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ONU abre casa em Idanha-a-Nova
A comissão em que estão envolvidos os maiores produtores da indústria de música e de eventos vai ficar em Idanha-a-Nova.
Por: João Carrega
25 de Março de 2010 às 17:09h
Idanha-a-Nova vai receber a sede da Comissão para Soluções Técnicas do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). Os novos serviços daquele programa tutelado pelas Nações Unidas surgem após o primeiro Meeting da UN Music & Environment Iniciative Stakeholder, que decorreu esta semana, em Arendal, na Noruega. Nesse encontro ficou ainda decidido que em Setembro, o novo Meeting será realizado naquela vila raiana.
Segundo apurámos, a reunião, em que participou o vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, e onde estiveram presentes 24 representantes da Indústria da música a nível mundial, ficou aprovada uma carta de intenções, como primeiro passo para criar uma Rede de actuação Mundial e um compromisso de financiamento, com o apoio da UNEP, e de alguns dos mais representativos participantes do encontro.
Nesse sentido, foram criadas cinco áreas de actuação, a saber: Cooperação dos Agentes desta Indústria (produtores de Gravação, Músicos, Produtores de Grandes Eventos, Consultores); Soluções Técnicas; Regulação (Certificação); Recursos (Humanos, Educação); e Audiências (Comunicação, Educação).
De acordo com Armindo Jacinto, no âmbito daquelas áreas de actuação, “em Idanha-a-Nova ficará sediada a Comissão para área técnica, numa parceria entre a UNEP e autarquia idanhense”.
A abertura desta comissão em Idanha-a-Nova é vista como uma mais-valia, não só para o concelho raiano, mas para todo país, tanto mais que as outras duas comissões ficarão instaladas em Londres e na Austrália. Fica também demonstrada a forte aposta que a autarquia idanhense tem feito nesta área, como o demonstra o próprio Boom Festival, e todo o trabalho desenvolvido no âmbito do turismo, em especial do turismo de natureza e património, tendo em Armindo Jacinto o seu grande impulsionador e estratega.
Na capital Inglesa fica sediada a comissão para a primeira linha de actuação, envolvendo a própria UNEP e os grandes produtores de Eventos, como a entidade responsável pelo Festival Republic de Melvin Benn, que produz o Festival Glastonbury (onde participam 300.000 pessoas); o produtor americano Charlie Jones da produtora Lollapalooza, que produz entre outros o Festival Lollapalooza e Austin City Limits (mais de 300.000 participantes), nos Estados Unidos da América, e a produtora Good Mood que produz o Boom Festival em Portugal - 30.000 participantes. A terceira Comissão ficará na Austrália, sendo apoiada pela UNEP e pela produtora Peats Ridge que realiza o Peats Ridge Festival (10.000 pessoas).
Segundo Armindo Jacinto, é destes “escritórios que sairão propostas de actuação nas diversas áreas a serem aprovadas no próximo Meeting organizado pela UNEP, tendo ficado definido a sua realização em Portugal, em Idanha-a-Nova, no próximo mês de Setembro, onde será assinado o compromisso final das acções propostas por estas Comissões, coincidindo com o lançamento do Programa final da UNEP para esta iniciativa”.
Música e ambiente
O Meeting da Noruega, decorreu nos dias 22 e 23 de Março, foi organizado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas UNEP. Envolveu 24 representantes da Indústria da música, e pretendeu discutir a situação actual do impacto ambiental e sustentabilidade provocado por esta Indústria e formas de actuação para minimizar estes impactos e procurar formas sustentáveis de actuação. Destes representantes, incluem-se produtores de grandes eventos nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Suíça, Dinamarca, Noruega, estúdios de gravação e consultores internacionais.
O encontro serviu ainda para se debaterem as questões ambientais, de onde saiu um conjunto de reflexões. No entender daquele organismo “a humanidade enfrenta actualmente desafios ambientais, como as alterações climáticas, a extinção da biodiversidade e a crise mundial de redução acentuada da qualidade e reservas de água potável”. Por isso, afirma que “existe a necessidade de reduzir urgentemente, o impacto ambiental negativo, através de uma mais significativa produção sustentável, redução do consumo, redução das emissões de carbono e tornar-nos mais eficientes na utilização dos recursos naturais”. Um desafio que, “é global e é necessária uma resposta colectiva. Todavia, existe um grande caminho a percorrer para fazer da indústria da música uma indústria sustentável”.
Ao participantes do encontro revelaram ainda que “a indústria da música tem hoje algumas iniciativas verdes e de sustentabilidade ambiental, mas que ainda não têm a dimensão e efeito desejado na opinião pública geral”. Daí a importância das linhas de actuação definidas e das novas comissões criadas.
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