Em http://shantipilgrim.blogspot.com/2007/09/neighbors-are-more-than-family.html, que descreve uma comunidade cristã instalada na Póvoa da Atalaia, é apresentada uma excelente reportagem sobre a produção artesanal de aguardente. Este produto pode ser utilizado como matéria prima básica para a produção de excelentes produtos de qualidade, licores, aguardente velha, ginja, aguardentes frutadas e aromatizadas(cereja, pêssego, amora, ameixa..., jeropiga. Apresento alguns produtos de vários países e regiões, que seguiram essa via. Uma das características desses produtos é terem uma excelente apresentação, em termos de embalagem e rótulos cativantes, com identificação dos componentes e com inclusão de informação cultural e histórica.
quinta-feira, setembro 20, 2007
A Nave de Pedra-Fernando Namora-Monsanto
quarta-feira, setembro 12, 2007
Beiras são “problema” na organização do sector do vinho
in: Diárioxxi
Beiras são “problema” na organização do sector do vinho
Quarta-Feira, 12 de Setembro de 2007
Reformulação das comissões vitivinícolas regionais
Falta consenso para juntar Beira Interior, Bairrada e Dão numa única
comissão vitivinícola regional, tal como pretendido pelo Governo. Prazo para as alterações termina no final do mês
Segundo Jaime Silva, o prazo para a apresentação de candidaturas das comissões vitivinícolas regionais a entidades certificadoras foi prolongado e já existem duas comissões definidas, a de Setúbal e a dos Vinhos Verdes. No entanto, continua a não haver consenso para formar uma única comissão das Beiras, juntando Beira Interior, Bairrada e Dão.
Há cerca de um ano, Jaime Silva avançou a proposta de reforma para o sector e pediu às entidades que se agregassem e se candidatassem a certificadoras, recordando que trabalhar em conjunto permite aumentar o peso, dimensão e prestígio em termos de mercado.
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas refere que existem "dois problemas" entre as comissões vitivinícolas regionais (CVR), um referente às Beiras e outro ao sul do País, Alentejo e Algarve.
Fontes ligadas às CVR, que acompanham o processo junto do Ministério da Agricultura, revelaram à Agência Lusa que já foram entregues quatro candidaturas para a criação das comissões do Vinho Verde, de Trás-os-Montes, da Península de Setúbal e do Alentejo.
Os responsáveis da CVR esperam que a tutela aceite as quatro candidaturas apresentadas, embora a proposta da CVR do Alentejo exclua a alternativa de criar apenas uma única entidade certificadora a sul do Tejo, como é objectivo do ministro. Conforme referem tanto o ministro como os responsáveis das CVR, o caso mais complicado é o das Beiras.
FALTA CONSENSO
Jaime Silva disse que existe uma comissão, do Dão, de grande dimensão, e duas, das Beiras e da Bairrada, com menor dimensão e foi proposto que aquelas três entidades se juntem, tendo a tutela pedido que tentassem negociar uma proposta equilibrada.
"Pedimos para [a comissão do] Dão fazer um esforço e apresentar uma proposta equilibrada para os órgãos da direcção" da futura entidade, apesar da sua posição dominante, referiu o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Mas, entre os responsáveis da CVR não há consenso quanto à nova distribuição: as fontes ligadas às entidades revelaram que, em vez de uma única CVR das Beiras, poderá existir uma outra que inclua as CVR do Dão e da Beira Interior. Caso não haja consenso, o ministro da Agricultura pode definir um modelo a publicar em despacho do Governo, como admitem os responsáveis das CVR.
Comissões vitivinícolas regionais
O que são as CVR?
AS CVR são entidades privadas financiadas integralmente pelos vitivinicultores, mas têm funções públicas delegadas pelo Estado na certificação de vinhos de indicação geográfica e denominação de origem.
Liberalização do vinho em 2014
O objectivo do ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas é concluir a organização das estruturas do sector do vinho o mais rápido possível, para "focar a atenção na reconversão e arranque selectivo da vinha", duas medidas integradas na reforma da Organização Comum do Mercado (OCM), a nível comunitário, que ainda não foi aprovada.
"Queremos preparar o sector nacional até 2014", quando se prevê a total liberalização do mercado do vinho europeu, para que seja competitivo a nível internacional, defendeu o ministro da Agricultura.
Depois, Portugal deverá direccionar todos os esforços na promoção dos vinhos nacionais, segundo os planos do governante.
Beiras são “problema” na organização do sector do vinho
Quarta-Feira, 12 de Setembro de 2007
Reformulação das comissões vitivinícolas regionais
Falta consenso para juntar Beira Interior, Bairrada e Dão numa única
comissão vitivinícola regional, tal como pretendido pelo Governo. Prazo para as alterações termina no final do mês
Segundo Jaime Silva, o prazo para a apresentação de candidaturas das comissões vitivinícolas regionais a entidades certificadoras foi prolongado e já existem duas comissões definidas, a de Setúbal e a dos Vinhos Verdes. No entanto, continua a não haver consenso para formar uma única comissão das Beiras, juntando Beira Interior, Bairrada e Dão.
Há cerca de um ano, Jaime Silva avançou a proposta de reforma para o sector e pediu às entidades que se agregassem e se candidatassem a certificadoras, recordando que trabalhar em conjunto permite aumentar o peso, dimensão e prestígio em termos de mercado.
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas refere que existem "dois problemas" entre as comissões vitivinícolas regionais (CVR), um referente às Beiras e outro ao sul do País, Alentejo e Algarve.
Fontes ligadas às CVR, que acompanham o processo junto do Ministério da Agricultura, revelaram à Agência Lusa que já foram entregues quatro candidaturas para a criação das comissões do Vinho Verde, de Trás-os-Montes, da Península de Setúbal e do Alentejo.
Os responsáveis da CVR esperam que a tutela aceite as quatro candidaturas apresentadas, embora a proposta da CVR do Alentejo exclua a alternativa de criar apenas uma única entidade certificadora a sul do Tejo, como é objectivo do ministro. Conforme referem tanto o ministro como os responsáveis das CVR, o caso mais complicado é o das Beiras.
FALTA CONSENSO
Jaime Silva disse que existe uma comissão, do Dão, de grande dimensão, e duas, das Beiras e da Bairrada, com menor dimensão e foi proposto que aquelas três entidades se juntem, tendo a tutela pedido que tentassem negociar uma proposta equilibrada.
"Pedimos para [a comissão do] Dão fazer um esforço e apresentar uma proposta equilibrada para os órgãos da direcção" da futura entidade, apesar da sua posição dominante, referiu o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Mas, entre os responsáveis da CVR não há consenso quanto à nova distribuição: as fontes ligadas às entidades revelaram que, em vez de uma única CVR das Beiras, poderá existir uma outra que inclua as CVR do Dão e da Beira Interior. Caso não haja consenso, o ministro da Agricultura pode definir um modelo a publicar em despacho do Governo, como admitem os responsáveis das CVR.
Comissões vitivinícolas regionais
O que são as CVR?
AS CVR são entidades privadas financiadas integralmente pelos vitivinicultores, mas têm funções públicas delegadas pelo Estado na certificação de vinhos de indicação geográfica e denominação de origem.
Liberalização do vinho em 2014
O objectivo do ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas é concluir a organização das estruturas do sector do vinho o mais rápido possível, para "focar a atenção na reconversão e arranque selectivo da vinha", duas medidas integradas na reforma da Organização Comum do Mercado (OCM), a nível comunitário, que ainda não foi aprovada.
"Queremos preparar o sector nacional até 2014", quando se prevê a total liberalização do mercado do vinho europeu, para que seja competitivo a nível internacional, defendeu o ministro da Agricultura.
Depois, Portugal deverá direccionar todos os esforços na promoção dos vinhos nacionais, segundo os planos do governante.
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Região demarcada da Beira Interior
domingo, setembro 09, 2007
benefícios fiscais para empresas do interior
in: TSF
• INCENTIVOS
Governo aumenta benefícios fiscais para empresas do interior
O Governo anunciou este domingo, na Guarda, o aumento de benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou que se queiram instalar no interior do país. A medida é uma aposta do Executivo para o desenvolvimento do interior do país e promover uma «discriminação positiva».
( 16:05 / 09 de Setembro 07 )
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou na Guarda o aumento dos benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou a criar no interior do país, com o objectivo de promover «uma discriminação positiva» no que diz respeito a benefícios fiscais.
Perante um grupo de empresários, José Sócrates anunciou um aumento dos benefícios fiscais para dez por centos, para as empresas que já estão fixadas no interior do pais, e um aumento para 15 por cento para as novas empresas que se queiram fixar no interior de Portugal.
De acordo com o chefe do Governo, estes aumentos já serão contemplados no próximo Orçamento de Estado e pretendem assegurar uma «discriminação positiva» para que o interior do país possa desenvolver-se em condições de igualdade com o resto do território nacional.
«Para que aqui se localizem actividades económicas, para que atraiam emprego industrial e para que o interior do país possa oferecer aos seus cidadãos as mesmas condições de oportunidade que oferece todo o país. Isto podemos fazê-lo e se o podemos fazer, devemos fazê-lo», acrescentou.
O primeiro-ministro falava na sessão de encerramento da cerimónia de assinatura de 17 contratos com empresas e associações comerciais do distrito da Guarda no âmbito do programa MODCOM - Modernização do Comércio.
• INCENTIVOS
Governo aumenta benefícios fiscais para empresas do interior
O Governo anunciou este domingo, na Guarda, o aumento de benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou que se queiram instalar no interior do país. A medida é uma aposta do Executivo para o desenvolvimento do interior do país e promover uma «discriminação positiva».
( 16:05 / 09 de Setembro 07 )
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou na Guarda o aumento dos benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou a criar no interior do país, com o objectivo de promover «uma discriminação positiva» no que diz respeito a benefícios fiscais.
Perante um grupo de empresários, José Sócrates anunciou um aumento dos benefícios fiscais para dez por centos, para as empresas que já estão fixadas no interior do pais, e um aumento para 15 por cento para as novas empresas que se queiram fixar no interior de Portugal.
De acordo com o chefe do Governo, estes aumentos já serão contemplados no próximo Orçamento de Estado e pretendem assegurar uma «discriminação positiva» para que o interior do país possa desenvolver-se em condições de igualdade com o resto do território nacional.
«Para que aqui se localizem actividades económicas, para que atraiam emprego industrial e para que o interior do país possa oferecer aos seus cidadãos as mesmas condições de oportunidade que oferece todo o país. Isto podemos fazê-lo e se o podemos fazer, devemos fazê-lo», acrescentou.
O primeiro-ministro falava na sessão de encerramento da cerimónia de assinatura de 17 contratos com empresas e associações comerciais do distrito da Guarda no âmbito do programa MODCOM - Modernização do Comércio.
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beneficios fiscais para empresas do interior
quinta-feira, setembro 06, 2007
Internet WI-FI gratuita em Salvador
Excelente prática e iniciativa que democratiza o acesso livre à Internet, utilizando software livre-LINUX. Estes jovens, em continuidade do seu excelente trabalho, deveriam divulgar em toda a comunidade outros software, de base LINUX, livres de licença, como por exemplo o OFFICE OPEN. Foi este o caminho seguido na Extremadura espanhola, em que o governo local impôs a obrigatoriedade de utilização de software livre em toda a administração, incluindo a educação. Esta é a via da autonomia, relativamente às multinacionais e que leva à utilização da informática na resolução de problemas sentidos pelas comunidades e não pela imposição do software que lhe é imposto. Parabéns pela iniciativa e pelo sucesso, que se apoiou num investimento financeiro mínimo, mas num conhecimento enriquecedor adquirido pelos jovens indicados.
in:Reconquista
Sete antenas asseguram sinal
Salvador quebra barreiras no acesso à internet
A carolice de dois jovens da aldeia de Salvador permite que hoje seja possível aceder gratuitamente à internet nesta freguesia do concelho de Penamacor. O dispositivo foi montado nos tempos livres e contou com o apoio da Junta de Freguesia.
O que começou como uma brincadeira entre dois amigos transformou-se num projecto para toda uma aldeia. Rodrigo Lucas e Hélio Silva são vizinhos e há alguns anos começaram a jogar, cada um na sua casa, através de um sistema sem fios. Na altura o acesso à Internet através do chamado sistema wireless (sem fios) era ainda um conceito estranho para grande parte dos portugueses. A brincadeira tornou-se séria a partir do momento em que decidiram alargar o sistema sem fios a toda uma freguesia, para tornar o acesso à Internet em algo habitual. Hoje esse objectivo está plenamente alcançado.
“O objectivo era que o sinal chegasse a todas as ruas, o que foi conseguido”, diz Rodrigo Lucas. Para tornar isto possível foi necessário instalar várias antenas em pontos estratégicos da aldeia, como a sede da Junta de Freguesia e até a torre da Igreja, onde só os mais atentos conseguem dar pela antena. Mas o projecto encontrou no serviço de Internet, fornecido pela Portugal Telecom, um dos obstáculos ao projecto. Durante meses a aldeia lutou por um serviço de Internet por banda larga condigno, conseguindo levar o caso até à Assembleia da República. Mas mesmo assim “foi pedido um pacote de 4 megas mas actualmente não chega a um mega e meio”, explica Rodrigo Lucas. Na prática, o serviço prestado actualmente é mais lento que o desejável, mas o facto de existir uma internet grátis não é sinónimo de roubo de clientes à PT.
“Apesar de haver uma internet grátis na localidade existem muitos utilizadores com internet ADSL com assinatura, o que demonstra que uma coisa não invalida a outra”, diz Hélio Silva. Isto acontece porque o serviço prestado gratuitamente tem as suas limitações, para permitir um acesso igual a todos os utilizadores.
O sistema instalado faz limitação de banda por utilizador, impedindo que um ou dois utilizadores do serviço açambarquem o sinal. Isso faz com que “todas as pessoas acedam à mesma velocidade”, explica Hélio Silva. Tudo funciona em sistema Linux, o programa operativo gratuito que serve de alternativa ao Windows, e há ainda um dispositivo que armazena a informação a que os utilizadores acedem. A primeira vez que o ficheiro é solicitado demora mais algum tempo, mas depois disso fica armazenado no servidor e o utilizador seguinte abre-o em poucos segundos. A actualização da informação é feita automaticamente.
Os promotores limitaram ainda o acesso a downloads de ficheiros de filmes, música ou sítios para adultos. Hélio Silva diz que “a intenção deste tipo de serviço é fornecer uma internet funcional, de forma a garantir as necessidades básicas dos utilizadores”, como o acesso ao correio electrónico, bancos na Internet (home banking), Finanças ou Segurança Social, evitando que os habitantes ou visitantes da aldeia tenham de se deslocar a Penamacor para beneficiarem deste tipo de serviços. Durante as férias permite ainda o acesso à internet por parte dos emigrantes ou outros naturais da freguesia que visitam a aldeia por estes dias. No resto do ano “as pessoas que têm familiares lá fora podem falar com eles ou ver-se através de webcam”, diz Rodrigo Lucas.
Utilizadores em crescimento O projecto de Internet sem fios encontra-se a funcionar há poucos meses mas os resultados estão à vista. Segundo Rodrigo Lucas “em média temos cerca de seis computadores ligados, mas já estiveram perto de trinta diferentes”. Uma adesão corroborada por Hélio Silva que está convicto que “duplicou ou mesmo triplicou o número de utilizadores na freguesia”.
A Junta de Freguesia de Salvador, que financia o projecto, investiu cerca de 1500 euros na compra de equipamento. O resto do trabalho foi feito pelos dois jovens, que aos fins-de-semana aplicavam o tempo livre na montagem de todo o sistema.
Para Rodrigo Lucas o projecto é também uma oportunidade para mostrar o que vale, já que está a frequentar a Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Para desenvolver o projecto aconselhou-se com alguns professores, mas o espírito de carolice foi decisivo.
Para ter acesso à Internet sem fios em Salvador basta ter um computador com uma placa wireless e configurar o aparelho para “ler” o sinal. As instruções de configuração estão em vários pontos da aldeia. Os computadores portáteis mais recentes já têm este dispositivo mas os mais antigos podem ser equipados com um aparelho que pode ser adquirido a partir de 20 ou 30 euros.
O projecto desencadeou ainda um comportamento curioso. Neste momento “os miúdos de 13 ou 14 anos estão a ensinar os mais novos”, abrindo a Ludoteca da aldeia e tomando conta dessas crianças, explica Hélio Silva. No futuro quase tudo é possível, da disponibilização de serviços da Junta de Freguesia até à transmissão por internet das festas da aldeia.
José Furtado
in:Reconquista
Sete antenas asseguram sinal
Salvador quebra barreiras no acesso à internet
A carolice de dois jovens da aldeia de Salvador permite que hoje seja possível aceder gratuitamente à internet nesta freguesia do concelho de Penamacor. O dispositivo foi montado nos tempos livres e contou com o apoio da Junta de Freguesia.
O que começou como uma brincadeira entre dois amigos transformou-se num projecto para toda uma aldeia. Rodrigo Lucas e Hélio Silva são vizinhos e há alguns anos começaram a jogar, cada um na sua casa, através de um sistema sem fios. Na altura o acesso à Internet através do chamado sistema wireless (sem fios) era ainda um conceito estranho para grande parte dos portugueses. A brincadeira tornou-se séria a partir do momento em que decidiram alargar o sistema sem fios a toda uma freguesia, para tornar o acesso à Internet em algo habitual. Hoje esse objectivo está plenamente alcançado.
“O objectivo era que o sinal chegasse a todas as ruas, o que foi conseguido”, diz Rodrigo Lucas. Para tornar isto possível foi necessário instalar várias antenas em pontos estratégicos da aldeia, como a sede da Junta de Freguesia e até a torre da Igreja, onde só os mais atentos conseguem dar pela antena. Mas o projecto encontrou no serviço de Internet, fornecido pela Portugal Telecom, um dos obstáculos ao projecto. Durante meses a aldeia lutou por um serviço de Internet por banda larga condigno, conseguindo levar o caso até à Assembleia da República. Mas mesmo assim “foi pedido um pacote de 4 megas mas actualmente não chega a um mega e meio”, explica Rodrigo Lucas. Na prática, o serviço prestado actualmente é mais lento que o desejável, mas o facto de existir uma internet grátis não é sinónimo de roubo de clientes à PT.
“Apesar de haver uma internet grátis na localidade existem muitos utilizadores com internet ADSL com assinatura, o que demonstra que uma coisa não invalida a outra”, diz Hélio Silva. Isto acontece porque o serviço prestado gratuitamente tem as suas limitações, para permitir um acesso igual a todos os utilizadores.
O sistema instalado faz limitação de banda por utilizador, impedindo que um ou dois utilizadores do serviço açambarquem o sinal. Isso faz com que “todas as pessoas acedam à mesma velocidade”, explica Hélio Silva. Tudo funciona em sistema Linux, o programa operativo gratuito que serve de alternativa ao Windows, e há ainda um dispositivo que armazena a informação a que os utilizadores acedem. A primeira vez que o ficheiro é solicitado demora mais algum tempo, mas depois disso fica armazenado no servidor e o utilizador seguinte abre-o em poucos segundos. A actualização da informação é feita automaticamente.
Os promotores limitaram ainda o acesso a downloads de ficheiros de filmes, música ou sítios para adultos. Hélio Silva diz que “a intenção deste tipo de serviço é fornecer uma internet funcional, de forma a garantir as necessidades básicas dos utilizadores”, como o acesso ao correio electrónico, bancos na Internet (home banking), Finanças ou Segurança Social, evitando que os habitantes ou visitantes da aldeia tenham de se deslocar a Penamacor para beneficiarem deste tipo de serviços. Durante as férias permite ainda o acesso à internet por parte dos emigrantes ou outros naturais da freguesia que visitam a aldeia por estes dias. No resto do ano “as pessoas que têm familiares lá fora podem falar com eles ou ver-se através de webcam”, diz Rodrigo Lucas.
Utilizadores em crescimento O projecto de Internet sem fios encontra-se a funcionar há poucos meses mas os resultados estão à vista. Segundo Rodrigo Lucas “em média temos cerca de seis computadores ligados, mas já estiveram perto de trinta diferentes”. Uma adesão corroborada por Hélio Silva que está convicto que “duplicou ou mesmo triplicou o número de utilizadores na freguesia”.
A Junta de Freguesia de Salvador, que financia o projecto, investiu cerca de 1500 euros na compra de equipamento. O resto do trabalho foi feito pelos dois jovens, que aos fins-de-semana aplicavam o tempo livre na montagem de todo o sistema.
Para Rodrigo Lucas o projecto é também uma oportunidade para mostrar o que vale, já que está a frequentar a Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Para desenvolver o projecto aconselhou-se com alguns professores, mas o espírito de carolice foi decisivo.
Para ter acesso à Internet sem fios em Salvador basta ter um computador com uma placa wireless e configurar o aparelho para “ler” o sinal. As instruções de configuração estão em vários pontos da aldeia. Os computadores portáteis mais recentes já têm este dispositivo mas os mais antigos podem ser equipados com um aparelho que pode ser adquirido a partir de 20 ou 30 euros.
O projecto desencadeou ainda um comportamento curioso. Neste momento “os miúdos de 13 ou 14 anos estão a ensinar os mais novos”, abrindo a Ludoteca da aldeia e tomando conta dessas crianças, explica Hélio Silva. No futuro quase tudo é possível, da disponibilização de serviços da Junta de Freguesia até à transmissão por internet das festas da aldeia.
José Furtado
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