segunda-feira, março 29, 2010

Escrever poemas em Monsanto


in: Público, P2 de 29/03/2010

Escrever poemas em Monsanto mudou-lhes a vida

Há uma casa de pedra e silêncio que, entre Janeiro e Março, é de poetas de todo o mundo. Eles andam a escrever sobre nós em Monsanto, Idanha-a-Nova. Por Maria João Lopes (texto) e Sérgio Azenha (fotografia)

* Escritos em residência


Em Monsanto, o silêncio faz parte da paisagem. Todos os poetas que durante uns meses vivem numa daquelas casas de pedra o ouvem. Entra-lhes pela janela de vidro enorme, que cobre uma das paredes. Muitos, que nunca viram nem ouviram nada assim, escrevem sobre essa experiência. Em três anos, o Programa Poetas em Residência, criado pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com o apoio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, já levou àquela aldeia seis poetas estrangeiros. Para o ano, vai ser publicada uma antologia que reúne o que eles escreveram sobre Portugal.

Haverá muito silêncio nesse livro. Um cenário bucólico que pode, para alguns, ser uma experiência "exótica". Pelo menos para John Mateer, um dos poetas em residência este ano. Sul-africano a viver na Austrália, garante que nunca viu nada como Monsanto.

John Mateer e Anna Reckin são os poetas escolhidos para a residência deste ano, que começou em Janeiro e termina este mês. Os dois habitam a casa de pedra que a autarquia de Idanha-a-Nova recuperou e disponibilizou para o programa. É uma casa dividida em duas: cada uma com um quarto, casa de banho, kitchnette, uma sala com salamandra e uma janela enorme sobre Monsanto. Na secretária, o computador de Anna Reckin está aberto sobre a paisagem. "O espaço da página é como uma paisagem, com umas palavras contra as outras", diz.

Já escreveu mais nos três meses da residência do que no resto do ano em Norwich, Inglaterra, onde vive. "Num cenário diferente, tenho tempo para pensar, sem deadlines, sem interrupções. Aqui a poesia vem primeiro, de manhã. Em Inglaterra não. Escrevo, mas entre outras actividades e é importante quebrar a rotina."

Em Monsanto, tem tempo para passeios, para se distanciar das letras, voltar a elas, ler. Nas caminhadas, ouve um pássaro, cães a ladrarem, depois vê uma cobra: três dimensões que tem que criar de forma artificial na página.

Anna Reckin e John Mateer estão sentados lado a lado no sofá. Anna vai falando sobre a portuguesa Ana Hatherly e como lhe interessa a sua poesia visual e experimental. "Ela põe as coisas duma forma que não vi mais ninguém pôr", diz Anna, que ensina escrita criativa na Universidade de East Anglia, Inglaterra. É autora de Broder, livro que ganhou o Minnesota Book Award. Tem 51 anos.

John não revela a idade, mas é mais novo. Abre-se um parêntese na conversa para falar sobre as teorias de não-discriminação pela idade. Anna Reckin até conta que em Inglaterra é proibido perguntar a idade numa entrevista de trabalho e já não se usa colocá-la no currículo. Agora é que John Mateer não diz mesmo quantos anos tem.

O poeta, que vive em Perth, é um viajante incessante. Como Camões, o seu poeta preferido e de quem tem andado a seguir os passos no mundo. Há muitos poetas portugueses que despertam o interesse de John Mateer, mas a trilogia por excelência é Camões, Camilo Pessanha e Fernando Pessoa. "Os três tiveram a experiência do mundo."

Vai lançar brevemente em Portugal, pela editora Tea For One, Namban, poemas sobre o império português, e ainda, em Abril, The Azanians, poemas sobre Lisboa. Já tinha estado antes em Portugal. Mas Monsanto é diferente. "É um sítio muito remoto", diz. As ruelas mexem-lhe com a imaginação. Aliás, acha que "um sítio pequeno tende a aumentar a imaginação".

Som da névoa

Seja em Monsanto, em Coimbra ou em Lisboa, o que John Mateer nota é que as cidades portuguesas têm "uma vida social" que na Austrália não existe. "Em Coimbra, uma pessoa senta-se no Tropical [café da praça central], encontra um amigo e outro e fica quatro ou cinco horas à conversa. Essa experiência é típica. E o café é um sítio onde as pessoas falam, o que tem a ver com a forma como usam a língua, e isso tem a ver com poesia", diz o poeta que já esteve noutras residências, em Nova Iorque e em Pequim. Também Anna Reckin já teve uma "experiência semelhante" na Bulgária, igualmente "numa vila remota". Mas foram "só umas semanas".

O Programa Poetas em Residência foi criado pela comissão organizadora dos Encontros Internacionais de Poetas - que se realiza em Coimbra de três em três anos. Tirando os meses em que é para os poetas, durante o resto do ano, a casa de Monsanto continua a ser ocupada por artistas - já lá estiveram 22. É outro programa da Câmara de Idanha-a-Nova que se destina a criadores portugueses e estrangeiros de todas as áreas.

Em Portugal, há outros projectos parecidos, por exemplo, na Madeira, onde o Solar de São Cristóvão, em Machico, foi transformado em Casa do Artista. Ali, artistas portugueses ou estrangeiros podem ficar até dois meses, a convite do Governo da Região Autónoma da Madeira ou por proposta de instituições culturais.

Também em Montemor-o-Novo há residências para artistas nacionais e estrangeiros em locais como as Oficinas do Convento e ainda o Espaço do Tempo, estrutura também apoiada pela câmara local e pelo Ministério da Cultura, que acolhe artistas de diversas áreas por períodos que podem ir até quatro meses.

Por Monsanto, e no Programa Poetas em Residência, já passaram John Taggart e Cristina Babino, na primeira edição, em 2008. No ano passado, foi a vez do poeta brasileiro Márcio-André e do galego Miro Villar.

Nascida em Ancona, Itália, em Julho de 1976, Cristina Babino já recebeu diversos prémios. Recorda-se de Monsanto como uma "aldeia muito peculiar", onde o "silêncio" e "tranquilidade" a ajudaram a escrever. Inspirou-se na "paisagem" e nos "elementos naturais" que a compõem, como as "rochas típicas de Monsanto", explica por e-mail.

Também ao poeta Márcio-André, nascido no Rio de Janeiro em 1978, o silêncio falou. "Como sou um poeta também sonoro, não só a escrita sofreu influência, mas também a minha percepção dos sons. Ali eu pude explorar aquilo que está para além do som: o silêncio. O sentido de contemplação e quietude em Monsanto foi muito forte e eu pude pesquisar todas a mínimas particularidades dos timbres que a natureza rochosa e enevoada à volta me ofereciam. Pois ali até a névoa tinha som e isso foi realmente tocante", diz por e-mail.

"Para quem sempre foi acostumado a viver num grande ambiente urbano como o Rio de Janeiro e que havia tido interesse somente em cidades caóticas ou abandonadas, viver na aldeia foi um choque monstruoso", explica o também editor da revista Confraria do Vento.

"Lidar com a paisagem bucólica, um castelo medieval, templos romanos, caminhos na floresta, longas distâncias entre pequenas aldeias, rebanhos de ovelhas e seus pastores e mesmo a reclusão e isolamento marcaram profundamente a minha maneira de ser e de compreender a vida."

Com Márcio-André esteve o poeta Miro Villar. Nascido em 1965, faz parte da organização de escritores Batallón Literario da Costa da Morte. Por e-mail, a partir de Santiago de Compostela, conta que, durante o mês que esteve em Portugal, participou em leituras públicas com outros poetas da Oficina de Poesia de Coimbra e que "desse convívio" surgiram "diálogos e intercâmbios".

De todos os poetas que passaram pela casa, haverá poemas sobre Portugal na antologia bilingue que será publicada para o ano - edição financiada pela Câmara de Idanha-a-Nova. A ideia é publicar um livro semelhante de três em três anos.

Poesia viva

Para além dos momentos de escrita em Monsanto, todos os poetas participam em seminários, conferências e sessões de leitura de poemas na Universidade de Coimbra.

Para a docente responsável por este programa, Graça Capinha, "é muito importante que os alunos tenham uma relação com a poesia viva e possam participar nos processos de criação literária".

"Os alunos mantêm-se em contacto com estes poetas, participam muito activamente, e para mim isso é o fundamental. Como diziam os modernistas, "expandir as consciências" através da arte", diz Graça Carapinha.

O contacto com a poesia, com os poetas, nestes cursos tem "implicações na vida das pessoas", continua: "Altera a sua visão do mundo, transforma-as, torna-as mais universais e é isso que a universidade quer." De resto, as leituras, aulas, conferências e cursos dados por estes poetas não se destinam apenas a alunos da universidade. São para toda a gente.

ONU abre casa(da música) em Idanha-a-Nova

in: http://www.reconquista.pt
ONU abre casa em Idanha-a-Nova

A comissão em que estão envolvidos os maiores produtores da indústria de música e de eventos vai ficar em Idanha-a-Nova.

Por: João Carrega
25 de Março de 2010 às 17:09h

Idanha-a-Nova vai receber a sede da Comissão para Soluções Técnicas do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). Os novos serviços daquele programa tutelado pelas Nações Unidas surgem após o primeiro Meeting da UN Music & Environment Iniciative Stakeholder, que decorreu esta semana, em Arendal, na Noruega. Nesse encontro ficou ainda decidido que em Setembro, o novo Meeting será realizado naquela vila raiana.

Segundo apurámos, a reunião, em que participou o vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, e onde estiveram presentes 24 representantes da Indústria da música a nível mundial, ficou aprovada uma carta de intenções, como primeiro passo para criar uma Rede de actuação Mundial e um compromisso de financiamento, com o apoio da UNEP, e de alguns dos mais representativos participantes do encontro.

Nesse sentido, foram criadas cinco áreas de actuação, a saber: Cooperação dos Agentes desta Indústria (produtores de Gravação, Músicos, Produtores de Grandes Eventos, Consultores); Soluções Técnicas; Regulação (Certificação); Recursos (Humanos, Educação); e Audiências (Comunicação, Educação).

De acordo com Armindo Jacinto, no âmbito daquelas áreas de actuação, “em Idanha-a-Nova ficará sediada a Comissão para área técnica, numa parceria entre a UNEP e autarquia idanhense”.

A abertura desta comissão em Idanha-a-Nova é vista como uma mais-valia, não só para o concelho raiano, mas para todo país, tanto mais que as outras duas comissões ficarão instaladas em Londres e na Austrália. Fica também demonstrada a forte aposta que a autarquia idanhense tem feito nesta área, como o demonstra o próprio Boom Festival, e todo o trabalho desenvolvido no âmbito do turismo, em especial do turismo de natureza e património, tendo em Armindo Jacinto o seu grande impulsionador e estratega.

Na capital Inglesa fica sediada a comissão para a primeira linha de actuação, envolvendo a própria UNEP e os grandes produtores de Eventos, como a entidade responsável pelo Festival Republic de Melvin Benn, que produz o Festival Glastonbury (onde participam 300.000 pessoas); o produtor americano Charlie Jones da produtora Lollapalooza, que produz entre outros o Festival Lollapalooza e Austin City Limits (mais de 300.000 participantes), nos Estados Unidos da América, e a produtora Good Mood que produz o Boom Festival em Portugal - 30.000 participantes. A terceira Comissão ficará na Austrália, sendo apoiada pela UNEP e pela produtora Peats Ridge que realiza o Peats Ridge Festival (10.000 pessoas).

Segundo Armindo Jacinto, é destes “escritórios que sairão propostas de actuação nas diversas áreas a serem aprovadas no próximo Meeting organizado pela UNEP, tendo ficado definido a sua realização em Portugal, em Idanha-a-Nova, no próximo mês de Setembro, onde será assinado o compromisso final das acções propostas por estas Comissões, coincidindo com o lançamento do Programa final da UNEP para esta iniciativa”.

Música e ambiente

O Meeting da Noruega, decorreu nos dias 22 e 23 de Março, foi organizado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas UNEP. Envolveu 24 representantes da Indústria da música, e pretendeu discutir a situação actual do impacto ambiental e sustentabilidade provocado por esta Indústria e formas de actuação para minimizar estes impactos e procurar formas sustentáveis de actuação. Destes representantes, incluem-se produtores de grandes eventos nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Suíça, Dinamarca, Noruega, estúdios de gravação e consultores internacionais.

O encontro serviu ainda para se debaterem as questões ambientais, de onde saiu um conjunto de reflexões. No entender daquele organismo “a humanidade enfrenta actualmente desafios ambientais, como as alterações climáticas, a extinção da biodiversidade e a crise mundial de redução acentuada da qualidade e reservas de água potável”. Por isso, afirma que “existe a necessidade de reduzir urgentemente, o impacto ambiental negativo, através de uma mais significativa produção sustentável, redução do consumo, redução das emissões de carbono e tornar-nos mais eficientes na utilização dos recursos naturais”. Um desafio que, “é global e é necessária uma resposta colectiva. Todavia, existe um grande caminho a percorrer para fazer da indústria da música uma indústria sustentável”.

Ao participantes do encontro revelaram ainda que “a indústria da música tem hoje algumas iniciativas verdes e de sustentabilidade ambiental, mas que ainda não têm a dimensão e efeito desejado na opinião pública geral”. Daí a importância das linhas de actuação definidas e das novas comissões criadas.

sexta-feira, março 26, 2010

Micologia





Iniciam-se já dia 1 de Abril (quinta-feira) as 1as Jornadas Gastronómicas do Tortulho e da Criadilha, que irão decorrer durante todo o mês de Abril, em Castelo Branco. A iniciativa é promovida pela AFLOBEI - Associação de Produtores Florestais da Beira Interior e pela Câmara Municipal de Castelo Branco, e conta com o apoio técnico da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Cada um dos sete restaurantes de Castelo Branco que participam nas Jornadas Gastronómicas irá apresentar, em 4 dias distintos, as suas sugestões gastronómicas confeccionadas à base do tortulho (Amanita ponderosa) e da criadilha (Terfezia arenaria).

Para se deixar conquistar pelos cogumelos, só tem de adquirir o Calendário das Jornadas no site da AFLOBEI ou nos restaurantes: Praça Velha, Mesa Cheia, O Espeto, Encosta do Castelo, Kalifa, English Savoy e Casa 14.

Não falte também ao passeio micológico nas freguesias de Castelo Branco e Malpica do Tejo, que irá decorrer no dia 10 de Abril (um sábado). No final do passeio, o almoço é no Restaurante Piscina-Praia de Castelo Branco, preparado por um conceituado chefe de cozinha, especialista em cogumelos (inscrições até 7 de Abril e limitadas a 50 pessoas). Vai ver que se vai divertir!

Toda a informação sobre as Jornadas Gastronómicas e o passeio micológico está disponível no site da AFLOBEI.

in:http://vila-de-loriga.blogspot.com/2007/10/os-tortulhos.html

quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Os tortulhos
Após as primeira chuvas Outonais, vêm também os belos e cometiveis cogumelos que se apelidam por tortulhos. Depois de uma pequena investida em pesquisa deixo aqui umas receitas:


Tortulhos grelhados
Depois de lavados deixar secar um pouco cobertos com rosmaninho ou carqueja sobre uma laje de lousa bem quente em cima do fogo, colocar os tortulhos.Adicionar sal e um pouco de piri-piri, para os amantes do género.


Tortulhos com ovos mexidos

Refoguem em azeite o alho, cebola e um pouco de carne de porco em pedaços muito pequenos.Juntem os míscaros e tempere com sal.Deixe apurar bem.adicionem os ovos mexendo bem.



Arroz de tortulhos
Façam um refogado num tacho de barro com azeite e alhos esmagados.adicionem a cebola picada e deixe cozer suavemente até a cebola estar macia.Juntem um pouco de chouriço de carne cortado em cubos muito pequenos.Deixem alourar tudo.Juntem o arroz e os tortulhos e mexa para o arroz absorver a gordura.Regue com a água a ferver e adicionem um pouco de ervas aromáticas, pimenta e sal.Introduzam o tacho no forno bem quente e deixem cozer durante 15 minutos
Bom apetite!
Publicada por Pedro amaro em 14:53:00

Eng. José Luís Gravito Henriques
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Divulgação de Cogumelos Silvestres – 16

Nome científico – Amanita ponderosa / Nome vulgar – Tortulho, silarca, tubareiro, renota, regota, tubara, cilarca, turva da terra, criadilha, míscaro, púcara da Quaresma

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Nome científico – Amanita ponderosa
Nome vulgar – Tortulho, silarca, tubareiro, renota, regota, tubara, cilarca, turva da terra, criadilha, míscaro, púcara da Quaresma
Micorrízico – Vive em associação mutualista com as raízes de algumas espécies florestais e arbustivas
Habitats – Cogumelo de Primavera, tipicamente mediterrânico, frequente a Sul do distrito de Castelo Branco, em azinheira, sobreiro e esteva, crescendo isolado ou em grupos
Forma do chapéu – Hemisférico, depois convexo a plano-convexo e no final deprimido no centro
Margem do chapéu – Lisa ou levemente canelada com a idade, excedente, podendo no inicio apresentar-se com restos aderentes do anel
Cutícula lisa, destacável da carne, habitualmente coberta no centro por restos do véu geral, em forma de grandes placas persistentes e com terra aderente.Inicialmente apresenta uma cor branca que se vai manchando de tons rosado a castanho, pelo contacto e por exposição ao sol e ao ar
Himenóforo constituído por lâminas pouco apertadas, livres, de cor branca depois creme. A arista farinosa, com a idade adquire um aspecto ponteado ou crenado de tons castanho
Pé de inserção central, cilíndrico, engrossando para a base, maciço e no final loculado.Inicialmente de cor branca podendo apresentar vincadas as lâminas na zona acima do anel. Com o desenvolvimento apresenta áreas mais ou menos estriadas de cor rosada a castanha e, por vezes, uma zona mais escurecida, bem demarcada, correspondente aos restos aderentes do anel. Volva membranosa, saciforme, lobulada, separável do pé, com terra aderente na parte exterior
Carne de cor branca virando rosa ao contacto
Odor a terra e sabor doce
Comestibilidade – Excelente comestível
Observações – Espécie muito semelhante à Amanita valens que frutifica em pinheiro e à Amanita curtipes de muito menor tamanho e em que o diâmetro do chapéu é superior à dimensão do pé
Atenção - Nunca confundir com a Amanita verna ou a Amanita virosa. Estas duas espécies que são mortais, entre outras características, distinguem-se por terem cor branca que se mantém imutável ao toque e ao corte. Abster-se de apanhar e consumir exemplares do género Amanita na fase de ovo, pois é mais difícil a identificação entre espécies comestíveis e venenosas


Por: José Luís Gravito Henriques, Eng. Agrónomo


Resultados do Inquérito «A Realidade Micológica da Beira Interior»

quarta-feira, março 17, 2010

Centenário de implantação da República

Em 2010 celebra-se o centenário da implantação da República, um dos momentos mais marcantes da nossa História. O programa das comemorações do Centenário da República visa evocar a República e o republicanismo, divulgando os seus ideais cívicos, as suas principais realizações.

Nesse sentido, a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República promove uma iniciativa intitulada A Árvore do Centenário no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Árvore, no próximo dia 21 de Março de 2010, recordando a Festa da Árvore e evocando as campanhas pela sua protecção levadas a cabo durante a I República.

Este projecto, desenvolvido pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República com o Ministério da Educação – DGIDC, com o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território – INCNB, com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas – ANF tem por objectivo promover, divulgar e apoiar iniciativas relacionadas com a identificação, valorização e preservação do património florestal nacional, incluindo a evocação histórica da celebração das Festas da Árvore através de plantação de árvores.



Participe nesta iniciativa em http://arvore.centenariorepublica.pt e clique em Desafio às Escolas onde poderá colocar a sua escola no mapa partilhando

com a comunidade o Programa do Dia da Árvore e Estudos e Pesquisas desenvolvidos com os seus alunos.







21 de Março de 2010, Programa Oficial


Sua Excelência o Presidente da República associa-se ao programa da Árvore do Centenário plantando uma Árvore do Centenário no Jardim da Presidência, Palácio de Belém, às 12h30.

10h30, Escola Secundária de Camões
· Plantação de uma Árvore do Centenário com a presença do Ministro da Presidência e da Ministra da Educação
· Exposição evocativa da comemoração do Dia da Árvore

10h30-15h00, Percurso das Árvores Centenárias – Peddy Árvore
· Jardim Braancamp Freire / Campo Mártires da Pátria
· Jardim Roque Gameiro / Cais do Sodré
· Largo do Limoeiro / Sé
· Jardim Alfredo Keil/ Praça da Alegria

10h30-18h00, FeirAlegria no Jardim da Praça da Alegria
Artesanato, Ateliers, Música… e outras actividades.

15h00, Caminhada

Com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do Vereador do Ambiente e Espaços Públicos.

· Jardim Braancamp Freire – Plantação de uma Árvore do Centenário e Fanfarra Republicana pelos Bombeiros Voluntários Lisbonenses
· Jardim do Torel
· Jardim da Praça da Alegria – Plantação de uma Árvore do Centenário e Música pela Banda da Sociedade Musical Gouveense "Pedro Amaral Botto Machado"

17h00, Museu Nacional de História Natural - Jardim Botânico
· Plantação de uma Árvore do Centenário
· Música pela Orquestra da Academia de Música e Dança do Fundão

segunda-feira, março 01, 2010

Morte de José Manuel Capelo

No Blog de Joaquim Baptista, porterrasdoreiwamba.blogspot.com, li a informação sobre o falecimento de José Manuel Capelo. Curioso, porque não conhecia o seu trabalho, obtive algumas informações num outro Blog.
in:http://arrugamao.blogspot.com/2010/02/jose-manuel-capelo.html

"sábado, 27 de Fevereiro de 2010
José Manuel Capelo
Ontem à noite a notícia: morreu subitamente o José Manuel Capelo. Esta manhã foi cremado.
José Manuel Gomes Gonçalves Capelo nasceu a 29 de Janeiro de 1946 em Castelo Branco. O pai, médico, faleceu novo em Angola, onde se encontrava com a família e daí veio o poeta, com três ou quatro anos. Esta morte marcou-o para a vida tanto quanto na poesia.
Foi poeta e editor, principalmente. Mas também investigador (investiu muito, nos últimos anos, pesquisando os Templários e, particularmente, os Templários em Portugal). Foi também ficcionista, produtor cultural, declamador (com uma excelente voz), jornalista cultural (assinando recensões críticas). Poemas seus estão traduzidos e/ou publicados em várias línguas e vários países.
Homem com forte ligação à terra portuguesa, foi no entanto um viajante e um cidadão do mundo. A profissão que teve durante anos (assistente ou comissário de bordo, na TAP) permitiu-lhe conhecer países tão diferentes quanto a África do Sul e o Brasil, que o tocava intensa e paradoxalmente. Dos projetos editoriais brasileiros (por assim dizer) chegou a publicar o poeta-filósofo Ângelo Monteiro, Lucila Nogueira, Maria de Lourdes Hortas, havendo planos para editar Ariano Suassuna e outros, planos que entretanto a vida pôs de lado. O número de autores portugueses publicado é vasto e meritório, nomes como António Quadros, Dalila Pereira da Costa, João Rui de Sousa, António Ramos Rosa, António Manuel Couto Viana, António Telmo, António Salvado, José-Alberto Marques (um dos pioneiros da poesia experimental portuguesa), Joaquim Pessoa, J. O. Travanca-Rego, António Barahona, Albano Martins, Dórdio Guimarães, Pascoaes e Cebreiro (este, galego - publicou-lhes uma parte da correspondência) creio que também Raul de Carvalho, muitos outros e outras (Maria Sarmento por exemplo), de uma geração mais nova Paulo Borges, António Cândido Franco, vários outros.
Publicou também o último livro do poeta angolano Mário António (Fernandes de Oliveira), 50 anos: 50 poemas.
Era essencialmente um lírico, muitas vezes preso ao quotidiano próprio, com o qual a sua poesia andava confundida, naquela típica transformação do 'ego' em 'ego-mundo' que funda a subjetividade lírica. Tem momentos de grandeza espetacular, de grandiloquência, marcadamente oratória. Cultivou bastas vezes o paradoxo, a contradição, a aproximação pelos contrários. Recorria frequentemente às hipérboles, que davam corpo à vivência exaltada do mundo, da amizade e das mulheres. E tem frases lapidares no meio desses bosques de versos, em particular nas Odes, que o poeta e crítico Ângelo Monteiro considerava, junto com Plancha de Baca (famoso filólogo estremenho), o momento mais alto da sua obra.
Publicou muitos livros, a maioria deles na sua própria editora, até pelo escrúpulo que punha nessas edições. O primeiro livro creio ser Miragem, das ed. Montanha (col. Opúsculo), saído em Lisboa, em 1978, com capa de Lino António Tudela e prefácio de Paulo Homem-Cristo. O primeiro livro mais conhecido foi, talvez, Fala do homem sozinho, saído nas ed. Danúbio, em Lisboa também (cidade da sua vida), em 1983, com retrato, capa e ilustrações de Luís Osório, sendo apresentado ao público por um prefácio de António Manuel Couto Viana.
Quer como editor, quer como poeta, revela uma especial sensibilidade às artes visuais, em particular a pintura - possuindo uma razoável coleção de quadros de pintores muito representativos.
Mergulha agora na Noite das lendas, essa tempestade em viagem, essa paixão em brasa que infelizmente não chegou a escrever uma autobiografia amorosa. Temperamental, violento, capaz de passar frio e fome pelos amigos, inconstante, persistente, de aspeto vigoroso, beirão e parcialmente judeu, ficou vivo na memória de todos os que o conheceram - e mesmo aqueles que tiveram com ele desentendimentos fortes hoje o recordarão com graça.
Publicada por soantes em 11:52"