Nova Publicação sobre o Colégio de S. Fiel-Louriçal do Campo
O técnico da Câmara fundanense para a área arqueológica, João Mendes Rosa, apresentou em Coimbra, dia 18 de Dezembro, o seu mais recente trabalho "Colégio de S. Fiel - Ecos de Memória". Ainda não tive oportunidade de aceder à referida obra, posteriormente colocarei no Blog a minha leitura do referido trabalho.
GAAC - Grupo de Arqueologia e Arte do Centro
Capa: Miguel Gavinhos - "Uma sala de aula" do Colégio em 1893
Preço: 10€
Ficha Técnica
Título: Colégio de S. Fiel (1852-1910) Ecos de Memória
Autor: J. Mendes Rosa
Prefácio: Mário Nunes
Data: 2004
Edição: GAAC - Grupo de Arqueologia e Arte de Coimbra
Grafismo e Paginação: Belarmino Lopes
Tratamento de Imagem: Paula Dias
Assessoria Informática: Ana Grácio
Pré-Impressão, Impressão e Acabamento: Grafisete, Fundão
Distribuição: GAAC
Depósito Legal: 209695/04
ISBN: 972-9411-73-5
domingo, dezembro 26, 2004
quarta-feira, dezembro 22, 2004
Adufes ainda temos, a viola beiroa aguarda a sua vez, renascendo.....
Não sei se com pau de laranjeira, mas a produção artesanal de adufes prossegue.
O mesmo não se pode dizer relativamente a outros instrumentos musicais tradicionais da Beira Baixa. No Fundão, decorreu uma oficina de palheta, que pode assegurar, no futuro, a produção artesanal desse instrumento. Em Educação Musical, nas escolas da Beira, deveria ser dada mais atenção à utilização dos instrumentos tradicionais da Beira, secundarizando o programa oficial e adaptando-o à nossa cultura.
Para quando a criação de uma oficina de divulgação das técnicas de construção da viola beiroa?
in: RECONQUISTANa freguesia do Salvador
A artesã que dá corpo ao adufe
Lídia Vinagre vai para quatro anos que seguiu o mesmo trabalho dos pais: fazer adufes. Hoje é a única artesã no concelho de Penamacor a 'construir' este instrumento musical, característico da raia. Das suas mãos e dos seus progenitores saem os últimos adufes feitos em terras de Penamacor.
Aos 36 anos, Lídia Vinagre é a última das artesãs no concelho de Penamacor a fazer adufes, apesar de revelar que não sabe tocar o instrumento musical mais característico da raia. A artesã, de regresso à freguesia do Salvador, onde residem os pais, depois de ter vivido em Idanha-a-Nova, optou por não deixar morrer a tradição e seguir o trabalho iniciado pelos pais, depois destes terem sido subsidiados por um programa comunitário da Adraces. Lídia Vinagre formou a sua micro-empresa que, para além de fabricar o adufe, também o comercializa. Até o adufe começar a rufar há todo um percurso que Lídia Vinagre conhece como ninguém. Em Espanha procura a matéria-prima, peles que, diz, serem de melhor qualidade para serem limpas, através da utilização de químicos, para tirar o pêlo. É essencial a passagem por várias águas, depois da lavagem das peles, para retirar todo o químico utilizado no início do longo percurso do adufe, a que se segue a estrutura em madeira. “A armação em madeira, que inicialmente era feita em madeira de pau de laranjeira, é hoje trocada por madeira de pinho ou eucalipto”, refere, porque aquela já não existe em quantidade para assegurar o trabalho. Depois de molhada a pele é, então, esticada na armação, utilizando Lídia Vinagre os agrafos em vez de fio, dizendo que a pele depois de seca tende a encolher o que leva muitas vezes a rebentar o fio. Daí que a artesã prefira agrafar a pele do adufe. Apesar de utilizar esta técnica diz que sempre que é feita uma encomenda, se o cliente prefere que o adufe seja cozido, então recorre à técnica mais artesanal. A secagem da pele torna-se essencial a uma temperatura a rondar os 25 graus porque a humidade faz com que a pele fique mole e por tal, não emite som. A última parte do percurso do fabrico de um adufe é de cariz mais artística, onde são utilizadas fitas e os ornamentos que dão beleza e cor ao instrumento musical.
É das mãos de Lídia Vinagre que saem os adufes que hoje estão espalhados pela região e pelo país. Na freguesia de Salvador tem um posto de venda ao público mas o negócio dos adufes, na conjuntura actual do país também está a sofrer uma quebra de vendas. “Apesar da crise, vendemos para a Serra da Estrela, Sortelha e Monsanto” diz a artesã que dá corpo ao adufe que não tem tido muita compra por parte dos turistas, dado que a freguesia onde os produz não faz parte do percurso turístico da região, o que leva a que a aldeia não seja um local de eleição turística. Lídia Vinagre poderá ser a última das artesãs, em conjunto com os pais, a fazer adufes na freguesia, porque na aldeia não há quem queira aprender a arte e dar continuidade ao fabrico, para que o rufar continue a soar pelas mãos das adufeiras.
Hoje a artesã tem presença assídua em feiras para mostrar ao vivo o que os nossos antepassados nos legaram. A adufeira do Salvador tem participado em alguns certames, dando a conhecer o instrumento que para se fazer ouvir tem que levar no seu interior pequenas pedras e caricas, dando assim o som característico do adufe. Nas armas do adufe, o pau de laranjeira é agora trocado por eucalipto, são os sinais da modernidade a alterar a tradição do fabrico, mesmo assim o adufe continua a ser tocado com mestria pelas mãos das adufeiras. No Salvador, Lídia Vinagre poderá ser o último dos redutos do concelho de Penamacor a deixar para a próxima geração os últimos adufes feitos na região.
Autor: Jaime Pires 16-12-2004 18:01:50
Não sei se com pau de laranjeira, mas a produção artesanal de adufes prossegue.
O mesmo não se pode dizer relativamente a outros instrumentos musicais tradicionais da Beira Baixa. No Fundão, decorreu uma oficina de palheta, que pode assegurar, no futuro, a produção artesanal desse instrumento. Em Educação Musical, nas escolas da Beira, deveria ser dada mais atenção à utilização dos instrumentos tradicionais da Beira, secundarizando o programa oficial e adaptando-o à nossa cultura.
Para quando a criação de uma oficina de divulgação das técnicas de construção da viola beiroa?
in: RECONQUISTANa freguesia do Salvador
A artesã que dá corpo ao adufe
Lídia Vinagre vai para quatro anos que seguiu o mesmo trabalho dos pais: fazer adufes. Hoje é a única artesã no concelho de Penamacor a 'construir' este instrumento musical, característico da raia. Das suas mãos e dos seus progenitores saem os últimos adufes feitos em terras de Penamacor.
Aos 36 anos, Lídia Vinagre é a última das artesãs no concelho de Penamacor a fazer adufes, apesar de revelar que não sabe tocar o instrumento musical mais característico da raia. A artesã, de regresso à freguesia do Salvador, onde residem os pais, depois de ter vivido em Idanha-a-Nova, optou por não deixar morrer a tradição e seguir o trabalho iniciado pelos pais, depois destes terem sido subsidiados por um programa comunitário da Adraces. Lídia Vinagre formou a sua micro-empresa que, para além de fabricar o adufe, também o comercializa. Até o adufe começar a rufar há todo um percurso que Lídia Vinagre conhece como ninguém. Em Espanha procura a matéria-prima, peles que, diz, serem de melhor qualidade para serem limpas, através da utilização de químicos, para tirar o pêlo. É essencial a passagem por várias águas, depois da lavagem das peles, para retirar todo o químico utilizado no início do longo percurso do adufe, a que se segue a estrutura em madeira. “A armação em madeira, que inicialmente era feita em madeira de pau de laranjeira, é hoje trocada por madeira de pinho ou eucalipto”, refere, porque aquela já não existe em quantidade para assegurar o trabalho. Depois de molhada a pele é, então, esticada na armação, utilizando Lídia Vinagre os agrafos em vez de fio, dizendo que a pele depois de seca tende a encolher o que leva muitas vezes a rebentar o fio. Daí que a artesã prefira agrafar a pele do adufe. Apesar de utilizar esta técnica diz que sempre que é feita uma encomenda, se o cliente prefere que o adufe seja cozido, então recorre à técnica mais artesanal. A secagem da pele torna-se essencial a uma temperatura a rondar os 25 graus porque a humidade faz com que a pele fique mole e por tal, não emite som. A última parte do percurso do fabrico de um adufe é de cariz mais artística, onde são utilizadas fitas e os ornamentos que dão beleza e cor ao instrumento musical.
É das mãos de Lídia Vinagre que saem os adufes que hoje estão espalhados pela região e pelo país. Na freguesia de Salvador tem um posto de venda ao público mas o negócio dos adufes, na conjuntura actual do país também está a sofrer uma quebra de vendas. “Apesar da crise, vendemos para a Serra da Estrela, Sortelha e Monsanto” diz a artesã que dá corpo ao adufe que não tem tido muita compra por parte dos turistas, dado que a freguesia onde os produz não faz parte do percurso turístico da região, o que leva a que a aldeia não seja um local de eleição turística. Lídia Vinagre poderá ser a última das artesãs, em conjunto com os pais, a fazer adufes na freguesia, porque na aldeia não há quem queira aprender a arte e dar continuidade ao fabrico, para que o rufar continue a soar pelas mãos das adufeiras.
Hoje a artesã tem presença assídua em feiras para mostrar ao vivo o que os nossos antepassados nos legaram. A adufeira do Salvador tem participado em alguns certames, dando a conhecer o instrumento que para se fazer ouvir tem que levar no seu interior pequenas pedras e caricas, dando assim o som característico do adufe. Nas armas do adufe, o pau de laranjeira é agora trocado por eucalipto, são os sinais da modernidade a alterar a tradição do fabrico, mesmo assim o adufe continua a ser tocado com mestria pelas mãos das adufeiras. No Salvador, Lídia Vinagre poderá ser o último dos redutos do concelho de Penamacor a deixar para a próxima geração os últimos adufes feitos na região.
Autor: Jaime Pires 16-12-2004 18:01:50
quarta-feira, dezembro 08, 2004
Salamanca dá aquilo que na Beira Interior não conseguimos oferecer, interesse pela cultura.
O maestro César Viana e a pianista Maria João Pires realizam em Salamanca projectos que não poderam prosseguir em Belgais. A cultura marginalisada em Portugal é assumida como manifestação essencial em Salamanca. O nosso atraso artístico vai acentuar-se, mas ainda bem que Salamanca está ali tão perto. Talvez, acabemos, de forma indirecta, por aproveitar o trabalho cultural agora desenvolvido em Salamanca. Um dos projectos de Belgais, coordenado pelo maestro César Viana, era o de construir uma base de dados de sons da Beira-Baixa. Sons do dia a dia, do quotidiano, do meio ambiente e também etnográficos. Quem pega agora nesse projecto? O que é que queremos para a Beira Interior? Como queremos atrair gente e turistas se desprezamos a cultura, nas suas múltiplas manifestações?
in: www.salamanca.com a 7 de Dezembro de 2004
La Fundación Caja Duero se asienta temporalmente en el Paseo de Canalejas mientras el presidente de Caja Duero, Julio Fermoso, y l@s músic@s, César Viana y Maria João Pires presentan las pinceladas de la nueva institución como factor de crecimiento y felicidad para la ciudad a través de la educación y el enriquecimiento espiritual a través del arte.
in: www.belgais.net
Paisagem sonora da Beira Baixa
Está neste momento em curso um importante projecto de recolha da realidade sonora do distrito de Castelo Branco. Esta recolha não se limita aos espécimes musicais convencionais (cantadeiras, procissões, tunas, etc,...), promovendo uma recolha de elementos tão importantes para o ambiente sonoro de cada local como o sino da igreja, o rio de cada aldeia, os trabalhos no campo, teares, eventuais ruídos industriais, o café central, etc.
Nesta actividade Belgais colabora com a revista Raia, numa perspectiva de cooperação mutuamente proveitosa com forças cultural e socialmente activas nesta região.
Progressivamente será construído uma espécie de «museu sonoro» itinerante, em que além de se poderem escutar os exemplares recolhidos, se poderão ver instrumentos musicais, alfaias agrícolas, utensílios artesanais, etc.)
O maestro César Viana e a pianista Maria João Pires realizam em Salamanca projectos que não poderam prosseguir em Belgais. A cultura marginalisada em Portugal é assumida como manifestação essencial em Salamanca. O nosso atraso artístico vai acentuar-se, mas ainda bem que Salamanca está ali tão perto. Talvez, acabemos, de forma indirecta, por aproveitar o trabalho cultural agora desenvolvido em Salamanca. Um dos projectos de Belgais, coordenado pelo maestro César Viana, era o de construir uma base de dados de sons da Beira-Baixa. Sons do dia a dia, do quotidiano, do meio ambiente e também etnográficos. Quem pega agora nesse projecto? O que é que queremos para a Beira Interior? Como queremos atrair gente e turistas se desprezamos a cultura, nas suas múltiplas manifestações?
in: www.salamanca.com a 7 de Dezembro de 2004
La Fundación Caja Duero se asienta temporalmente en el Paseo de Canalejas mientras el presidente de Caja Duero, Julio Fermoso, y l@s músic@s, César Viana y Maria João Pires presentan las pinceladas de la nueva institución como factor de crecimiento y felicidad para la ciudad a través de la educación y el enriquecimiento espiritual a través del arte.
in: www.belgais.net
Paisagem sonora da Beira Baixa
Está neste momento em curso um importante projecto de recolha da realidade sonora do distrito de Castelo Branco. Esta recolha não se limita aos espécimes musicais convencionais (cantadeiras, procissões, tunas, etc,...), promovendo uma recolha de elementos tão importantes para o ambiente sonoro de cada local como o sino da igreja, o rio de cada aldeia, os trabalhos no campo, teares, eventuais ruídos industriais, o café central, etc.
Nesta actividade Belgais colabora com a revista Raia, numa perspectiva de cooperação mutuamente proveitosa com forças cultural e socialmente activas nesta região.
Progressivamente será construído uma espécie de «museu sonoro» itinerante, em que além de se poderem escutar os exemplares recolhidos, se poderão ver instrumentos musicais, alfaias agrícolas, utensílios artesanais, etc.)
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Vinhos da Beira Interior
Almeida Garrett Tinto
O restaurante Taberna, no Corte Inglês em Lisboa, na semana passada, manteve toda a semana o Tinto ALmeida Garrett como vinho da semana. O preço no Restaurante era a 12,5 € a garrafa de 0,75 l e a 2,5 o copo. A venda, na restauração, de vinhos de qualidade a copo, gradualmente, vai-se generalizando. É uma excelente forma de dar aos consumidores oportunidade de consumir, em quantidades não distribuídas directamente, vinho de qualidade.
No Corte Inglês os vinhos portugueses concorrem com os espanhóis, chilenos, argentinos, australianos e californianos, sendo por isso gratificante e sinónimo de qualidade, constatar que um vinho da Beira Interior conseguiu penetrar num mercado tão complexo e difícil. Parabéns e que outros produtos da Beira Interior sigam o mesmo caminho.
Almeida Garrett Tinto
O restaurante Taberna, no Corte Inglês em Lisboa, na semana passada, manteve toda a semana o Tinto ALmeida Garrett como vinho da semana. O preço no Restaurante era a 12,5 € a garrafa de 0,75 l e a 2,5 o copo. A venda, na restauração, de vinhos de qualidade a copo, gradualmente, vai-se generalizando. É uma excelente forma de dar aos consumidores oportunidade de consumir, em quantidades não distribuídas directamente, vinho de qualidade.
No Corte Inglês os vinhos portugueses concorrem com os espanhóis, chilenos, argentinos, australianos e californianos, sendo por isso gratificante e sinónimo de qualidade, constatar que um vinho da Beira Interior conseguiu penetrar num mercado tão complexo e difícil. Parabéns e que outros produtos da Beira Interior sigam o mesmo caminho.
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