sábado, março 04, 2006

História do Rei Wamba-D. Fernando de Almeida

"Assim, o bispo, ao sair do seu paço para se dirigir à porta principal da Sé, passava ao lado do baptistério. 0 palácio ainda não está completamente escavado; no entanto, pode afirmar-se que não há, até à data, paredes inteiramente arruinadas; pelo contrário, mantêm-se em boa parte de pé chegando algumas a atingir 1,50 m de altura e mais. As paredes são de alvenaria e os cunhais de silharia
É de notar ter ali sido encontrado, durante as escavações, um triente de Recesvinto, batido em Hispalis (Sevilha). Este rei visigodo faleceu não muito longe de Idanha-a-Velha, em Gertigos, e ali mesmo foi logo eleito o sucessor. Segundo a tradição, Vamba, o novo rei, já então entrado em idade, teria nascido na Egitânia, onde possuía terras. Por lá se encontrava naquele tempo e fora informado da sua eleição para o alto cargo, ameaçado de morte se recusasse aceitá-lo. Só Deus poderia demovê-lo, dissera; e então seria rei por ser essa a vontade divina. Para provar essa vontade, teria exclamado: «se Deus assim o quer, que faça como prova, reverdecer esta vara que vou espetar no chão!» A vara era de freixo; reverdeceu, criou raízes... e ainda lá está, velhíssima, metida em um olival. Resolvemos defendê-la contra as arremetidas das lavouras, construindo um muro circular em volta do tronco. Na Crónica Geral de Espanha, de 1344, já se fala nesta lenda e do freixo a propósito do sucedido em «hum togar que he en 1 Portugal a que chaman Ydanha a Velha» (ed. da Academia Portuguesa da História, Vol. li, p. 231).
E ao recordarmos o rei Vamba, que ocupou o trono perto do final do séc. Vil (672-680) lembremos, por também ter nascido na Egitânia, segundo também ali é tradição, um homem não menos notável: o Papa S. Dâmaso, que viveu no séc. IV (304?-384). No séc. XVIII foi construída, em Idanha-a-Velha, uma capela no lugar onde estava a casa na qual, segundo corre, o papa teria nascido.
Essa capela de S. Dâmaso, assim baptizada pelo seu fundador, servia de palheiro quando a consertámos e transformámos em um pequeno museu arqueológico para darmos uma ideia, aos visitantes, sobre alguns materiais, demonstrativos, que pela Idanha-a-Velha têm aparecido e ajudam à sua história.
Na Egitânia foram cunhados trientes, moedas de ouro visigóticas, do tipo das de Mérida. Como em todas estas moedas, aparece sempre o nome da cidade onde foram cunhadas bem como o do rei que na ocasião ocupava o trono. Têm sido encontrados trientes da Egitânia desde Recaredo e, ininterruptamente, até Rodrigo. De entre todas as moedas visigóticas da Lusitânia, conhecidas, a série da nossa cidade ocupa o 2.° lugar quanto ao numero de exemplares.
A série mais numerosa é a de Mérida, capital da província romana.
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4 comentários:

Anónimo disse...

Aviso
Os comentários anónimos do Idanhense vão ser transferidos para aqui.

Aquiles Pinto disse...

OK, vamos a isso.......

Aquiles Pinto disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Aquiles Pinto disse...

Que aborrecimento.....agora que eu estava preparado, nada de comentários....