terça-feira, abril 28, 2009

Monsanto

O centro cultural de Idanha-a-Nova, desde a sua criação, oferece um serviço de alojamento para investigadores que tenham em mãos trabalhos de investigação sobre a cultura, etnografia, arqueologia, ou outros domínios, aplicados à região do concelho. Agora, este serviço é alargado em Monsanto com as residências artísticas. parabéns à Câmara de Idanha, que por esta via dá a conhecer o concelho e incentiva à produção de trabalhos artísticos e científicos.

Vídeo

http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20090423171258


in: Lusa

20-04-2009 09:46:13
Aldeia lusa tenta ser referência em residência de artistas

Por Luís Fonseca, da Agência Lusa

Monsanto, Castelo Branco, 20 abr (Lusa) - A aldeia mais portuguesa quer ser também a que mais artistas de todo o mundo acolhe em Portugal, graças a programas de residências artísticas.

A prefeitura de Idanha-a-Nova requalificou duas casas em Monsanto onde oferece alojamento com vista privilegiada sobre a campina. Os artistas podem candidatar-se junto da prefeitura ou na Universidade de Coimbra, que participa na iniciativa.

Em preparação está um protocolo com a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa para oferecer residência a jovens talentos, para que façam ali o lançamento das suas obras.

“O projeto nasceu em 2006 e até final do último ano já tinham passado por Monsanto 18 artistas de todo o mundo”, disse à Agência Lusa, Armindo Jacinto, vice-prefeito de Idanha-a-Nova.

O objetivo é atrair novos olhares para Monsanto e para o distrito de Idanha-a-Nova, “que tem um patrimônio riquíssimo, do ponto de vista natural e edificado. Temos aqui marcas de diversas civilizações”.

“Os próprios artistas vão divulgando a iniciativa e a aldeia e trazem novos artistas de diferentes áreas. Vão ser embaixadores do concelho em várias partes do mundo”, destaca o vice-prefeito.

Márcio-André, 31 anos, é o poeta, tradutor e ensaísta brasileiro que através do protocolo com a Universidade de Coimbra reside durante três meses em Monsanto (www.marcioandre.com).

“Acho que este é um projeto a longo prazo. Daqui a uns anos, depois de mais artistas passarem por aqui, Monsanto certamente vai colher os frutos dos contactos que está a semear”, descreve.

“Nunca tinha estado num local com mais de 500 anos de história. Aqui tenho descoberto monumentos com mais de mil anos, o que tem sido avassalador. Para além desta serenidade e da magnífica vista do apartamento”, descreve.

O brasileiro do Rio de Janeiro ocupa uma das casas com a esposa e em alguns dias recebe artistas amigos. Está preparando o livro de ensaios Poética das Casas e já apresentou espetáculos de poesia sonora sobre Monsanto.

“Pedimos sempre que nos deixem algo”, cita Armindo Jacinto. “Seja uma peça de arte, um espetáculo ou fotografias. E assim vamos também aumentando o nosso espólio artístico”.

O tempo de estadia é variável, de acordo com o trabalho artístico e a existência de projetos a serem desenvolvidos com as comunidades locais.

As residências para este ano ainda não estão fechadas. “Há dois programas. Tem prioridade o protocolo com a Universidade de Coimbra, que o divulga a nível mundial, seleciona os poetas que se candidatam e também desenvolve atividades com eles”.

A prefeitura de Idanha-a-Nova tem o seu próprio programa. Também recebe candidaturas, analisa currículos e os projetos artísticos propostos para escolher residentes.

Uma das próximas artistas a passar por Monsanto será “uma bailarina espanhola”. “Um dos nossos critérios é a diversificação das artes”, conclui Armindo Jacinto.

sábado, abril 25, 2009

Biomassa

Será verdade? Em Vila Velha de Rodão não estão em actividade duas centrais de Biomassa? Por outro lado a empresa em que trabalha, tudo gente da SLN/BPN, tinha em projecto uma central de biomassa, que por falta de massa($$$$$$$), presumo eu, não deu à luz do dia.

As centrais de biomassa têm dificuldades de viabilização, porque o preço a que compram a matéria prima, não dá para o transporte da mata até às centrais. Defrontam-se, por outro lado, em termos de preço da matéria prima, com a concorrência das celuloses e industrias de madeira. Só serão viáveis as centrais que aproveitarem resíduos de madeira, resultantes da sua actividade primária, caso das industrias de celulose e outras indústrias que utilizam madeira como matéria prima.



in: Reconquista

SECÇÃO: Sociedade

Antigo líder do PSD no Fórum Económico do partido



Marques Mendes pediu mais atenção à biomassa

Centrais de biomassa não saíram do papel
Marques Mendes diz que dos projectos lançados em 2006 só o da Sertã está em obra. E classifica a situação de “calamidade”.


O projecto da central de biomassa da Sertã é o único dos 15 anunciados pelo Governo que se encontra em obra. Quem o diz é Luís Marques Mendes, que esteve em Castelo Branco para participar no Fórum Económico promovido pelo PSD.

O antigo presidente do partido e actual administrador de uma empresa do sector das energias faz um retrato positivo daquilo que tem sido o avanço da energia eólica ou fotovoltaica em Portugal. Mas diz que no caso da produção de energia através dos resíduos florestais “tem sido um desastre”.

O projecto da Sertã é o único em obra, na sequência do concurso público lançado em Março de 2006. Das restantes 14 previstas “a maior parte delas nem está adjudicada”, afirma.

Para Marques Mendes o país está a perder uma oportunidade de ouro em produzir energias renováveis, chamando a atenção para o facto de ao contrário da eólica e da fotovoltaica a produção de energia através da biomassa poder ser feita 24 horas por dia e 365 dias por ano.

“O Governo nem quer saber disso, dá pouco nas vistas. E eu acho que é uma calamidade a ausência de preocupação nesta matéria”.

Mas as críticas vão também para a atitude dos responsáveis na relação com a floresta, dizendo que a biomassa tem sido esquecida porque os incêndios florestais também não têm feito grande mossa. “Mas provavelmente se este ano, como alguns dizem, for novamente um ano perigoso em termos incêndios florestais: aqui d´el rei!”.

O gestor sugere um regime de incentivos à poupança de energia de mãos dadas com a política fiscal. Para Marques Mendes o valor do Imposto Municipal sob Imóveis e da derrama poderia ser baixado para quem poupa energia ou agravado para quem não o faz.

Luís Marques Mendes foi um dos convidados do Fórum Económico do PSD, que debateu na Escola Superior de Educação várias áreas como a agricultura, o turismo ou as indústrias criativas.


Por: José Furtado





Ficheiros para Download

Marques Mendes- Gestor da Nutroton Energias

quinta-feira, abril 16, 2009

Monte dos Carvalhos


http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20090413145500
in: Sol, 16/4
«A visão para este lugar é de uma comunidade monástica» , onde se abdica dos valores individuais, «com equilíbrio entre oração, trabalho, convívio e descanso», descreve Bárbara Leite, 34 anos, umas das fundadoras.

Segue os princípios cristãos e já recebeu amigos de todos os credos que conheceu ao calcorrear o globo, antes de se fixar perto da Póvoa da Atalaia, há dois anos e meio. Desde então são uma dúzia, outras vezes mais. «Uns passam aqui dias, outros meses. Nunca estou sozinha», refere.

Antonius Snellart, holandês de 53 anos, é um dos residentes dos últimos tempos. Ele e Bárbara têm amigos em comum que o levaram a conhecer o Monte dos Carvalhos - onde o inglês é a língua predominante.

Instalou-se depois de uma experiência «chocante» de 11 anos no combate à pobreza na Índia.

«Salvar moribundos à beira de estrada não chega. Depois daquilo só queremos uma vida simples, porque só assim se podem ajudar os pobres» , procurando um equilíbrio global, defende.

Anna Kitchen, 25 anos, vive em Manchester, na Inglaterra, onde trabalha na Speak Network, uma rede internacional de jovens contra as injustiças no mundo.

Chegou ao Monte dos Carvalhos com o namorado, depois de ouvir o relato de amigos. «Viemos relaxar, passar tempo com amigos e aprender algo mais sobre a terra e algumas plantações. É uma espécie de férias», diz.

«Acho fantástico conseguir viver assim, fora da cidade. Acho que se parece mais com a vida como ela realmente deve ser» , sublinha.

A única construção em pedra está no centro do terreno e foi recuperada como cozinha, com um forno a lenha, onde todos têm as suas tarefas. Em redor, há campos cultivados, água e diferentes construções feitas com madeira e outros materiais naturais - como um quarto de oração.

Quem abandona a estrada nacional 18 encontra placas ao longo de quatro quilómetros em terra batida e por entre diversas quintas até chegar ao Monte dos Carvalhos (Mount of Oaks, em inglês, como se lê nas placas).

O mesmo caminho de ida e volta que Bárbara faz pelo menos uma vez por semana para comprar mantimentos (sobretudo leite, ovos e vegetais). «Vamos ao mercado do Fundão ou às lojinhas da Póvoa da Atalaia. Apoiamos a economia local».

«Além do mais, as pessoas conhecem-nos e convivemos bem com todos» , garante. Como atesta o facto de um vizinho ceder electricidade para carregar o telemóvel e o computador portátil, com que acede à Internet e mantém o seu blogue (http://shantipilgrim.blogspot.com).

Junto à cozinha está a lata mágica, onde quem por ali passa pode deixar o seu donativo.

«Quando é preciso ir às compras, vamos buscar o que há na lata» , descreve, sendo que, em média, 50 euros por semana bastam.

Bárbara vive há 10 anos de donativos, o que encara com naturalidade, porque diz que não age para «proveito próprio».

«Tudo o que recebemos é para dar, não estamos aqui para fazer dinheiro ou para nos satisfazermos. É para dar a quem vem descansar ou em retiro. E é um ciclo: quanto mais se dá, mais se recebe» .

O Monte dos Carvalhos vive sobretudo de donativos internacionais.

«Há uma grande rede de relacionamentos global» , refere, mas sem fazer contas às doações ou olhar a doadores, garante.

«Alguns já cá estiveram, outros conhecem-nos pelo blogue e vêem que é algo de positivo» .

«Outros gostavam de viver assim, mas têm empregos, família ou compromissos e não podem. Mas apoiam-nos» .

Já este mês, o Monte dos Carvalhos acolheu duas dezenas de participantes num curso sobre permacultura (sistemas ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis) cujos princípios estão a ser aplicados no terreno, por exemplo, nas culturas agrícolas.

Com a chegada da Primavera, boa parte dos dias é agora dedicada a novas construções, tanto aquelas onde cada um vive como as de utilização comum, caso do quarto de oração.

«Sem electricidade, vivemos com o ritmo solar» , descreve Bárbara. A noite é passada à volta da fogueira, com conversas ou música.

«Já nos perguntaram ao telefone o que fazemos à noite” » recorda. As chamadas de televendas da operadora são frequentes para o telefone fixo, única peça de tecnologia que ali conseguiu entrar.

«Querem vender pacotes com Internet e televisão. Eu rio-me, respondo que não temos electricidade e as pessoas ficam espantadas» .

Apesar do relacionamento que já existe com a população da freguesia e o pároco local, Bárbara gostava de no futuro poder acolher visitas de escolas ao Monte dos Carvalhos para oficinas ligadas ao meio rural.

«Construção com produtos naturais, permacultura e ver a vida no campo é importante para despertar os jovens a voltar aos meios rurais. Porque o país está a ficar desertificado» , conclui.

Lusa / SOL

Texto originalmente extraído do site www.agencialusa.com.br
Mundo em Português Comunidade lusa recebe gente do mundo todo atrás de 'paz'
Centenas de pessoas de todo mundo em busca de paz de espírito já passaram pelo Monte dos Carvalhos, no sopé da Serra da Gardunha, no centro de Portugal, onde não há eletricidade e se vive em tendas Fundão, Castelo Branco, 13 abr (Lusa) - Centenas de pessoas de todo o mundo em busca de paz de espírito já passaram pelo Monte dos Carvalhos, no sopé da Serra da Gardunha, no centro de Portugal, onde não há eletricidade e se vive em tendas ou construções naturais.
“A visão para este lugar é de uma comunidade monástica”, onde se abdica dos valores individuais, “com equilíbrio entre oração, trabalho, convívio e descanso”, descreve Bárbara Leite, 34 anos, umas das fundadoras.
Segue os princípios cristãos e já recebeu amigos de todos os credos que conheceu ao correr o globo, antes de se fixar perto da Póvoa da Atalaia, há dois anos e meio. Desde então são uma dúzia, outras vezes mais. “Uns passam aqui dias, outros meses. Nunca estou sozinha”, conta.
Antonius Snellart, holandês de 53 anos, é um dos residentes dos últimos tempos. Ele e Bárbara têm amigos em comum que o levaram a conhecer o Monte dos Carvalhos - onde o inglês é a língua predominante.
Instalou-se depois de uma experiência “chocante” de 11 anos no combate à pobreza na Índia.
“Salvar moribundos à beira de estrada não chega. Depois daquilo só queremos uma vida simples, porque só assim se podem ajudar os pobres”, procurando um equilíbrio global, defende. Anna Kitchen, 25 anos, vive em Manchester, na Inglaterra, onde trabalha na Speak Network, uma rede internacional de jovens contra as injustiças no mundo.
Chegou ao Monte dos Carvalhos com o namorado, depois de ouvir o relato de amigos. “Viemos relaxar, passar tempo com amigos e aprender algo mais sobre a terra e algumas plantações. É uma espécie de férias”, diz.
“Acho fantástico conseguir viver assim, fora da cidade. Acho que se parece mais com a vida como ela realmente deve ser”, frisa.
A única construção em pedra está no centro do terreno e foi recuperada como cozinha, com um forno a lenha, onde todos têm as suas tarefas. Ao redor, há campos cultivados, água e diferentes construções feitas com madeira e outros materiais naturais - como um quarto de oração.
Quem abandona a estrada nacional 18 encontra placas ao longo de quatro quilômetros em terra batida e por entre diversas chácaras até chegar ao Monte dos Carvalhos (Mount of Oaks, em inglês, como se lê nas
placas).
http://www.agencialusa.com.br - documento gerado : 17/04/2009 - 14:54:22
Agência Lusa
O mesmo caminho de ida e volta que Bárbara faz pelo menos uma vez por semana para comprar mantimentos (sobretudo leite, ovos e vegetais). “Vamos ao mercado do Fundão ou às lojinhas da Póvoa da Atalaia. Apoiamos a economia local”.
“Além do mais, as pessoas conhecem-nos e convivemos bem com todos”, garante. Como atesta o fato de um vizinho ceder eletricidade para carregar o telefone celular e o computador portátil, com que acessa a internet e mantém o seu blog (http://shantipilgrim.blogspot.com).
Donativos
Junto à cozinha está a lata mágica, onde quem por ali passa pode deixar o seu donativo.
“Quando é preciso ir às compras, vamos buscar o que há na lata”, descreve, sendo que, em média, 50 euros por semana bastam.
Bárbara vive há 10 anos de donativos, o que encara com naturalidade, porque diz que não age para “proveito próprio”.
“Tudo o que recebemos é para dar, não estamos aqui para fazer dinheiro ou para nos satisfazermos. É para dar a quem vem descansar ou em retiro. E é um ciclo: quanto mais se dá, mais se recebe”.
O Monte dos Carvalhos vive sobretudo de donativos internacionais.
“Há uma grande rede de relacionamentos global”, cita, mas sem fazer contas às doações ou olhar a doadores, garante.
“Alguns já cá estiveram, outros conhecem-nos pelo blog e vêem que é algo de positivo”.
“Outros gostariam de viver assim, mas têm empregos, família ou compromissos e não podem. Mas apoiam-nos”. Dia-a-dia
Já este mês, o Monte dos Carvalhos acolheu duas dezenas de participantes num curso sobre permacultura (sistemas ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis) cujos princípios estão sendo aplicados no local, por exemplo, nas culturas agrícolas.
Com a chegada da primavera, boa parte dos dias é agora dedicada a novas construções, tanto aquelas onde cada um vive como as de utilização comum, caso do quarto de oração.
“Sem eletricidade, vivemos com o ritmo solar”, descreve Bárbara. A noite é passada à volta da fogueira, com conversas ou música.
“Já nos perguntaram ao telefone o que fazemos à noite”, recorda. As chamadas de televendas da operadora são frequentes para o telefone fixo, única peça de tecnologia que ali conseguiu entrar.
“Querem vender pacotes com internet e televisão. Eu rio, respondo que não temos eletricidade e as pessoas ficam espantadas”.
Apesar do relacionamento que já existe com a população da freguesia e o pároco local, Bárbara gostaria de no futuro poder acolher visitas de escolas ao Monte dos Carvalhos para oficinas ligadas ao meio rural.

Agência Lusa
“Construção com produtos naturais, permacultura e ver a vida no campo é importante para despertar os jovens a voltar aos meios rurais. Porque o país está a ficar desertificado”, conclui.
http://www.agencialusa.com.br - documento gerado : 17/04/2009 - 14:54:22

Comunidade no Monte dos Carvalhos é espaço de encontro com a natureza

Pessoas de todo o mundo buscam paz no Fundão

A vida campestre e sem alguns acessórios contemporâneos fazem parte do ambiente desta comunidade situada perto da Atalaia do Campo





Centenas de pessoas de todo o mundo em busca de paz de espírito já passaram pelo Monte dos Carvalhos, no sopé da Serra da Gardunha, onde não há electricidade e se vive em tendas ou construções naturais. 'A visão para este lugar é de uma comunidade monástica', onde se abdica dos valores individuais, 'com equilíbrio entre oração, trabalho, convívio e descanso', descreve Bárbara Leite, 34 anos, umas das fundadoras.
Segue os princípios cristãos e já recebeu amigos de todos os credos que conheceu ao calcorrear o globo, antes de se fixar perto da Póvoa da Atalaia, há dois anos e meio. Desde então são uma dúzia, outras vezes mais. 'Uns passam aqui dias, outros meses. Nunca estou sozinha', refere.
A única construção em pedra está no centro do terreno e foi recuperada como cozinha, com um forno a lenha, onde todos têm as suas tarefas. Em redor, há campos cultivados, água e diferentes construções feitas com madeira e outros materiais naturais - como um quarto de oração.
Quem abandona a estrada nacional 18 encontra placas ao longo de quatro quilómetros em terra batida e por entre diversas quintas até chegar ao Monte dos Carvalhos (Mount of Oaks, em inglês, como se lê nas placas).
O mesmo caminho de ida e volta que Bárbara faz pelo menos uma vez por semana para comprar mantimentos (sobretudo leite, ovos e vegetais). 'Vamos ao mercado do Fundão ou às lojinhas da Póvoa da Atalaia. Apoiamos a economia local',
'Além do mais, as pessoas conhecem-nos e convivemos bem com todos', garante. Como atesta o facto de um vizinho ceder electricidade para carregar o telemóvel e o computador portátil, com que acede à Internet e mantém o seu blogue (http://shantipilgrim.blogspot.com).
Junto à cozinha está a lata mágica, onde quem por ali passa pode deixar o seu donativo. 'Quando é preciso ir às compras, vamos buscar o que há na lata', descreve, sendo que, em média, 50 euros por semana bastam.

UMA DÉCADA DE DONATIVOS
Bárbara vive há 10 anos de donativos, o que encara com naturalidade, porque diz que não age para 'proveito próprio', 'Tudo o que recebemos é para dar, não estamos aqui para fazer dinheiro ou para nos satisfazermos. É para dar a quem vem descansar ou em retiro. E é um ciclo: quanto mais se dá, mais se recebe',
O Monte dos Carvalhos vive sobretudo de donativos internacionais. 'Há uma grande rede de relacionamentos global', refere, mas sem fazer contas às doações ou olhar a doadores, garante.
'Alguns já cá estiveram, outros conhecem-nos pelo blogue e vêem que é algo de positivo', 'Outros gostavam de viver assim, mas têm empregos, família ou compromissos e não podem. Mas apoiam-nos',


Testemunho dos mais recentes moradores
Holandês e ingleses entre os residentes
Antonius Snellart, holandês de 53 anos, é um dos residentes dos últimos tempos. Ele e Bárbara têm amigos em comum que o levaram a conhecer o Monte dos Carvalhos – onde o inglês é a língua predominante. Instalou-se depois de uma experiência 'chocante', de 11 anos no combate à pobreza na Índia. 'Salvar moribundos à beira de estrada não chega. Depois daquilo só queremos uma vida simples, porque só assim se podem ajudar os pobres', procurando um equilíbrio global, defende.
Anna Kitchen, 25 anos, vive em Manchester, na Inglaterra, onde trabalha na Speak Network, uma rede internacional de jovens contra as injustiças no mundo. Chegou ao Monte dos Carvalhos com o namorado, depois de ouvir o relato de amigos. 'Viemos relaxar, passar tempo com amigos e aprender algo mais sobre a terra e algumas plantações. É uma espécie de férias', diz. 'Acho fantástico conseguir viver assim, fora da cidade. Acho que se parece mais com a vida como ela realmente deve ser', sublinha.


in: http://www.diarioxxi.com/diarioxxi/artigo.asp?ed=1907&id=1&page=5

Viver sem electricidade e ao ritmo solar
Telefone fixo é a única tecnologia
Já este mês, o Monte dos Carvalhos acolheu duas dezenas de participantes num curso sobre permacultura (sistemas ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis) cujos princípios estão a ser aplicados no terreno, por exemplo, nas culturas agrícolas.
Com a chegada da Primavera, boa parte dos dias é agora dedicada a novas construções, tanto aquelas onde cada um vive como as de utilização comum, caso do quarto de oração. 'Sem electricidade, vivemos com o ritmo solar', descreve Bárbara Leite. A noite é passada à volta da fogueira, com conversas ou música.
'Já nos perguntaram ao telefone o que fazemos à noite', recorda. As chamadas de televendas da operadora são frequentes para o telefone fixo, única peça de tecnologia que ali conseguiu entrar. 'Querem vender pacotes com Internet e televisão. Eu rio-me, respondo que não temos electricidade e as pessoas ficam espantadas',
Apesar do relacionamento que já existe com a população da freguesia e o pároco local, Bárbara gostava de no futuro poder acolher visitas de escolas ao Monte dos Carvalhos para oficinas ligadas ao meio rural.
'Construção com produtos naturais, permacultura e ver a vida no campo é importante para despertar os jovens a voltar aos meios rurais. Porque o País está a ficar desertificado', conclui.

quinta-feira, abril 02, 2009

Espólio de José Manuel Soares


http://www.centrofundao.com/mpcore.php?name=Noticias&file=article&sid=3243

Obras de arte vão para Idanha-a-Velha

2008-07-10
Fonte: Diário XXI
Espólio avaliado em mais de um milhão de euros segue para aldeia histórica.

Obras do pintor José Manuel Soares podem voar para outras paragens, avisa o procurador da família. A Câmara de Idanha já aceitou a doação do espólio em troca por uma pensão vitalícia à família, no valor de 1.500 euros mensais, mas as negociações decorrem há cinco anos, sem desfecho.

Apesar das negociações durarem há cinco anos e ainda não terem desfecho, a Câmara de Idanha-a-Nova mantém interesse nas obras de arte do pintor José Manuel Soares, avaliadas em mais de um milhão de euros, garantiu ontem ao Diário XXI, Armindo Jacinto, vice-presidente da autarquia.

O protocolo entre a autarquia e a família deverá ser assinado “ainda este ano”, garantiu o autarca, adiantando que, no final de 2007, o Tribunal de Contas autorizou a aquisição de três edifícios em granito, em Idanha-a-Velha, no interior das muralhas, onde será perpetuada a vida e obra do pintor, natural de Odemira, que pintou com paixão o quotidiano e as paisagens do concelho de Idanha, especialmente Monsanto.

As negociações com vista à doação do espólio artístico e documental, resultante de 50 anos de trabalho, começaram em 2003. Cinco anos depois “tudo ficou em nada”, disse ao Diário XXI, Joaquim Fonseca, representante da família nas negociações com a autarquia, admitindo bater a outras portas (sem especificar quais) interessadas em acolher aquelas obras.

“A família Soares andou, nestes cinco anos, quase a mendigar à autarquia que desse vida aos seus quadros e não a guardá-los ou a armazená-los, como faz a catorze obras que adquiriu em 2003, por mais de quarenta e dois mil euros e que nunca chegaram a ser expostas ao público”, acrescenta Joaquim Fonseca.


“Não é um artista menor”

O representante de José Manuel Soares, pintor ainda vivo, mas incapacitado, diz que o artista “não pode nem deve ser tratado como um artista menor”, lembrando que aparece citado nos principais dicionários de Arte Portuguesa, está representado em museus nacionais e estrangeiros, galerias e em colecções particulares, tendo-se destacado, particularmente, como um dos maiores autores de banda desenhada. “Muitos foram os portugueses que aprenderam por manuais escolares ilustrados pelo mestre Soares”, refere Joaquim Fonseca.



“Estamos interessados”

O vice-presidente da autarquia, Armindo Jacinto, garante que o pintor não está a ser tratado como pintor menor. Prova disso, acrescentou, são os edifícios já adquiridos em Idanha-a-Velha onde a memória de José Manuel Soares será perpetuada. A Casa Marrocos, imponente edifício no centro da aldeia, foi adquirido por 1,25 milhões de euros e “destina-se à construção de um hotel de charme que terá no interior um espaço dedicado à vida e obra do pintor”, disse Armindo Jacinto, acrescentando que outros dois, antigos palheiros em granito, “serão recuperados para acolherem as suas obras”.

Segundo Armindo Jacinto, a Câmara atribui “grande importância” ao espólio que até mandou avaliar e inventariar nos anos de 2006 e 2007 por técnicos da autarquia. “Estas coisas levam tempo, mas este ano o protocolo com a família será assinado”, concluiu.


Câmara paga pensão vitalícia à família

A 28 de Dezembro de 2007, a Câmara de Idanha-a-Nova aprovou por unanimidade aceitar a doação do espólio e, em troca, autorizar o pagamento de uma pensão vitalícia no valor de 1.500 euros mensais ao pintor e à esposa. Segundo Armindo Jacinto, a atribuição da pensão “é excepcional, sendo a forma encontrada pela autarquia para compensar a família, que não tem outros meios de sobrevivência, além das obras de arte”. Segundo o vice-presidente, o pagamento da pensão vitalícia “ocorrerá a partir da assinatura do protocolo”, independentemente dos edifícios estarem ou não recuperados. “Além da recuperação, será necessário um projecto de musealização e isso poderá demorar mais algum tempo”, concluiu o autarca. Joaquim Fonseca, representante da família do pintor, entende que o dinheiro da pensão “não é o mais importante” da vida do artista, pelo que, caso não haja decisão rapidamente, a autarquia “ficará com os euros e a região perde uma imensa e preciosa riqueza patrimonial”


Obras podem ser vistas na net

As obras do pintor José Manuel Soares podem ser vistas na Internet em www.pintor.radiomonsanto.pt. Segundo Joaquim Fonseca, os trabalhos representam “o espírito de Portugal visto por um dos maiores artistas contemporâneos”. Cada pintura é apresentada numa moldura ao estilo francês, ornamentada com adornos clássicos em relevo e acabamento a ouro. Segundo o procurador da família, “algumas das obras estão avaliadas em 20 mil euros”.

quarta-feira, abril 01, 2009

Inditex-ZARA-financia a reflorestação de 28 hectares na Serra da Malcata

in: DiarioXXI
Empresas «amigas» da floresta.
Há uns tempos, o Diário XXI noticiou um
projecto, patrocinado pela Epson, para o restauro da biodiversidade de vários hectares da Serra da Gardunha, no Fundão, numa área que tinha sido devastada pelos incêndios  orestais de 2003 e 2005. Agora é a vez do grupo Inditex, como se
pode ler na edição de hoje, ser a força motriz de uma acção de reflorestação em cerca de 28 hectares de terreno da Reserva Natural da Serra da Malcata. Até 2013, vão ser plantados carvalhos negral, tendo já os primeiros oito
hectares sido reflorestados em Janeiro. Tudo somado, o investimento por parte de privados ascende a mais de 80.000 euros.É de destacar que o projecto “privilegia
uma zona altamente desfavorecida do território,com um investimento  florestal de
elevada qualidade, em termos ambientais, o qual dificilmente seria realizado sem apoios externos”, como avança um elemento da associação de produtores  florestais CôaFlor, responsável pela concepção, elaboração, execução
e acompanhamento do projecto  florestal «A nity Ecológico», em parceira com a empresa Carbono Verde.
E mais importante, quem quiser (todospodem) apoiar o projecto pode fazê-lo utilizando «A nity Card» em qualquer posto de abastecimento de combustível aderente à rede Mastercard. Um por cento do valor gasto, sem custos adicionais, converte-se automaticamente em contributo para o projecto. É preciso dizer mais?
Daniel Sousa Silva