Papel da Educação no Desenvolvimento
A Imprensa Regional cita um trabalho de um professor da UBI sobre a situação económica na Beira Interior e apresenta várias propostas sendo uma delas “é necessário o envolvimento das escolas industriais e comerciais”. Como é sabido não existem, actualmente, no sistema educativo português escolas industriais e comerciais, não se percebendo como será possível dinamizá-las. Agora, isso sim, sem um nível educacional mais avançado não será possível atingir o desenvolvimento. Esse papel caberá a todo o ensino básico, secundário e superior. Para além do nível educacional, em Portugal, ser muito baixo há ainda a agravante de o sistema de ensino ter imensas lacunas e ser mesmo de fraca qualidade. Basta observar as estatísticas referentes aos resultados dos Testes PISA, domínio da Língua, domínio da Matemática e domínio das Ciências, obtidos pelos alunos portugueses e compará-los com os obtidos noutros países para tomarmos consciência do tanto que há para fazer em Portugal. Mas, se fizermos uma análise mais fina constataremos que a situação na Beira Interior, a nível dos resultados referidos apresenta dos piores resultados no País. Se, nos dermos ao cuidado, dando-lhe o valor que lhe podermos dar, de observar o posicionamento das Escolas Secundárias da Beira Interior, no ranking que vem sendo feito pelo Público, não encontramos qualquer escola da Beira Interior nas 50 primeiras posições e encontramos várias nas últimas 50 posições. É ao nível da qualidade do ensino básico, secundário e superior que teremos que actuar e na Beira Interior há muito a corrigir, a começar na própria UBI, onde lecciona o responsável pelo trabalho jornalístico.
in: Jornal do Fundão
Estudo do ODES
«Beira Interior está a atravessar fase crucial»
Fala sobre o futuro da economia da Beira Interior, o mais recente trabalho de José Pires Manso, professor da UBI
CHEGA pela mão de José Pires Manso o mapa actual da economia da Beira Interior. O responsável máximo pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da UBI faz o resumo da situação actual da região, classificando-a de “má” e aponta algumas saídas possíveis para a crise instalada.
Segundo o catedrático em economia da UBI, “a Beira Interior está a atravessar uma fase crucial da sua vida”. Isto porque, a região vive fundamentalmente dos sectores têxtil, laneiro e de confecções, que estão agora em crise. A constatação não necessita de grandes números ou dados estatísticos, “uma vez que estes são bem conhecidos”. A necessidade mais premente, vai sim, no sentido de “recuperar, reconverter e relançar algumas unidades salutares destes sectores”, aponta o documento. Em sete páginas, Pires Manso lança também um alerta à classe política. Segundo o docente “são necessários apoios que discriminem positivamente o interior do País em relação ao litoral”.
Vectores fundamentais com maior apoio
Renovar as rodovias, deixar as auto-estradas sem portagens e electrificar toda a linha ferroviária da Beira Baixa são algumas das principais achegas que Pires Manso deixa ao poder político local e central. Para o responsável pelo Observatório da UBI, estas infra-estruturas têm um forte impacto na economia da região, daí que a sua “dinamização seja fundamental”. Ainda neste ponto, o docente refere também a modernização do aeródromo da Covilhã. Uma das principais soluções encontradas pelo catedrático de economia está na aposta de produtos de alta qualidade, “que não sejam facilmente produzidos em mercados como a China ou o Japão”. Esta medida está a ser adoptada em Inglaterra e noutros países europeus, com “bastante sucesso”. Para que esta meta seja atingida, “é necessário o envolvimento das escolas industriais e comerciais”, isto para que “se dotem as empresas de profissionais qualificados em muitos domínios onde actualmente há carência, como é o caso da mecânica e da manutenção de equipamentos industriais”.
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