Desvende os sabores da Beira Baixa
28 Restaurantes aderem à iniciativa
in: Diario XXI
NERCAB promove gastronomia da Beira Baixa para lá da região
Vários restaurantes de 10 concelhos do distrito de Castelo Branco estão reunidos nesta publicação promocional promovida pelo NERCAB
“Desvende os Sabores da Beira Baixa” é o título da iniciativa que o NERCAB – Núcleo Empresarial da Região de Castelo Branco está a desenvolver e que tem como objectivo promover a gastronomia da região. No âmbito da acção, foi produzida uma brochura que descreve ao pormenor, em português e castelhano, 28 restaurantes da região, e que vai ter distribuição gratuita por diversos pontos da Beira Baixa. O mesmo veículo vai estar disponível nas áreas de serviço das auto-estradas n.º 23 e n.º 1 e na zona fronteiriça espanhola.
Esta é já a terceira edição da iniciativa, que no entender do NERCAB se destaca das anteriores, “não só pela apresentação física, no que diz respeito ao formato”, mas também “pela descrição mais pormenorizada e apelativa”. Ao mesmo tempo que os 28 restaurantes procuram alcançar metas de divulgação importantes, irá também fazer renascer “os sabores tradicionais da região, contribuindo para que esta zona se assuma como um destino turístico privilegiado”.
A brochura inclui, para cada um dos restaurantes aderentes, um texto de apresentação e fotos apelativas dos mais importantes pratos do estabelecimento ou da região. Daí poder encontrar-se iguarias como o grelhado misto de enchidos regionais, cabrito no forno, sopa beirã, bacalhau com broa, ou o bucho recheado com couves e broa e os maranhos, ambos da Zona do Pinhal. As páginas da publicação apresentam casas de restauração localizadas em 10 concelhos da região e que, no entender dos responsáveis, podem também “dar um quadro representativo da gastronomia do distrito de Castelo Branco”.
quarta-feira, junho 30, 2004
Vinhos da Adega Cooperativa do Fundão
in: Diario XXI
“Fundanus prestige” D.O.C. tinto 2001
Notas de prova
Cor: Retinto.
Aroma: Frutos silvestres, caramelo e tabaco.
Sabor: Macio, denso, com bom equilíbrio entre o seu corpo e os taninos, terminando com boa persistência. Estagiou em barricas novas de carvalho.
Vinificação: vinificado através de uma selecção de vinhas D.O.C a sul da Gardunha e tem na sua composição 60 por cento de Aragonez e 40 por cento de Jaen. Cutimenta prolongada com temperatura de fermentação a 28ºC. Posteriormente, estágio em barricas novas durante um ano e garrafa durante um ano. Deve ser aberto 30 minutos de ser apreciado a uma temperatura de 16ºC. Acompanha muito bem cabrito assado na brasa e queijo picante.
Alpedrinha” D.O.C. tinto 2002
Notas de prova
Cor: Rubi carregado.
Aroma: Jovem com sugestão a frutos secos.
Sabor: Macio, boa estrutura, intenso, com persistência ficando a sugestão a frutos secos.
Vinificação: vinificado com uma selecção de castas D.O.C. - Beira Interior a sul da Gardunha, com uma curtimenta prolongada e controlo de temperaturas de fermentação, estagiando posteriormente em barricas de carvalho e garrafa
Deve ser apreciado a uma temperatura de 16ºC e acompanha muito bem costeleta de novilho assada na brasa.
“Cova da Beira” D.O.C. branco 2003
Notas de prova
Cor: Palha aberto.
Aroma: aroma bastante frutado muito agradável, com sugestões a frutos tropicais.
Sabor: Macio, boa estrutura com ligeiro acídulo que o torna fresco e que desperta o seu frutado que persiste. Óptimo vinho para ser servido como aperitivo, com pratos de peixe grelhados, óptima companhia para uma agradável conversa.
Vinificação: vinificado com uma selecção de castas D.O.C.-Beira Interior, proveniente de mosto lágrima de prensa pneumática, fermentando a temperaturas controladas de 18ºC. Deve ser apreciado a uma temperatura de 8ºC, serve-se como aperitivo e acompanha muito bem pratos de peixe grelhados.
Vinho tem garrafa nova
“Alpedrinha” com “excelente relação qualidade/preço”
O vinho “Alpedrinha”, lançado há pouco mais de um ano pela Adega Cooperativa do Fundão (ACF) mudou de garrafa, mas mantém a qualidade. A garrafa de meio litro dá agora lugar a uma de 0,75L. “Concebida para penetrar no mercado da restauração, chegámos à conclusão de que meio litro para duas pessoas é pouco e para uma é demais”, justifica o enólogo da Cooperativa, António Madaleno.
O vinho foi servido na segunda-feira, nas instalações da ACF, numa “prova cega” com mais três vinhos - “Ével”, “Esteva” e “Monte Velho” -, perante um painel de consumidores constituído por representantes da Comunicação Social regional. Numerados os copos de um a quatro e atribuídas as pontuações mediante a cor o aroma e o paladar, o “Alpedrinha” obteve o segundo lugar. “Para nós são resultados válidos, porque resultam de uma prova feita de forma aleatória para perceber o sentido dos consumidores”, considera António Madalena, sublinhando que “o vinho tem uma excelente relação qualidade/preço”, ao ser vendido a sensivelmente três euros por garrafa.
Destinado ao mercado regional e nacional, o “Alpedrinha” foi criado em homenagem ao cardeal de Alpedrinha - D. Jorge da Costa, nascido naquela vila em 1406. Durante a sua vida foi conselheiro do Rei D. Afonso V e confessor de D. Catarina (irmã deste Rei). Acompanhou ainda a vida de quatro papas (Sisto IV, Inocêncio VIII, Alexandre VI e Júlio II) e foi mentor do Tratado de Tordesilhas.
Vinho do Fundão com campanha de promoção própria em 2005
A Câmara do Fundão prepara-se para lançar no próximo ano uma campanha promocional do vinho do Fundão, “semelhante à campanha da cereja realizada recentemente”, revela ao Diário XXI o vice-presidente da autarquia, Carlos São Martinho Gomes. “Já lançámos o desafio à Adega Cooperativa para que, conjuntamente com a autarquia, se faça em 2005 a promoção dos nossos vinhos a nível nacional”, acrescenta.
“Trata-se de um produto relevante na nossa economia do sector primário”, justifica Carlos São Martinho realçando que além do vinho e da cereja serão também promovidos o mel, o azeite e o artesanato do concelho. E adianta: “São produtos distintos que se inserem na estratégia de tornar o Fundão cada vez mais conhecido e, por isso, terão campanhas próprias, com uma aposta forte em determinadas alturas do ano”.
Assegurando disponibilidade da parte da edilidade para ser “o pivot destas promoções”, São Martinho conclui: “Estão, inclusive, a decorrer negociações com os futuros concessionários das estações de serviço da A23 para a criação de postos de venda permanentes dos produtos do Fundão”.
Antigo futebolista deslumbrado com “Fundanus Prestige”
Paulo Sousa elogia produtos fundanenses
A caminho da Covilhã para participar em mais um programa do Euro 2004 da RTP, transmitido segunda-feira a partir da cidade serrana, o ex-futebolista Paulo Sousa parou no Fundão para provar os três novos vinhos lançados pela Adega Cooperativa.
O antigo centro campista português, diz-se “pouco apreciador de vinhos”, mas garante ter ficado deslumbrado “com a força” do novo “Fundanus Prestige” – D.O.C. tinto 2001. “É um vinho que enche a alma”, considera Sousa, que ainda arranjou tempo para dar alguns autógrafos, um deles assinado numa garrafa do novo “Cova da Beira” – D.O.C. Branco 2003. Entre as provas, a conversa girou à volta da “brilhante carreira” da Selecção Nacional do Euro 2004 e o ex-internacional português não deixou de vaticinar uma final entre Portugal e Republica Checa, a 4 de Julho.
in: Diario XXI
“Fundanus prestige” D.O.C. tinto 2001
Notas de prova
Cor: Retinto.
Aroma: Frutos silvestres, caramelo e tabaco.
Sabor: Macio, denso, com bom equilíbrio entre o seu corpo e os taninos, terminando com boa persistência. Estagiou em barricas novas de carvalho.
Vinificação: vinificado através de uma selecção de vinhas D.O.C a sul da Gardunha e tem na sua composição 60 por cento de Aragonez e 40 por cento de Jaen. Cutimenta prolongada com temperatura de fermentação a 28ºC. Posteriormente, estágio em barricas novas durante um ano e garrafa durante um ano. Deve ser aberto 30 minutos de ser apreciado a uma temperatura de 16ºC. Acompanha muito bem cabrito assado na brasa e queijo picante.
Alpedrinha” D.O.C. tinto 2002
Notas de prova
Cor: Rubi carregado.
Aroma: Jovem com sugestão a frutos secos.
Sabor: Macio, boa estrutura, intenso, com persistência ficando a sugestão a frutos secos.
Vinificação: vinificado com uma selecção de castas D.O.C. - Beira Interior a sul da Gardunha, com uma curtimenta prolongada e controlo de temperaturas de fermentação, estagiando posteriormente em barricas de carvalho e garrafa
Deve ser apreciado a uma temperatura de 16ºC e acompanha muito bem costeleta de novilho assada na brasa.
“Cova da Beira” D.O.C. branco 2003
Notas de prova
Cor: Palha aberto.
Aroma: aroma bastante frutado muito agradável, com sugestões a frutos tropicais.
Sabor: Macio, boa estrutura com ligeiro acídulo que o torna fresco e que desperta o seu frutado que persiste. Óptimo vinho para ser servido como aperitivo, com pratos de peixe grelhados, óptima companhia para uma agradável conversa.
Vinificação: vinificado com uma selecção de castas D.O.C.-Beira Interior, proveniente de mosto lágrima de prensa pneumática, fermentando a temperaturas controladas de 18ºC. Deve ser apreciado a uma temperatura de 8ºC, serve-se como aperitivo e acompanha muito bem pratos de peixe grelhados.
Vinho tem garrafa nova
“Alpedrinha” com “excelente relação qualidade/preço”
O vinho “Alpedrinha”, lançado há pouco mais de um ano pela Adega Cooperativa do Fundão (ACF) mudou de garrafa, mas mantém a qualidade. A garrafa de meio litro dá agora lugar a uma de 0,75L. “Concebida para penetrar no mercado da restauração, chegámos à conclusão de que meio litro para duas pessoas é pouco e para uma é demais”, justifica o enólogo da Cooperativa, António Madaleno.
O vinho foi servido na segunda-feira, nas instalações da ACF, numa “prova cega” com mais três vinhos - “Ével”, “Esteva” e “Monte Velho” -, perante um painel de consumidores constituído por representantes da Comunicação Social regional. Numerados os copos de um a quatro e atribuídas as pontuações mediante a cor o aroma e o paladar, o “Alpedrinha” obteve o segundo lugar. “Para nós são resultados válidos, porque resultam de uma prova feita de forma aleatória para perceber o sentido dos consumidores”, considera António Madalena, sublinhando que “o vinho tem uma excelente relação qualidade/preço”, ao ser vendido a sensivelmente três euros por garrafa.
Destinado ao mercado regional e nacional, o “Alpedrinha” foi criado em homenagem ao cardeal de Alpedrinha - D. Jorge da Costa, nascido naquela vila em 1406. Durante a sua vida foi conselheiro do Rei D. Afonso V e confessor de D. Catarina (irmã deste Rei). Acompanhou ainda a vida de quatro papas (Sisto IV, Inocêncio VIII, Alexandre VI e Júlio II) e foi mentor do Tratado de Tordesilhas.
Vinho do Fundão com campanha de promoção própria em 2005
A Câmara do Fundão prepara-se para lançar no próximo ano uma campanha promocional do vinho do Fundão, “semelhante à campanha da cereja realizada recentemente”, revela ao Diário XXI o vice-presidente da autarquia, Carlos São Martinho Gomes. “Já lançámos o desafio à Adega Cooperativa para que, conjuntamente com a autarquia, se faça em 2005 a promoção dos nossos vinhos a nível nacional”, acrescenta.
“Trata-se de um produto relevante na nossa economia do sector primário”, justifica Carlos São Martinho realçando que além do vinho e da cereja serão também promovidos o mel, o azeite e o artesanato do concelho. E adianta: “São produtos distintos que se inserem na estratégia de tornar o Fundão cada vez mais conhecido e, por isso, terão campanhas próprias, com uma aposta forte em determinadas alturas do ano”.
Assegurando disponibilidade da parte da edilidade para ser “o pivot destas promoções”, São Martinho conclui: “Estão, inclusive, a decorrer negociações com os futuros concessionários das estações de serviço da A23 para a criação de postos de venda permanentes dos produtos do Fundão”.
Antigo futebolista deslumbrado com “Fundanus Prestige”
Paulo Sousa elogia produtos fundanenses
A caminho da Covilhã para participar em mais um programa do Euro 2004 da RTP, transmitido segunda-feira a partir da cidade serrana, o ex-futebolista Paulo Sousa parou no Fundão para provar os três novos vinhos lançados pela Adega Cooperativa.
O antigo centro campista português, diz-se “pouco apreciador de vinhos”, mas garante ter ficado deslumbrado “com a força” do novo “Fundanus Prestige” – D.O.C. tinto 2001. “É um vinho que enche a alma”, considera Sousa, que ainda arranjou tempo para dar alguns autógrafos, um deles assinado numa garrafa do novo “Cova da Beira” – D.O.C. Branco 2003. Entre as provas, a conversa girou à volta da “brilhante carreira” da Selecção Nacional do Euro 2004 e o ex-internacional português não deixou de vaticinar uma final entre Portugal e Republica Checa, a 4 de Julho.
domingo, junho 20, 2004
McCartney (também) escolhe Maria João Pires
in: www.tsf.pt
MÚSICA
McCartney (também) escolhe Maria João Pires
Paul McCartney escolheu a pianista portuguesa Maria João Pires para integrar a compilação das suas actuais preferências musicais, que foi editada para a edição de Julho da revista britânica «Uncut».
( 14:55 / 20 de Junho 04 )
É a segunda vez que Paul McCartney elege um músico português como um os seus preferidos. Em 1989 escolhera o trecho «Dança», de Carlos Paredes, para integrar a música ambiente da digressão mundial de então.
O ex-Beatle, que esteve em Portugal para o Rock In Rio, optou por «Nocturne No 2 In E Flat Major», do álbum «Chopin: The Nocturnes» (1996), da pianista portuguesa.
Paul McCartney nunca escondeu o seu gosto pela música clássica, tendo inclusivamente composto várias peças, como «Liverpool Oratorio» (1991), «Standing Stone» (1997) e «Ecce Cor Meum» (2001).
Numa entrevista recente, McCartney disse que se Mozart tivesse vivido nos anos 60 do século passado poderia ter sido o «teclista dos Beatles». «Mozart foi uma "pop star" do seu tempo», sublinhou.
Entrevista de Maria João Pires à TSF
PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL
Maria João Pires
Prefere a vida ao palco e fugiu às salas de concerto para se dedicar, em Belgais, a um projecto pioneiro. A pianista Maria João Pires premiada pela UNESCO, esteve na TSF para conversar com Carlos Vaz Marques.
( 18:40 17 de Setembro 03 )
Registos audio:
pt1
pt2
pt3
in: www.tsf.pt
MÚSICA
McCartney (também) escolhe Maria João Pires
Paul McCartney escolheu a pianista portuguesa Maria João Pires para integrar a compilação das suas actuais preferências musicais, que foi editada para a edição de Julho da revista britânica «Uncut».
( 14:55 / 20 de Junho 04 )
É a segunda vez que Paul McCartney elege um músico português como um os seus preferidos. Em 1989 escolhera o trecho «Dança», de Carlos Paredes, para integrar a música ambiente da digressão mundial de então.
O ex-Beatle, que esteve em Portugal para o Rock In Rio, optou por «Nocturne No 2 In E Flat Major», do álbum «Chopin: The Nocturnes» (1996), da pianista portuguesa.
Paul McCartney nunca escondeu o seu gosto pela música clássica, tendo inclusivamente composto várias peças, como «Liverpool Oratorio» (1991), «Standing Stone» (1997) e «Ecce Cor Meum» (2001).
Numa entrevista recente, McCartney disse que se Mozart tivesse vivido nos anos 60 do século passado poderia ter sido o «teclista dos Beatles». «Mozart foi uma "pop star" do seu tempo», sublinhou.
Entrevista de Maria João Pires à TSF
PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL
Maria João Pires
Prefere a vida ao palco e fugiu às salas de concerto para se dedicar, em Belgais, a um projecto pioneiro. A pianista Maria João Pires premiada pela UNESCO, esteve na TSF para conversar com Carlos Vaz Marques.
( 18:40 17 de Setembro 03 )
Registos audio:
pt1
pt2
pt3
sábado, junho 19, 2004
Luía Baptis
in: http://attambur.com/OutrosSons/Portugal/luis_baptis_atipico.htmViola Beiroa - Novo Trabalho de Luís Baptis LBM Edições
Contacto: Paula Moreira
Telefone/Fax: 21 467 59 79
Telemóvel: 93 423 48 73 - 96 51 32 160
e-mail: lpbaptista@teleweb.pt
Luis Baptis - Atípico
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Excertos: Bandolim Oriental | Braguesa Felicidade | Nota Azul
Partindo da ideia de juntar num disco vários instrumentos de cordas utilizados na música tradicional portuguesa, o bandolim, a guitarra portuguesa, a braguesa, o cavaquinho, a viola da terra e viola beiroa - aos quais se juntaram uma Guitarra clássica e uma Guitarra Eléctrica - Luis Baptis criou, com argumentos populares, clássicos e conteporâneos, um disco atípico no panorama musical português.
Todos estes instrumentos, tocados pelo próprio Baptis, são acompanhados por um quarteto de cordas (violino, viola de arco, violoncelo, e baixo acústico), cozinhando a sua música num caldeirão explosivo de harmonias clássicas e contemporâneas.
São ao todo 14 temas da autoria do próprio Luis Baptis, contando com a colaboração bem notada de Rui Júnior (Tocá Rufar) na percussão, bem como, de Quim Correia, no baixo acústico.
Como o próprio autor defende nas notas de imprensa, este disco pretende chegar a vários tipos de públicos, com gostos diversos, fazendo a incursão por temas de estilo mais popular e outros de sabor conteporâneo. Esta democratização não se consegue pela facilidade, mas sim pela provocação. Há públicos que vão ter de ouvir o disco algumas vezes para o descobrirem. Outros vão perceber o que significa a redescoberta das sucessivas audições.
Estes argumentos musicais, que já deram provas internacionais com nomes como os "The Penguin Cafe Orchestra" - e que levaram a públicos muitos distintos uma música igualmente difícil de catalogar- são muito reveladores de uma qualidade que faz sentido em qualquer geografia. O prórprio Luis Baptis não esconde o seu desejo de extravazar fronteiras com este trabalho. Bem o pode fazer.
Entretanto, a ligação de Luis Baptis aos instumentos tradicionais portugueses e à sua investigação já vem de longe. Actualmente realiza sessões pedagógicas realizadas na Casa Museu Verdades Faria, no Estoril, à volta do legado de instrumentos deixados pelo musicólogo Corso Michel Giacometti. Baptis é também professor de música - tendo estudado guitarra clássica, teoria musical e Jazz em Paris e actuado ao lado de vários músicos portugueses e europeus.
Este é um disco misterioso, não pelo lado complexo que representa, mas sobretudo pelo prazer da descoberta - que a sua música desvenda.
Contacto: Paula Moreira
Telefone/Fax: 21 467 59 79
Telemóvel: 93 423 48 73 - 96 51 32 160
e-mail: lpbaptista@teleweb.pt
Luis Baptis - Atípico
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Excertos: Bandolim Oriental | Braguesa Felicidade | Nota Azul
Partindo da ideia de juntar num disco vários instrumentos de cordas utilizados na música tradicional portuguesa, o bandolim, a guitarra portuguesa, a braguesa, o cavaquinho, a viola da terra e viola beiroa - aos quais se juntaram uma Guitarra clássica e uma Guitarra Eléctrica - Luis Baptis criou, com argumentos populares, clássicos e conteporâneos, um disco atípico no panorama musical português.
Todos estes instrumentos, tocados pelo próprio Baptis, são acompanhados por um quarteto de cordas (violino, viola de arco, violoncelo, e baixo acústico), cozinhando a sua música num caldeirão explosivo de harmonias clássicas e contemporâneas.
São ao todo 14 temas da autoria do próprio Luis Baptis, contando com a colaboração bem notada de Rui Júnior (Tocá Rufar) na percussão, bem como, de Quim Correia, no baixo acústico.
Como o próprio autor defende nas notas de imprensa, este disco pretende chegar a vários tipos de públicos, com gostos diversos, fazendo a incursão por temas de estilo mais popular e outros de sabor conteporâneo. Esta democratização não se consegue pela facilidade, mas sim pela provocação. Há públicos que vão ter de ouvir o disco algumas vezes para o descobrirem. Outros vão perceber o que significa a redescoberta das sucessivas audições.
Estes argumentos musicais, que já deram provas internacionais com nomes como os "The Penguin Cafe Orchestra" - e que levaram a públicos muitos distintos uma música igualmente difícil de catalogar- são muito reveladores de uma qualidade que faz sentido em qualquer geografia. O prórprio Luis Baptis não esconde o seu desejo de extravazar fronteiras com este trabalho. Bem o pode fazer.
Entretanto, a ligação de Luis Baptis aos instumentos tradicionais portugueses e à sua investigação já vem de longe. Actualmente realiza sessões pedagógicas realizadas na Casa Museu Verdades Faria, no Estoril, à volta do legado de instrumentos deixados pelo musicólogo Corso Michel Giacometti. Baptis é também professor de música - tendo estudado guitarra clássica, teoria musical e Jazz em Paris e actuado ao lado de vários músicos portugueses e europeus.
Este é um disco misterioso, não pelo lado complexo que representa, mas sobretudo pelo prazer da descoberta - que a sua música desvenda.
quinta-feira, junho 17, 2004
in: http://www.seae.min-edu.pt/patronos/sg.htm
"As formas e aspectos, com que a Guardunha se nos oferece – no dizer do "Guia de Portugal" -, são variadíssimos, segundo diversos pontos de visita donde a contemplam os observadores (...). Toda a serra se apresenta constituída de viva rocha ou em lajedos, em escalões ou em saliências de diferentes modos. Numas das partes, porém, essas massas erguem-se em penhascos e amontoados de fragas, sem ordem, nem simetria, espalhados pelas encostas, noutras partes são sobrepostas de camadas de penedia solta que uma à outra se segura em equilíbrio nos pendores da serrania, noutras enfim formam os espinhaços alcantilados que afloram nos pontos culminantes ou as arestas recortadas que fenecem nas encostas ou vêm morrer à planície"
situada entre os rios Pônsul e Zêzere a Serra da Gardunha estende-se no sentido Nordeste/Sudoeste, numa extensão de 20 quilómetros por cerca de 10 quilómetros de largura e com uma altitude máxima de 223 metros.
A densa arborização que caracteriza esta Serra provêm essencialmente dos grandes trabalhos de plantação, nomeadamente de castanheiros, levados a efeito, no final do século XIII, no reinado de D. Dinis.
Na encosta de Alcongosta existiu, aliás, um velhíssimo castanheiro – o Castanheiro de Alcongosta ou Castanheiro Grande que morreu cerca de 1920, provavelmente atacado da moléstia da tinta. De grandes dimensões, detinha a envergadura de 18 metros de diâmetro de tronco e 20 metros de diâmetro de copa.
A grande quantidade de água que brota desta serra levou à renovação da sua arborização por pinheiro bravo e recentemente por pomares.
Gardunha
"As formas e aspectos, com que a Guardunha se nos oferece – no dizer do "Guia de Portugal" -, são variadíssimos, segundo diversos pontos de visita donde a contemplam os observadores (...). Toda a serra se apresenta constituída de viva rocha ou em lajedos, em escalões ou em saliências de diferentes modos. Numas das partes, porém, essas massas erguem-se em penhascos e amontoados de fragas, sem ordem, nem simetria, espalhados pelas encostas, noutras partes são sobrepostas de camadas de penedia solta que uma à outra se segura em equilíbrio nos pendores da serrania, noutras enfim formam os espinhaços alcantilados que afloram nos pontos culminantes ou as arestas recortadas que fenecem nas encostas ou vêm morrer à planície"
situada entre os rios Pônsul e Zêzere a Serra da Gardunha estende-se no sentido Nordeste/Sudoeste, numa extensão de 20 quilómetros por cerca de 10 quilómetros de largura e com uma altitude máxima de 223 metros.
A densa arborização que caracteriza esta Serra provêm essencialmente dos grandes trabalhos de plantação, nomeadamente de castanheiros, levados a efeito, no final do século XIII, no reinado de D. Dinis.
Na encosta de Alcongosta existiu, aliás, um velhíssimo castanheiro – o Castanheiro de Alcongosta ou Castanheiro Grande que morreu cerca de 1920, provavelmente atacado da moléstia da tinta. De grandes dimensões, detinha a envergadura de 18 metros de diâmetro de tronco e 20 metros de diâmetro de copa.
A grande quantidade de água que brota desta serra levou à renovação da sua arborização por pinheiro bravo e recentemente por pomares.
Para informação dos leitores transcrevo o conteúdo do Guia de Portugal, editado pela FCG, referente à descrição da Serra da Gardunha, transcrita de uma descrição do Padre M. Martins, publicada como suplemento à revista Brotéria, numa edição de 1910. Como é sabido a revista Brotéria iniciou a sua publicação em 1902, por iniciativa da comunidade científica que na altura desenvolvia actividade de ensino e de investigação no Colégio de S. Fiel. Esta é, porventura, a Revista científica de maior nomeada e de reconhecimento internacional mais significativo, até agora editada na Beira Interior. Nos números publicados com uma certa regularidade até 1910 é possível encontrar vários trabalhos científicos, no domínio das Ciências Naturais, sobre a região em que se inseria o Colégio de S.Fiel e também a inserção de algumas fotografias, recurso já então utilizado com certa frequência, da região. É incrível, que se tenha deixado passar o 1º Centenário do início da publicação da Revista, sem que a comunidade científica da região tenha promovido qualquer comemoração ou realizado Seminários sobre o papel da mesma na divulgação da ciência. Recorde-se que o Colégio de S.Fiel, conjuntamente com o de Campolide, eram escolas de ensino secundário, dirigidas pela Companhia de Jesus, onde na altura, se praticava um ensino avançado. Em S.Fiel formou-se o espírito científico e de investigação de Egas Moniz, que lhe permitiu criar as bases que o conduziriam ao Prémio Nobel da Medicina. Algumas das suas férias de verão foram utilizadas para efectuar estudos nos seus Laboratórios, dos mais avançados, na altura.
in: Guia de Portugal, FCG, 2ª Edição, III Volume, 1985
BEIRA BAIXA
SERRA DA GUARDUNHA
pag.711
SERRA DA GUARDUNHA (I)
«A Serra da Guardunha tem como ponto culminante a Pirâmide ou marco geodésico levantado em meados do século passado, a 1223 metros acima do nível do mar. E dessa altitude se aproxima boa parte superior do maciço da serra, assim como a maior parte do seu dorso, que se ergue a mais de 100)0 metros. É toda a serra de forma assimétrica e muito caprichosa, o que dificulta ou impossibilita uma descrição dela aproximada. Predomina, contudo, nela a forma alongada em todo o seu dorso, no rumo leste-oeste. Este começa na Paradanta em terreno xistoso onde se empina quase a prumo; e segue depois para o oriente en terrenos graníticos desde as encostas do Casada Serra até à notável vila de Alpedrinha. Entre estes dois pontos é que se encontra o espinhaço ou dorso principal da serra, granítico, tortuoso, por vezes alcantilado e intransitável, ainda aos serranos mais arrojados. Pois naqueles sítiQs íngremes e talhados a pique topam-se grandes penhas e amontoados de massas graníticas, tão altas e de tal modo sobrepostas que não há ser vivo que lá possa trepar, a não ser valendo-se das asas.
«Junto de Alpedrinha termina o terreno granítico e recome-am os terrenos câmbricos. Como separando estes dois terrenos do dorso abre-se uma garganta ou desfiladeiro, entre aquela povoação e a de Alcongosta, passa
quase forçada, antes da viação moderna, para as gentes que do sul se dirigiam para o norte ou regiões do Fundão, da Covilhã, ou para mais lone. Ainda hoje se vêem nela os restos de empedramentos duma estrada antiga, que ao sul vinha a passar perto de Alcains, a julgar pela semelhança dos materiais entre os dois pontos. Desde a garganta de Alpedrinha para o oriente prolonga-se a serra em lomba elegante e formosa no aspecto, por terrenos xistosos, por entre Vale de Prazeres e o Alcaide até ao Carrão, onde volta ainda para nordeste. Toda esta cumeada desde a Paradanta não terá menos de 20 km de extensão; assim como toda a base da serra em volta não será inferior a 60 km. Não se farta a vista de contemplar essa mole imensa. Uma circunstância vem dar mais realce e graça a este relevo montanhoso: é a constituição e natureza diferente dos dois terrenos, um granítico outro xistoso de que ele se compõe, ambos muito distintos na forma, estrutura, e até na vegetação diversos. Assim, pertencem a terrenos graníticos o maciço principal da serra com a Pirâmide e seus pontos culminantes e todo o bojo enorme compreendido entre Alpedrinha, Louriçal e Casal da Serra e a maior parte do seu dorso. Mas toda essa mole tem como recosto por todos os lados, menos pela frente, graciosos relevos kistosos, que pelas formas arredondadas e elegantes, já formando lombas alongadas, já ondulações a descer, ornadas de vegetação esplêndida, fazem curioso contraste cone os alcantis e rochas desnudadas e abruptas da parte oposta. Realmente recosto mais ele ante e formoso não podiam ter; sobretudo para os lados do Fundão e Alia Nova, aquelas escuras maças plutónicas, tão severas no aspecto e caprichosas tias formas e recortes, como alterosas e imponentes na estrutura.
«A vertente norte, da serra, excepto na parte mais alta, é pré-cambrica em toda uma extensão de mais de 20 km, assim como as lombas que se prolongam ao oriente e ocidente dessa parte alta. Aqui começa para o ocidente a vastidão de terras onduladas. Nesta encosta ao lado do monte de S. Gonçalo, tem seu princípio a Mata do Fundão, manto de vegetação esplêndida. Faz esta um estranho e notável contraste com a nudez da outra parte da serra que no alto e atrás se avista e forma o dorso da Guardunha granítica.
«As formas e aspectos, com que a Guardunha se nos oferece, são variadíssimos, segundo os diversos pontos de vista donde a contemplam os observadores. Do lado de S. Fiel semelha uma grande pirâmide, com o vértice no Castelo Velho e a aresta mais alongada a estender-se pelas quintas da Serra e do Pinheiro. Do lado de Castelo Novo já semeIha um ângulo diedro formado pela serra de Alpedrinha e a encosta da aresta anterior que dá para a Alpeadra; e mais adiante imita uma grande concha em volta daquela formosa povoação. E já muito outro o aspecto da Guardunha vista duma graciosa baixa situada entre o Louriçal do Campo e o lugar da Torre na qual a ribeira de Ocreza, deixada a natural braveza e índole serrana, mansamente flui por entre beiradas férteis, orladas de amieiros e arbustos viçosos. Está ela fechada em volta, a modo de ferradura, menos pelo sul, pois tem na sua frente o enorme bojo ou larga en
costa da serra; pelo ocidente, com o rumo norte-sul, ergue-se -lhe a mais de 700m um extenso contraforte, articulado na serra junto à Paradanta, em cuja vertente ocidental assenta a vila de S. Vicente da Beira; e pelo oriente encontra-se a raiz da Guardunha entre os ribeiros do Vermelhal e do chamado Barroco do Negro, onde está S. Fiel.
«Toda a serra se apresenta constituída de viva rocha ou em lajedos em escalões ou em saliências de diferentes modos.
Numas partes, porém, essas massas erguem-se em penhascos e amontoados de fragas, sem ordem nem simetria, espalhados pelas encostas, noutras partes são sobrepostas de camadas de penedia solta que uma à outra se segura em equilíbrio nos pendores da serrania, noutras enfim formam ou os espinhaços alcantilados que afloram nos pontos cuhninantes ou as arestas recortadas que fenecem nas encostas ou vêm morrer à planície. Se as serras graníticas, pela variedade de formas sobrelevam às outras de natureza e constituição geológica diferente, a da Guardunha, então, parece caprichar em se mostrar neste ponto extravagante e original mais que as outras. Além de rochas vivas, com que em lajedos e escalões se nos apresentam, completamente desnudados, sobretudo em sítios abruptos e grandes pendores, encontram-se essas massas formando canchais, in estos, alcantis, morros ou cabeços, penhascos, penhas e picotos; bem como inúmera penedia e fragas de mil formas e tamanhos, dispersas por toda a serra. Os canchais encontram-se mais ou menos por toda a serrania, mormente de 800m para cima. Os agentes exteriores auxiliados pelo grande pendor das encostas, pelo codâo, pelo perpassar contínuo dos gados, assim como pelos amanhos para algumas sementeiras de raquítico cereal, arrastaram a terra vegetal que revestia a rocha, e inutilizaram aquele solo para qualquer cultura. Os infestos ocupam os declives mais íngremes, sobretudo na base dos píncaros e cabeços ou penedia mais empinada. São constituídos de fragões e pedregulhos, juntos, encostados ou sobrepostos, com seus vãos, aberturas e lapas escavadas pelas águas que tornam os sítios intransitáveis.
«Uma das formas de granito mais curiosa é a de monolitos ou isolados pelas chapadas e encostas, ou agrupados ou encostados. São estes fragões, muito próprios e característicos das serras graníticas e grandemente curiosos, e mais na Guardunha. O tamanho e peso quase incalculáveis, a situação, a variedade de contornos e configuração excitam a atenção e fazem maravilhar. Assim, uns imitam monstros marinhos como baleias na forma alongada, e outros, grandes esferas, cilindros ou pirâmides; e muitos há que na cabeça e corpo semelham muito bem animais domésticos ou seres humanos. E é tal a variedade destas formas que chegam a representar calhamaços de grossas folhas ou canhões assentados no alto de torreões graníticos, como se vêem na encosta de Castelo Novo. Uns estão em chão terroso, outros em lajes; uns têem situação estável e assentam em vários pontos, outros parecem terem-na instável e abalarem-se facilmente do seu ponto de apoio.»
(1) Transcrição parcial da monografia A Serra da Guardunha (separata da rev. Brotéria, 1910, de P.` M. Martins.
in: Guia de Portugal, FCG, 2ª Edição, III Volume, 1985
BEIRA BAIXA
SERRA DA GUARDUNHA
pag.711
SERRA DA GUARDUNHA (I)
«A Serra da Guardunha tem como ponto culminante a Pirâmide ou marco geodésico levantado em meados do século passado, a 1223 metros acima do nível do mar. E dessa altitude se aproxima boa parte superior do maciço da serra, assim como a maior parte do seu dorso, que se ergue a mais de 100)0 metros. É toda a serra de forma assimétrica e muito caprichosa, o que dificulta ou impossibilita uma descrição dela aproximada. Predomina, contudo, nela a forma alongada em todo o seu dorso, no rumo leste-oeste. Este começa na Paradanta em terreno xistoso onde se empina quase a prumo; e segue depois para o oriente en terrenos graníticos desde as encostas do Casada Serra até à notável vila de Alpedrinha. Entre estes dois pontos é que se encontra o espinhaço ou dorso principal da serra, granítico, tortuoso, por vezes alcantilado e intransitável, ainda aos serranos mais arrojados. Pois naqueles sítiQs íngremes e talhados a pique topam-se grandes penhas e amontoados de massas graníticas, tão altas e de tal modo sobrepostas que não há ser vivo que lá possa trepar, a não ser valendo-se das asas.
«Junto de Alpedrinha termina o terreno granítico e recome-am os terrenos câmbricos. Como separando estes dois terrenos do dorso abre-se uma garganta ou desfiladeiro, entre aquela povoação e a de Alcongosta, passa
quase forçada, antes da viação moderna, para as gentes que do sul se dirigiam para o norte ou regiões do Fundão, da Covilhã, ou para mais lone. Ainda hoje se vêem nela os restos de empedramentos duma estrada antiga, que ao sul vinha a passar perto de Alcains, a julgar pela semelhança dos materiais entre os dois pontos. Desde a garganta de Alpedrinha para o oriente prolonga-se a serra em lomba elegante e formosa no aspecto, por terrenos xistosos, por entre Vale de Prazeres e o Alcaide até ao Carrão, onde volta ainda para nordeste. Toda esta cumeada desde a Paradanta não terá menos de 20 km de extensão; assim como toda a base da serra em volta não será inferior a 60 km. Não se farta a vista de contemplar essa mole imensa. Uma circunstância vem dar mais realce e graça a este relevo montanhoso: é a constituição e natureza diferente dos dois terrenos, um granítico outro xistoso de que ele se compõe, ambos muito distintos na forma, estrutura, e até na vegetação diversos. Assim, pertencem a terrenos graníticos o maciço principal da serra com a Pirâmide e seus pontos culminantes e todo o bojo enorme compreendido entre Alpedrinha, Louriçal e Casal da Serra e a maior parte do seu dorso. Mas toda essa mole tem como recosto por todos os lados, menos pela frente, graciosos relevos kistosos, que pelas formas arredondadas e elegantes, já formando lombas alongadas, já ondulações a descer, ornadas de vegetação esplêndida, fazem curioso contraste cone os alcantis e rochas desnudadas e abruptas da parte oposta. Realmente recosto mais ele ante e formoso não podiam ter; sobretudo para os lados do Fundão e Alia Nova, aquelas escuras maças plutónicas, tão severas no aspecto e caprichosas tias formas e recortes, como alterosas e imponentes na estrutura.
«A vertente norte, da serra, excepto na parte mais alta, é pré-cambrica em toda uma extensão de mais de 20 km, assim como as lombas que se prolongam ao oriente e ocidente dessa parte alta. Aqui começa para o ocidente a vastidão de terras onduladas. Nesta encosta ao lado do monte de S. Gonçalo, tem seu princípio a Mata do Fundão, manto de vegetação esplêndida. Faz esta um estranho e notável contraste com a nudez da outra parte da serra que no alto e atrás se avista e forma o dorso da Guardunha granítica.
«As formas e aspectos, com que a Guardunha se nos oferece, são variadíssimos, segundo os diversos pontos de vista donde a contemplam os observadores. Do lado de S. Fiel semelha uma grande pirâmide, com o vértice no Castelo Velho e a aresta mais alongada a estender-se pelas quintas da Serra e do Pinheiro. Do lado de Castelo Novo já semeIha um ângulo diedro formado pela serra de Alpedrinha e a encosta da aresta anterior que dá para a Alpeadra; e mais adiante imita uma grande concha em volta daquela formosa povoação. E já muito outro o aspecto da Guardunha vista duma graciosa baixa situada entre o Louriçal do Campo e o lugar da Torre na qual a ribeira de Ocreza, deixada a natural braveza e índole serrana, mansamente flui por entre beiradas férteis, orladas de amieiros e arbustos viçosos. Está ela fechada em volta, a modo de ferradura, menos pelo sul, pois tem na sua frente o enorme bojo ou larga en
costa da serra; pelo ocidente, com o rumo norte-sul, ergue-se -lhe a mais de 700m um extenso contraforte, articulado na serra junto à Paradanta, em cuja vertente ocidental assenta a vila de S. Vicente da Beira; e pelo oriente encontra-se a raiz da Guardunha entre os ribeiros do Vermelhal e do chamado Barroco do Negro, onde está S. Fiel.
«Toda a serra se apresenta constituída de viva rocha ou em lajedos em escalões ou em saliências de diferentes modos.
Numas partes, porém, essas massas erguem-se em penhascos e amontoados de fragas, sem ordem nem simetria, espalhados pelas encostas, noutras partes são sobrepostas de camadas de penedia solta que uma à outra se segura em equilíbrio nos pendores da serrania, noutras enfim formam ou os espinhaços alcantilados que afloram nos pontos cuhninantes ou as arestas recortadas que fenecem nas encostas ou vêm morrer à planície. Se as serras graníticas, pela variedade de formas sobrelevam às outras de natureza e constituição geológica diferente, a da Guardunha, então, parece caprichar em se mostrar neste ponto extravagante e original mais que as outras. Além de rochas vivas, com que em lajedos e escalões se nos apresentam, completamente desnudados, sobretudo em sítios abruptos e grandes pendores, encontram-se essas massas formando canchais, in estos, alcantis, morros ou cabeços, penhascos, penhas e picotos; bem como inúmera penedia e fragas de mil formas e tamanhos, dispersas por toda a serra. Os canchais encontram-se mais ou menos por toda a serrania, mormente de 800m para cima. Os agentes exteriores auxiliados pelo grande pendor das encostas, pelo codâo, pelo perpassar contínuo dos gados, assim como pelos amanhos para algumas sementeiras de raquítico cereal, arrastaram a terra vegetal que revestia a rocha, e inutilizaram aquele solo para qualquer cultura. Os infestos ocupam os declives mais íngremes, sobretudo na base dos píncaros e cabeços ou penedia mais empinada. São constituídos de fragões e pedregulhos, juntos, encostados ou sobrepostos, com seus vãos, aberturas e lapas escavadas pelas águas que tornam os sítios intransitáveis.
«Uma das formas de granito mais curiosa é a de monolitos ou isolados pelas chapadas e encostas, ou agrupados ou encostados. São estes fragões, muito próprios e característicos das serras graníticas e grandemente curiosos, e mais na Guardunha. O tamanho e peso quase incalculáveis, a situação, a variedade de contornos e configuração excitam a atenção e fazem maravilhar. Assim, uns imitam monstros marinhos como baleias na forma alongada, e outros, grandes esferas, cilindros ou pirâmides; e muitos há que na cabeça e corpo semelham muito bem animais domésticos ou seres humanos. E é tal a variedade destas formas que chegam a representar calhamaços de grossas folhas ou canhões assentados no alto de torreões graníticos, como se vêem na encosta de Castelo Novo. Uns estão em chão terroso, outros em lajes; uns têem situação estável e assentam em vários pontos, outros parecem terem-na instável e abalarem-se facilmente do seu ponto de apoio.»
(1) Transcrição parcial da monografia A Serra da Guardunha (separata da rev. Brotéria, 1910, de P.` M. Martins.
in: www.pousadasdajuventude.pt
Sugestão de Viagem
À descoberta da Serra da Gardunha
Vais calcorrear a Serra da Gardunha, por entre os soutos e os campos floridos, visitar as pequenas aldeias serranas e provar o verdadeiro queijo da serra.
A Serra
Na Gardunha encontras uma abundante serra plena de castanheiros bravos e soutos que a enchem de tons verdes amarelados e acastanhados, dando-lhe uma beleza natural muito própria. Mas ao que parece, nem sempre foi assim.
Incessantemente exerceu fascínio sobre os homens, que nela procuraram alimento ou abrigo, como o chefe lusitano Viriato. A serra da Gardunha, baptizada assim pelos árabes, (Gardunha significa refúgio), tinha vinhas no tempo de D. Dinis. Mas quis o soberano arrancá-las e para as substituir ordenou que se replantassem no vale de Alcambar castanheiros, que se tornariam conhecidos como soutos D’El Rei. Mas infelizmente por incúria do homem, uma parte significativa dessas árvores desapareceu como o abate e alguns incêndios violentos. Algo se perdeu, mas não penses que vais encontrar uma serra deserta. Pelo contrário, em muitas partes o arvoredo ainda é denso e abundante, só que no passado se estendia por uma área ainda mais vasta.
Hoje, dos pontos altos como o miradouro da Portela, a vista continua a ser muito bonita nesta pequena serra com cerca de 10 km de largura por 20 de comprimento. Entrincheirada por entre os rios Pônsul e Zêzere, ainda tem várias espécies animais, e conserva tradições como o bom queijo artesanal.
Bicharada
A partir do Fundão, continua pela estrada que leva ao alto da serra. Passas pela aldeia da Enxabarda e ficas-te pelo Açor, onde aliás, a estrada acaba. Serpenteando estradas estreitas e curvilíneas, atravessando prados e matas mais densas, segues com atenção para avistares a bicharada, ou seja, a fauna local. Há gamos, mas são bastante difíceis de avistar, mas também há lobos, ou pelo menos havia. Bem desses é melhor nem sentir o cheiro. E com sorte, talvez encontres o rastro de algum javali ou mais comuns, raposas ou a toca de qualquer coelho que é bem capaz de se atravessar no meio do caminho a correr.
De volta a Castelejo, pois a estrada termina e Açor e precisas de voltar para trás, segues agora na direcção de Casal da Serra e São Vicente da Beira, por onde o passeio continua.
Para além dos outros animais, também há abelhas, pois nas encostas menos arborizadas mas mais floridas, faz-se mel nas quintas locais, que obviamente têm colmeias. Contudo isto não dispensa que não existam ninhos furtivos. Se encontrares, olha, passa e continua. É melhor não provocares a ira dos deuses. É assim, principalmente na Primavera e Verão, quando a Gardunha se torna bonita e florida.
O queijinho
No cimo da serra da Gardunha com certeza que vais encontrar alguns dos rebanhos de cabras ou ovelhas que por cá andam. Pois é, pelo que parece a profissão de pastor ainda tem futuro por estas bandas. Ti Chico, um pastor do antigamente, lembra-se ainda do tempo da transumância e dos grandes rebanhos de milhares de cabeças de gado ovino e caprino que se juntavam. Hoje tudo é mais modesto, mas os bons costumes da tradição serrana, nomeadamente o queijo serrano ainda se produzem por estas bandas, como há séculos atrás.
Pergunta às gentes locais das aldeias onde podes encontrar e certamente te irão levar a alguma casinha de xisto, onde lá dentro, há dezenas de queijos enrolados em gaze, a curar nas prateleiras.
Descontos Cartão Jovem
Restaurante O Depósito
Zona Industrial
6090 Penamacor
Desconto de 10% no prato do dia
Petisqueira Bar O Bife
R. 25 de Abril, 103
6090-524 Penamacor
Desconto de 10% em petiscos e almoços
Sugestão de Viagem
À descoberta da Serra da Gardunha
Vais calcorrear a Serra da Gardunha, por entre os soutos e os campos floridos, visitar as pequenas aldeias serranas e provar o verdadeiro queijo da serra.
A Serra
Na Gardunha encontras uma abundante serra plena de castanheiros bravos e soutos que a enchem de tons verdes amarelados e acastanhados, dando-lhe uma beleza natural muito própria. Mas ao que parece, nem sempre foi assim.
Incessantemente exerceu fascínio sobre os homens, que nela procuraram alimento ou abrigo, como o chefe lusitano Viriato. A serra da Gardunha, baptizada assim pelos árabes, (Gardunha significa refúgio), tinha vinhas no tempo de D. Dinis. Mas quis o soberano arrancá-las e para as substituir ordenou que se replantassem no vale de Alcambar castanheiros, que se tornariam conhecidos como soutos D’El Rei. Mas infelizmente por incúria do homem, uma parte significativa dessas árvores desapareceu como o abate e alguns incêndios violentos. Algo se perdeu, mas não penses que vais encontrar uma serra deserta. Pelo contrário, em muitas partes o arvoredo ainda é denso e abundante, só que no passado se estendia por uma área ainda mais vasta.
Hoje, dos pontos altos como o miradouro da Portela, a vista continua a ser muito bonita nesta pequena serra com cerca de 10 km de largura por 20 de comprimento. Entrincheirada por entre os rios Pônsul e Zêzere, ainda tem várias espécies animais, e conserva tradições como o bom queijo artesanal.
Bicharada
A partir do Fundão, continua pela estrada que leva ao alto da serra. Passas pela aldeia da Enxabarda e ficas-te pelo Açor, onde aliás, a estrada acaba. Serpenteando estradas estreitas e curvilíneas, atravessando prados e matas mais densas, segues com atenção para avistares a bicharada, ou seja, a fauna local. Há gamos, mas são bastante difíceis de avistar, mas também há lobos, ou pelo menos havia. Bem desses é melhor nem sentir o cheiro. E com sorte, talvez encontres o rastro de algum javali ou mais comuns, raposas ou a toca de qualquer coelho que é bem capaz de se atravessar no meio do caminho a correr.
De volta a Castelejo, pois a estrada termina e Açor e precisas de voltar para trás, segues agora na direcção de Casal da Serra e São Vicente da Beira, por onde o passeio continua.
Para além dos outros animais, também há abelhas, pois nas encostas menos arborizadas mas mais floridas, faz-se mel nas quintas locais, que obviamente têm colmeias. Contudo isto não dispensa que não existam ninhos furtivos. Se encontrares, olha, passa e continua. É melhor não provocares a ira dos deuses. É assim, principalmente na Primavera e Verão, quando a Gardunha se torna bonita e florida.
O queijinho
No cimo da serra da Gardunha com certeza que vais encontrar alguns dos rebanhos de cabras ou ovelhas que por cá andam. Pois é, pelo que parece a profissão de pastor ainda tem futuro por estas bandas. Ti Chico, um pastor do antigamente, lembra-se ainda do tempo da transumância e dos grandes rebanhos de milhares de cabeças de gado ovino e caprino que se juntavam. Hoje tudo é mais modesto, mas os bons costumes da tradição serrana, nomeadamente o queijo serrano ainda se produzem por estas bandas, como há séculos atrás.
Pergunta às gentes locais das aldeias onde podes encontrar e certamente te irão levar a alguma casinha de xisto, onde lá dentro, há dezenas de queijos enrolados em gaze, a curar nas prateleiras.
Descontos Cartão Jovem
Restaurante O Depósito
Zona Industrial
6090 Penamacor
Desconto de 10% no prato do dia
Petisqueira Bar O Bife
R. 25 de Abril, 103
6090-524 Penamacor
Desconto de 10% em petiscos e almoços
quinta-feira, junho 10, 2004
Carvalho do Caucaso:
A revista Única do Expresso de 10 de Junho de 2004, na página 115, faz apreciação de um vinho produzido na Quinta de Sampayo, Vale da Pinta, Cartaxo, rotulado como De Filipa. Na descrição do armazenamento do vinho são referidas pipas de carvalho francês, americano e do Cáucaso. A referência ao Carvalho do Cáucaso levou-me a investigar a existência desta variedade de carvalho, que me conduziu para o artigo que cito, em baixo. Concluí que não existe uma variedade de carvalho do Cáucaso, mas que o vinho teve origem nesta região e na Mesoptâmia. Procurarei aprofundar junto da empresa a origem das pipas citadas, bem como da matéria prima utilizada na sua confecção. Aproveito para referir que o Enólogo responsável pela selecção de vinhos da Quinta de Sampayo, 100 hectares de vinha, é António Ventura. Mais uma vez, constatamos uma total ausência à referência do carvalho Lusitano, como fonte de enriquecimento vinícola em estágio de pipas de carvalho.
in: http://www.thiagogardinali.com.br/materias/Vinhos.html
Vinhos:
Por Caio Castanho
Não seria exagero afirmar que o vinho acompanhou o desenvolvimento da civilização humana. Existem relatos da cultura vínea com mais de 7.000 anos. A cada descoberta, podemos perceber a importância que a humanidade dá a essa cobiçada bebida. Isso é comprovado em tabuletas, papiros e tumbas egípcias.
Os registros mostram que a vinicultura passou a ser desenvolvida nos arredores do Oriente Médio. Mais precisamente na região do monte Ararat, local onde supostamente estariam enterrados os destroços da Arca de Noé. Consta no Gênesis que, Noé comemorou o fim do dilúvio plantando uva e fazendo o vinho. Muitas passagens bíblicas citam o vinho. Nessa, Noé fora castigado por Deus por ter se embriagado, a ponto de ficar nu diante dos filhos.
Classificação
Da uva à garrafa
Enogastronomia
Regiões produtoras
Dosagem e serviços
Alguns dados lingüísticos apoiam a hipótese da difusão do vinho a partir da região do Cáucaso e da Mesopotâmea. A palavra vinho tem sua raiz na antiga voz caucásica voino, que significa algo como "bebida intoxicante de uvas". A palavra foi aceita e, modificada, expandiu-se na antigüidade: oinos e woinos para os gregos; vinum para os romanos; oini em armênio; vere em albanês; gvino em georgiano; jajin em hebreu, wain em abissínio.
Como montar a adega
O vinho esteve sempre presente na vida dos povos antigos, tanto nas celebrações religiosas quanto nas refeições diárias. Da Mesopotâmea e o Cáucaso, onde o vinho era a bebida favorita dos reis, a bebida se espalhou para o mundo. Egípcios e fenícios deram continuidade no desenvolvimento da vinicultura e foram os primeiros a registrar todos os passos da elaboração do vinho.
Depois, o vinho conquistou os Gregos e os Romanos, os quais o celebraram como nenhum outro povo. Na mitologia grega, Dionysio, filho de Zeus, era o deus do vinho. Os gregos acreditavam que bebendo vinho, Dionysio habitaria seu corpo. Já os romanos reverenciam Baco. Festas em sua homenagem, o Bacanal, são famosas até hoje.
A expansão do Cristianismo e a colonização do novo mundo espalhou o vinho para o mundo inteiro. Hoje, o vinho é uma das bebidas mais procuradas. Na Europa, é um item essencial na alimentação. No Brasil, o consumo vem crescendo todo ano, com média anual de 2 litros por pessoa. Nosso potencial de consumo é altíssimo e deve ser explorado. Na Itália, por exemplo, o consumo anual por pessoa é de 55 litros.
Classificação
O "terroir" é a origem do vinho, sua personalidade. Terroir, em termos vinícolas, tem a ver com a localização, clima, orientação, drenagem, pendente, microclima, e arredores.
Vinho Maduro: todos os estágios das fermentações foram completados. Compõem essa categoria a maioria dos vinhos, quer sejam brancos, tintos ou rosés.
Vinho Verde: vinho que sofre um Segunda fermentação, a malolática. O ácido málico transforma-se em ácido acético e gás carbônico, dando ao vinho um leve toque frizante.
Champagne: vinho espumante produzido exclusivamente na região de Champagne (França). É elaborado pelo méthode traditionel ou champenoise, que consite em uma segunda fermentação ocorrida na garrafa.
Espumantes: vinhos cuja Segunda fermentação ocorre dentro de grandes recipientes fechados. Este método é chamado Charmat. Os espumantes recebem nomes regionais para diferenciá-los dos champagnes. Por isso, temos na Itália, os Asti e Proseco; na Alemanha, o Sekt ; na Espanha, o Cava.
Fortificados: vinho que durante ou após a fermentação recebem adição de aguardente vínica. Os mais conhecidos são os Porto, Madeira Jerez e Malaga.
Aguardente de Vinho: Quando o vinho é destilado, dá origem a um produto com 40 ou mais graus de álcool. Os produtos mais conhecidos são os Cognac e o Armagnac, ambos franceses. Os demais países do mundo, quando destilam um vinho, chamam-no de Brandy.
Da uva à garrafa
O vinho é o produto obtido pela fermentação alcoólica da uva do gênero vitis-vinifera. Esta deve estar bem madura e com boa acidez para que se obtenha um vinho rico em corpo. A cor do vinho depende da pele da uva. Após a colheita, as uvas são levadas á cantina, onde após esmagadas, iniciam a fermentação. Nela, todo o açúcar natural é transformado em álcool.
Depois da fabricação vêm o armazenamento e o envelhecimento. O primeiro acontece em tanques de inox, piletas de concreto revestidas de epóxi, tonéis de madeira, ou em tonéis de carvalho. Todos com capacidade variada entre 250 e 500 litros. São nos recipientes que ocorre a fase de estabilização e repouso do vinho.
A fase posterior ao armazenamento só é cumprida por alguns tipos de vinho. Somente os mais complexos e resistentes passam pelo envelhecimento. A madeira de carvalho dos tonéis dá ao vinho aromas e sabores, equilibrando os taninos, ácido presente nos vinhos tintos. Essa harmonia é fundamental para o vinho atingir corpo e sabor ideais. Após os processos citados os vinhos são engarrafados e estão prontos para serem consumidos.
Os preços de um mesmo vinho pode variar absurdamente. Pode parecer estranho, mas as condições físico-climáticas que predominaram na elaboração da bebida é fundamental para a qualidade final do vinho.
Enogastronomia
Os enólogos garantem que o vinho é a melhor bebida para acompanhar um bom prato. Ele ajuda na digestão e não faz uma fermentação pesada como a cerveja, whisky e caipirinha. Pode parecer estranho, mas até com feijoada um bom vinho cai bem.
A combinação entre comida e vinho deve ser bem selecionada, para não fazer da sua boca uma confusão de paladares. Existe o vinho certo para cada tipo de prato. O ideal é que o aroma e o sabor da bebida e do alimento não se sobreponham. O segredo da enogastronomia é a complementação. Cada gole de vinho tem que limpar o paladar e as papilas degustativas para degustar o prato novamente.
Vinho tinto seco leve: Carnes vermelhas fritas ou grelhadas; Frango assado e cozido; Pizzas; Carpaccio de carne, Salgadinhos assados ou fritos; Bacalhau temperado acompanhado com legumes, batatas e molho; Paella.
Vinho tinto seco encorpado: Carnes assadas; Carnes de caça assadas, Queijos de mofo branco, como o brie, camembert ou caprice des dieux.
Vinho tinto leve: Massas com molho alho e óleo.
Vinho tinto encorpado: Queijos de massa dura, como provolone.
Vinho tinto seco: Massas com molho de tomates temperado; Massas com molho de ervas aromáticas; Massas com molho condimentado; Frios em geral; Queijos amarelos como edam, estepe, parmesão, gouda, gruyère.
Vinho branco seco: Massas com molho branco; Saladas em geral (também podem acompanhar vinho branco semi-seco ou vinho rosé refrescado); Entradas; Antepastos; Sardinhas; Queijos cremosos como Rambol; Sushi e sashimi (o vinho tem que ser frutado).
Vinho branco seco leve: Peixes em geral, sejam em postas ou filé; Fondues.
Vinho branco seco encorpado: Ostras e mariscos.
Vinho branco doce: Fígado de ganso; Morangos; Bolos de natal ou panetones (acompanham também vinho tinto); Truta.
Vinho Verde Branco: Bacalhau grelhado ou assado.
Champagne: Lagosta.
Vinho do Porto: Frutas secas (podem acompanhar também o vinho Madeira); Bolos (acompanham também Jerez e Madeira); Queijos azuis como o roquefort; Sorvetes.
Jerez: Sopas.
Regiões produtoras
Confira alguns vinhos dos dois maiores produtoras do mundo (França e Itália), e também características peculiares de Portugal, Espanha e Alemanha.
FRANÇA
A França é o país que mais produz vinho no mundo. O consumo per capita é impressionante, 60 litros/ano. São 917.000 hectares de parreiras espalhadas pelas regiões de Bordeaux, Bourgone, Rhône, Champagne, Loire, Alsace e outras.
( T ) - Tinto
( B ) - Branco
( R) Rosé
Bordeaux: Bordeaux ( T/B ), Bordeaux Rosé ( R ), Bordeaux Supérieur ( T/B ), Bordeaux Supérieur Rosé ( R ), Bordeaux Mousseux ( B/R ), Médoc ( T ), Haut-Médoc ( T ), Pessac-Léognan ( T/B ), Graves ( T/B ).
Bourgone: Bourgogne ( T/B ), Bourgogne Rosé ( R ), Bourgogne Ordinaire (T/B), Bougogne Ordinaire Rosé ( R ), Bourgogne Aligoté ( B ), Bourgogne Mousseux (T/B/R).
Rhône: Côtes-du-Rhône ( T/B/R ), Côte-Rôtie ( T ), Château-Grillet ( B ), Condrieu ( B ), Crozes-Hermitage ( T/B ) Clairette de Die ( B/Mousseux ), Beaumes de Venise ( B ), Lirac ( T/B/R ), Tavel ( R).
Champagne: Champagne ( B ) e Champagne Rosé ( R ).
Loire: Nivernais e Berry - Pouilly Fumé ( B ), Sancerre ( T/B/R ), Pouilly-sur-Loire ( B ), Quincy ( B ),
Reuilly ( T/B/R ), Touraine ( T/B/R ), Vouvray ( B ), Vouvray Mousseux ( B ), Montlouis ( B ), Montlouis Mousseux ( B ) Saint-Nicolas de Bourgueil ( T/R )
Alsace: Alsace (Sec, Vendange Tardive e Sélection de Grains Nobles)
ITÁLIA
A Itália é o segundo produtor mundial de vinho. O consumo per capta também fica em segundo lugar no ranking mundial, com 59, 5 litros/ano. As principais regiões são Piemonte, Veneto, Toscana, norte, centro e sul.
( T ) - Tinto
( B ) - Branco
(E) - Espumante
Piemonte: Asti Spumante (E), Barolo (T), Barbaresco (T), Gattinara (T), Nebbiolo d`Alba (T), Langhe Rosso (T), Barbera d`Alba e d`Asti (T), Dolcetto d`Alba e d`Asti (T), Gavi (B), Roero Arneis.
Veneto: Prosecco di Conegliano-Valdobbiadene (E), Amarone della Valpolicella (T), Valpolicella (T), Bardolino (T), Recioto Amabile della Valpolicella(T), Soave (B).
Toscana: Chianti (T), Brunello di Montalcino (T), Rosso di Montalcino (T), Vino Nobile di Montepulciano (T), Carmignano (T), Vernaccia di San Gimignano (B), Vin Santo (B), Moscadello di Montalcino (B).
Norte (Lombardia, Trentino-Alto Adige e Friuli): Franciacorta (E), Terre di Franciacorta (T/B), Colli Orientali del Friuli (T/B), Teroldego Rotaliano(T/B), Isonzo (T/B), Picolit (B).
Centro (Emilia-Romagna, Marche, Umbria, Lazio e Abruzzo): Sangiovese di Romagna (T), Rosso Cònero (T), Rosso Piceno (T), Montepulciano d`Abruzzo (T), Verdicchio di Mantelica (B), Albana di Romagna Passito(B).
Sul (Campania, Puglia, Calabria, Sardegna e Sicilia): Taurasi (T), Primitivo di Manduria (T), Carignano del Sulcis (T), Monica di Sardegna (T), Fiano di Avelino (B), Greco di Tufo (B), Moscato di Panteleria (B).
PORTUGAL
Representa o terceiro maior consumo per capita do mundo, com 58,5 litros / ano. Tem 259.000 hectares de vinhedos. Contudo, é apenas o sétimo produtor mundial. As regiões produtoras portuguesas reúnem um conjunto de tipos únicos no mundo dos vinhos. O solo, o clima, as castas típicas, os métodos de vinificação regem a elevação da qualidade com quantidade.
São mundialmente conhecidas as regiões dos Vinhos Verdes, Porto/Douro, Dão, Beiras, Bairrada, Estremadura, Ribatejo, Bucelas, Colares, Setubal, Madeira, Alentejo, Algarve e Açores.
ESPANHA
Sempre produzindo bons vinhos, a Espanha iniciou o século XX socorrendo os demais países europeus, atingidos pela Phyloxera vastrastis. O páis possui a maior área territorial de vinhedos do mundo. São 1.224.000 hectares, sendo o terceiro produtor de vinhos. O consumo per capita é de 33,7 litros / ano.
Condições típicas de solo e clima dividem a Espanha em 45 denominações de origem, as quais possuem controle de qualidade próprios. As regiões produtoras espanholas são Rioja, Catalunha, Jerez, Ribeira del Duero, Navarra e Galicia.
ALEMANHA
Os germânicos ocupam a Sexta colocação no ranking mundial de produção vínea e possui 104.000 hectares de vinhedos. Com a exceção da região de Baden, todas as outras são muito frias, o que favorece a produção de vinhos brancos. Estes apresentam qualidades diversas, indo desde os mais simples Liebfraumilch, que utilizam uvas menos nobres até alguns dos melhores brancos do mundo, notadamente da casta Riesling.
Melhor ainda se forem da categoria QmP (Vinho de Qualidade com Predicados), produzidos apenas nas melhores safras e que não admitem o emprego de adocicar o mosto com açúcar. Os melhores Riesling QmPs costumavam atingir, no século passado, preços mais elevados que os dos grandes Crus Classés de Bordeaux. Os tintos alemães de Pinot Noir são delicados e fragrantes. Os brancos de sobremesa também destacam-se no panorama mundial, principalmente aqueles de Riesling.
Dosagem
A dosagem recomendada para cada prato é um cálice de vinho, de aproximadamente 100 ml. Uma garrafa (750ml) é o suficiente para três pessoas durante uma refeição. Veja abaixo sugestões para certos eventos:
Almoço Informal 1 garrafa para 3 pessoas
Almoço formal 1 garrafa para 5 pessoas
Jantar Informal 1 garrafa para 2 pessoas
Jantar formal 1 garrafa para 3 pessoas
Festa de queijo e vinho ou fondue 1 garrafa para três pessoas
Festa de aniversário 1 garrafa para 4 pessoas
Casamento durante a semana 1 garrafa para 6 pessoas
Casamento durante final de semana 1 garrafa para 2 pessoas
Serviços
Na hora de comprar o vinho, verifique se este está limpo e com o rótulo à mostra. Ao chegar em casa, mantenha a garrafa de pé, no dia do consumo, em um lugar fresco, arejado e longe da luz. A boa conservação evita surpresas desagradáveis na hora de degustar.
Para tirar melhor proveito da nobre bebida, sua temperatura de consumo deve ser adequada para cada tipo de vinho. É muito importante ter em conta a temperatura na hora de servir um vinho. Esta pode significar o fracasso de um bom vinho ou pode até melhorar um vinho ordinário. A seguir temos uma lista das temperaturas ideais de vinhos clássicos:
Vinhos tintos maduros 15ºC ------ 17ºC
Vinhos tintos novos 13º C ------14ºC
Vinhos tintos muito leves 11ºC
Vinhos rosados e vinhos brancos secos 9ºC ------ 10ºC
Vinhos brancos doces,
Vinhos brancos suaves, Champagne, Espumantes 5ºC
Como montar uma adega pessoal
Na adega, um conjunto de fatores determina a qualidade da seleção. Na hora de armazenar, proteja as garrafas da luz. A exposição direta a ela faz mal ao vinho, provocando a maturação acelerada. Escolha um local fresco e seco para o armazenamento. A umidade é nociva aos vinhos, provocando a formação de fungos em torno do chumbo que veda a rolha. A adega deve estar sempre limpa, porém não utilize produtos de limpeza. Pano e água já bastam.
Com relação à escolha, 50% dos vinhos devem ser para consumo rápido (6 meses) e a outra metade para guardar. Compra-se o vinho novo, cujo preço é mais acessível e espere que fique pronto para beber após um tempo de repouso na garrafa. A adega deverá conter vinhos que mais lhe agradam.
Com uma adega montadinha e pronta para ser consumida, o amante dos vinhos não pode esquecer dos equipamentos essenciais. Sem saca-rolhas, decanter e copos a apreciação da bebida não pode ser feita.
Saca-Rolhas: O saca-rolhas de alavanca é o melhor que existe. Dá segurança à empunhadura e, geralmente, tem, em uma das extremidades, um pequeno canivete para a remoção do lacre da garrafa. O saca-rolhas modelo T deve ser usado com cuidado de manuseio da garrafa, pois a mesma é levada para baixo e exige muita força para retirar a rolha.
Decanter: O processo de oxigenação do vinho é muito importante. Por isso, é legal ter em casa um decanter de cristal, que também colabora com a higienização do vinho, pois ao decantá-lo a borra natural que o vinho forma fica na garrafa.
Copos: Pasmem, existe um copo para cada tipo de vinho, mas a regra básica determina que:
Vinhos tintos Os copos devem ser bojudos e com boca larga, para favorecer a oxigenação.
Vinhos brancos O corpo do copo pode ser bojudo, mas sua boca deve ser estreita, a fim de preservar os aromas primários.
Champagne e espumantes - A taça deve ser alta para manter por mais tempo a presença do gás
A revista Única do Expresso de 10 de Junho de 2004, na página 115, faz apreciação de um vinho produzido na Quinta de Sampayo, Vale da Pinta, Cartaxo, rotulado como De Filipa. Na descrição do armazenamento do vinho são referidas pipas de carvalho francês, americano e do Cáucaso. A referência ao Carvalho do Cáucaso levou-me a investigar a existência desta variedade de carvalho, que me conduziu para o artigo que cito, em baixo. Concluí que não existe uma variedade de carvalho do Cáucaso, mas que o vinho teve origem nesta região e na Mesoptâmia. Procurarei aprofundar junto da empresa a origem das pipas citadas, bem como da matéria prima utilizada na sua confecção. Aproveito para referir que o Enólogo responsável pela selecção de vinhos da Quinta de Sampayo, 100 hectares de vinha, é António Ventura. Mais uma vez, constatamos uma total ausência à referência do carvalho Lusitano, como fonte de enriquecimento vinícola em estágio de pipas de carvalho.
in: http://www.thiagogardinali.com.br/materias/Vinhos.html
Vinhos:
Por Caio Castanho
Não seria exagero afirmar que o vinho acompanhou o desenvolvimento da civilização humana. Existem relatos da cultura vínea com mais de 7.000 anos. A cada descoberta, podemos perceber a importância que a humanidade dá a essa cobiçada bebida. Isso é comprovado em tabuletas, papiros e tumbas egípcias.
Os registros mostram que a vinicultura passou a ser desenvolvida nos arredores do Oriente Médio. Mais precisamente na região do monte Ararat, local onde supostamente estariam enterrados os destroços da Arca de Noé. Consta no Gênesis que, Noé comemorou o fim do dilúvio plantando uva e fazendo o vinho. Muitas passagens bíblicas citam o vinho. Nessa, Noé fora castigado por Deus por ter se embriagado, a ponto de ficar nu diante dos filhos.
Classificação
Da uva à garrafa
Enogastronomia
Regiões produtoras
Dosagem e serviços
Alguns dados lingüísticos apoiam a hipótese da difusão do vinho a partir da região do Cáucaso e da Mesopotâmea. A palavra vinho tem sua raiz na antiga voz caucásica voino, que significa algo como "bebida intoxicante de uvas". A palavra foi aceita e, modificada, expandiu-se na antigüidade: oinos e woinos para os gregos; vinum para os romanos; oini em armênio; vere em albanês; gvino em georgiano; jajin em hebreu, wain em abissínio.
Como montar a adega
O vinho esteve sempre presente na vida dos povos antigos, tanto nas celebrações religiosas quanto nas refeições diárias. Da Mesopotâmea e o Cáucaso, onde o vinho era a bebida favorita dos reis, a bebida se espalhou para o mundo. Egípcios e fenícios deram continuidade no desenvolvimento da vinicultura e foram os primeiros a registrar todos os passos da elaboração do vinho.
Depois, o vinho conquistou os Gregos e os Romanos, os quais o celebraram como nenhum outro povo. Na mitologia grega, Dionysio, filho de Zeus, era o deus do vinho. Os gregos acreditavam que bebendo vinho, Dionysio habitaria seu corpo. Já os romanos reverenciam Baco. Festas em sua homenagem, o Bacanal, são famosas até hoje.
A expansão do Cristianismo e a colonização do novo mundo espalhou o vinho para o mundo inteiro. Hoje, o vinho é uma das bebidas mais procuradas. Na Europa, é um item essencial na alimentação. No Brasil, o consumo vem crescendo todo ano, com média anual de 2 litros por pessoa. Nosso potencial de consumo é altíssimo e deve ser explorado. Na Itália, por exemplo, o consumo anual por pessoa é de 55 litros.
Classificação
O "terroir" é a origem do vinho, sua personalidade. Terroir, em termos vinícolas, tem a ver com a localização, clima, orientação, drenagem, pendente, microclima, e arredores.
Vinho Maduro: todos os estágios das fermentações foram completados. Compõem essa categoria a maioria dos vinhos, quer sejam brancos, tintos ou rosés.
Vinho Verde: vinho que sofre um Segunda fermentação, a malolática. O ácido málico transforma-se em ácido acético e gás carbônico, dando ao vinho um leve toque frizante.
Champagne: vinho espumante produzido exclusivamente na região de Champagne (França). É elaborado pelo méthode traditionel ou champenoise, que consite em uma segunda fermentação ocorrida na garrafa.
Espumantes: vinhos cuja Segunda fermentação ocorre dentro de grandes recipientes fechados. Este método é chamado Charmat. Os espumantes recebem nomes regionais para diferenciá-los dos champagnes. Por isso, temos na Itália, os Asti e Proseco; na Alemanha, o Sekt ; na Espanha, o Cava.
Fortificados: vinho que durante ou após a fermentação recebem adição de aguardente vínica. Os mais conhecidos são os Porto, Madeira Jerez e Malaga.
Aguardente de Vinho: Quando o vinho é destilado, dá origem a um produto com 40 ou mais graus de álcool. Os produtos mais conhecidos são os Cognac e o Armagnac, ambos franceses. Os demais países do mundo, quando destilam um vinho, chamam-no de Brandy.
Da uva à garrafa
O vinho é o produto obtido pela fermentação alcoólica da uva do gênero vitis-vinifera. Esta deve estar bem madura e com boa acidez para que se obtenha um vinho rico em corpo. A cor do vinho depende da pele da uva. Após a colheita, as uvas são levadas á cantina, onde após esmagadas, iniciam a fermentação. Nela, todo o açúcar natural é transformado em álcool.
Depois da fabricação vêm o armazenamento e o envelhecimento. O primeiro acontece em tanques de inox, piletas de concreto revestidas de epóxi, tonéis de madeira, ou em tonéis de carvalho. Todos com capacidade variada entre 250 e 500 litros. São nos recipientes que ocorre a fase de estabilização e repouso do vinho.
A fase posterior ao armazenamento só é cumprida por alguns tipos de vinho. Somente os mais complexos e resistentes passam pelo envelhecimento. A madeira de carvalho dos tonéis dá ao vinho aromas e sabores, equilibrando os taninos, ácido presente nos vinhos tintos. Essa harmonia é fundamental para o vinho atingir corpo e sabor ideais. Após os processos citados os vinhos são engarrafados e estão prontos para serem consumidos.
Os preços de um mesmo vinho pode variar absurdamente. Pode parecer estranho, mas as condições físico-climáticas que predominaram na elaboração da bebida é fundamental para a qualidade final do vinho.
Enogastronomia
Os enólogos garantem que o vinho é a melhor bebida para acompanhar um bom prato. Ele ajuda na digestão e não faz uma fermentação pesada como a cerveja, whisky e caipirinha. Pode parecer estranho, mas até com feijoada um bom vinho cai bem.
A combinação entre comida e vinho deve ser bem selecionada, para não fazer da sua boca uma confusão de paladares. Existe o vinho certo para cada tipo de prato. O ideal é que o aroma e o sabor da bebida e do alimento não se sobreponham. O segredo da enogastronomia é a complementação. Cada gole de vinho tem que limpar o paladar e as papilas degustativas para degustar o prato novamente.
Vinho tinto seco leve: Carnes vermelhas fritas ou grelhadas; Frango assado e cozido; Pizzas; Carpaccio de carne, Salgadinhos assados ou fritos; Bacalhau temperado acompanhado com legumes, batatas e molho; Paella.
Vinho tinto seco encorpado: Carnes assadas; Carnes de caça assadas, Queijos de mofo branco, como o brie, camembert ou caprice des dieux.
Vinho tinto leve: Massas com molho alho e óleo.
Vinho tinto encorpado: Queijos de massa dura, como provolone.
Vinho tinto seco: Massas com molho de tomates temperado; Massas com molho de ervas aromáticas; Massas com molho condimentado; Frios em geral; Queijos amarelos como edam, estepe, parmesão, gouda, gruyère.
Vinho branco seco: Massas com molho branco; Saladas em geral (também podem acompanhar vinho branco semi-seco ou vinho rosé refrescado); Entradas; Antepastos; Sardinhas; Queijos cremosos como Rambol; Sushi e sashimi (o vinho tem que ser frutado).
Vinho branco seco leve: Peixes em geral, sejam em postas ou filé; Fondues.
Vinho branco seco encorpado: Ostras e mariscos.
Vinho branco doce: Fígado de ganso; Morangos; Bolos de natal ou panetones (acompanham também vinho tinto); Truta.
Vinho Verde Branco: Bacalhau grelhado ou assado.
Champagne: Lagosta.
Vinho do Porto: Frutas secas (podem acompanhar também o vinho Madeira); Bolos (acompanham também Jerez e Madeira); Queijos azuis como o roquefort; Sorvetes.
Jerez: Sopas.
Regiões produtoras
Confira alguns vinhos dos dois maiores produtoras do mundo (França e Itália), e também características peculiares de Portugal, Espanha e Alemanha.
FRANÇA
A França é o país que mais produz vinho no mundo. O consumo per capita é impressionante, 60 litros/ano. São 917.000 hectares de parreiras espalhadas pelas regiões de Bordeaux, Bourgone, Rhône, Champagne, Loire, Alsace e outras.
( T ) - Tinto
( B ) - Branco
( R) Rosé
Bordeaux: Bordeaux ( T/B ), Bordeaux Rosé ( R ), Bordeaux Supérieur ( T/B ), Bordeaux Supérieur Rosé ( R ), Bordeaux Mousseux ( B/R ), Médoc ( T ), Haut-Médoc ( T ), Pessac-Léognan ( T/B ), Graves ( T/B ).
Bourgone: Bourgogne ( T/B ), Bourgogne Rosé ( R ), Bourgogne Ordinaire (T/B), Bougogne Ordinaire Rosé ( R ), Bourgogne Aligoté ( B ), Bourgogne Mousseux (T/B/R).
Rhône: Côtes-du-Rhône ( T/B/R ), Côte-Rôtie ( T ), Château-Grillet ( B ), Condrieu ( B ), Crozes-Hermitage ( T/B ) Clairette de Die ( B/Mousseux ), Beaumes de Venise ( B ), Lirac ( T/B/R ), Tavel ( R).
Champagne: Champagne ( B ) e Champagne Rosé ( R ).
Loire: Nivernais e Berry - Pouilly Fumé ( B ), Sancerre ( T/B/R ), Pouilly-sur-Loire ( B ), Quincy ( B ),
Reuilly ( T/B/R ), Touraine ( T/B/R ), Vouvray ( B ), Vouvray Mousseux ( B ), Montlouis ( B ), Montlouis Mousseux ( B ) Saint-Nicolas de Bourgueil ( T/R )
Alsace: Alsace (Sec, Vendange Tardive e Sélection de Grains Nobles)
ITÁLIA
A Itália é o segundo produtor mundial de vinho. O consumo per capta também fica em segundo lugar no ranking mundial, com 59, 5 litros/ano. As principais regiões são Piemonte, Veneto, Toscana, norte, centro e sul.
( T ) - Tinto
( B ) - Branco
(E) - Espumante
Piemonte: Asti Spumante (E), Barolo (T), Barbaresco (T), Gattinara (T), Nebbiolo d`Alba (T), Langhe Rosso (T), Barbera d`Alba e d`Asti (T), Dolcetto d`Alba e d`Asti (T), Gavi (B), Roero Arneis.
Veneto: Prosecco di Conegliano-Valdobbiadene (E), Amarone della Valpolicella (T), Valpolicella (T), Bardolino (T), Recioto Amabile della Valpolicella(T), Soave (B).
Toscana: Chianti (T), Brunello di Montalcino (T), Rosso di Montalcino (T), Vino Nobile di Montepulciano (T), Carmignano (T), Vernaccia di San Gimignano (B), Vin Santo (B), Moscadello di Montalcino (B).
Norte (Lombardia, Trentino-Alto Adige e Friuli): Franciacorta (E), Terre di Franciacorta (T/B), Colli Orientali del Friuli (T/B), Teroldego Rotaliano(T/B), Isonzo (T/B), Picolit (B).
Centro (Emilia-Romagna, Marche, Umbria, Lazio e Abruzzo): Sangiovese di Romagna (T), Rosso Cònero (T), Rosso Piceno (T), Montepulciano d`Abruzzo (T), Verdicchio di Mantelica (B), Albana di Romagna Passito(B).
Sul (Campania, Puglia, Calabria, Sardegna e Sicilia): Taurasi (T), Primitivo di Manduria (T), Carignano del Sulcis (T), Monica di Sardegna (T), Fiano di Avelino (B), Greco di Tufo (B), Moscato di Panteleria (B).
PORTUGAL
Representa o terceiro maior consumo per capita do mundo, com 58,5 litros / ano. Tem 259.000 hectares de vinhedos. Contudo, é apenas o sétimo produtor mundial. As regiões produtoras portuguesas reúnem um conjunto de tipos únicos no mundo dos vinhos. O solo, o clima, as castas típicas, os métodos de vinificação regem a elevação da qualidade com quantidade.
São mundialmente conhecidas as regiões dos Vinhos Verdes, Porto/Douro, Dão, Beiras, Bairrada, Estremadura, Ribatejo, Bucelas, Colares, Setubal, Madeira, Alentejo, Algarve e Açores.
ESPANHA
Sempre produzindo bons vinhos, a Espanha iniciou o século XX socorrendo os demais países europeus, atingidos pela Phyloxera vastrastis. O páis possui a maior área territorial de vinhedos do mundo. São 1.224.000 hectares, sendo o terceiro produtor de vinhos. O consumo per capita é de 33,7 litros / ano.
Condições típicas de solo e clima dividem a Espanha em 45 denominações de origem, as quais possuem controle de qualidade próprios. As regiões produtoras espanholas são Rioja, Catalunha, Jerez, Ribeira del Duero, Navarra e Galicia.
ALEMANHA
Os germânicos ocupam a Sexta colocação no ranking mundial de produção vínea e possui 104.000 hectares de vinhedos. Com a exceção da região de Baden, todas as outras são muito frias, o que favorece a produção de vinhos brancos. Estes apresentam qualidades diversas, indo desde os mais simples Liebfraumilch, que utilizam uvas menos nobres até alguns dos melhores brancos do mundo, notadamente da casta Riesling.
Melhor ainda se forem da categoria QmP (Vinho de Qualidade com Predicados), produzidos apenas nas melhores safras e que não admitem o emprego de adocicar o mosto com açúcar. Os melhores Riesling QmPs costumavam atingir, no século passado, preços mais elevados que os dos grandes Crus Classés de Bordeaux. Os tintos alemães de Pinot Noir são delicados e fragrantes. Os brancos de sobremesa também destacam-se no panorama mundial, principalmente aqueles de Riesling.
Dosagem
A dosagem recomendada para cada prato é um cálice de vinho, de aproximadamente 100 ml. Uma garrafa (750ml) é o suficiente para três pessoas durante uma refeição. Veja abaixo sugestões para certos eventos:
Almoço Informal 1 garrafa para 3 pessoas
Almoço formal 1 garrafa para 5 pessoas
Jantar Informal 1 garrafa para 2 pessoas
Jantar formal 1 garrafa para 3 pessoas
Festa de queijo e vinho ou fondue 1 garrafa para três pessoas
Festa de aniversário 1 garrafa para 4 pessoas
Casamento durante a semana 1 garrafa para 6 pessoas
Casamento durante final de semana 1 garrafa para 2 pessoas
Serviços
Na hora de comprar o vinho, verifique se este está limpo e com o rótulo à mostra. Ao chegar em casa, mantenha a garrafa de pé, no dia do consumo, em um lugar fresco, arejado e longe da luz. A boa conservação evita surpresas desagradáveis na hora de degustar.
Para tirar melhor proveito da nobre bebida, sua temperatura de consumo deve ser adequada para cada tipo de vinho. É muito importante ter em conta a temperatura na hora de servir um vinho. Esta pode significar o fracasso de um bom vinho ou pode até melhorar um vinho ordinário. A seguir temos uma lista das temperaturas ideais de vinhos clássicos:
Vinhos tintos maduros 15ºC ------ 17ºC
Vinhos tintos novos 13º C ------14ºC
Vinhos tintos muito leves 11ºC
Vinhos rosados e vinhos brancos secos 9ºC ------ 10ºC
Vinhos brancos doces,
Vinhos brancos suaves, Champagne, Espumantes 5ºC
Como montar uma adega pessoal
Na adega, um conjunto de fatores determina a qualidade da seleção. Na hora de armazenar, proteja as garrafas da luz. A exposição direta a ela faz mal ao vinho, provocando a maturação acelerada. Escolha um local fresco e seco para o armazenamento. A umidade é nociva aos vinhos, provocando a formação de fungos em torno do chumbo que veda a rolha. A adega deve estar sempre limpa, porém não utilize produtos de limpeza. Pano e água já bastam.
Com relação à escolha, 50% dos vinhos devem ser para consumo rápido (6 meses) e a outra metade para guardar. Compra-se o vinho novo, cujo preço é mais acessível e espere que fique pronto para beber após um tempo de repouso na garrafa. A adega deverá conter vinhos que mais lhe agradam.
Com uma adega montadinha e pronta para ser consumida, o amante dos vinhos não pode esquecer dos equipamentos essenciais. Sem saca-rolhas, decanter e copos a apreciação da bebida não pode ser feita.
Saca-Rolhas: O saca-rolhas de alavanca é o melhor que existe. Dá segurança à empunhadura e, geralmente, tem, em uma das extremidades, um pequeno canivete para a remoção do lacre da garrafa. O saca-rolhas modelo T deve ser usado com cuidado de manuseio da garrafa, pois a mesma é levada para baixo e exige muita força para retirar a rolha.
Decanter: O processo de oxigenação do vinho é muito importante. Por isso, é legal ter em casa um decanter de cristal, que também colabora com a higienização do vinho, pois ao decantá-lo a borra natural que o vinho forma fica na garrafa.
Copos: Pasmem, existe um copo para cada tipo de vinho, mas a regra básica determina que:
Vinhos tintos Os copos devem ser bojudos e com boca larga, para favorecer a oxigenação.
Vinhos brancos O corpo do copo pode ser bojudo, mas sua boca deve ser estreita, a fim de preservar os aromas primários.
Champagne e espumantes - A taça deve ser alta para manter por mais tempo a presença do gás
Subscrever:
Mensagens (Atom)