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Há ou não linces na Serra da Malcata?
Possibilidade de reprodução em cativeiro
A presidente da Comissão Directiva da Reserva Natural da Serra da Malcata, Sofia Silveira, considera que a controvérsia, suscitada nos últimos meses, sobre a existência de linces naquela área protegida não faz qualquer sentido. Mesmo sem querer avançar números e de sublinhar que se trata de uma espécie «em situação crítica», Sofia Silveira garante que há linces na Malcata. A presidente da Comissão Directiva garantiu ainda que a Reserva vai continuar a desenvolver acções no âmbito da preservação do lince, nomeadamente no que diz respeito à conservação de habitats e construção de abrigos artificiais.
Entretanto, existe no Instituto de Conservação da Natureza (ICN) um plano de acção que prevê a possibilidade de reprodução do lince em cativeiro, para posterior reintrodução no habitat natural. Mas enquanto que em Portugal, nomeadamente na Serra da Malcata ainda não existem essas estruturas, há um acordo com os espanhóis que já possuem áreas vedadas e adaptadas para o efeito. No âmbito desse acordo, foi convidado um especialista americano em captura de linces para que possam ser enviados para a Espanha. O especialista deverá começar a trabalhar em Portugal já no mês de Março.
A controvérsia sobre a existência de linces na Serra da Malcata surgiu a meados do mês de Janeiro, quando um dos biólogos que trabalham na Reserva da Malcata, Pedro Sarmento, disse, em declarações ao jornal «Público» que o lince na Malcata estaria à beira do fim. É que desde Janeiro de 99 que os biólogos procuram em vão qualquer sinal do felino, nem mesmo pegadas ou dejectos.
É então que a Liga para a Protecção da Natureza exige ao Ministério do Ambiente a divulgação do relatório final de um estudo sobre a conservação do lince na Serra da Malcata, realizado no âmbito do Programa Liberne. De acordo com a Liga, o documento estaria a circular restritamente, por ordem da presidência do Instituto da Conservação da Natureza (ICN).
Foi precisamente com base neste estudo que, o presidente do ICN, Carlos Guerra viria a afirmar em finais de Janeiro que «há linces na Serra da Malcata». O presidente do ICN garantiu que o estudo «O Lince Ibérico em Portugal», realizado num perímetro que envolve a Reserva Natural da Serra da Malcata e alguns núcleos da zona de Monfortinho e de Proença-a-Velha, numa área de 450 quilómetros, foram confirmados sete a nove exemplares."
O que é que na Beira Interior fizemos para pressionar o Presidente do ICN, a divulgar o Relatório sobre o Lince na Serra da Malcata? Lanço um apelo, ao Presidente da Câmara de Penamacor e também ao de Idanha-a-Nova, no sentido de exigirem a divulgação do referido Relatório e a promoverem a sua divulgação, a nível nacional. Se compararem este texto, que tem a mesma origem do do Post anterior, com o do Post anterior, encontrarão inúmeras contradições. No primeiro afirma-se a provável inexistência do Lince Ibérico, actualmente, na Serra da Malcata, no segundo assegura-se a sua existência, em resultado de investigações do ICN. Perante a confirmação da localização recente de exemplares em Monfortinho e Proença-a-Velha, ganha outro sentido a contestação à não criação do Centro de Reprodução na Malcata. A teoria de que as questões ambientais, para a preservação do lince ibérico, na Malcata, se têm degradado, caí por terra. Nos últimos anos, com a actividade de implementação do Turismo cinegético, promovidos pelo Grupo Espirito Santo e também pelo Hotel de caça do Ladoeiro, a população de coelho bravo tem aumentado, na região, de forma muito significativa e visível. De cada vez que tenho atravessado os campos de Idanha, em pleno dia, nos últimos anos, tenho encontrado coelhos na proximidade das estradas, coisa que era mais difícil de encontrar nos anos 80 e 90. Este, como se tem descrito, é um factor indispensável para a sobrevivência do Lince. A linha de continuidade com as Serras da Gata e Béjar, onde existem populações observadas de lince Ibérico, seria um outro factor a favor da criação do Centro de Reprodução na Serra da Malcata.
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