sábado, agosto 11, 2007

Reserva da Malcata

Afinal o Centro de Reprodução do Lince Ibérico vai para o Algarve. A reserva da Serra da Malcata, criada expressamente para proteger o Lince Ibérico foi preterida, a favor do Algarve. Bem sei que no Algarve trabalha um biólogo inglês, que tem procurado divulgar a nível mundial, o perigo de extinção do lince ibérico e que sem ajudas do OGE, tem procurado provar que há uma forte probabilidade de encontrar e preservar o lince ibérico, nas serras algarvias.

in: http://lynxpardinus.naturlink.pt/
"Regiões Mata Mediterrânica Mapas

As principais populações portuguesas de Lince-Ibérico associam-se a quatro regiões nas quais a presença da espécie assenta sobre raízes antigas e é consolidada com dados recentes.

ALGARVE (incluindo as serras do Cercal e da bacia do rio Mira tal como a vertente norte das serras de Monchique e Caldeirão)

A ocorrência do felídeo nesta região está ligada às áres montanhosas de Espinhaço de Cão, Monchique e Caldeirão, estando a população isolada provavelmente desde os anos 40.

O Lince ocupa uma área de cerca 650 km², sendo a maior área de ocorrência em Portugal apesar do elevado grau de fragmentação que apresenta. Verifica-se a existência de cinco núcleos principais de ocorrência, ainda conectados por "corredores" de habitat favorável.



Estima-se que a população seja constituída por cerca de 18-24 (1995), decrescendo a densidade e os indícios de reprodução de Oeste para Este. As ameaças actuais mais importantes são a escassez de coelho-bravo, as florestações e os incêndios de Verão.

Em Portugal são dados ao Lince vários nomes vernáculos, consoante a região. No Algarve, a espécie era originalmente denominada "gato-cravo", "gato-lince" e "liberne".



CONTENDA-BARRANCOS


A reduzida informação recente acerca desta população aponta para uma possível regressão. Parte dos Linces estarão associados à existência do Perímetro Florestal da Contenda, devendo a área ocupada ser pouco extensa.

Este núcleo parece estar isolado de outros em Portugal, mas é contíguo com a população Espanhola da Serra Morena occidental, constituída por cerca de 53 indivíduos.

Chama-se popularmente "gato-cravo" nesta área.


SERRA DA MALCATA Actualização

A população associada a esta área montanhosa da Beira interior, foi a melhor estudada em Portugal nos últimos 20 anos, sendo evidente a sua regressão. Em 1990-92 já era composta apenas por 5-8 Linces que ocupavam cerca de 127 km², em reduzida densidade.

Nos últimos três anos o declínio acentuou-se como resultado da continuada regressão do coelho-bravo (intensificada pela actuação da DHV), e da destruição e degradação do habitat, tendo as zonas de reprodução sido as mais afectadas.

É difícil avançar com uma estimativa actual da população da Malcata, mas a situação deverá ser crítica. Malcata aparenta estar isolada de outros núcleos portugueses (como os números 2 e 5 da figura anexa?), mas ainda se deve manter o contacto com os cerca de 58 indivíduos que ocupam uma vasta área das serras espanholas de Gata e Béjar.

Na Beira interior, tal como no Nordeste Alentejano, o felídeo é conhecido por "lobo-cerval".


VALE DO SADO Actualização

Esta região alberga uma população pequena e dispersa, a qual é o "resíduo" de uma população maior e conectada com o Algarve, até meados deste século, através das bacias do Tejo e do Sado.

O actual isolamento e situação precária são o resultado de profundas alterações do habitat que decorreram nos últimos 50 anos e da mortalidade por causas humanas - esta com grande incidência nas décadas de 50, 60 e 70.

Todavia, o Lince ainda ocorre de forma fragmentada e em pequeno número nas áreas que mantêm habitat favorável.

"Liberne" é o nome vernáculo atribuído nesta região, ainda na memória dos mais idosos."

Pois é, na Beira, contámos em exclusivo com a intervenção de projectos financiados pelo governo e acabámos por ser ultrapassados pelo dinamismo demonstrado no Algarve, por um biólogo que vestiu a camisola da protecção do lince ibérico e que demonstrou que no Algarve haveria melhores condições, do que na Serra da Malcata, para reintroduzir o lince ibérico. Agora, na imprensa regional, protesta-se contra a instalação do Centro de Reprodução no Algarve, quando se ficou à espera de subsídios governamentais para a criação do Centro. A proximidade de D'onana, relativamente ao Algarve, é provável que também tenha pesado na tomada de decisão. Mas, se houvesse trabalho local, desde o momento da retirada das equipas de investigação do ICN, da Serra da Malcata, a decisão poderia ter pendido para a Beira Interior.

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