sexta-feira, abril 22, 2005

violas beiroas

Duas violas beiroas novas no Grupo de dança da Lousa

"Como tivemos necessidade de mandar
fazer duas violas novas, junto lhe envio a identificação do violeiro que as
fez.




Uma vez que este ano, faço parte da Comissão de Festas de Nossa Senhora dos
Altos Céus, aproveito a oportunidade para o convidar a assistir a estas
festas a realizar na Lousa nos dias 13, 14, 15 e 16 de Maio, nas quais as
Danças da Lousa, bem como a Viola Beiroa e as Genébres, vão ter uma posição
de destaque. Em anexo junto o respectivo programa.





Com os melhores cumprimentos

José Teles Chaves"

viola beiroa

Recebi a informação de que o Grupo de dança da Lousa passou a contar no acervo com mais um exemplar da tradicional viola beiroa.

Que a conservem, estimem e facultem a sua visualização e estudo a interessados. Também, que surjam violeiros com capacidade de a reproduzirem, com qualidade.

"Agora uma coisa que talvez o possa interessar: a semana passada, um antigo
tocador da Dança dos Homens (já deixou a dança há muitos anos) entregou na
Junta de Freguesia a viola beiroa que utilizava e que ficou esquecida
durante muitos anos em sua casa. Ainda não a vi mas segundo me disseram é
muito antiga e ornamentada. Espero vê-la este fim de semana."

domingo, abril 17, 2005

Aldeias Históricas

A INAPA publicou em 2004 um excelente trabalho, da autoria de Margarida Magalhães Ramalho e António Homem Cardoso. A capa reproduz uma bela fotografia de Idanha-a-Velha. O texto, referente à história de Idanha-a-Velha, que reproduzo parcialmente, é imensamente rico e cientificamente relevante.


“Idanha-a-Velha é uma terra velha de séculos. Sobre a sua antiguidade já escrevia Al-Razi, um historiador árabe, da primeira metade do século x: «A Egitânia encontra-se a oriente de Coimbra e a ocidente de Córdova. É uma cidade muito antiga, forte e bem dotada, com um território bem provido de cereais, de vinhas, de caça, de peixes e um solo fértil.»
Ao que parece, começou por se chamar Civitas Igaeditanorum e foi fundada no período de Augusto, no último quartel do século i a. C. Por uma inscrição datada de 16 a. C. sabe-se que um cidadão de Emérita Augusta, a actual Mérida, Quintus Iallius, deu de boa vontade um relógio de sol aos Igeditanos. Assim se prova a existência da povoação já nessa altura. m anos mais tarde já era município romano e era citado numa inscrição da magnífica ponte de Alcântara, em Espanha, como tendo sido um dos que tinha contribuído para a sua construção.
Aliás, a antiga Torre dos Templários, muito arruinada, foi levantada e o podium de um templo romano, século 1, dedicado, segundo alguns autores, a Júpiter e, segundo outros, a Vénus. O templo delimitaria um dos
lados do antigo forum. No pico do seu desenvolvimento, Civitas Igaeditanorum deve ter ocupado uma área de vários hectares que se estendia desde o actual limite norte (onde foi localizada uma necrópole romana) até às margens do rio Ponsul onde existiria uma estrutura termal (de que ainda subsistem sas ruínas) que, dada a sua envergadura, deveria sido de carácter público.
Perante o perigo bárbaro dos séculos iii e iv, a cidade recolheu-se atrás de uma forte cintura de muralhas, de que ainda resta um troço importante, sacrificando parte da área construída e reduzindo o perímetro urbano. Como qualquer urbe romana, a antepassada Idanha-a-Velha era abastecida pelas granjas e villas das redondezas, sendo a água proveniente de uma pequena barragem.
Inserida num território fértil e localizada no eixo Guarda/ /Mérida (servindo de ponto de paragem intermédio), a cidade atingiu nos primeiros séculos desta era, uma prosperidade razoável, atestada pelos inúmeros elementos arquitectónicos, capitéis, fustes, bases, colunas, entre outros, aqui encontrados.




Dos séculos de romanização ficaram inúmeros vestígios para além dos já referidos, Dezenas de lápides e inscrições dedicadas a divindades locais e a Juno, Júpiter, Marte, Vénus e Sol e muitas outras de carácter militar e funerário, hoje recolhidas no novíssimo Arquivo de Epígrafes, localizado junto ao Lagar de Varas.
Também nas redondezas se pode ver o que resta da antiga via que se dirigia para Alcântara bem como a ponte de três arcos sobre o rio Ponsul.
No século v, começa um novo período para esta cidade. Ocupada pelos germanos passa a integrar o reino suevo. Pouco se sabe destes tempos. Contudo há factos bem documentados, como é o caso da criação da diocese da Egitânia, em 534 (com sede em Idanha-a-velha) durante o reinado de Teodomiro. Os seus limites correspondiam, mais ou menos, aos do actual Distrito de Castelo Branco. Em 569 esta nova diocese está representada no Concílio de Lugo.
Alguns anos mais tarde, em 585, o reino suevo é integrado no visigótico. Começa então um dos mais prósperos períodos da vida desta cidade, que passa cunhar a sua própria moeda de ouro o Triente. Tudo indica que entre os séculos vi e vii terão sido edificados um baptistério, uma catedral e, eventualmente, um paço episcopal. Se não restam dúvidas de que as ruínas do primeiro são de origem paleocristã, o mesmo não acontece com o edifício da basílica que chegou até aos nossos dias. Os investigadores ainda não chegaram a acordo quanto à sua datação original.
Em 715 todo este território é ocupado pelo Islão. Segundo a historiografia tradicional, a Egitânia teria sido então totalmente destruída e abandonada, só voltando a ser povoada após a Reconquista. Tese que não pode ter qualquer fundamento se atentarmos noutras fontes, de que o testemunho de Al-Razi é apenas um exemplo. Parece evidente que durante os séculos IX e X, a povoação, então denominada Idania, florescia. Basta dizer que durante a ocupação muçulmana o perímetro amuralhado tinha 700 metros, que cercavam uma área de cinco hectares abrigando um milhar de habitantes. Na mesma época, cidades como Alcácer do Sal, Évora ou Silves tinham uma área de sete hectares e uma população da ordem das duas mil almas.
Para alguns historiadores, tanto as muralhas que ainda hoje cercam Idanha como a sua catedral terão sido levantadas neste período. A continuação dos estudos e das escavações arqueológicas poderá, um dia, aclarar este assunto. Mesmo que possa não ter sido criada de raiz mesquita, parece contudo ser consensual a utilização da catedral como templo muçulmano. Aliás, em 1758, referir-se-á nas Memórias Paroquiais (realizadas após o terramoto de 1755 que este «templo foi mesquita de mouros».

Com a Reconquista, Idanha é conquistada por Afonso III de Leão. Integrando o Condado Portucalense, doado a D. Henrique e D. Teresa, torna-se território português desde a primeira hora. Perdida e tomada por diversas vezes, é reconquistada em 1165 por D. Afonso Henriques, que a coloca sob tutela do mestre templário Gualdim Pais.
Contudo, a posse pela Ordem do Templo não é definitiva. Até ao início do século XIII, altura
Em que D. Sancho II lhe concede o seu primeiro foral, em Abril de 1229, Idanha continua a ser disputada por cristãos e muçulmanos. Esta sucessão de «guerras santas» acabará por ditar a sua ruína e o seu total abandono em 1240. Quatro anos depois volta a ser doada aos Templários para ser repovoada, tornando-se então uma comenda da Ordem. É, ao que parece deste período, a construção da torre sobre o antigo templo romano, a qual conserva ainda no tímpano de uma janela, a inscrição do ano de 1245. Durante este período, as muralhas são provavelmente reconstruídas e é refeita e ressacralizada a catedral, sendo o templo dedicado a Santa Maria.”

Na Bibliografia indicada e no referente a Idanha-a-Velha refiro o trabalho de Cláudio Torres, "A Sé Catedral de Idanha", in Arqueologia Medieval, nº1, Mértola, especialmente pela sua especialização na cultura árabe e em particular da influência árabe na península. Como é sabido a influência árabe, durante o período da ocupação da região, corresponde ao período com menos elementos e estudo e relativamente ao qual está praticamente tudo por fazer. Todos os contributos para o seu estudo são releventes.

quinta-feira, abril 14, 2005

Estações Meteorológicas na A23

A imprensa anunciou que a Scutvia da Beira Interior iria instalar 5 estações meteorológicas, ao longo do percurso, para poder dar informações mais seguras e rápidas, aos senhores automobilistas, através dos painéis electrónicos. Excelente ideia, que vai tirar partido da rede óptica colocada ao longo da via, até agora muito subaproveitada, ao que penso. Para além da função de observação vídeo não lhe conheço outra utilidade.
Sugiro, sem implicações de custos para a Scutvia Beira Interior, que essa informação que chega à Central da Lardosa, seja colocada on-line, porque a mesma pode ser muito útil para os agricultores, turismo, escolas, geógrafos e outros utilizadores dos dados Meteorológicos. Essa mesma informação poderá ser divulgada pelas rádios locais e imprensa.
Actualmente a situação da informação meteorológica da região é muito curiosa. Num site de um Centro de Recursos Educativo, de uma escola do Fundão, foi decidido colocar informação meteorológica. Só que a estação com dados on-line que encontraram mais próxima localiza-se em Castelo Branco. Em termos meteorológicos faz uma grande diferença, tomar os dados de Castelo Branco como referência para o Fundão. Poderemos verificar essa diferença se a minha sugestão for seguida. Em www.weatherunderground.com pode ser obtido, freeware, o software que permitirá colocar a informação que chega à Lardosa, na rede mundial de estações Weather Underground, sem custos suplementares. Seria também interessante que fossem colocados sensores que medissem a humidade no solo e também que nas estações de serviço seja disponibilizada informação sobre os dados das diferentes estações. Aliás a Scutvias poderia vender essa informação às gasolineiras.

Pedras de Fé

O Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal do Fundão publicou mais um caderno de sugestão de percursos no Fundão. Desta vez trata-se das Pedras de Fé, procurando-se valorizar o património sacro do Fundão. Mas, na minha opinião, o património sacro mais importante do concelho do Fundão não se localiza no Fundão-Cidade, mas sim nas vilas e aldeias do concelho. É importante, significativo e relevante fazer este tipo de trabalho, mas deve ser alargado a toda a área do concelho não restringir-se à sede do concelho. Bem sei que o Gabinete Local foi criado para divulgar o património da zona histórica do Fundão, só que o meu conceito de zona histórica do Fundão é mais abrangente e estende-se a todo o concelho. Todo ele é histórico, todo ele tem património relevante.
Este tipo de actuação transfere para a área local a crítica que correntemente se faz a Lisboa, o de ser centralizadora. Agora a centralização, no concelho do Fundão, transferiu-se para a zona histórica. Vamos lá, utilizemos os recursos destacados e o conhecimento adquirido para tratar todo o concelho da mesma forma.

segunda-feira, abril 04, 2005

Produtos do BOSQUE, directamente de MONFORTINHO

No último fim de semana tive oportunidade de constatar a excelente qualidade de um conjunto de óptimos produtos, produzidos em Monfortinho. Já tinha verificado a existência dos produtos no mercado, estão à venda no Gourmet do El Corte Inglês, mas não tinha aprofundado a origem e a qualidade. Trata-se de produtos de caça, transformados industrialmente pela Monfortur. A matéria prima tem origem em várias propriedades no concelho da Idanha, do grupo Espírito Santo, nomeadamente na Herdade da Poupa. Javalis, perdizes, lebres, veados e muflões, criados e abatidos em montarias nas referidas herdades são depois aproveitados e transformados industrialmente numa unidade fabril localizada em Monfortinho, na cerca do Hotel Fonte Santa, dando emprego anual a 10 trabalhadores. Chouriço de veado ou javali, patés diversos, enlatados de perdiz de escabeche e de feijão com lebre, são alguns dos produtos que se podem adquiris directamente num posto de venda na unidade fabril, que até Domingo de manhã está aberto ao público. Os enchidos são excelentes, com muito menos gordura do que os enchidos artesanais ou industrais de porco.

Toda esta actividade produtiva é ainda complementada com um dinamismo na exploração turística. A Monfortur, organiza na Herdade da Poupa um safari fotográfico, em que qualquer turista pode participar, desde que se inscreva numa das três unidades de Turismo do Grupo, Clube de Tiro e Pesca de Monfortinho, Hotel Astória ou Hotel Fonte Santa. Nesse safari será possível fotografar todas as variedades cinegéticas que a Monfortur cria, explora e incorpora como produto turístico.

Testei a qualidade de informação sobre estas e outras actividades turísticas na região e a decepção foi total. No Posto de Turismo não havia qualquer informação sobre o safari fotográfico. Procurei também informação do observatório dos Alares e a primeira reacção foi de desconhecimento total, apôs insistência e consulta a outro Posto de Turismo acabei por conseguir um número de telefone de contacto com a Quercus, para marcação de visita ao observatório dos Alares. Antes disso procurei aceder à Internet no Posto de Turismo, para recuperar informação sobre o observatório dos Alares, mas foi-me dito que o acesso era muito demorado, porque ainda não tinham acesso ADL.

Mas, embora dando o benefício da dúvida, por ainda não estarem activados todos os serviços, no Hotel Fonte Santa, as Novas Tecnologias não estão convenientemente aproveitadas. A rede WI-FI, instalada no edifício, ainda não funcionava, tiveram dificuldades informáticas na facturação, a rede vídeo e rádio, disponibilizada no edifício, não tem uma programação com um mínimo de qualidade e de preocupação cultural. Esperemos que estas limitações venham a ser superadas. Recordo que apôs recuperação o Hotel Fonte Santa tinha sido reaberto na Quinta Feira anterior, ainda com obras a decorrer no 1º Piso de Quartos, na sala de Conferências e equipamento por colocar. Mesmo nestas condições, foi-me possível concluir relativamente ou excelente trabalho de Arquitectura e Decoração bem como de Arquitectura Paisagística, embora este ainda um pouco atrasado. Mas, foi á possível assistir à beleza do caramanchão de glicínias e jasmins, com o cruzar das suas flores roxas e amarelas e ao enquadramento de pegas, melros, pardais, rolas, pintasilgos, cegonhas dominando os céus, que tive oportunidade de observar a partir da Sala de Refeições. Belo, muito belo mesmo.... Da excelência da Gastronomia e das qualidades do Chefe, que tira partido sempre de pratos de caça, escreverei noutro momento....