domingo, março 29, 2009

Portas de Ródão classificadas


in: Diário XXI
Autarcas aplaudem e revelam projectos para aproveitar a zona ribeirinha
Portas de Ródão classificadas
como Monumento Natural

O decreto foi ontem
aprovado pelo Governo
e poderá ser o ponto
de partida de uma
renovada aposta
turística
O Conselho de Ministros
aprovou ontem o decreto que
cria o Monumento Natural das
Portas de Ródão para “valorizar
e preservar” aquela zona
do Rio Tejo. A candidatura foi
apresentada pelas câmaras de
Nisa e Vila Velha de Ródão e
pela Associação de Estudos do
Alto Tejo em 2005, com o objectivo
de proteger os valores
naturais e valorizar o território.
À Agência Lusa, as presidentes
dos dois municípios destacaram
que, apesar das medidas de protecção
ambiental, há diversos
projectos de interacção com a
natureza previstos para a zona.
A garganta escavada pelo rio
ao longo dos tempos na Serra
do Perdigão, com um estrangulamento
de 45 metros de largura,
é um dos ícones do Rio
Tejo e guarda ainda “espécies
biológicas e sítios arqueológicos”
que documentam a
presença humana junto ao rio
desde o Paleolítico Inferior. As
Portas de Ródão foram também
um dos principais locais que
sustentou a candidatura aprovada
pela UNESCO – Organização
das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura
para criação do Geoparque Naturtejo.
“É uma forma de proteger o
ambiente, mas também de valorização
do território, a favor
das pessoas”, realça a presidente
da Câmara de Nisa, Gabriela
Tsukamoto. “Há a ideia de que,
quando surgem estas classificações,
as pessoas não podem
fazer mais nada e ficam prejudicadas.
Não é assim. É certo
que há regras, mas é tudo uma
questão de bom senso”, exemplificando
com os percursos pedestres
e projectos de animação
previstos para a zona.
CÂMARAS INVESTEM
O principal restaurante do Arneiro,
junto às Portas de Ródão,
conhecido por levar à mesa a gastronomia
local, “já tem reservas
para todos os fins-de-semana
do resto do ano, até ao Natal”,
refere, como outro sinal de atracção.
A Câmara de Nisa vai investir
cerca de 700 mil euros (apoiado
por fundos transfronteiriços)
no Arneiro, num cais de médio
porte e centro de interpretação.
Valor idêntico está previsto
investir a montante, na outra
margem, num centro náutico
em Vila Velha de Ródão.
“Como nas escarpas há nidificação
do grifo, não pode haver
desportos náuticos. Mas haverá
passeios de barco com 30 a
40 pessoas entre os dois cais”,
exemplifica. “Na prática, a
classificação é mais uma insígnia
que os dois municípios e a
região podem ostentar”, disse
à Agência Lusa, Maria do Carmo
Sequeira, presidente da Câmara
de Vila Velha de Ródão.
Segundo a autarca, recentes
obras permitiram a instalação
de uma plataforma na zona alta
do castelo da vila, “de onde se
obtém actualmente uma vista
panorâmica sobre a área classificada.
É como uma varanda
para as Portas de Ródão”.

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