segunda-feira, junho 16, 2008

Finalmente, porco preto na economia da Beira Interior

A introdução do porco preto, nas áreas de montado da Beira Interior, pode constituir uma mais valia muito significativa, para a economia local. Apresenta-se um projecto, já com uma certa sofisticação, que vai ser lançado em Penamacor. Mas, a industria de carnes local, já instalada, poderia melhorar significativamente a qualidade dos seus produtos se o porco porco preto fosse incluído como matéria prima base nasa suas unidades transformadoras: Muita da bolota desperdiçada ou que permite um valor menos significativo, por ser utilizada na alimentação de rebanhos, poderis permitir participar na engorda de porco preto, que permite obter um valor acrescentado superior ao que resulta da carne e leite de ovinos,



IN: Jornal do Fundão
"Como colocar uma vila na rota do “pata negra”

O antigo matadouro de Penamacor vai dar, ainda este Verão, lugar a uma unidade de transformação de enchidos e presuntos de porco “pata negra”

HÁ COISAS que acontecem por obra de algum acaso, mas que acabam por condicionar a afirmação de um rumo. Humberto Teixeira é um desses casos e prepara-se para se juntar ao clube dos pioneiros da produção de porco pata negra na região. A quinta, de 23 hectares está localizada no concelho de Penamacor e os primeiros presuntos e enchidos serão produzidos ainda este ano. Na vila, decorrem obras no antigo matadouro para lá se instalar a estrutura de transformação.

Na sua quinta dispõe de 120 porcos pata negra, adquiridos em Barrancos, no local que considera virem os melhores exemplares do mundo. “Se forem tratados como deve ser dão a melhor carne do mundo”, considera. A excelência da carne é reconhecida por apreciadores em todo o mundo, e é uma oportunidade de negócio que considera bastante viável. Mas no início não era bem esta a ideia. As árvores, a sua paixão de sempre, foram a causa que despoletou tudo o resto, porcos incluídos.

“Quis fazer o melhoramento do montado e introduzi algumas plantas que serviam de pasto, que fazem simultaneamente dois efeitos: para alimentação dos animais e para melhoramento do montado de sobro. O pata negra veio complementar o cenário, porque me fazem a estrumação e ajudam-me ao desenvolvimento do sobreiro”, diz este agente técnico agrícola, de 52 anos. E como “a Beira Baixa está dentro da região demarcada do pata negra, sendo uma raça autóctone nossa, pensei... porque não?”

Para além da cortiça, a quinta irá também dotar o mercado de carne deste tipo de porco, não em grandes quantidades “mas sobretudo em qualidade. Quero pouco, mas bom”, diz.

Humberto Teixeira está a certificar toda a fileira, desde a produção até ao produto final. Este ano, o mercado deverá conhecer esta marca de Penamacor, havendo já contactos com pontos de venda em Barcelona e Londres para venda do produto. O mercado regional e nacional tratará do resto."

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