domingo, julho 02, 2006

As Idades do Som








O Pavilhão do IEFP na FIA, que decorre de 24 de Junho a 2 de Julho, desenvolve a temática "As Idades do Som", apresentando vários instrumentos musicais produzidos por artesãos e alguns deles execuntando trabalhos na sua área como sejam Fernando Meireles, na Sanfona e Victor Gama em Pangeia instrumentos. O catálogo da exposição dedica três páginas aos adufes e indica três construtores da Beira Interior, José Relvas de Idanha-a-Nova, Lídia Vinagre de Salvador, Penamacor e Oficina de Artes Tradicionais de Idanha-a-Nova. São ainda apresentados três outros construtores de membrafones, António Nunes dos Santos de Alcongosta, Natalino Alves de Lavacolhos, Joaquim Simão de Lavacolhos e um de idiofones Chuchurumel da Guarda.

A viola Beiroa é referida num único parágrafo pag. 118, embora haja depois referências pontuais quando se referem os vários tipos de viola de arame, em Portugal,indicando um facto curioso "pelo estudo de exemplares antigos existentes, não são conhecidos construtores na Zona". Trata-se de uma questão que tenho investigado e já escrevi sobre o assunto, contrariando esta posição. Havia na região vários violeiros, que vendiam o seu produto nas romarias populares. Não tive ainda oportunidade e tempo para estudar os arquivos Municipais e identificar os estabelecimentos comerciais de violeiros. Logo que me seja possível dedicarei parte do meu tempo a essa tarefa. É pena, contudo, que presentemente não exista qualquer oficina de artesanato que se dedique a esta actividade, dificultando a disseminação ou revitalização deste instrumento musical único, que deveríamos proteger e divulgar, como parte da nossa identidade cultural. Na exposição estava, para deleite dos interessados, uma viola beiroa da oficina de Domingos Machado. Mas, Fernando Meireles, também já construiu violas beiroas.

1 comentário:

Sérgio Fonseca disse...

Pois é mas enquanto o pessoal continuar a achar que o lugar de um cavaquinho é entre um molho de chouriços e um penico de barro em vez de, como é seu direito, estar entre uma viola electrica e um piano, estamos mal.
Eu, pela parte que me toca, vou fazendo os possíveis por divulgar os cordofones portugueses. No último concerto que fiz no museu da música comecei com uma peça tocada na beiroa.
Faz-se o que se pode...
Um abraço
Sérgio Fonseca