ELPAIS.es - Madrid
ELPAIS.es - España - 28-07-2006
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CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas)
Sede: Madrid
Directivo: Carlos Martínez Alonso (Director)

El Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) ha determinado que los excrementos hallados en las proximidades de M-501, la conocida como carretera de los pantanos, son efectivamente de linces. El organismo ha realizado un tercer examen a los excrementos encontrados en esa zona de la Comunidad de Madrid, toda vez que el primero identificó las muestras como de lince y el segundo como de gato.

En realidad, este último análisis ha confirmado los dos anteriores; es decir, había excrementos de gato, sí, pero también de lince ibérico. El Gobierno regional presidido por Esperanza Aguirre anunció en julio del año pasado que iba a desdoblar la carretera. Eso provocó fortísimas protestas de las asociaciones ecologistas, que alegaban que la vía atraviesa una Zona de Especial Protección para las Aves y además es un hábitat donde sobrevive el lince ibérico (el felino más amenazado del mundo).

Los pueblos de la zona están a favor del desdoblamiento porque en principio reduciría el número de accidentes de tráfico y favorecería el desarrollo urbanístico. El Gobierno regional lo autorizó en enero.

Nadie ha visto un lince en la zona en las últimas cuatro décadas. Pero el profesor de Ecología de la Universidad Rey Juan Carlos, Emilio Virgós, encontró hace unos mese unos supuestos excrementos de lince cerca de la carretera. Un análisis de ADN realizado por el CSIC confirmó en un 98% que efectivamente eran restos del felino.

Aguirre respondió sembrando dudas: “Los excrementos se pueden traer de un sitio de lince en cautividad y ponerlos ahí”. Cristina Narbona, ministra de Medio Ambiente y opuesta al desdoblamiento, consideró “plausible que aún haya linces” en esa zona de Madrid. Pero otro análisis posterior del CSIC concluyó que los excrementos eran de gato. l responsable del primer análisis, Ignacio Doadrio, profesor de investigación del CSIC, apuntó entonces la posible solución al enigma: “Son muestras diferentes”. Queda por comprobar ahora si las dos se recogieron efectivamente en esa zona (Virgós asegura que sí, Aguirre lo duda), y si el resultado de la última prueba variará los planes del Gobierno regional.

Centro de Artes de Belgais, continua

Uf.... que alívio, afinal o Centro de Artes de Belgais, segundo o maestro César Viana, vai continuar, mesmo com o apoio de Maria João Pires. Obrigado........


in: Publico on-line 28/7/2006

Pianista ficará responsável pelas “questões artísticas e pedagógicas"
Maria João Pires não abandonou projecto de Belgais
28.07.2006 - 19h10 Lusa


O presidente do Centro Educativo para o Estudo das Artes de Belgais, fundado nos arredores de Castelo Branco por Maria João Pires, afirmou hoje que a "tortura" evocada pela pianista decorreu das funções administrativas a seu cargo e não representa um abandono do projecto.

"Belgais continua e continua com a Maria João Pires. Não há de todo um abandono, pelo contrário, só uma alteração de funções" disse o maestro César Viana, responsável do Centro Educativo para o Estudo das Artes de Belgais.

Ontem, em declarações à rádio Antena 2, Maria João Pires confessou que o seu projecto musical em Belgais lhe causou enorme sofrimento, assumindo-se, sem especificar, como "vítima de uma verdadeira tortura".

O director de Belgais explica que a "tortura" diz respeito às funções administrativas que a pianista desempenhava no centro educativo, alteradas há cerca de um mês quando deixou, em Assembleia-Geral, a direcção da associação, para ser substituída pelo próprio César Viana. "Era um absurdo que a consumia e torturava, dedicar 90 por cento do tempo a funções administrativas. É uma luta imensa procurar apoios financeiros que não aparecem", esclareceu o maestro.

Segundo este, Maria João Pires, tendo embora deixado de ser presidente da direcção, "continua na associação e passa a concentrar-se mais nas questões artísticas e pedagógicas". "Foi esse o objectivo da alteração. Aliás, se a decisão não tivesse sido tomada em perfeita consonância com ela nunca aceitaria esta posição", acrescentou o responsável.

Quanto à ausência da pianista no Brasil, onde tem casa e pretende dar corpo a um projecto similar ao de Belgais, em São Salvador da Bahia, o maestro considera "absolutamente natural" a pretensão de Maria João Pires. "É absolutamente natural que o queira fazer. Passa parte do tempo no Brasil, o ano passado esteve lá cinco meses e é uma pessoa muito generosa", afirmou.

Em relação a Belgais, César Viana reiterou que o projecto vai continuar, "e, se possível, ser melhorado", incluindo todas as vertentes actuais que passam pelo coro infantil, as residências artísticas, concertos e o projecto educativo da escola da Mata, entre outras actividades.

Nascida em 23 de Julho de 1944, em Lisboa, Maria João Pires deu o seu primeiro recital aos 5 anos mas, só em 1970, o seu talento foi reconhecido internacionalmente, quando venceu, em Bruxelas, o Concurso Internacional do Bicentenário de Beethoven.

Interpretando obras de Bach, Beethoven, Schumann, Schubert, Mozart, Brahms, Chopin viajou por todo o mundo, tornando-se uma presença regular em salas de concerto da Europa, Canadá, Japão, Israel e nos Estados Unidos.

Recebeu, em 1989, o Prémio Pessoa e em 1999 fundou o Centro para o Estudo das Artes, em Belgais.

A UNESCO aprovou a criação do geoparque da Naturteo

in: Pblico de 28/2006
Turismo de natureza
Unesco aprova primeiro geoparque português na Beira Baixa e norte do Alentejo
28.07.2006 - 18h31 Lusa


A Unesco aprovou a criação do primeiro geoparque português num território que abrange o sul da Beira Baixa e norte do Alentejo, disse hoje à agência Lusa fonte da candidatura.

A candidatura do “Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional” foi apresentada no ano passado, com vista ao aproveitamento turístico e científico do património geológico que se encontra no seu território.

Segundo Armindo Jacinto, presidente da Naturtejo – empresa intermunicipal de promoção turística – a candidatura foi aprovada por unanimidade numa reunião da Comissão de Coordenação da Rede Global de Geoparques da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) realizada na última quarta-feira, em Inglaterra.

O território proposto passa a fazer parte da Rede Global de Turismo de Natureza, sob os auspícios da Unesco. A Unesco é a entidade responsável pela classificação de geoparques e define-os como um território com sítios geológicos de relevo pela importância científica, raridade e beleza.

Para além da mais-valia nas acções de promoção turística da região Centro e de Portugal, o Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional passa a ser divulgado junto dos visitantes de toda a rede internacional de geoparques da Unesco. Em todo o mundo, existem 37 territórios com esta classificação, 25 dos quais na Europa.

A Naturtejo é constituída pelos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Nisa

Maria João Pires desiste do Centro de Artes de Belgais e transfere-o para S. Salvador da Baia

A Cultura da Beira Interior mais empobrecida, mas S. Salvador da Baía merece o acolhimento de um projecto como foi o do Centro de Artes de Belgais. Espero, sinceramente, que aí, finalmente, Maria João Pires consiga desenvolver na integra o que acalentou criar em Belgais. A escola da Mata, as crianças da região, os músicos em Portugal, perdem com o encerramento do Centro de Artes de Belgais, mas as crianças de S. Salvador, os músicos brasileiros, talvez venham a tirar benefícios da actividae cultural criativa de Maria João Pires. De qualquer forma, um muito obrigado por tudo o que Maria João Pires fez pelo desenvolvimento cultural da Beira Interior.



in: DN de 28/7/2006
Maria João Pires abandona Belgais e vai para o Brasil


Paula Lobo
A pianista Maria João Pires anunciou ontem, em entrevista à RDP/Antena2, que vai instalar-se definitivamente no Brasil e desistir do Centro para o Estudo das Artes de Belgais, próximo de Castelo Branco, numa quinta que comprou há sete anos.

Em Portugal, afirmou, "estava a ser vítima de uma verdadeira tortura". "Parto para me salvar um pouco dos malefícios que Portugal me estava a fazer", explicou Maria João Pires, considerando que comprar casa no Brasil - país onde ia "respirar" - é um "momento de coragem". Sem adiantar pormenores do que motivou a decisão.

Há muito que a mais internacional - e premiada - dos pianistas portugueses se queixa dos problemas de financiamento de Belgais, e há muito que viaja com regularidade para o Brasil. Mas não se esperava que seguisse o exemplo de José Saramago, o escritor que preferiu o "exílio" na ilha de Lanzarote.

Apoiado, entre outras entidades, pela autarquia e pelos ministérios da Educação e da Cultura, Belgais fundou também uma escola básica na Mata, uma aldeia vizinha. Tendo já dado início ao processo de autorização de residência, a pianista pretende mudar-se para Salvador da Baía e fazer ali arrancar um novo projecto semelhante a Belgais - que está vocacionado para a apresenta- ção de concertos de música clássica, workshops, residências e formação de crianças das escolas da região.

"Sofri fisicamente todos aqueles anos em que me dediquei ao projecto e tentei fazer tudo, e não consegui... no fundo, não consegui mais do que um começo", lamentou. Recorde-se que, em Março, Maria João Pires, de 62 anos, sofreu em enfarte do miocárdio quando se encontrava a descansar em Salamanca. Operada em Espanha, teve de adiar por dois meses a sua digressão europeia.

terça-feira, julho 25, 2006

Cirineu

Cirineu

Foste tu, contando
histórias de embalar
que me deste a conhecer
Cirineu

Apontando para o alto da Gardunha.
Mostraste-me os trilhos
percorridos por este justiceiro,
No Monte identificaste o seu abrigo.

Agora, essas histórias
findaram-se, como tu.
Pervalece o espírito,
e reforça-se o desejo de igualdade.

Partiste, sem lamúrias,
nem queixumes.
Muito ficou por contar,
muito mais por descobrir

sexta-feira, julho 21, 2006

Portugal Vinhos Cultura e Tradição ..... Beira Interior

O Circulo de Leitores acaba de editar o 2º Volume da obra "Portugal Vinhos Cultura e Tradição, da autoria de José A. Salvador, que incluí informação sobre a Beira Interior. Dessa, transcrevo a referente à origem histórica da produção de vinhos na região e à origem, também histórica, de um produtor, engarrafador da região, que foi a primeiro a concorrer com as Adegas Cooperativas da Covilhã e Fundão. Trata-se de uma publicação de grande qualidade, que deve ser consultada e servir mesmo como Bíblia, por quem se interessa pela cultura da Beira Interior.


De Pinhel a Idanha-a-Velha –onde os romanos fizeram vinhos
Neste território raiano temos uma série de aldeias históricas como Sortelha, Penamacor, Monsanto e Idanha-a Velha do concelho de Idanha-a-Nova. Idanha-a Velha foi a antiga cidade romana Civitas Igaeditanorumn, onde arqueológos, como Francisco Tavares Proença júnior, José Leite de Vasconcelos, Félix Alves Pereira e Fernando Almeida, desenvolveram largas investigações, este último até 1974, que comprovam que a romanização se deu desde o ano 16 a. C., conforme inscrição datada daquele ano a propósito da oferta de um relógio. A ocupação romana foi determinante para o desenvolvimento da cidade da Egitânea, situada na grande via romana entre Mérida e Braga. As escavações arqueológicas desenvolvidas neste local permitiram encontrar «grainhas de uva [...] num poço de Idanha-a-Velha», circunstância que aponta para a produção de vinho na região'. No mesmo poço, escreve o historiador Carlos Fabião:
«foram recolhidos 46 caroços de rato pertencentes seguramente a "olea". No [tanto, pelas características e dimensões, parecem corresponder mais ao fruto do zambujeiro do que azeitonas, o que não deixou de causar perplexidade entre os investigadores»'. A importância histórica desta povoação é tamas testemunhada pela ponte de origem romana sobre o rio Ponsul e pela colecção epigráfica luso-romana aí existente.
Para a nossa rota dos vinhos importa reter, afinal, que em Idanha-a-Velha se encontraram indícios arqueológicos comprovativos de que desde a presença romana se produziu vinho e azeite nas Beiras, tal como hoje continua a suceder. Em toda a região beirã encontramos outros vestígios da influência da civilização romana, tais como lagares talhados nas rochas graníticas (lagares antropomórficos), que tanto poderão ter servido para a produção de vinho como para a produção de azeite, além de diversas vias romanas e outros monumentos da época.

Os Vinhos Regional Beiras Almeida Garrett

Nos finais de 1974 fundava-se a Sabe, Sociedade Agrícola da Beira, com sede em Tortosendo, muito próximo da Covilhã no sopé da serra da Estrela. As origens históricas desta empresa de familiares descendentes de Almeida Garrett, remontam ao século xix, quando um primo do escritor, Gonçalo de Almeida Garrett, também natural da cidade do Porto, casou com uma albicastrense e se instalou em Castelo Branco. O casal dedicou-se à agricultura na cidade da Beira Baixa, na Covilhã e no Fundão. Os seus vinhos e azeites foram distinguidos na Exposição Internacional de Paris em 1889. Com o advento da República emigraram para a França, de onde regressaram mais tarde com varas da casta Chardonnay. Plantaram-nas nos seus vinhedos da Covilhã e ainda, actualmente, é o único encepamento branco dos 46 hectares de vinha em produção.
Nos anos 60 do século xx, os descendentes investiram na fruticultura, viticultura, flores e pecuária até constituírem a actual Sabe em 1974.
Esta sociedade agrícola dispõe de 46 hectares de vinhedos em plena produção, sendo 14 com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos 16 com quatro anos; e mais 16 hectares com três anos. Quanto aos encepamentos tintos, vinhas mais velhas foram enxertadas com Tinta Roriz, Tinta Barroca e Trincadeira, e as m novas com Touriga Nacional, Touriga Franc Trincadeira, Tinta Roriz, Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah. A Chardonnay tem quatro hectares nos vinhedos mais antigos e dois n osmais recentes. A Touriga Nacional é a casta mais encepada, com 12 hectares, seguida pe la Trincadeira e Tinta Roriz, cada uma delas com sete hectares.
Em 2004 funcionava ainda a velha adega tradicional com paredes de granito e depósito em betão revestidos com ipoxi.. As fermentação desenrolavam-se em cubas inox de várias capacidades, com sistemas de controlo das temperaturas com recurso a água fria ou quente, consoante as necessidades. As duas centenas de as-pipas de carvalho francês ancês integravam a aa nos acabamentos dos vinhos, para além linha de engarrafamento e rotulagem. Em 2005 deverá ficar concluída a construção do novo complexo adegueiro.
Os vinhos brancos oriundos da casta Chardonao comercializados como Regional Beiras marca Almeida Garrett, sendo um deles reserva e o outro colheita normal.
A mesma marca Almeida Garrett dá rótulos aos vinhos Regional Beiras e DOG Beira Interior. Os tintos DO(', Beira Interior, ou são varietais, de a Roriz ou Touriga Nacional, ou confecciodos com estas duas castas. O Regional Beiras tem igualmente o mesmo dueto de castas compô-lo. A casa mantém ainda a marca «Entre Serras» a tintos DOC Beira Interior e Regional Beiras nome que nos lembra a posição das vis da empresa entre as serras da Estrela e da Gardunha, razão para voltarmos aos rumos literários de Gil Vicente e Eugénio de Andrade.”

segunda-feira, julho 17, 2006

Lince Ibérico atropelado em Donana

Un conductor atropella a un lince hembra junto a Doñana Añadir a Mi carpeta
EL PAÍS - Huelva
EL PAÍS - Sociedad - 17-07-2006


Un conductor atropelló el sábado a una ejemplar de lince ibérico en una carretera junto al Parque Nacional de Doñana. El responsable de WWF/Adena en la comarca, Juanjo Carmona, afirmó que la ejemplar de lince había parido dos cachorros en abril y que los técnicos de la Junta andaluza los buscan para evitar que mueran de hambre o sed. La Consejería de Medio Ambiente del Gobierno autonómico aseguró que el animal "evoluciona bien" y que no hay constancia de que tenga cachorros.

Carmona, por el contrario, aseguró a las agencias que técnicos de Medio Ambiente intentan localizar a dos cachorros y señaló que este accidente podría haberse evitado "con medidas eficaces". "Esperemos que los encuentren pronto [a los cachorros] y que la Consejería de Medio Ambiente lo comunique inmediatamente", indicó el responsable de WWF/Adena.

Recordó que, entre 1990 y 2000, se produjeron 15 muertes de linces, mientras que, en los últimos seis años, la cifra asciende hasta los 17 ejemplares. Por tanto, consideró que las medidas actuales son "ineficaces"

El atropello tuvo lugar a las 8.00 horas del sábado y fue el conductor del vehículo quien dio aviso a la Guardia Civil, quien a su vez alertó a la Consejería, que envió a sus técnicos.

quinta-feira, julho 06, 2006

Dias Martins (1954) = Maria José Dias Martins, Etnografia, Linguagem e Folclore de uma pequena região da Beira Baixa (Póvoa da Atalaia, Alcongosta, T

Oiçam uma interpretaçao


A Gulbenkian editou o Vol. IV de "Romanceiro Português da tradição Oral Moderna", versões publicadas entre 1828 e 1960, organização e fixação de Perre Feré, que reproduz algumas recolhas de Dias Martins (1954) = Maria José Dias Martins, Etnografia, Linguagem e Folclore de uma pequena região da Beira Baixa (Póvoa da Atalaia, Alcongosta, Tinalhas e Sobral do Campo), Tese de Licenciatura, Lisboa, Faculdade de Letras, 1954. Como esta publicação só se encontra disponível na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, por se tratar de uma Tese de Licenciatura, não publicada editorialmente, a divulgação de algumas das suas recolhas, por esta via, é de enaltecer.

Reproduzo dois ramances recolhidos pela Maria José Dias Martins.

1406.
Versão de Alcongosta (concelho do Fundão), distrito de Castelo Branco. Recolhida por Maria José Dias Martins. Editada por Dias Martins (1954) 277-280 [Galhoz (1987) 486-487].
- Mal hajas tu, ó mulher, mais a tua geração,

2 sete filhas que tu tiveste sem nenhuma ser varão. Vem de lá a mais nova: - Eu vou a servir de capitão.
4 - Tendes os olhos bem fagueiros, filha, a conhecer-te vão.
- Quando passar pelo hombre eu os deitarei ao chão.
6 - Tendes os peitos bem belos, filha, a conhecer-te vão.
- Meu pai, dê-me uma toalha que eu os cingo ao coração.
8 - Tendes o passo delicado, filha, a conhecer-te vão.
- Quando passar pelo hombre eu darei passo de ganhão.
10 - Ó minha mãe, que eu morro do fundo do coração, os olhos de Leonardo são de mulher, homem não.
12 - Espromenta-a tu, ó meu filho, para contigo ir enfeirar, se ela for uma mulher às fitas se há-de agradar.
14 - Oh, que armas tão adagas para hombre guerrear, oh, que fitas para manas, quem nas pudera mandar!
16 - O minha mãe, que me morro do fundo do coração, os olhos de Leonardo são de mulher, homem não.
18 - Espromenta-a tu, ó meu filho, para contigo ir jantar, se ela for mulher ao baixo se há-de sintar.
20 - Oh, que cadeiras tão baixas para hombre se assintar, ponho mais o meu capote para mais alto ficar.
22 - Ó minha mãe, que me morro do fundo do coração, os olhos de Leonardo são de mulher, homem não.
24 - Espromenta-a tu, ó meu filho, para contigo ir nadar, se ela for uma mulher de ti se há-de converdar.
26 - O minha mãe, que me morro do fundo do coração, os olhos de Leonardo são de mulher, homem não.
28 - Espromenta-a tu, ó meu filho, para contigo vir dormir, se ela for uma mulher não se há-de querer despir.
30 - Eu, quando saí de casa, eu fiz um juramento,
que nunca me havia de despir durante o meu tempo.
32 Carta me vêm do céu, cartas me estão a chegar,
o meu pai já morreu, minha mãe está a acabar.


34 Se me quiserem perguntar, a casa do meu pai vão falar.
- Menina que está no meio dê o ponto miudinho,
36`inda espero de romper, das suas mãos, num colarinho.

Omitimos a seguinte didascália: entre 25 e 26 Leonardo disse que não podia nadar porque lhe doíam os dentes.


10 lá no fim de nove meses, a igreja retinia;
abriram a sepultura, acharam a mulher viva,
12 acharam a mulher viva, c' uma criança nascida.
Os anjos a baptizaram, a Virgem era a madrinha; 14 quem a tinha nos seus braços era Santa Caterina.
- Vejam aqui, ó meus manos, nos passos em que eu andava; 16 quem serve a Deus e à Virgem sempre leva boa paga.
Omitimos o refrão Ora valha-me Deus mai' la Virgem Sagrada! Variante de Diogo Correia (1953): 5b. omite o.
Versão de Póvoa de Atalaia (concelho de Fundão), distrito de Castelo Branco. Recolhida por Maria José Dias Martins. Editada por Dias Martins (1954) 282-284 [Galhoz (1988) 813].

- Venho da Virgem da Lapa mais valente que cansada; 2 se eu tivera companhia ainda para lá tornava
agora, com a roquinha à cintura, a cestinha à ilharga. 4 Em cima, naquela serra, está uma linda ermida onde vai uma devota todos os dias ouvir missa.
- Dissestem, ó meu marido, que eu andava namorada, que eu andava namorada com o sançardote da ermida.
8 - Confessa-te, ó mulher minha, que hoje mato-te, tiro-te a vida.
- Se me matares, meu marido, vai-me enterrar à ermida, 10 [ ] aos pés de Santa Cat'rina.
Lá ao fim dos nove meses um lindo chorar ouviam, 12 vê-los dentro, vê-]os fora, sem saberem o que seria.
Foram abrir a sepultura, encontraram a mulher viva 14 [ ] com uma criança nascida;
os anjos a baptizavam, a Virgem era a madrinha;
16 quem a tinha em seus braços era a Santa Zabelinha;
quem lhe deitava a água benta era a Santa Catarina.
18 - Vês aqui, ó meu marido, os passos em que eu andava?

Omitimos o refrão Ora valha-me Deus, mais a Virgem Sagrada!, entre os vv. 1 e 2, 2 e 3, 3 e 4, 5 e 6, 6 e 7, 7 e 8, 12 e 13, 14 e 15, 15 e 16, 16 e 17, 17 e 18 e depois de 18.
6
Dias Martins (1954) = Maria José Dias Martins, Etnografia, Linguagem e Folclore de uma pequena região da Beira Baixa (Póvoa da Atalaia, Alcongosta, Tinalhas e Sobral do Campo), Tese de Licenciatura, Lisboa, Faculdade de Letras, 1954.

terça-feira, julho 04, 2006

Dois volumes das Obras Completas do Beirão Manuel Antunes, já editados




A Gulbenkian editou já o Volume 3 do Tomo 1 e o Volume 1 do Tomo 2, das obras completas de um grande beirão, padre, pedagogo, professor, filósofo, ensaísta, jornalista, filólogo, classicista, Manuel Antunes. Apresento texto do responsável genérico pela publicação dos seus escritos.

OBRA COMPLETA DO PADRE MANUEL ANTUNES, SJ
O Padre Manuel Antunes, sj (1918-1985) foi um dos mais brilhantes e marcantes pedagogos do século XX português.

O testemunho dos seus alunos e a sua reflexão escrita sobre a educação e sobre o projecto de homem a formar manifestam que Manuel Antunes concebia o processo pedagógico como intrinsecamente relacional e dialogal, assente na relação entre o educador e o educando e entre este consigo mesmo. Postulava um aperfeiçoamento humano contínuo pela exploração máxima do que chamava "a capacidade educacional do homem". As belas e inovadoras palavras que utilizava para desenhar um perfil novo de pedagogo e um novo projecto de educação traduziam-se, de facto, na sua prática pedagógica.

Os cerca de quinze mil alunos que passaram pelas suas aulas ficaram marcados para a vida, particularmente com aquelas aulas magistrais de História da Cultura Clássica, cadeira obrigatória e transversal a todos os cursos de Letras do primeiro ano desde a reforma de 1957. A figura e a arte do Padre Manuel Antunes atraíam quase hipnoticamente as suas centenas de alunos reunidos no Anfiteatro I da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Era um colosso de sabedoria que brotava, límpida e firme, de uma figura mínima de homem de voz sumida, mas que fazia os ouvintes voar de enleio entre Gregos e Romanos, passando por todas as épocas da cultura ocidental até ao momento presente.

Atento aos dinamismos da cultura internacional (a Brotéria e a sua riquíssima biblioteca eram uma espécie de placa giratória de circulação, actualização e divulgação de saber, basta ter em conta o elevado número de revistas internacionais assinadas e permutadas e os livros recebidos e recenseados pelos redactores deste periódico) e como analista sagaz da evolução vertiginosa da sociedade, publica reflexões muito lúcidas e até visionárias que anteciparam tendências e problemas que, então, ainda mal emergiam em Portugal.

Os textos reunidos neste segundo tomo da Obra Completa do Padre Manuel Antunes, sj são afinal um bom pórtico para a compreensão do conjunto da sua obra: uma obra paedagogica, à qual nada do que seja humano lhe é estranho, na qual tudo importa compreender e encontrar um caminho que dê sentido ao homem enquanto ser em processo de formação permanente, tendo como meta um ideal de plenitude.

José Eduardo Franco

Plano Geral da Obra:

Tomo I - Theoria: Cultura e Civilização
Áreas Específicas N.° de volumes Coordenadores científicos
Cultura Clássica Vols. 1 e II Arnaldo Espírito Santo
Filosofia da Cultura Vol. III Luís Machado de Abreu
História da Cultura Vol. IV Luís Filipe Barreto

Tomo II - Paideia: Educação e Sociedade
Vol. I
José Eduardo Franco
Tomo III - Política
Vols. I e II
Guilherme de Oliveira Martins
Tomo IV - Religião, Teologia e Espiritualidade
N.° de volume Coordenadores Científicos
Vol. I Hermínio Rico
Roque Cabral

Tomo V - Estética e Crítica Literária
ols. I e II
Eduardo Prado Coelho
Tomo VI - Correspondência
Vol. I
Aires Augusto Nascimento
Tomo VII - Biografia Ilustrada
N.° de volume Autores
Vol. I José Eduardo Franco
Luís Machado de Abreu

Manuel Antunes, coordenou, dinamizou, editou, escreveu artigos com múltiplos pseudónimos,durante dezenas de anos para a revista Brotéria. Esta revista, cuja edição se iniciou no Colégio de S.Fiel, em 1902, foi até hoje a revista científica (na altura) de maior peso e renome internacional, editada na Beira Interior. A Beira deixou passar o seu centenário da edição do primeiro número, com a maior modéstia, esquecimento e porque não ingratidão.

domingo, julho 02, 2006

Quatro temas da Beira Baixa em "As Idades do Som"

As Idades do Som, IEFP, inclui um CD de 20 temas de Instrumentos Musicais do Povo Português, gravados por José Alberto Sardinha, dos quais quatro são da Beira Baixa (20%). Pode escutar os quatro temas da Beira Baixa, já editados em discografia anterior:

Toque de Búzio, Idanha-a-Nova, gravado em 1994;
Senhora da Póvoa, palheta, Idanha-a-Nova, 1981;
Alvíssaras, adufe e almofariz, Castelo Branco, 1981;
Moda dos bombos, flauta, caixa e bombos, Fundão, 1996.

As Idades do Som








O Pavilhão do IEFP na FIA, que decorre de 24 de Junho a 2 de Julho, desenvolve a temática "As Idades do Som", apresentando vários instrumentos musicais produzidos por artesãos e alguns deles execuntando trabalhos na sua área como sejam Fernando Meireles, na Sanfona e Victor Gama em Pangeia instrumentos. O catálogo da exposição dedica três páginas aos adufes e indica três construtores da Beira Interior, José Relvas de Idanha-a-Nova, Lídia Vinagre de Salvador, Penamacor e Oficina de Artes Tradicionais de Idanha-a-Nova. São ainda apresentados três outros construtores de membrafones, António Nunes dos Santos de Alcongosta, Natalino Alves de Lavacolhos, Joaquim Simão de Lavacolhos e um de idiofones Chuchurumel da Guarda.

A viola Beiroa é referida num único parágrafo pag. 118, embora haja depois referências pontuais quando se referem os vários tipos de viola de arame, em Portugal,indicando um facto curioso "pelo estudo de exemplares antigos existentes, não são conhecidos construtores na Zona". Trata-se de uma questão que tenho investigado e já escrevi sobre o assunto, contrariando esta posição. Havia na região vários violeiros, que vendiam o seu produto nas romarias populares. Não tive ainda oportunidade e tempo para estudar os arquivos Municipais e identificar os estabelecimentos comerciais de violeiros. Logo que me seja possível dedicarei parte do meu tempo a essa tarefa. É pena, contudo, que presentemente não exista qualquer oficina de artesanato que se dedique a esta actividade, dificultando a disseminação ou revitalização deste instrumento musical único, que deveríamos proteger e divulgar, como parte da nossa identidade cultural. Na exposição estava, para deleite dos interessados, uma viola beiroa da oficina de Domingos Machado. Mas, Fernando Meireles, também já construiu violas beiroas.