sexta-feira, março 31, 2006

História da Dielmar e lições de gestão empresarial

A Dielmar prepara a abertura de uma nova loja no Oeiras Park, alargando assim a rede de lojas próprias. Vai ficar no mesmo corredor da Zara e Maximo Dutti, concorrentes espanholas, desejamos bons negócios e capacidade criativa e de inovação à empresa Industrial de Alcains. Força, a Beira Interior tem garra e pode impor-se neste mercado, não são só falências e encerramento de empresas.




in: Jornal do Fundão


SECÇÃO: Entrevista

RAMIRO RAFAEL
«Temos de enfrentar a crise com muito cuidado»

Empenho e espírito de sacrifício. Coragem para arriscar tudo no momento certo e humildade para gerir a empresa ao mais alto nível. Foi com estas características que os sócios da Dielmar construíram uma grande empresa, hoje líder de mercado. Enquanto outros apostaram no mais fácil os fundadores da Dielmar foram pelo caminho mais difícil para alcançar o êxito

JORNAL DO FUNDÃO – Como nasceu a Dielmar em Alcains?


RAMIRO RAFAEL – Eu e mais três colaboradores da alfaiataria do meu pai entendemos que chegava a hora de em Portugal começar a industrializar esta arte, dado que lá fora já estava a acontecer. Em Portugal havia apenas duas indústrias em Lisboa e uma no Porto. E ficou provado que era mesmo a hora própria. Preparámo-nos devidamente, fomos às feiras a Itália e a Espanha e fomos absorvendo o que estava a fazer- -se de melhor no mundo das confecções. Desde o primeiro dia que apostámos na marca Dielmar que surgiu da primeira sílaba dos sócios – Dias, Hélder, Mateus e Ramiro.

Começou desde logo a apostar no segmento médio-alto?

Foi graças à formação na antiga alfaiataria que nós pudemos dar um cunho de mais qualidade à confecção. Teria sido muito mais fácil não enveredar por esse caminho e fazer uma confecção de menor qualidade. Só que não teríamos tido o êxito que felizmente fomos tendo. Mais uma vez fica provado que do trabalho é que vem tudo. Foram muitos serões para organizar tudo porque os sócios geriam a empresa, faziam os moldes até há pouco tempo. Há cerca de um ano deixei de ser administrador executivo. A minha parte foi mais a supervisão de modelagem e tudo o que é tecnicamente necessário, porque é uma área em que não há muita gente com esta formação.

Foi um investimento muito elevado?

O investimento não foi excessivamente elevado. Cada um arranjou a sua parte, mas o meu pai era o fiador e fomos levantando algumas centenas de contos que naquele tempo era muito dinheiro, até conseguirmos estabilizar.

Começaram logo com uma grande estrutura?


Começámos com alguma dimensão, se olharmos para a alfaiataria. Eram cerca de 30 funcionários, (pouca dimensão para uma fábrica). Fomos crescendo, pouco-a-pouco, primeiro com clientes nas principais cidades a região e depois saltámos para Lisboa, sete anos depois. A colecção tinha de ser bem pensada. Tinha a sorte de conhecer as principais casas de alfaiates no país. O meu pai sempre esteve ligado e era conhecido no meio da alfaiataria. Começámos logo a apostar no segmento médio-alto. Era muito mais difícil e foi esse o nosso grande desafio. Ainda hoje continua a ser a nossa grande aposta mesmo com esta crise e com todas as alterações do mercado, mas enquanto conseguirmos ir fazendo a diferença...

Quem eram nos anos 70 os seus principais clientes?

Começámos a vender para os principais estabelecimentos de confecção das grandes cidades, como o Pestana e Brito, o Lourenço e Santos ou o Rosa e Teixeira e a Casa Adão. Havia falta de quem pudesse vender, porque as pessoas não tinham preparação para vender fatos e artigos para homem e foi um problema que tivemos de resolver pessoalmente. Um ou dois de nós é que andámos na rua, a princípio sozinho e depois com o vendedor para o preparar. Ao fim do primeiro ano e na segunda estação, tivemos a sorte de ter já bons clientes, mas fomos nós os sócios que fomos vender a Lisboa, porque era preciso falar a linguagem desta arte para perceber o que os clientes queriam.

Recorda-se de algum momento difícil?

Houve muitos. Por exemplo, aquela fase a seguir ao 25 de Abril foi terrível, em que tudo estremeceu, havia dificuldades muito grandes e não se faziam vendas, foi uma crise ainda pior do que a de hoje. Mas aprendemos sempre com as falhas e as crises e foi graças a essa fase que nos lançámos nas exportações, em busca de grandes clientes e voltámo-nos para França e depois para Espanha, Estados Unidos, Canadá.

Foi esse o segredo, terem sido os sócios a dedicar-se inteiramente à empresa?

Tínhamos que o fazer, porque estávamos preparados e na época não havia vendedores preparados e tivemos que furar, bater às portas e ter coragem de apresentar a empresa.

As marcas próprias e a comercialização directa do produto foi imprescíndivel para o sucesso da empresa?

As lojas surgiram há cerca de seis anos, quando começámos a perceber que os nossos clientes começavam a ter dificuldades. Muitas dessas casas famosas começaram a desaparecer e outras a envelhecer. Percebemos que os centros comerciais eram uma realidade e estes nossos clientes sempre fizeram guerra aos centros comerciais. Ali vendia-se roupa de homem e tínhamos que estar lá, para ampliar o conhecimento da marca e dar notoriedade à marca. E tivemos que entender que o nosso lugar também era nos centros comerciais. Foi essa, aliás, a tendência das grandes marcas de confecções que acabaram por apostar em lojas próprias.

A modernização da empresa sempre foi uma preocupação? Sempre importaram estilistas?

Desde sempre tivemos cá na empresa alemães e italianos, ainda recentemente cá esteve um italiano e hão-de vir outros para nos actualizarmos. Mas é preciso haver na empresa quem assimile, quem perceba a linguagem para assimilar todos os conhecimentos, porque senão vão embora, fazem despesa e não deixam nada.

A exportação começou com uma crise em 1975 e hoje a quota de exportação representa já 42 por cento do volume de negócios. A Dielmar irá apostar noutros mercados?

Sim, na Dinamarca, Alemanha e Inglaterra estamos a tentar subir as vendas, porque cada vez há mais concorrência e as pessoas deixaram de ter a capacidade de consumo que tinham, mesmo no segmento médio-alto. O nosso principal mercado eram dois clientes muito bons americanos, quer em qualidade como em quantidade, mas com a entrada em vigor do euro, ficámos sem preço para eles. Agora temos um cliente russo que parece ter uma certa dimensão. Estamos com as coisas encaminhadas e vamos começar a trabalhar para o Brasil.

O principal mercado da Dielmar é Espanha?

Sim, é muito importante, temos mais agentes a trabalhar em Espanha do que em Portugal. Quando há cerca de uma década, decidimos apostar fortemente em Espanha, ninguém imagina as dificuldades para nós entrarmos nesse mercado (e continua a haver), porque os espanhóis são terrivelmente nacionalistas. Nós pecamos pelo contrário, porque o que é estrangeiro é que tem qualidade. Eles quase que exageram. Tivemos uma loja em Badajoz que não teve sucesso. Continuamos a ter clientes espanhóis, como o El Corte Inglês. Mas foi difícil vender a marca Dielmar. No princípio produzíamos confecção para outras marcas espanholas, porque o mercado não era receptivo a marcas estrangeiras.

Preocupa-o a crise actual?

Muito. Temos de enfrentar esta crise com muito cuidado, não basta julgar-se que a Dielmar é uma referência para estar tudo feito. Continua a não estar tudo feito. É preciso olhar sempre em volta e ver o que falta.

As vendas desceram?

No geral, não desceram muito. Em 2005 desceram um pouco, mas no ano anterior tinham subido e este ano, estamos convencidos que as vendas vão voltar a subir.

Como ultrapassaram essa crise no pós 25 de Abril?

O primeiro alargamento da fábrica fizemos a seguir ao 25 de Abril, quando tudo aconselhava o contrário. Quase que nos chegámos a arrepender. Na altura já tínhamos tudo organizado e arriscámos e depois tivemos sorte, porque entretanto as coisas normalizaram e beneficiámos dessas vantagens e isso também nos obrigou a ir vender a outros mercados. Quando nos chamaram tantas vezes tontos por estarmos a investir naquela altura, chegámos à conclusão de foi perfeitamente correcto, mas é preciso ter muita coragem e arriscar um pouco.

Existem constrangimentos pelo facto da Dielmar estar no interior do país?

Não é tão simples a resposta, mas gostamos de dizer que nunca considerámos isso um constrangimento. Na altura foi complicado, estávamos longe dos principais mercados de vendas, mas estávamos perto dos fabricantes, dos lanifícios. Mas hoje não se pode já responder bem assim, porque 60 por cento dos tecidos desta casa são importados da Itália e os outros 40 por cento é que vêm da Alemanha, França, Espanha, Portugal e Inglaterra.

No início provinham dos lanifícios da Covilhã?

De 1965 a 1970 vinham da Covilhã.

Como analisa a crise têxtil na região, e o sucesso de apenas algumas empresas ?

Em relação à Covilhã, há que ter em conta um aspecto muito importante. É que desapareceram pequenas fábricas, mas surgiu uma muito grande. O Paulo de Oliveira é actualmente o maior produtor da Europa, ao nível da quantidade e nalguns escalões a qualidade e é um dos nossos grandes fornecedores. Hoje fornece quase tanto como naquele tempo forneciam muitos.

O que falhou nas confecções que faliram na região?

Foi terem ido pelo mais fácil que era produzir muita quantidade e não importava muito a qualidade e isso hoje faz-se na China. A nossa sorte é que a China para fazer o nosso segmento tem de levar muitos anos. E estamos esperançados que quando chegarmos lá, os chineses já tenham aberto os olhos e entendido que também são filhos de Deus, eles não são escravos.

Mas é preciso apostar-se também no capital humano da empresa, na qualificação?

Claro que sim, mas também é verdade que tudo se compra e eles vêm buscar técnicos e são as próprias empresas italianas e alemãs. Veja o que está a acontecer com os países de Leste. Hoje ainda são realmente muito concorrentes mas não tanto como parecia e sabe porquê? Porque já estão a querer ganhar tanto como os portugueses. Acabou o comunismo para eles e não são escravos. A Polónia está com preços menos competitivos.

segunda-feira, março 27, 2006

Como aceder ao Idanhense

O Blog Idanhense tem estado inactivo, espero que por problemas técnicos a ultrapassar com brevidade. Entretanto, podem aceder ao seu conteúdo por http://search.blogger.com/?ie=UTF-8&q=blogurl:http://idanhense.blogspot.com/&ui=blg.

Embora, nos separem concepções e formas de analisar a Beira Interior, a sua actividade tem sido meritória e espero, sinceramente, com brevidade, voltar a ter acesso normal ao seu conteúdo. Até já, Idanhense........

sábado, março 25, 2006

Filarmónica Idanhense

in: http://www.bandasfilarmonicas.com/bandas_desc.php?id=237

Filarmónica Idanhense e também em http://www.geocities.com/filarmonicaidanhense,
com última actualização em 2003

.




A Filarmónica Idanhense foi fundada em Julho de 1888, pelo Sr. Christiano Pereira Barata, abastado comerciante da Vila de Idanha-a-Nova, e adoptou como dia festivo o 8 de Dezembro, data em que tradicionalmente comemora o seu aniversário.

Uma das primeiras actuações da Filarmónica Idanhense teve lugar a 5 de Setembro de 1891, aquando da inauguração da linha férrea da Beira Baixa, evento a que presidiram Suas Altezas Reais D. Carlos e D. Amélia, tendo dispensado à Filarmónica Idanhense palavras de muito apreço e gratidão.

Necessariamente, ao longo dos anos muitas foram as metamorfoses e vicissitudes por que passou a Filarmónica Idanhense, tendo mesmo estado agregada à já extinta Assembleia, colectividade dos “senhores” de Idanha, conseguindo dela emancipar-se em 1916, já com a designação actual, nome que mantém ainda hoje.

Como todas as colectividades, muito especialmente as suas congéneres, a Filarmónica Idanhense teve momentos áureos, outros de desalento e outros ainda de inactividade, para o que contribuíram, essencialmente, factores sócio-económicos e políticos muito peculiares do Século XX, na primeira metade devido a duas Guerras Mundiais e, na segunda metade, devido à Guerra Colonial e à emigração que muito se fez sentir na altura, particularmente não só nesta mas em todas as zonas raianas.

Pena é que grande parte da cronologia histórica da Filarmónica Idanhense tenha desaparecido na memória dos tempos e outra esteja dispersa por particulares que a não fazem chegar à sua posse, pelo que não é possível delinear todo o seu historial, que se presume riquíssimo, aproveitando-se apenas alguns episódios que perduram na tradição oral das gentes deste concelho raiano, com mais precisão nas da Vila de Idanha a Nova.

Muitas foram as pessoas ilustres que passaram pela Filarmónica Idanhense, merecendo especial destaque, na década de vinte, os Mestres José Queirós (Mineiro) e D. Segundo Salvador, Álvaro Hermenegildo Pereira, Luciano José Inácio e Jaime Moreira entre os anos de 1930 a 1945, não esquecendo o Professor José Monteiro, que iniciou os seus estudos musicais na Filarmónica Idanhense, sendo desde 1997 professor de vários cursos de música sob a égide do INATEL.

Nos primeiros anos da década de cinquenta, a Filarmónica Idanhense esteve inactiva, até que em 1958 tomou novo fôlego, para o que muito contribuiu a compra de instrumental novo, gentilmente ofertado pela Casa Marquês da Graciosa, tendo tido como Mestres, até 1970, Eduardo Reis de Carvalho (Filho), Manuel Jóia e José Filipe.

A Guerra Colonial fez novamente estremecer o bom funcionamento da Filarmónica Idanhense até que, em 1974, novo impulso trá-la até à presente data, para o que contribuíram os Mestres Jaime Antunes Reis, o idanhense Joaquim dos Santos, Joaquim Cabral, Jorge Correia e, desde 1996, o também coordenador da Escola de Música, Professor Carlos Monteiro.

Vivendo essencialmente para abrilhantar festas e romarias da sua zona de influência, cujo concelho (o de Idanha a Nova) é o segundo maior do País em extensão e onde a Filarmónica Idanhense é a única colectividade do género existente, mantém boas e cordiais relações com outras Bandas de todo o território nacional, participando em vários convívios quer em Idanha-a-Nova, por sua iniciativa, quer noutras zonas de Portugal, a convite, mesmo em Espanha, onde já e deslocou algumas vezes e até mesmo em França, a pedido duma comunidade onde a presença de idanhenses é muito forte.

Uma vivência tão forte e intensa só é possível com uma Escola de Música em pleno funcionamento, contando no presente com mais de meia centena de alunos, de quase todas as freguesias do concelho e todos em idade escolar, que a Filarmónica Idanhense faz deslocar à sua Sede, aos Sábados, transportados em viaturas próprias da Filarmónica.

O corpo de executantes da Filarmónica Idanhense é hoje de 37 elementos, com idades entre os 10 e os 74 anos, sendo que 80% tem idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos, frequentando dezasseis deles o Conservatório Regional de Castelo Branco ao abrigo dum acordo entre aquela entidade, a Câmara Municipal de Idanha a Nova e a Filarmónica Idanhense.

Com sede no Largo dos Açougues, em Idanha-a-Nova, em edifício cedido gratuitamente pela Câmara Municipal, entidade que no ano de 2002 ajudou na renovação de quase todo o instrumental e que consistiu na compra de 22 instrumentos novos, a Filarmónica Idanhense é a associada nº. 15 da Federação Portuguesa de Bandas Civis e a nº. 1511 da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio e está inscrita no Centro de Cultura e Desporto do INATEL sob o nº. 4220.

morada
Largo dos Açougues
6060 IDANHA-A-NOVA

telefone
e Faxe: 277202123

email
filarmonicaidn@hotmail.com

site
http://www.geocities.com/filarmonicaidanhense/

terça-feira, março 21, 2006

De Novo Boom Festival-3 a 9 de Agosto de 2006

Milhares de Jovens, provenientes de todos os Continentes, de novo na Idanha..........

Re-Connecting!
Hello Boomalien.
We can already experience the pleasant “smell” and hear the bewildering “sounds” of the Boom dragons! The Boom is happening in a few full moons… Do you sense the awakening!?

Synchronicity abounds! The sixth Boom and also the year 2006.



At Boom HQ we have been working for some months into the idealization and planning of Boom 06. The concept is set for the new generation of Boom! We started working on this concept in 2004 and now we will try to bring it to its fullness in 2006 and beyond. Boom is transmutating itself into a bio-psy-visionary self sustainable eco-designed gathering.

More infos on the website…



Remember the date code!

Boom 06

Vibrating with the Full Moon of August

3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 August 2006


Get connected – Create the ripples of the cosmic lake!



New Boom Web Site

The Boom’s web site is a living organism, for many people the first taste or the memory bank of the Boom experience.

After months of conceptualisation, programming and other nasty J textual inputs – we are proud to launch the first version of the Boom 06 website. Experience its tribal organic roots knotted into cyber realities, visit www.boomfestival.org

quarta-feira, março 15, 2006

A Torre dos Namorados Tradição Antiquíssima no Concelho do Fundão

"A Torre dos Namorados, com o dizer da sua lenda suave, por onde perpassa um doce ruflar de asas, é ainda ums canção de amor em honra deste lindo retalho da pátria portuguesa" Adolfo Portela, 1912

"com um Preambulo Histórico sobre a invasão dos árabes nas Hespanhas e várias notícias do Districto de Castelo Branco por José Germano, Lisboa, Typ. da Sociedade Typographica Franco-Portugueza, Rua do Thesouro Velho, 6, 1866"

Preâmbulo Histórico
I - Notícias do Districto de Castelo Branco
II- Egitânia, ou Idanha Velha, Covilhã Velha, Alcaide
III- Declarações
IV - Habmet
V - Entre festas também há pesares
VI - Resultado de Conferência - Jesida
VII - Desenlace
VIII - Estado actual da Covilhã Velha e da Torre dos Namorados. Notícias e Considerações




terça-feira, março 14, 2006

Azeite - Riqueza da Beira Interior

Na Beira Interior temos dois azeites com a designação DOP, de excelente qualidade, que devemos preservar, divulgar e incentivar ao seu consumo preferencial. Um deles é comercializado no Gourmet do El Corte Inglés e há ainda um azeite biológico da Beira Interior comercializado no Supermercado da mesma empresa.

in: Notícias El Corte Inglés, Março 2006, nº 38
"[AZEITE]
SABIA QUE:
• A percentagem de acidez, e a cor de um azeite não tem relação com o sabor.
• Todas as azeitonas são verdes no início e todas se tornam pretas se as deixarem amadurecer até ao fim.

Nos últimos anos a percepção das possibilidades do azeite virgem tem vindo a aumentar. À semelhança do que se passa no sector vinícola, também o mundo do azeite começa a despertar a atenção dos consumidores.
Os produtores de azeite conseguiram enaltecer e valorizar o azeite virgem, que é o verdadeiro sumo de azeitonas maduras, extraído apenas com a intervenção dos meios tecnológicos que permitem minimizar a perda de propriedadesdas azeitonas.
A oliveira acompanha a história desde os tempos míticos, e nos textos mais antigos encontramos referências à oliveira e ao seu "sumo".
Os Fenícios e os Sírios foram os primeiros a conhecer a oliveira como produtora da azeitona e azeite, e que a levaram para o Mediterrâneo Oriental.
A oliveira começou a ser cultivada nos países mediterrâneos, ganhando importância com os romanos. Mas foram os Árabes que fizeram prosperar esta cultura e a extracção do azeite. A palavra azeite tem origem no árabe al-zait que significa sumo de azeitona.

OLIVEIRA
A oliveira da espécie Olea europea L. é uma árvore de porte médio, cultivada para produção de azeite. É resistente e de fácil adaptação aos terrenos mais difíceis, no entanto a qualidade do azeite varia consoante o solo, e as condições em que é cultivada. Cada oliveira produz em média 20 quilos de azeitonas.

OBTENÇÃO DO AZEITE
A produção do azeite virgem começa com a apanha da azeitona. Depois as azeitonas devem ser devidamente transportadas para o lagar. Não se deve misturar as que são colhidas da árvore com as que são colhidas do chão. É necessário classificar as azeitonas, para depois as separar por lotes.
O passo seguinte é o da moagem da azeitona e preparação de uma pasta homogénea de forma a libertar a maior quantidade de azeite possível. E para terminar a extracção por prensagem ou centrifugação. Este é o modo de produção de um azeite virgem sem nenhum processo químico. Tarefa morosa, vendo que por cada 5 kg de azeitonas se produz 1 litro de azeite.

QUALIDADE
A qualidade do azeite varia consoante a região, a variedade da árvore, o clima, o solo, o grau de maturação das azeitonas, as técnicas de cultivo e extracção, etc.
Para verificar a qualidade do azeite são feitas análises químicas à acidez, índice de peróxidos, teor de ceras e absorvência nos raios UV e provas organolépticas para caracterizar o seu cheiro e sabor.
A acidez é a quantidade de ácidos gordos livres, expressa em % de ácido oleico. A acidez varia consoante as condições em que se encontram as azeitonas quando são laboradas.

CLASSIFICAÇÃO DO AZEITE
O azeite pode ter as seguintes designações comerciais de acordo com as suas características.
Azeite virgem extra - Azeite de categoria superior obtido directamente de azeitonas, unicamente por processos mecânicos e com acidez inferior a 1
Azeite virgem - Azeite obtido directamente de azeitonas, unicamente por processos mecânicos e com acidez inferior a 2%
Azeite - Azeite constituído exclusivamente por azeites submetidos a um tratamento de refinação e por azeites obtidos directamente de azeitonas e com acidez inferior a 1,5%

Estas designações são por vezes complementadas com os seguintes termos:
DOP - São os azeites que têm origem geográfica delimitada, com solos e climas característicos e são exclusivamente elaborados com azeitonas de certas variedades de oliveiras. Estes factores aliados ao saber tradicional da região confere-lhe tipicidade e características qualitativas que os distinguem dos restantes.
Agricultura Biológica - São azeites provenientes de olivais conduzidos de acordo com o método de produção biológico, onde existem condicionalismos importantes nomeadamente na forma de fertilização dos solos e de tratamentos fitossanitários.

O AZEITE E A SAÚDE
Desde o princípio dos tempos que o azeite é apreciado pelo seu valor gastronómico e medicinal. E como comprovam vários estudos, os países que têm uma alimentação rica em azeite, como os países mediterrâneos, mostram um número menor de pessoas com problemas cardiovasculares."

sexta-feira, março 10, 2006

Lince Ibérico de novo na Serra da Malcata

in: Jornal do Fundão

SECÇÃO: Sociedade

Linces vão voltar à Serra da Malcata

Até ao final desta década deverão existir entre 80 e 90 linces em cativeiro. A Malcata irá receber alguns

A SERRA da Malcata, aquele que foi o último santuário em território nacional do Lince Ibérico, vai receber, a médio prazo, alguns exemplares desta espécie para reprodução em cativeiro. Estará, assim, consumado o regresso a um dos seus habitats aquele que é considerado o felino mais ameaçado de extinção, havendo apenas 120 em estado selvagem, todos em território espanhol.

Numa primeira fase, os linces irão estar em cativeiro num centro de reprodução preparado para o efeito na Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM), onde se irão reproduzir e só depois se pensará na sua colocação em estado selvagem. A reintrodução deste felino em Portugal só será possível devido a um intenso e complexo processo de negociações que se está a desenrolar entre Portugal e Espanha, estando já integrados peritos portugueses no núcleo de especialistas que estão envolvidos no único centro de reprodução do Lince Ibérico que existe no mundo, localizado em Doñana, Espanha.

“O processo está, neste momento, em evolução. O programa de reprodução em cativeiro tem evoluído bastante. Temos um conjunto de compromissos que têm vindo a ser discutidos ao longo das últimas cimeiras ibéricas. Já foram assinados alguns convénios entre o estado português e espanhol relativamente ao lince e estamos, neste momento, a preparar a parte de instalações de reprodução em cativeiro em Portugal”, diz Pedro Sarmento, biólogo, especialista em Linces Ibéricos e director da RNSM.

“Vão ser criados novos centros de reprodução, para além do de Doñana” e a Serra da Malcata irá receber um deles sendo que “há uma previsão de como é que isto irá evoluir. Sabe-se que até 2010 deverão estar 80, 90 linces em cativeiro” e que “se conta ter linces em Portugal para reprodução antes de 2010, porque à medida que isto vai crescendo são precisos locais para os meter”, revela ainda o biólogo.

De resto, Pedro Sarmento demonstra algum optimismo com o futuro do lince, actualmente em pré-extinção: “Tudo leva a crer que as coisas vão correr bem. O lince nunca tinha sido reproduzido em cativeiro, mas foi feito com alguma facilidade, apesar de ter havido problemas com alguns animais. Mas já se sabe que este ano vai haver um aumento da população cativa e que esta irá aumentar de ano para ano”, conclui.

Por: Nuno Francisco

AQUI A TRADIÇAO AINDA É O QUE ERA ...

Sabores da Gardunha......
Que delícia...., experimentem a ginjada, de sabor equivalente à tradicional ginjada, feita ao Sol

AQUI A TRADIÇAO AINDA É O QUE ERA ...

**Doce de Abóbora com Noz

** Doce de Pêssego
De preferência é feito a partir da casta de pêssego amarelo, muito bom e de óptimo aspecto, sendo apresentado com fruta em pedaços. Fruta 50%, Açúcar 50%.
É dos mais antigos que se faz na minha terra, também chamado de" MOGANGO", Doce óptimo para acompanhar com requeijão. Fruta 65%,Açúcar 35%,Noz 3%
** Doce de Cereja
Confeccionado a partir de uma única casta de cereja que, actualmente, se encontra em vias de extinção. Por isso é um doce com frutos inteiros possuidor de qualidades únicas, Fruta 50%,Açúcar 50%.

** Doce de Chila ou Gila

Doce de Ginja - Ginjada
- É fabricado a partir de ginja brava ou galega (bical). Tem aroma e paladar únicos e utiliza-se muito para barrar, refrescos, tortes, gelado, etc„ Com frutos inteiros. Fruta 50%, Açúcar 50%.
Doce de Figo
Este doce é feito a partir de figo branco, o pingo de mel, é saboroso e muito procurado. Fruta 60%, Açúcar 40%.
Doce de Ameixa
Este doce é feito da ameixa Rainha-cláudia, sendo muito conhecido, é possuidor de óptimas qualidades, entre elas, o de laxante. Fruta 50%, Açúcar 50%.
Doce de Tomate
Este doce é óptimo, sobejamente conhecido e de fácil confecção. Fruta 50%, Açúcar 50%. Doce de melão com Amêndoa
Não sendo oriundo da minha zona, não deixa de ser muito bom e de óptimo aspecto, pois as amêndoas dão-lhe um, sabor óptimo. Fruta 60%, Açúcar40%.
** Doce de Morango
Muito conhecido, sobretudo na culinária.
É óptimo e de bom aspecto, pois os seus fios, dão-lhe uma apresentação extraordinária. Fruta 65%, Açúcar 35%.
** Doce de Framboesa
O aspecto e a qualidade são inconfundíveis. Tem aroma muito agradável. Fruta 50%, Açúcar 50%.
** Doce de Mirtilo ou Mirtilho
Originário dos países Nórdicos e de Leste, só há pouco tempo o começamos a consumir. É uma delícia. Fruta 50%, Açúcar50%.
** Geleia de Marmelo
Esta geleia é das mais antigas que se fabricam e é aconselhada para doenças de garganta. Fruta 50%, Açúcar 50% Doce de Amora Silvestre
Doce é feito de amora de silva. Óptimo. Fruta 50%, Açúcar 50%.
** Geleia Pétala de Rosa
Geleia criada a partir de uma receita Nórdica muito antiga, com óptimo aspecto e sabor. Extracto de Pétala de Rosa 50%, Açúcar 50%,
** Doce de Maçã e Castanha
Esta junção de dois sabores, Maçã Reineta e Castanha, dão um paladar único e diferente. Lembra os tempos em que a castanha era, na Europa, uma grande fonte de subsistência. Fruta 50%, Açúcar 32% e Castanha 18%.
** Geleia de Maçã
Não precisa de muita apresentação pois toda a gente o conhece e é um dos mais preferidos pelas crianças. Fruta 50%, Açúcar 50%.
** Geleia de Groselha
Única no seu paladar em virtude de ser confeccionada com maçã reineta. Fruta, 50%,Açúcar,50%
Óptima para barrar, pão, bolacha ou com requeijão. Fruta 50%,Açúcar 50%. Mail: saboresdagardunha@,iol.pt Mail: saboresdagardunha@sapo.pt www,saboresdagardunha.com
Tel./fax. 275.753.509 tlm.96.631.68.78

Para diabéticos.....

**Doces com FRUTOSE (açúcar de milho)
Estes doces são confeccionados a partir de Saberes Ancestrais com produtos 100% Naturais e Artesanais "... 0 SABER DA VELHA TRADIÇÃO..."


Casal da Ponte, n°32
6230-040 Alcongosta-Fundão-Portugal

quinta-feira, março 09, 2006

Arqueologia no Castelo da aldeia histórica de Castelo Novo




Da autoria de Silvina Silvério e Luís Barros, foi editado em 2005 o livro de que se apresenta reprodução da capa e contracapa. O Livro tem 228 páginas, sendo seis de Bibliografia. A contracapa apresenta a reconstituição do pichel de Saintonge(Sec. XIII-XIV). È descrito da seguinte forma"A pasta é de cor branca(10YR8/1)muito bem depurada e homogénea, coberta na superfície externa por vidrado do mesmo tom da pasta e mostrando parte do motivo decorativo -pássaro de cor verde, com cotornos e patas a castanho de manganês.". Trata-se efectivamente de um achado vistoso, interessante, merecedor da nossa atenção e que só por si merece uma visita ao espólio em exposição.

terça-feira, março 07, 2006

Chirivia-Xerovia-Gastronomia da Beira Interior





Xerovias(assim designadas na região) do Fundão



Chirivias, num mercado em Espanha













A xerovia, como é popularmente designada na região da Covilhã-Fundão, é um vegetal com uso culinário generalizado na região. Há várias formas de ser confeccionada e encontrei algumas descrições que apresento de seguida. A História deste vegetal é também muito curiosa, que pode ser desvendada nalgumas das ligações que identifiquei e aponto, seguidamente.

Ao procurar em vários dicionários de Língua Portuguesa não encontrei descrição para o vocábulo xerovia, mas recordei-me que na Andaluzia o vegetal tem a designação de Chirívia e fiz uma pesquisa, em vários dicionários de Língua Portuguesa, para esse termo. No Houaiss, escreve-se Angios, m.q. Pastinaca; Etim. de origem controversa; seguindo a hipótese de Corominas para o espanhol chirívia: Nascentes regista provavelmente formado na Península Ibérica, do cruzamento do moç. chisera, do latim siser, eris e do árabe karawiya "alcaravia", planta análoga à chirivia. ; JM deriva do árabe andaluz karawia, e lembra que segundo alguns autores, é voc. divg. de alcaravia.
No dicionário da Academia de Ciências a explicação é semelhante.

Perante estas origens e antecedentes este vegetal deveria ser utilizado, com mais frequência, nos restaurantes da região e sentirmos um certo orgulho por termos contribuido para a preservação de uma espécie, que desapareceu nas outras regiões do território. Tanto mais porque trata-se, efectivamente, de um excelente produto gastronómico, de paladar agradável, sabor intenso e fora do vulgar, que pode ser atenuado com uma infusão em sumo de limão.

RT Serra da Estrela - A Região - Gastronomia - Entradas
Xerovia A Xerovia é uma raiz que se cultiva nesta zona do país, e tem a forma de uma cenoura ea cor do nabo. O seu sabor é uma mistura de ambos os legumes, ...
www.rt-serradaestrela.pt/regiao/gastronomia/1.htm


Abóbora Frita, ou Beringelas ou Xerovias - Gastronomia de PortugalA xerovia é uma raiz que e cultiva nesta zona do País e tem a forma de uma cenoura eo sabor misturado de nabo e cenoura, mas mais forte. ...
www.portugal.gastronomias.com/beira_baixa042.html


Terras da Beira - 01/02/01 - Opinião - Má línguaFicarão para uma segunda fase a xerovia da Covilhã, a cereja do Fundão, os biscoitos de Caria eo chouriço mouro de Penamacor. Fora de garantia ...
www.freipedro.pt/tb/010201/opin10.htm


ProductosPRODUCTO. DESCRIPCIÓN. Chirivia. Con anterioridad a la introducción de la patata en Europa, la chirivia constituyó un alimento básico para la población. ...
www.horfres.com/p-chirivia.htm


Chirivía - Pastinaca sativa - Fichas de Hortalizas y Verduras. Estas son la mayor parte de las hortalizas y verduras con las variedades más comunes que se pueden encontrar en el mercado ...
www.portalgastronomico.com/ El_Rebost/Hortalizas/Chirivia.htm

in:http://www.uc.cl/sw_educ/hort0498/HTML/p037.html






"Nombre científico:
Pastinaca sativa L.
Nombre vulgar en español:
pastinaca, chirivía.
Nombre vulgar en otros idiomas:
parsnip (inglés), Pastinake (alemán), panais (francés), pastinaca (italiano).



Pastinaca
(Pastinaca sativa), cv. Gamma, Royal Sluis




Esta especie es originaria de la zona temperada de Europa, donde aún crece silvestre. Desde la época greco-romana fue usada como alimento básico de la población, consumiéndose de manera similar a la papa; la introducción de ésta desde América hizo disminuir la importancia de su cultivo, el que se restringe básicamente a Europa, en pequeñas superficies.

Pastinaca (2n = 22 cromosomas) es una especie bienal, similar en muchos aspectos a zanahoria. Su sistema radical presenta una raíz primaria pivotante, carnosa y gruesa, de color blanco a amarillento, y raíces secundarias finas y superficiales. El sistema caulinar, en la primera temporada, está compuesto por un tallo comprimido en el que se disponen las hojas formando una roseta. Las hojas son grandes (±40 cm), de largos pecíolos abrazadores en la base, y de lámina imparipinnada, con folíolos dentados o lobulados, de apariencia intermedia entre apio y perejil liso, de color verde oscuro. En la segunda temporada, el tallo se ramifica y elonga hasta una altura cercana a 80 cm. En los ápices de las ramas se diferencian las umbelas compuestas que sostienen flores pequeñas, blanco-verdosas e inconspicuas. La polinización entomófila resulta en esquizocarpos alados en sus márgenes, de color pardo, con una semilla en cada mericarpio.

El órgano de consumo corresponde a la raíz primaria y parte del hipocotilo engrosados. Estas raíces son de color blanco a pardo claro, aguzadas y de tamaño y olor similares a una zanahoria. Nutricionalmente destaca por su aporte elevado de carbohidratos (19 g/100 g de producto) y de los minerales P y K (367 mg/100 g de producto). Se usa cocida, de manera similar a la papa, en diversos guisos a los cuales imparte un sabor anisado.

La diversidad en la especie es más o menos escasa debido a su baja importancia económica. Existen algunos cultivares que se diferencian por forma y longitud de la raíz, o por precocidad en el cultivo como Panais Redonda Precoz, Panais Medio Larga y Larga de Guernesey. En Chile estos cultivares son desconocidos, ya que la especie prácticamente no se cultiva.
LECTURA SUGERIDA

MAROTO, J.V. 1992. Horticultura herbácea especial. 3ª edición. Ediciones Mundi-Prensa, Madrid, España, 568p. "

segunda-feira, março 06, 2006

Património arqueológico em vivenda particular

Em Sanxenxo-Pontevedra-Galiza, tive oportunidade de fotografar património arqueológico, colocado no quintal de uma vivenda particular.

Sem comentários......





sábado, março 04, 2006

História do Rei Wamba-D. Fernando de Almeida

"Assim, o bispo, ao sair do seu paço para se dirigir à porta principal da Sé, passava ao lado do baptistério. 0 palácio ainda não está completamente escavado; no entanto, pode afirmar-se que não há, até à data, paredes inteiramente arruinadas; pelo contrário, mantêm-se em boa parte de pé chegando algumas a atingir 1,50 m de altura e mais. As paredes são de alvenaria e os cunhais de silharia
É de notar ter ali sido encontrado, durante as escavações, um triente de Recesvinto, batido em Hispalis (Sevilha). Este rei visigodo faleceu não muito longe de Idanha-a-Velha, em Gertigos, e ali mesmo foi logo eleito o sucessor. Segundo a tradição, Vamba, o novo rei, já então entrado em idade, teria nascido na Egitânia, onde possuía terras. Por lá se encontrava naquele tempo e fora informado da sua eleição para o alto cargo, ameaçado de morte se recusasse aceitá-lo. Só Deus poderia demovê-lo, dissera; e então seria rei por ser essa a vontade divina. Para provar essa vontade, teria exclamado: «se Deus assim o quer, que faça como prova, reverdecer esta vara que vou espetar no chão!» A vara era de freixo; reverdeceu, criou raízes... e ainda lá está, velhíssima, metida em um olival. Resolvemos defendê-la contra as arremetidas das lavouras, construindo um muro circular em volta do tronco. Na Crónica Geral de Espanha, de 1344, já se fala nesta lenda e do freixo a propósito do sucedido em «hum togar que he en 1 Portugal a que chaman Ydanha a Velha» (ed. da Academia Portuguesa da História, Vol. li, p. 231).
E ao recordarmos o rei Vamba, que ocupou o trono perto do final do séc. Vil (672-680) lembremos, por também ter nascido na Egitânia, segundo também ali é tradição, um homem não menos notável: o Papa S. Dâmaso, que viveu no séc. IV (304?-384). No séc. XVIII foi construída, em Idanha-a-Velha, uma capela no lugar onde estava a casa na qual, segundo corre, o papa teria nascido.
Essa capela de S. Dâmaso, assim baptizada pelo seu fundador, servia de palheiro quando a consertámos e transformámos em um pequeno museu arqueológico para darmos uma ideia, aos visitantes, sobre alguns materiais, demonstrativos, que pela Idanha-a-Velha têm aparecido e ajudam à sua história.
Na Egitânia foram cunhados trientes, moedas de ouro visigóticas, do tipo das de Mérida. Como em todas estas moedas, aparece sempre o nome da cidade onde foram cunhadas bem como o do rei que na ocasião ocupava o trono. Têm sido encontrados trientes da Egitânia desde Recaredo e, ininterruptamente, até Rodrigo. De entre todas as moedas visigóticas da Lusitânia, conhecidas, a série da nossa cidade ocupa o 2.° lugar quanto ao numero de exemplares.
A série mais numerosa é a de Mérida, capital da província romana.
"

Agradecimento de D. Fernando de Almeida a Adelino Ramos Beatriz

D. Fernando de Almeida, em de Trebaruna a Vitória, pag. 43 agradece a quem o ajudou na reconstrução da porta romana do Ponsul, em Idanha-a-Velha. Um dos agradecimentos é para Adelino Ramos Beatriz (Senhor Adelino), sendo desta forma destacada a sua contribuição para a reconstrução da porta romana.


"E assim, a pouco e pouco, graças à condescendência sempre amável das Ex.mas senhoras D. Emitia e D. Cristina Franco Frazão, ao já tradicional auxilio do Senhor Frederico Marrocos, à boa camaradagem do nosso companheiro nas escavações, o Ene Octávio da Veiga Ferreira, a alguns dos nossos alunos da Faculdade de Letras de Lisboa, e seria injustiça se não acrescentássemos os nomes de dois auxiliares muito cuidadosos, o capataz das escavações e guarda das ruínas, Adelino Ramos Beatriz e o pedreiro, Joaquim Pedroso: graças a todos, o arco exterior da Porta Romana do Ponsul foi levantado.
Assim o designamos, por dar acesso ao rio deste nome.
Segundo os princípios recomendados pela Conferência de Atenas: foram unicamente reempregados materiais originais;
- não foi utilizado cimento armado, por desnecessário, mas as aduelas foram fixadas entre si, com cimento, em tão pequena quantidade que não se vê, no entanto a necessária para não se prever o desmoronamento do arco;
- como motivo decorativo foi conservada uma velha figueira ao lado da torre quadrangular; mas para dar mais ambiente ao conjunto, do outro lado da porta foi plantado um loureiro, árvore «romana» por excelência.
pag. 43"

quarta-feira, março 01, 2006

Inscrições epigráficas - Idanha-a-Velha

in:
http://www.fl.ul.pt/pessoais/amilcar_guerra/text-epi.htm#Inicia%E7%E3o%202.

Iniciação 1.

21. ILER 2199 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
AVITO CAMPANI F.

26. ALMEIDA 1956: 225, n. 134 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
NIGER TONGI F. H. S. E.


30. CIL II 441 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
CILIO PINTAMI F. PONTIVS FRATER

31. ALMEIDA 1956: 188, n. 75 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
C. CVRIO C. F. CLEMENTINO C. VALERIVS RV...

32. ALMEIDA 1956: 198, n. 90 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
L. IVLIO L. F. MODESTINO L. IVLIVS


35. HEp 4 1040 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
QVA[.]/RATV[.] / CVRI F. / H. S. E.



37. ALMEIDA 1956: 222, n. 128 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
TANGIN. / FLAVINI / ARANTONIVS / [ T] VRANI D. S. F. C.

40. ALMEIDA 1956: 172, n. 49 (Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
CAMALVS BREVI. F. H. S. E.



Iniciação 2.

5. ALMEIDA 1956: 78 - Idanha-a-Velha
DOBITEINA MAELONIS F. H. S. E.



...




Inscrições funerárias 1.





8. ALMEIDA 1956: n.º 67 – Idanha-a-Velha
CLEMENTI LVPI / ANN. XVI / LVPO CLEMENTIS / ANN. LX H. S. E. S. T. T. L.



11. ALMEIDA 1956: 221, n. 126 – Idanha-a-Velha
D.M.S. / SILONI DOCQ. F. AN. L / SILA SILONIS MA/RITO F. C.



7. ALMEIDA 1956: 194, n. 83 – Idanha-a-Velha
FLA[---] / LVCRIO GEMELLVS / CARVS LIBERTI / H. EX TESTAMENTO F. C.


13. ALMEIDA 1956: 195, n. 85 – Idanha-a-Velha
GRAECINIO HER/MAETHI ET GRAE/CINIAE CAESIAE / GRAECINIVS RVFINVS / PATRI ET MATRI F. C.

14. ALMEIDA 1956: 200, n. 93 – Idanha-a-Velha
IVLIAE / VARILLAE / CELERIS F. / L. IVLIVS QVIR./ MODESTVS / VXORI STATVAM / CVM BASI F. C. / IVLIA AMOENA SABINI F. MATER AVRAVIT


Inscrições funerárias 3.



4. ALMEIDA 1956: 169 – Idanha-a-Velha
M. CAELIVS COR/MERTONIS F. AQVI/LVS ANN. XXXV H. S. E. S. T. T. L./ CAELIA MODESTI F. AVI/TA VX[.]R ET SIBI F. C.



10. ALMEIDA 1956: 180-81, n. 62 – Idanha-a-Velha
CHRESVMO ET AMOENAE LON/GINI LIB. CASSIA CHRESVMI F./ MAVRILLA CVRIA CHR[.]SVM[.] F. VI/TALIS PATRI ET MATRI ACCIA / EMERITA NEPTIS DE SVO PONENDVM CVRAVERVNT