quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Espólio conta com ofertas de particulares


in: Jornal do Fundão

População cedeu objectos ao museu
A filosofia de museu comunitário com preciosas contribuições científicas
O ENRIQUECIMENTO do espólio do novo museu contou com a colaboração de várias pessoas que a título individual se disponibilizaram para entregar algumas peças que tinham em sua posse à guarda do museu.

“O museu tem que estar voltado para a comunidade. Este foi um museu que foi construído com o contributo da comunidade. Em primeiro lugar, da comunidade fundanense, que tinha objectos em casa e que, inicialmente eram apenas um bibelô e depois descobriram que era um objecto arqueológico. Inicialmente era um pisa-papéis, mas descobriram que era um machado pré-histórico. Isto foi extremamente interessante”, revela o director do museu, João Mendes Rosa.

O despertar do interesse da comunidade para o museu é um dos destaques que este responsável faz ainda antes da abertura do novo espaço. Um espaço que espera que a comunidade acarinhe desde o início. “As pessoas perguntam quando é que abre o nosso museu. As pessoas sentem-se parte integrante do museu. O contributo da comunidade foi muito importante, fazendo jus ao tal ditame da museologia moderna, do museu da comunidade”, diz. Mas há uma outra componente muito importante, que é a relação entre o museu e comunidade científica. Neste aspecto, João Mendes Rosa refere que “nós, ao invés de estarmos a fazer aqueles textos que normalmente se vêem num qualquer museu, chamamos especialistas que, em meia dúzia de linhas, disseram o que lhes aprouveram sobre o período no qual são especialistas. Chamámos para os diferentes períodos um especialista e fomos muito bem sucedidos”. De Portugal e de Espanha acabaram por chegar os contributos de vários nomes respeitados no estudo da história, nos seus mais diversos períodos. Jorge Alarcão, um dos maiores especialistas do período romano, Luís Raposo, conceituado especialista do período do paleolítico, e José Encarnação, um dos maiores epigrafistas nacionais, foram algumas das personalidades que colaboraram. Daí, o director do museu considerar que “a felicidade do museu é precisamente essa: não é do Fundão – é da comunidade fundanense – mas não está preso a uma realidade física ou geográfica”.

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