segunda-feira, fevereiro 20, 2006
D. Fernando de Almeida de Trebaruna a Vitória Ensaios de História, Arqueologia e Património
Comemorando o centésimo aniversário do nascimento de D. Fernando de Almeida (1903-2003) a Câmara Municipal reeditou a obra de D.Fernando de Almeida, com a designação "De Trebaruna a Vitória", ainda em 2003, enriquecida com um excelente "À guisa de introdução", da autoria de João Mendes Rosa e Pedro Miguel Salvado. Pelo seu conteúdo verifica-se que o pai de D. Fernando de Almeida, tinha o mesmo nome exercia medicina no partido do Fundão. D. Fernando de Almeida, filho, nascido em 1903, teve como padrinho de baptizado Egas Moniz, futuro prémio Nobel de Medicina. D. Fernando de Almeida (pai) era também médico no Colégio de S. Fiel, onde Egas Moniz foi aluno, tendo, provavelmente, vindo daí os seus contactos. D. Fernando de Almeida (filho) especializou-se em obstetricia e ginecologia, embora de áreas diferentes, trabalhou com Egas Moniz.
Aos cinquenta anos de idade D. Fernando de Almeida decide mudar de rumo, licenciou-se em Arqueologia na Faculdade de Letras de Lisboa. A sua Tese4 de Licenciatura foi sobre a "Egitânia" (1955) e a Tese de Doutoramento sobre "A arte Visigótica em Portugal" (ed. 1962)
António Salvado, recentemente falecido, numa entrevista concedida ao JF, há algum tempo, informava que D. Fernando de Almeida exibia na sala de espera dos doentes a listagem de doentes com dívidas. oão Mendes Rosa e Pedro Salvado, dizem que atendia graciosamente, no seu consultório, os doentes sem recursos. Claro que trata-se de D. Fernando de Almeida (pai) e não do arqueólogo. Aqui fica a correcção.
Serra da Gardunha com Nevee acácias em flor
Ontem, dia 18 de Fevereiro, foi possível visualizar a vertente da Serra da Gardunha, na região de Castelo Novo, coberta de Neve.
Mas, ao mesmo tempo, as acácias em flor mostram todo o seu esplendor..um pouco mais abaixo, maravilhando-nos com o amarelo que sobressai na paisagem. Terras de encanto, que em cada época do ano nos oferecem momentos de calma, repouso, harmonia e beleza. Não desperdicem o desfrute destas paisagem, que a todo o momento nos vão surpreendendo. Recentemente, ao subir para a casa do Guarda, em Alcongosta, pelas 23 horas, deparei com uma salamandra preta, de um preto intenso, colorida com manchas amarelas vivo, muito fortes, este fim de semana pude observar, novamente à noite, a mesma espécie, em Castelo Novo. Nem num, nem noutro momento tive oportunidade de fotografar, ficará para uma próxima oportunidade.
Mas, ao mesmo tempo, as acácias em flor mostram todo o seu esplendor..um pouco mais abaixo, maravilhando-nos com o amarelo que sobressai na paisagem. Terras de encanto, que em cada época do ano nos oferecem momentos de calma, repouso, harmonia e beleza. Não desperdicem o desfrute destas paisagem, que a todo o momento nos vão surpreendendo. Recentemente, ao subir para a casa do Guarda, em Alcongosta, pelas 23 horas, deparei com uma salamandra preta, de um preto intenso, colorida com manchas amarelas vivo, muito fortes, este fim de semana pude observar, novamente à noite, a mesma espécie, em Castelo Novo. Nem num, nem noutro momento tive oportunidade de fotografar, ficará para uma próxima oportunidade.
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Entrevista com a directora do Museu FTP-Aida Rechena
in:Jornal do Fundão
SECÇÃO: Entrevista
Aida Rechena
Um bilhete único para visitar o jardim e o museu
Alguns brinquedos do museu de Seia farão parte de uma exposição dedicada às crianças, que representam 37 por cento dos visitantes do Museu Tavares Proença Júnior de Castelo Branco. A aproximação do museu à comunidade é um dos exemplos do empenho de Aida Rechena directora, que sonha com a criação de um bilhete único para visitar o Jardim e o museu
JORNAL DO FUNDÃO – A anterior direcção apostou muito em exposições temporárias por intermédio de um protocolo com o museu do Chiado. É essa a sua orientação?
AIDA RECHENA – Essa é uma das orientações do Instituto Português dos Museus. Uma das recomendações é que sejam feitos trabalhos de parcerias entre os museus do IPM. Esse trabalho de trazer grandes pintores do século XX já foi feito, não vamos repeti-lo. Além das colecções do Museu Francisco Tavares Proença Júnior (MFTPJ), temos à nossa disposição as colecções de todos os museus do IPM, as que estão em reserva poderão circular pelos museus. Mas confesso que ainda não aprofundei essa opção. Pela localização geográfica do museu e pela opção que tomei como directora, quero antes aprofundar o relacionamento entre o museu e as entidades culturais da região. Desde a universidade, ao politécnico o museu dos lanifícios e outros, as associações de defesa do património, e as autarquias. Já tentámos dar um passo para além da fronteira, aproximando-nos ao Museu de Cáceres.
- Com o intercâmbio de colecções entre ambos os museus?
- Vamos tentar ultrapassar as dificuldades da circulação de peças para fora dos museus. Fomos lá em Outubro e espero que o director venha agora visitar o nosso museu. Uma das propostas no plano de actividades e que o IPM aprovou foi a tentativa de fazer uma geminação entre os museus. Em termos institucionais é complicado levar, por exemplo, as colchas para o exterior do museu em termos de segurança e de conservação das peças, o que envolve gastos que não temos capacidade de responder. Poderemos divulgar o património através de uma exposição de fotografias e também através das sociedades de amigos de ambos os museus. Tenho muita esperança que consigam desenvolver projectos em conjunto.
- Que tipo de projectos?
- Teremos de nos sentar todos à mesma mesa para decidir. Mas por exemplo, em vez das peças circularem, podemos fazer exposições temáticas em simultâneo. O museu de Cáceres tem uma colecção de pinturas e gravuras dos pelourinhos e nós também temos dos pelourinhos da Beira do pintor Barata Moura. Divulgamos o nosso museu e já temos no Museu de Cáceres os nossos desdobráveis e estamos também a divulgar o museu espanhol. Eles têm muitos mais visitantes do que nós e penso que ganharíamos muito com este intercâmbio.
E estão também a estreitar relações com as instituições locais e regionais...
Sim, estamos juntamente com a Sociedade dos Amigos do Museu a reunir com os responsáveis da Cultura de todas as câmaras municipais, para discutirmos formas de aproximação do museu às comunidades de forma a atrair mais público e para que o museu possa divulgar as suas iniciativas naqueles locais. Penso que para o ano já teremos algumas exposições em conjunto.
- As crianças em idade escolar são o público privilegiado desta direcção?
- Sem dúvida. As crianças até aos 14 anos representam cerca de 37 por cento do nosso público. O museu já tem 96 anos, estando a aproximar-se o seu centenário e há todo um percurso pedagógico muito interessante. Estamos apenas a consolidar determinadas vertentes do serviço educativo.
- A falta de pessoal é um dos constrangimentos ao desenvolvimento de actividades no museu?
- Este ano tivemos a sorte de ter recebido oito colaboradores no âmbito do mercado Cultura e Emprego, um protocolo entre o Ministério da Cultura e o Ministério do Emprego que permitiu termos mais três vigilantes-recepcionistas e cinco para apoio técnico e ao serviço educativo, com a possibilidade de ficarem um ano e meio. Temos muitas expectativas que fiquem até Dezembro. Ideias e projectos temos, mas não podem ser desenvolvidos apenas com a técnica responsável do Serviço Educativo e este grupo trabalha muito bem.
- E que actividades desenvolverá para atrair esse público? A exposição de brinquedos do Museu de Seia é uma delas?
- Depois de chegarmos à conclusão que 37 por cento dos visitantes e utilizadores do museu são crianças e tendo em conta que o Conselho Internacional de Museus (ICOM) propôs como temática de reflexão para o Dia Internacional dos Museus (18 de Maio) o público jovem, decidimos que seria simpático para as nossas crianças ter uma exposição que lhes é dedicada. A exposição vai chamar-se “Brinquedos, Brincadeiras e outros Segredos” será inaugurada a 17 de Março e são esses segredos que irão surpreender as crianças com ateliers para construir brinquedos a brincar e realizar jogos tradicionais. Este é um dos exemplos do nosso empenho em estreitar a colaboração com instituições da região, os brinquedos vêm do Museu dos Brinquedos de Seia e a exposição será construída por nós com o nosso discurso expositivo e relacionando sempre com a exposição permanente do museu.
- A exposição de Arqueologia veio enriquecer o museu?
- Sem dúvida, até porque a Arqueologia está na origem do museu. Mas neste museu aquilo que atrai mais as pessoas são, sem dúvida, os bordados de Castelo Branco. Identifica-se o património e até o museu com o bordado regional e penso que é esta a vertente onde temos que investir e a colecção que temos de enriquecer.
A oficina-escola do Museu dá aos visitantes a oportunidade de ver in loco como se borda. Este é um contributo muito forte. Mas vai desaparecer...
Não sei se a oficina-escola vai desaparecer mas é um contributo muito valioso para o museu. Mesmo no livro de opiniões, quase todas as pessoas referem a oficina-escola. Mas se ninguém entra para a função pública, se os quadros não são reforçados, se as bordadeiras estão a reformarem-se, este é um facto incontornável.
- Mas a anterior directora do MFTPJ defendia que o museu deveria ter um papel na investigação do bordado e na sua conservação e restauro e não na sua produção...
- São ambas opiniões válidas. Por um lado, os museus não têm que ter associados a componente produtiva. É evidente que é uma mais-valia, mas penso que o projecto ex-líbris que está a ser de-senvolvido por um conjunto de entidades locais, será determinante para o bordado de Castelo Branco. O trabalho das bordadoras do museu é essencial para a sua definição, porque não há ninguém que tenha trabalhado durante tanto tempo no bordado e com as condições que elas sempre tiveram. É por isso que já defini com a oficina-escola que uma das prioridades é elas produzirem painéis para serem incorporados na colecção do museu, porque merecem ficar no museu peças do século XXI.
- A sua antecessora divulgou não ter financiamento para suportar despesas de manutenção para o funcionamento do museu. As restrições orçamentais continuam a preocupar esta direcção?
- Felizmente, essa situação não se mantém. Pelo menos para este ano, os museus estão muito confortáveis relativamente ao orçamento anual. Não estamos nada preocupados se vamos ter dinheiro para pagar a electricidade até ao final do ano. Já no ano passado correu bem.
- O museu tem uma média de dez mil visitantes por ano, um número que contrasta com os visitantes ao Jardim do Paço. Já pensou em soluções para os atrair ao museu?
- O número de visitantes do museu, que se tem mantido estável, é de 10.619 visitantes por ano. O Jardim do Paço tem mais de 25 mil visitantes por ano e páram todos aqui ao nosso portão. O jardim foi construído para servir este paço episcopal. As estratégias passam seguramente por um protocolo entre o IPM e a Câmara Municipal. Gostaria que, pelo menos nos meses em que há mais público (desde a Páscoa até final do Verão), ou se abrisse a porta do museu para o jardim ou se criasse um bilhete único de visita. É impossível a abertura da porta, por questões de conservação das peças da história do bispado. Teríamos de estudar uma solução arquitectónica. Ou então ficarmos pelo bilhete único, porque aparecem-nos muitos visitantes do jardim pensando que com aquele bilhete podem entrar no museu. Já sensibilizei o Dr. Manuel Oleiro que está disponível para vir a Castelo Branco falar com o presidente da Câmara e também já sensibilizei Joaquim Morão nesse sentido.
- Continua a sentir que o museu não atrai a sua comunidade?
- Há pessoas em Castelo Branco que nunca entraram no museu. Por isso a nossa aposta no público jovem, porque os adultos que normalmente não vêm ao museu muito dificilmente os vamos conseguir captar. Não está criado o hábito de frequentar os museus. Também deveríamos ter outros espaços, como uma cafetaria, um restaurante e uma loja, que o museu não tem e que o tornaria um espaço mais apelativo.
- Isso implica uma ampliação do museu. Existe o projecto mas foi abandonado?
- Esse projecto já tem anos, mas penso que não foi abandonado. Precisamos de outros espaços para reservas e para desenvolver as actividades do serviço educativo que têm sido realizadas, e isso não me choca nada, ao longo da exposição permanente, o que permite o contacto das crianças com as vertentes expositivas. Na minha opinião pessoal, faria sentido ter uma cafetaria em comum com o jardim. Vamos ver...
Muitas ligas de amigos de museus têm um trabalho de dinamização muito grande. A sociedade dos amigos do MFTPJ caminha nesse sentido?
A sociedade ainda é recente, mas penso que caminha, porque são pessoas muito dinâmicas e têm apoiado muito o museu até em termos financeiros. Apresentei-lhes o propjecto de actividades para este ano e as necessidades que tinha para a sua concretização e, em Assembleia Geral, decidiram apoiar todas elas. E apresentaram as suas próprias actividades, como uma exposição sobre o pintor Barata Moura, além de contribuirem muito para a divulgação do museu.
Por: Leonor Veloso
SECÇÃO: Entrevista
Aida Rechena
Um bilhete único para visitar o jardim e o museu
Alguns brinquedos do museu de Seia farão parte de uma exposição dedicada às crianças, que representam 37 por cento dos visitantes do Museu Tavares Proença Júnior de Castelo Branco. A aproximação do museu à comunidade é um dos exemplos do empenho de Aida Rechena directora, que sonha com a criação de um bilhete único para visitar o Jardim e o museu
JORNAL DO FUNDÃO – A anterior direcção apostou muito em exposições temporárias por intermédio de um protocolo com o museu do Chiado. É essa a sua orientação?
AIDA RECHENA – Essa é uma das orientações do Instituto Português dos Museus. Uma das recomendações é que sejam feitos trabalhos de parcerias entre os museus do IPM. Esse trabalho de trazer grandes pintores do século XX já foi feito, não vamos repeti-lo. Além das colecções do Museu Francisco Tavares Proença Júnior (MFTPJ), temos à nossa disposição as colecções de todos os museus do IPM, as que estão em reserva poderão circular pelos museus. Mas confesso que ainda não aprofundei essa opção. Pela localização geográfica do museu e pela opção que tomei como directora, quero antes aprofundar o relacionamento entre o museu e as entidades culturais da região. Desde a universidade, ao politécnico o museu dos lanifícios e outros, as associações de defesa do património, e as autarquias. Já tentámos dar um passo para além da fronteira, aproximando-nos ao Museu de Cáceres.
- Com o intercâmbio de colecções entre ambos os museus?
- Vamos tentar ultrapassar as dificuldades da circulação de peças para fora dos museus. Fomos lá em Outubro e espero que o director venha agora visitar o nosso museu. Uma das propostas no plano de actividades e que o IPM aprovou foi a tentativa de fazer uma geminação entre os museus. Em termos institucionais é complicado levar, por exemplo, as colchas para o exterior do museu em termos de segurança e de conservação das peças, o que envolve gastos que não temos capacidade de responder. Poderemos divulgar o património através de uma exposição de fotografias e também através das sociedades de amigos de ambos os museus. Tenho muita esperança que consigam desenvolver projectos em conjunto.
- Que tipo de projectos?
- Teremos de nos sentar todos à mesma mesa para decidir. Mas por exemplo, em vez das peças circularem, podemos fazer exposições temáticas em simultâneo. O museu de Cáceres tem uma colecção de pinturas e gravuras dos pelourinhos e nós também temos dos pelourinhos da Beira do pintor Barata Moura. Divulgamos o nosso museu e já temos no Museu de Cáceres os nossos desdobráveis e estamos também a divulgar o museu espanhol. Eles têm muitos mais visitantes do que nós e penso que ganharíamos muito com este intercâmbio.
E estão também a estreitar relações com as instituições locais e regionais...
Sim, estamos juntamente com a Sociedade dos Amigos do Museu a reunir com os responsáveis da Cultura de todas as câmaras municipais, para discutirmos formas de aproximação do museu às comunidades de forma a atrair mais público e para que o museu possa divulgar as suas iniciativas naqueles locais. Penso que para o ano já teremos algumas exposições em conjunto.
- As crianças em idade escolar são o público privilegiado desta direcção?
- Sem dúvida. As crianças até aos 14 anos representam cerca de 37 por cento do nosso público. O museu já tem 96 anos, estando a aproximar-se o seu centenário e há todo um percurso pedagógico muito interessante. Estamos apenas a consolidar determinadas vertentes do serviço educativo.
- A falta de pessoal é um dos constrangimentos ao desenvolvimento de actividades no museu?
- Este ano tivemos a sorte de ter recebido oito colaboradores no âmbito do mercado Cultura e Emprego, um protocolo entre o Ministério da Cultura e o Ministério do Emprego que permitiu termos mais três vigilantes-recepcionistas e cinco para apoio técnico e ao serviço educativo, com a possibilidade de ficarem um ano e meio. Temos muitas expectativas que fiquem até Dezembro. Ideias e projectos temos, mas não podem ser desenvolvidos apenas com a técnica responsável do Serviço Educativo e este grupo trabalha muito bem.
- E que actividades desenvolverá para atrair esse público? A exposição de brinquedos do Museu de Seia é uma delas?
- Depois de chegarmos à conclusão que 37 por cento dos visitantes e utilizadores do museu são crianças e tendo em conta que o Conselho Internacional de Museus (ICOM) propôs como temática de reflexão para o Dia Internacional dos Museus (18 de Maio) o público jovem, decidimos que seria simpático para as nossas crianças ter uma exposição que lhes é dedicada. A exposição vai chamar-se “Brinquedos, Brincadeiras e outros Segredos” será inaugurada a 17 de Março e são esses segredos que irão surpreender as crianças com ateliers para construir brinquedos a brincar e realizar jogos tradicionais. Este é um dos exemplos do nosso empenho em estreitar a colaboração com instituições da região, os brinquedos vêm do Museu dos Brinquedos de Seia e a exposição será construída por nós com o nosso discurso expositivo e relacionando sempre com a exposição permanente do museu.
- A exposição de Arqueologia veio enriquecer o museu?
- Sem dúvida, até porque a Arqueologia está na origem do museu. Mas neste museu aquilo que atrai mais as pessoas são, sem dúvida, os bordados de Castelo Branco. Identifica-se o património e até o museu com o bordado regional e penso que é esta a vertente onde temos que investir e a colecção que temos de enriquecer.
A oficina-escola do Museu dá aos visitantes a oportunidade de ver in loco como se borda. Este é um contributo muito forte. Mas vai desaparecer...
Não sei se a oficina-escola vai desaparecer mas é um contributo muito valioso para o museu. Mesmo no livro de opiniões, quase todas as pessoas referem a oficina-escola. Mas se ninguém entra para a função pública, se os quadros não são reforçados, se as bordadeiras estão a reformarem-se, este é um facto incontornável.
- Mas a anterior directora do MFTPJ defendia que o museu deveria ter um papel na investigação do bordado e na sua conservação e restauro e não na sua produção...
- São ambas opiniões válidas. Por um lado, os museus não têm que ter associados a componente produtiva. É evidente que é uma mais-valia, mas penso que o projecto ex-líbris que está a ser de-senvolvido por um conjunto de entidades locais, será determinante para o bordado de Castelo Branco. O trabalho das bordadoras do museu é essencial para a sua definição, porque não há ninguém que tenha trabalhado durante tanto tempo no bordado e com as condições que elas sempre tiveram. É por isso que já defini com a oficina-escola que uma das prioridades é elas produzirem painéis para serem incorporados na colecção do museu, porque merecem ficar no museu peças do século XXI.
- A sua antecessora divulgou não ter financiamento para suportar despesas de manutenção para o funcionamento do museu. As restrições orçamentais continuam a preocupar esta direcção?
- Felizmente, essa situação não se mantém. Pelo menos para este ano, os museus estão muito confortáveis relativamente ao orçamento anual. Não estamos nada preocupados se vamos ter dinheiro para pagar a electricidade até ao final do ano. Já no ano passado correu bem.
- O museu tem uma média de dez mil visitantes por ano, um número que contrasta com os visitantes ao Jardim do Paço. Já pensou em soluções para os atrair ao museu?
- O número de visitantes do museu, que se tem mantido estável, é de 10.619 visitantes por ano. O Jardim do Paço tem mais de 25 mil visitantes por ano e páram todos aqui ao nosso portão. O jardim foi construído para servir este paço episcopal. As estratégias passam seguramente por um protocolo entre o IPM e a Câmara Municipal. Gostaria que, pelo menos nos meses em que há mais público (desde a Páscoa até final do Verão), ou se abrisse a porta do museu para o jardim ou se criasse um bilhete único de visita. É impossível a abertura da porta, por questões de conservação das peças da história do bispado. Teríamos de estudar uma solução arquitectónica. Ou então ficarmos pelo bilhete único, porque aparecem-nos muitos visitantes do jardim pensando que com aquele bilhete podem entrar no museu. Já sensibilizei o Dr. Manuel Oleiro que está disponível para vir a Castelo Branco falar com o presidente da Câmara e também já sensibilizei Joaquim Morão nesse sentido.
- Continua a sentir que o museu não atrai a sua comunidade?
- Há pessoas em Castelo Branco que nunca entraram no museu. Por isso a nossa aposta no público jovem, porque os adultos que normalmente não vêm ao museu muito dificilmente os vamos conseguir captar. Não está criado o hábito de frequentar os museus. Também deveríamos ter outros espaços, como uma cafetaria, um restaurante e uma loja, que o museu não tem e que o tornaria um espaço mais apelativo.
- Isso implica uma ampliação do museu. Existe o projecto mas foi abandonado?
- Esse projecto já tem anos, mas penso que não foi abandonado. Precisamos de outros espaços para reservas e para desenvolver as actividades do serviço educativo que têm sido realizadas, e isso não me choca nada, ao longo da exposição permanente, o que permite o contacto das crianças com as vertentes expositivas. Na minha opinião pessoal, faria sentido ter uma cafetaria em comum com o jardim. Vamos ver...
Muitas ligas de amigos de museus têm um trabalho de dinamização muito grande. A sociedade dos amigos do MFTPJ caminha nesse sentido?
A sociedade ainda é recente, mas penso que caminha, porque são pessoas muito dinâmicas e têm apoiado muito o museu até em termos financeiros. Apresentei-lhes o propjecto de actividades para este ano e as necessidades que tinha para a sua concretização e, em Assembleia Geral, decidiram apoiar todas elas. E apresentaram as suas próprias actividades, como uma exposição sobre o pintor Barata Moura, além de contribuirem muito para a divulgação do museu.
Por: Leonor Veloso
Promessa de nova loja do IPPAR em Idanha-a-velha
in: Diário xxi
IPPAR inaugura sé reabilitada
Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2006
O presidente do Instituo Português do Património Arquitectónico e Religioso, Emílio Sumavillem, anunciou para Idanha-a-Nova, a 16ª loja do País
Francisco Cardona
Nas mãos do Instituo Português do Património Arquitectónico e Religioso (IPPAR) há mais de vinte anos, a Sé Catedral da Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha foi ontem inaugurada simbolicamente. “O património é algo que nunca está completamente recuperado”, disse Emílio Sumaville, presidente do IPPAR há três meses, durante a abertura daquele monumento integrado no Conjunto Arquitectónico e Arqueológico de Idanha-a-Velha, classificado como Monumento Nacional há nove anos.
“A recuperação é o resultado de um trabalho lento, mas tudo é lento quando se trata de recuperar a memória”, acrescentou o presidente do IPPAR que iniciou a intervenção na zona envolvente à Sé Catedral e no interior do templo há cerca de oito anos.
Segundo Emílio Sumaville, o custo das obras de recuperação do templo, construído num tempo anterior à nacionalidade, atingem cerca de meio milhão de euros. Verba que se junta a outra não especificada, por aquele responsável, para recuperar a zona envolvente onde se situa o daptistério, monumento único na Península Ibérica.
Datável do século VI ou VII, o baptistério, junto à porta sul da Sé, deve ser interpretado como o vestígio da primeira basílica paleocristã em Idanha-a-Velha, aldeia com mais de dois mil anos que guarda testemunhos visigóticos, muçulmanos e cristãos.
Durante a simbólica inauguração, Emilio Sumavielle, acompanhado pelo presidente da Câmara de Idanha-a-Nova e pelo director regional do IPPAR, José Afonso, anunciou “para breve” a criação de uma loja do instituto em Idanha-a-Velha, “num esforço conjunto com a autarquia”, para abrir a 16ª loja do País.
Segundo aquele responsável, trata-se de uma iniciativa para revitalizar a aldeia e oferecer novos produtos aos turistas que visitam a aldeia que, ainda apresenta, problemas de sinaléctica e de recuperação de casas no núcleo histórico.
“O património está recuperado mas o fundamental são as pessoas”, disse Emilio Sumavielle sublinhando que a memória não deve ser colocada num redoma de vidro. “É preciso gente que o possa viver”, concluiu o presidente do IPPAR.
IPPAR inaugura sé reabilitada
Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2006
O presidente do Instituo Português do Património Arquitectónico e Religioso, Emílio Sumavillem, anunciou para Idanha-a-Nova, a 16ª loja do País
Francisco Cardona
Nas mãos do Instituo Português do Património Arquitectónico e Religioso (IPPAR) há mais de vinte anos, a Sé Catedral da Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha foi ontem inaugurada simbolicamente. “O património é algo que nunca está completamente recuperado”, disse Emílio Sumaville, presidente do IPPAR há três meses, durante a abertura daquele monumento integrado no Conjunto Arquitectónico e Arqueológico de Idanha-a-Velha, classificado como Monumento Nacional há nove anos.
“A recuperação é o resultado de um trabalho lento, mas tudo é lento quando se trata de recuperar a memória”, acrescentou o presidente do IPPAR que iniciou a intervenção na zona envolvente à Sé Catedral e no interior do templo há cerca de oito anos.
Segundo Emílio Sumaville, o custo das obras de recuperação do templo, construído num tempo anterior à nacionalidade, atingem cerca de meio milhão de euros. Verba que se junta a outra não especificada, por aquele responsável, para recuperar a zona envolvente onde se situa o daptistério, monumento único na Península Ibérica.
Datável do século VI ou VII, o baptistério, junto à porta sul da Sé, deve ser interpretado como o vestígio da primeira basílica paleocristã em Idanha-a-Velha, aldeia com mais de dois mil anos que guarda testemunhos visigóticos, muçulmanos e cristãos.
Durante a simbólica inauguração, Emilio Sumavielle, acompanhado pelo presidente da Câmara de Idanha-a-Nova e pelo director regional do IPPAR, José Afonso, anunciou “para breve” a criação de uma loja do instituto em Idanha-a-Velha, “num esforço conjunto com a autarquia”, para abrir a 16ª loja do País.
Segundo aquele responsável, trata-se de uma iniciativa para revitalizar a aldeia e oferecer novos produtos aos turistas que visitam a aldeia que, ainda apresenta, problemas de sinaléctica e de recuperação de casas no núcleo histórico.
“O património está recuperado mas o fundamental são as pessoas”, disse Emilio Sumavielle sublinhando que a memória não deve ser colocada num redoma de vidro. “É preciso gente que o possa viver”, concluiu o presidente do IPPAR.
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