quarta-feira, janeiro 03, 2007

Provável Nova Região de Turismo da Serra da Estrela e Beira Interior

Uma única região de turismo proposta para toda a Beira Interior
Quarta-Feira, 03 de Janeiro de 2007
Serra da Estrela e Beira é a designação prevista num processo ainda em discussão

Faltam limar arestas na proposta de reorganização apresentada pela tutela, mas o futuro mapa parece estar decidido. A Região de Turismo da Serra da Estrela e Beira deverá abranger 18 municípios da Beira Interior
Luís Fonseca

A Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) vai dar lugar num novo organismo, que vai abranger quase toda a Beira Interior. O mapa da Região de Turismo da Serra da Estrela e Beira faz parte da proposta do Governo (em negociação com diferentes parceiros) para reorganização do sector do turismo no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE).
A proposta define 10 entidades, que deverão continuar a chamar-se regiões de turismo, que vão abranger todo o território nacional, sob orientação de um organismo central (o ITP - Turismo de Portugal).
Segundo o Governo, a estratégia para o sector não se compadece “com diferentes formas de funcionamento dos organismos de turismo, nem tão pouco com a descontinuidade territorial que hoje se verifica na sua acção”, referia um primeiro esboço da proposta governamental, datado de Novembro de 2006, a que o Diário XXI teve acesso. Eram apontados como problemas, a falta de “critérios objectivos” para a definição dos actuais limites das regiões de turismo, o facto de não coincidirem com as regiões de Nomenclatura das Unidade Territorial (NUT), nem com os distritos administrativos e haver um número “notoriamente excessivo” de órgãos de turismo.

MUDANÇAS TALVEZ SÓ EM 2008
Ao que o Diário XXI apurou, a reorganização e escolha dos respectivos órgãos dificilmente estará concluída em 2007. No final, visa “assegurar a cobertura de todo o território nacional” e garantir que cada área turística identificada no PENT - Plano Estratégico Nacional do Turismo (caso da Serra da Estrela) tenha “uma entidade dinamizadora e interlocutora junto do órgão central de turismo”.
A nova fórmula deverá também apontar para um modelo de gestão com capacidade de auto-financiamento, que estimule o envolvimento dos agentes privados na actividade das regiões de turismo. No entanto, a lei que vai definir as regras ainda está em discussão e tem sofrido alterações nos últimos meses. Entre os pontos ainda sujeitos a discussão está a forma de participação dos municípios abrangidos, consoante pretendam estar mais ou menos ligados ao organismo.

Jorge Patrão apoia estrutura mais alargada
Um organismo para conviver com empresas municipais
“Não vejo problema nenhum em haver uma grande região de turismo”, com a Serra da Estrela e outros territórios, em que todos se complementam, comentou ao Diário XXI, Jorge Patrão, presidente da actual Região de Turismo da Serra da Estrela. Aquele responsável considera a diversidade sob o mesmo chapéu como um trunfo na promoção externa do futuro organismo.
“Sempre defendi que a redefinição dos territórios regionais de turismo, com base em marcas reconhecidas, era vantajoso. Este projecto de lei está a incidir mais sobre isso”, realça. Jorge Patrão considera assim que “não há nada de desvantajoso” na proposta.
A redefinição das regiões de turismo com base nas NUT III, pode obrigar à saída de apenas um dos actuais municípios da RTSE: Oliveira do Hospital. Uma situação que Jorge Patrão lamenta, mas que considera não ser ainda um assunto encerrado. Seja como for, defende o modelo assente nas NUT III “para haver estabilidade” no mapa das regiões de turismo. “É o Estado que deve definir o seu território turístico, senão não vai resolver o problema de promoção do sector”.

ESCALA DIFERENTE DAS EMPRESAS MUNICIPAIS
Questionado sobre o facto de o mapa proposto abranger territórios onde já existem outras empresas de promoção turística - como a Fundão Turismo e a Naturtejo -, Jorge Patrão refere que se tratam de “escalas diferentes”. “Há a escala municipal e a nova estrutura pertencerá a uma outra escala” e ambas com “funções distribuídas”, acredita aquele responsável.
Ao abraçarem todo o País, o presidente da RTSE classifica as novas regiões de turismo como extensões da tutela “para a qualificação do turismo em todo o País” e para apoiar investimentos. “Deve haver o objectivo claro de facilitar a mediação de projectos. Fazemo-lo na RTSE e por isso conseguimos pôr vários projectos no terreno, desde os mais pequenos, aos maiores.


O Governo justifica a proposta em discussão com a necessidade de todo o território ficar “abrangido pela capacidade de actuação de um organismo regional de turismo e assegurar que estas estruturas regionais detêm competências e capacidades que lhe permitem encontrar soluções de gestão autónoma”. A documento ainda não está concluído, mas admite-se que venha a potenciar as parcerias público-privadas.

As NUT e os concelhos
Para a Beira Interior está prevista a criação de uma Região de Turismo da Serra da Estrela e Beira, a integrar os municípios das NUT (regiões de Nomenclatura das Unidade Territorial) da Beira Interior Norte (Guarda, Celorico da Beira, Pinhel, Almeida, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Trancoso), Beira Interior Sul (Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Penamacor e Idanha-a-Nova), Cova da Beira (Covilhã, Fundão e Belmonte) e Serra da Estrela (Seia, Gouveia e Fornos de Algodres), num total de 18 municípios.

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