O nº 67 da Revista Raia publica três excelentes artigos promocionais das belezas naturais da região e também dos esforços feitos para as tornar atractivas turisticamente. Uma das reportagens é sobre os núcleos museológicos de Vila de Rei, aqui fica:
Com Vila de Rei em destaque no mapa, apontamos as coordenadas de três núcleos museológicos: o Museu das Aldeias, na Relva; o da Geodesia, no picoto da Melriça; e o Museu Municipal, na sede de concelho
Texto e fotografias de jorge manuel costa
reportagem integral na raia#67
Ao entrarmos na povoação da Relva, a cinco quilómetros de Vila de Rei, por entre as árvores sobressai uma réplica de dois metros do monumento do Cristo Rei, colocada num pedestal de cimento. Trata-se de uma das primeiras criações com que Aniceto Nunes decorou a quinta do mesmo nome. Nascido há 60 anos naquela aldeia, aos 15 o jovem foi para Lisboa, onde aprendeu a arte de pedreiro, tomou conta de um café, foi taxista e trabalhou numa empresa de móveis, ofícios que mais tarde lhe seriam úteis na realização deste e de outros projectos de uma estética rara. Mas é o coleccionismo de relíquias do mundo rural que mais o tem ocupado. «Sempre tive uma grande paixão pelas coisas antigas. Pedia para me darem ou venderem tudo o que fosse velho.», comenta Aniceto Nunes, lembrando que o vício começou com uma candeia. «Encontrei-a na serra num buraco. Disseram-me que a podia levar, porque era para deitar fora.» Em trinta anos, o entusiasta das velharias reuniu milhares de peças centenárias, por vezes oferecidas pelos visitantes do seu museu ou encontradas na rua. «Às vezes vejo coisas que é um crime estarem no lixo e não me importo de metê-las no carro.»
A braços com a crescente falta de espaço para tantos objectos, o próprio resolveu criar um museu que retratasse os ofícios do mundo agrícola. Hoje, o Museu das Aldeias estende-se pelos três pisos da Casa Grande, solar rústico da primeira metade do século XVII, outrora pertencente aos capitães da Relva, família abastada para quem trabalhava a maior parte da população da localidade. Em 1994 Aniceto Nunes compra com o irmão aos últimos netos da família a propriedade e o solar – desabitado há trinta anos e em ruínas –, regressando em definitivo à aldeia para se dedicar à ampliação da quinta e à recuperação da casa. ...........
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