domingo, janeiro 03, 2010

Fábrica de Turbinas para eólicas em Castelo Branco?

A Beira Interior teve sempre um papel pioneiro no domínio da produção eléctrica, utilizando recursos renováveis. A HESE foi pioneira no aproveitamento da energia hidráulica, para a produção de energia eléctrica. Em Rodão surgiu uma das primeiras unidades de Biomassa. A Enforce, para além de participar na gestão da Central Solar de Moura, aplica uma tecnologia específica na produção de painéis solares, já em utilização na Horta Solar do Ferro e em dois Lares. Agora um empresário Beirão pretende instalar uma fábrica para produzir na integra torres para Centrais eólicas. O projecto terá pernas para andar? Tenho algumas dúvidas, que espero não se concretizem, fundamentalmente porque não conta com projectos em território nacional e as exportações para a Ucrânia e Rússia, mais para a primeira,acarretam custos de seguro de créditos elevados, pela frequente ocorrência de não pagamento de Importações. Mas, o projecto promete criar 1000 postos de trabalho directos. Vá lá, mesmo que seja um quarto, será brilhante.

in: JF
Castelo Branco (JF Diário)


30 Dez, 15:05h
António Moreira
“Quero fazer algo por Castelo Branco se Portugal deixar”

António Moreira, presidente da Iberwind Ukraine e da ALM Holding, natural do Louriçal do Campo, quer investir na Beira Baixa. No final de Janeiro entrega ao QREN uma candidatura para a construção de uma fábrica que criará 1000 postos de trabalho em Castelo Branco

JORNAL DO FUNDÃO – Qual a potencialidade que vê nas energias renováveis?

ANTÓNIO MOREIRA – Não só é uma área de futuro, como é uma área necessária e inevitável. Para que os nossos filhos e netos possam ter energia, temos que começar agora a trabalhar.

- Porque resolveu criar a Iberwind Ukraine e a ALM Holding?

- Comecei a conhecer muitas pessoas nas áreas de renováveis. A ALM Holding, baseada em Portugal, é proprietária de uma licença de produção de 5000 MW (megawatts) a desenvolver no seu parque eólico situado na península da Crimeia, na Ucrânia, acrescentado de um futuro parque eólico de potência semelhante a instalar no Noroeste dos EUA, no sul do Estado de Washington. A estes parques serão futuramente acrescentados outros na bacia do Mar Negro, no litoral russo e romeno, com potências de 2000 e 1500 MW, respectivamente, já negociados com os respectivos governos e parceiros locais. Todos estes parques serão equipados com um novo tipo de turbina de origem norte-americana, de conceito revolucionário, cujo protótipo se encontra em desenvolvimento e cuja patente foi também adquirida pela ALM Holding, o qual, estamos seguros, irá reservar uma boa parte do mercado mundial de aerogeradores na próxima década.

- Como teve conhecimento deste novo conceito de eólicas?

- Eu queria algo diferente e algo meu. Sempre trabalhei por conta própria. Tive conhecimento desta novidade em Washington, nos Estados Unidos, e decidi comprar a patente. A turbina, que esteve sete anos em investigação, é totalmente revolucionária, trabalha extremamente bem, tem uma potência maior e não faz barulho. É muito mais económica e não tem impactos ambientais.

- Quando começa a produção desta nova turbina, única no Mundo?

- A produção industrial desta turbina está prevista arrancar em 2010, com a instalação de três fábricas, na Ucrânia (Lugansk), Estados Unidos (Moses Lake, Estado de Washington) e em Portugal (Castelo Branco), esta última inicialmente dedicada à exportação, a qual se estima que permitirá um incremento nas exportações nacionais em valor na ordem dos dois por cento, e a criação de cerca de 1500 postos de trabalho directos.

- Quantos postos de trabalho foram criados?

- O número de postos de trabalho é praticamente igual em todas estas fábricas, mil cada uma. Em Portugal avançaremos com a produção, numa primeira fase, de mini turbinas.

- Porquê a escolha em Castelo Branco?

- Primeiro porque sou português, de Castelo Branco, e em segundo porque gosto muito de Joaquim Morão (presidente da Câmara), admiro-o muito pelo que fez pela Beira Baixa. Já lhe falei deste investimento e recebi todo o seu apoio. Vou fazer a candidatura ao QREN no final de Janeiro, é um investimento de 30 a 40 milhões de euros e espero ter resposta em termos de apoios lá para o mês de Março. A fábrica de Castelo Branco terá quatro unidades, ligadas entre si e para isso preciso de 100 mil metros quadrados. A câmara já me disse que isso não é problema.

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