Cancioneiro da Senhora do Almortão
De autoria e edição de Firmino Crespo, editado em Lisboa em 1954 o Cancioneiro da Senhora do Almortão reproduz uma ideia interessante, relativamente a uma das quadras mais conhecidas e divulgadas da Senhora do Almortão. Trata-se da quadra
Senhora do Almortão
Minha tão linda arraiana,
Voltai costas a Castela
Não queirais ser castelhana.
A divulgação desta Quadra, generalizada por José Afonso, dever-se-à à divulgação na academia Coimbrã por dois cantores-estudantes Edmundo de Bettencourt e José Roseira, da Zebreira. Foi por esta via que Zeca Afonso conheceu a Quadra.
Mas, o interessante é que esta Quadra é decalcada de uma outra, pouco conhecida e que o autor divulga no Cancioneiro:
Senhora do Almortão,
Minha tão linda arraiana,
Morais no termo da Idanha,
Sendes meio castelhana.
Era frequente a deslocação de romeiros de Zarza la Mayor e Piedras Albas, à Senhora do Almortão, traduzindo uma sã convivência, mais de acordo com "Sedes meio castelhana", em vez de "Não queirais ser castelhana".
Relativamente às toadas da Senhora do Almortão é defendida a teoria de que as apresentadas por Rodney Gallop e António Joyce serão mais antigas e genuinas, do que a apresentada por Jaime Lopes Dias, mais recente e publicada na Etnografia da Beira. Fernando Lopes Graça atribui recuada antiguidade, saboroso modo arcaico, às versões de Gallop e Joyce.
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