Papel de estabelecimentos comerciais como locais de produção musical
«O Cantinho» continua uma tasca activa no Fundão
Há algumas décadas atrás, havia no Fundão mais de vinte tabernas. Na rua da Cale cerca de meia dúzia. Hoje as mais significativas são a da Estação e o "Cantinho" na rua da Cale. Quem o afirma é um ex-proprietário do "Cantinho", Isidro Marques dos Santos, que completa 72 anos a 30 de Dezembro próximo. Natural de Sobral de S. Miguel, residiu em Moçambique e depois regressou a Portugal adquiriu a taberna, estando à sua frente durante vinte anos. "No meu tempo, havia muito movimento. Começava logo de manhã ao mata-bicho a vender pataniscas de bacalhau e outros petiscos", recorda. "Vinham tocadores de acordeão e guitarras e cantava-se. Isto era uma alegria. Agora acabou isso tudo", remata com alguma nostalgia expressa no rosto." JF 5/12/2003
José Alberto Sardinha, na pag 411 de Tradições Musicais na Estremadura escreve o seguinte: "É efectivamente muito antiga a tradição de haver instrumentos musicais em certos estabelecimentos comerciais, sobretudo barbearias e tabernas, como já referimos na parte introdutória dos bailes populares. Em Janeiro de Cima, por exemplo, uma recôndita aldeia do concelho do Fundão, já estremando com a região do Pinhal, ainda hoje (1995) o velho proprietário da taberna local tem sempre duas guitarras disponiveis no estabelecimento, para ele próprio e os fregueses tocarem (fandangos, fados, etc..)"
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