terça-feira, janeiro 31, 2006

Animais e plantas da região protegidos por rede europeia

Até 10 de Março está em discussão Pública o Plano Sectorial da Rede Natura, que incluí quatro áreas na Beira Interior. Quem tiver oportunidade deve consultar a proposta e apresentar críticas, sugestões, comentários ou contra-propostas. Ainda não tive oportunidade de aceder à proposta, mas pela notícia não vejo referência à águia imperial ibérica, ao lince, à lontra, ao grifo, ao lobo, às espécies de ginjeira brava, ao carvalho lusitano, embora algumas destas espécies tenham regulamentação própria. Também, espero que a aprovação do Plano não se traduza somente na transferência de fundos comunitários para entidades que acabam por deixar muito pouco no terreno.


in: Diário XXI
Animais e plantas da região protegidos por rede europeia
Terça-Feira, 31 de Janeiro de 2006
Preservação de espécies e habitats


Tejo Internacional, serras da Estrela, Malcata e Gardunha são as áreas da Beira Interior incluídas no Plano Sectorial da Rede Natura, em discussão pública desde a semana passada e até dia 10 de Março

Daniel Sousa e Silva
São quatro as zonas dos distritos da Guarda e Castelo Branco – Tejo Internacional, serras da Estrela, Malcata e Gardunha – que vão fazer parte da Rede Natura 2000, devido à existência nestes locais de determinados habitats e espécies de plantas e animais, consideradas pela União Europeia (UE) como sendo de “preservação prioritária”, explica ao Diário XXI Luís Quinta Nova, docente da Escola Superior Agrária (ESA), do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
O documento que visa homologar a conservação das espécies e habitats, o chamado Plano Sectorial da Rede Natura, encontra-se em discussão pública desde dia 26 e até ao próximo dia 10 de Março, devendo, em seguida, ser ratificado pela EU.
“Desta forma, será criada uma futura rede de nível europeu com o objectivo de gerir a melhor forma de conservar estas espécies e habitats, nomeadamente as actividades humanas nestes territórios, visando uma gestão sustentável do ponto de vista ecológico, económico e social”, adianta o docente da ESA. Por outro lado, estão previstas medidas para valorização e manutenção dos locais num estado de conservação favorável, bem como a tipologia das restrições ao uso do solo.

PLANTAS E AVES
Na região, um exemplo de espécie vegetal que vai ficar protegida com a sua inclusão na Rede Natura 2000 é a “Asphodelus bento-rainhae”, uma planta da família das liliáceas, endémica da vertente Norte da Serra da Gardunha (Fundão), ou seja, existe apenas neste local. A nível animal, entre outros, vai ser possível oferecer meios de preservação à cegonha preta, abutre preto e águia de Bonelli. Estas aves têm como habitat a zona do Tejo Internacional.

PROPOSTAS ACEITES PELA UE
Luís Quinta Nova esclarece que “o levantamento de habitats e espécies foi elaborada pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) a partir de duas directivas comunitárias [“Habitats” e “Aves”], onde se encontra a listagem de todas as plantas e animais considerados em risco ou a necessitar de protecção especial”.
Todos os locais propostos pelo ICN, relativamente à Beira Interior, à UE “foram aceites”, realça o docente da ESA, recordando que, para este propósito, foram entregues dois relatórios pelo ICN, em 1997 e 2000. No entender de Luís Quinta Nova, “para a dimensão de Portugal, há uma distribuição bastante equilibrada e homogénea da Rede Natura”. “As principais áreas da região foram contempladas”, acrescenta.
A nível nacional, um quinto do território continental (cerca de 1,8 milhões de hectares) está abrangido pela Rede Natura.

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