Para um maior esclarecimento transcrevo o texto de Ernesto Veiga de Oliveira sobre a Palheta.
Descrição de Palheta no Museu de Etnologia
http://www.matriznet.ipmuseus.pt/cgi-bin/isapicgi.dll?All?T_COD_SRV=MWBINT00&T_STAGE=0&LINGUA=0&PERFIL=P&USER_STATUS=4091222&COD_SRV_FRAME=MWBINV00&STAGE_FRAME=20
museu/instituição: Museu Nacional de Etnologia
supercategoria: Etnologia
categoria: Instrumentos Musicais
subcategoria: Aerofones
denominação: Palheta
autor(es): Desconhecido
datação: XX d.C.
dimensões: diâmetro: 04,5 comprimento: 20,5
nº de inventário: BB.096
descrição: Palheta tipo de “dulçaina“, composta por tubo sonoro de formato cilindriforme rematando em campânula, em madeira de nogueira, torneada, de cor castanha escura, com cinco orifícios melódicos, todos colocados na face superior, e mais dois de aferição situados na zona lateral. O tubo sonoro encontra-se talhado entre as zonas correspondentes ao orifícios melódicos, demarcando a colocação habitual dos dedos sobre o instrumento. Em seu topo, apresenta inserida uma palheta dupla de oboé, formada por pequeno tubo de metal revestido por duas lamelas de cana enroladas por linha de cor castanha. Pertence-lhe ainda um estojo de palheta, feito de cana, escavada no interior e tapada em uma das extremidades por rolha de cortiça. Estojo de palheta (cm): comp.08,2 diâm. 02,5
proveniência/incorporação: Doação - Fundação Calouste Gulbenkian
Foto de Palheta de Monsanto, Idanha-a-Nova, com o comprimento real de 20,5 cm, de Ernesto Veiga de Oliveira
Fotos de José dos Reis de Monsanto, tocando Palheta, de Ernesto Veiga de Oliveira
in: Instrumentos Musicais Tradicionais Portugueses, Ernesto Veiga de Oliveira, FCG e Museu Nacional de Etnologia, 2ª Edição, 1994, pags 247 e 248
“Palheta
Além da gaita-de-foles, conhecemos entre nós um outro tipo de aerofone, que leva mesmo o nome de palheta, e corresponde à velha «dulçaina» igualmente de palheta, que sob formas diversas se documenta com relativa frequência desde a Idade Média. A “palheta», como a dulçaina, compõe-se de um tubo sonoro com um número variável de buracos, em cuja extremidade se insere uma palheta dupla, de oboé, que fica à vista, e sobre a qual se aplica directamente a boca. 0 tubo sonoro é cónico como o ponteiro de uma gaita-de-foles, e, na dulçaina antiga (e espanhola), tem os buracos dispostos de modo semelhante aos desse, e, como ele, termina em campânula (figs. 252/258); entre nós, além deste tipo, de que temos notícia, existe outro, em que o tubo, embora interiormente também cônico, é exteriormente cilíndrico, como um pequeno roncão de gaita-de-foles,terminando, como este, por uma copa bulbar (figs. 257/258). A palheta toca-se com as duas mãos, a direira a seguir à boca o polegar por baixo, a amparar o instrumento, o indicador mais perto da boca e depois o médio e anelar; e em seguida o indicador da mão esquerda, e e os demais conforme o número de buracos. As madeiras usadas são a nogueira, buxo e cedro talhados à navalha; os furos são com um ferro quente, e os buracos são marcados pela própria posição dos dedos (M. 12).De uso bastante corrente outrora como instrumento de pastores em várias regiões Beira Baixa, a palheta é hoje uma espécie completamente desaparecida. Encontramo-la ainda em Monsanto, de tubo cilíndrico exteriormente (embora cónico interiormente), com cerca de 20 cm de comprimento, e cinco buracos melódicos face superior do tubo, e dois, na copa, apenas para graduar o som, como domes modo no ponteiro da gaita-de-foles; e existe no Museu Nacional de Arqueologia além desse tipo, outro, semelhante, mas com seis buracos e mais quatro sonoros na copa, proveniente de Carvalhais (Covilhã). “
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