terça-feira, abril 28, 2009

Monsanto

O centro cultural de Idanha-a-Nova, desde a sua criação, oferece um serviço de alojamento para investigadores que tenham em mãos trabalhos de investigação sobre a cultura, etnografia, arqueologia, ou outros domínios, aplicados à região do concelho. Agora, este serviço é alargado em Monsanto com as residências artísticas. parabéns à Câmara de Idanha, que por esta via dá a conhecer o concelho e incentiva à produção de trabalhos artísticos e científicos.

Vídeo

http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20090423171258


in: Lusa

20-04-2009 09:46:13
Aldeia lusa tenta ser referência em residência de artistas

Por Luís Fonseca, da Agência Lusa

Monsanto, Castelo Branco, 20 abr (Lusa) - A aldeia mais portuguesa quer ser também a que mais artistas de todo o mundo acolhe em Portugal, graças a programas de residências artísticas.

A prefeitura de Idanha-a-Nova requalificou duas casas em Monsanto onde oferece alojamento com vista privilegiada sobre a campina. Os artistas podem candidatar-se junto da prefeitura ou na Universidade de Coimbra, que participa na iniciativa.

Em preparação está um protocolo com a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa para oferecer residência a jovens talentos, para que façam ali o lançamento das suas obras.

“O projeto nasceu em 2006 e até final do último ano já tinham passado por Monsanto 18 artistas de todo o mundo”, disse à Agência Lusa, Armindo Jacinto, vice-prefeito de Idanha-a-Nova.

O objetivo é atrair novos olhares para Monsanto e para o distrito de Idanha-a-Nova, “que tem um patrimônio riquíssimo, do ponto de vista natural e edificado. Temos aqui marcas de diversas civilizações”.

“Os próprios artistas vão divulgando a iniciativa e a aldeia e trazem novos artistas de diferentes áreas. Vão ser embaixadores do concelho em várias partes do mundo”, destaca o vice-prefeito.

Márcio-André, 31 anos, é o poeta, tradutor e ensaísta brasileiro que através do protocolo com a Universidade de Coimbra reside durante três meses em Monsanto (www.marcioandre.com).

“Acho que este é um projeto a longo prazo. Daqui a uns anos, depois de mais artistas passarem por aqui, Monsanto certamente vai colher os frutos dos contactos que está a semear”, descreve.

“Nunca tinha estado num local com mais de 500 anos de história. Aqui tenho descoberto monumentos com mais de mil anos, o que tem sido avassalador. Para além desta serenidade e da magnífica vista do apartamento”, descreve.

O brasileiro do Rio de Janeiro ocupa uma das casas com a esposa e em alguns dias recebe artistas amigos. Está preparando o livro de ensaios Poética das Casas e já apresentou espetáculos de poesia sonora sobre Monsanto.

“Pedimos sempre que nos deixem algo”, cita Armindo Jacinto. “Seja uma peça de arte, um espetáculo ou fotografias. E assim vamos também aumentando o nosso espólio artístico”.

O tempo de estadia é variável, de acordo com o trabalho artístico e a existência de projetos a serem desenvolvidos com as comunidades locais.

As residências para este ano ainda não estão fechadas. “Há dois programas. Tem prioridade o protocolo com a Universidade de Coimbra, que o divulga a nível mundial, seleciona os poetas que se candidatam e também desenvolve atividades com eles”.

A prefeitura de Idanha-a-Nova tem o seu próprio programa. Também recebe candidaturas, analisa currículos e os projetos artísticos propostos para escolher residentes.

Uma das próximas artistas a passar por Monsanto será “uma bailarina espanhola”. “Um dos nossos critérios é a diversificação das artes”, conclui Armindo Jacinto.

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