domingo, outubro 28, 2007

Hidro, depois do Eolo, recursos naturais em evidência

in: Reconquista
Dinheiro já começou a chegar às câmaras
Hidroeléctrica é a nova mina



A Generg e as câmaras municipais de Castelo Branco e de Proença-a- Nova chegaram a acordo para a instalação de um projecto hidroeléctrico nos dois concelhos. Só falta saber onde ficam as infra-estruturas.



Depois do vento, o Grupo Generg pretende continuar a investir na capacidade de produção energética na região virando-se para um novo recurso: a água. A empresa responsável pela construção do Parque Eólico da Gardunha chegou a acordo com as câmaras municipais de Castelo Branco e de Proença-a-Nova para a implementação de “aproveitamentos hídricos com valência energética”, diz o protocolo assinado na passada semana em Castelo Branco pelos presidentes de câmara dos concelhos envolvidos. A vontade para avançar com o projecto está assumida, mas ainda não há um local concreto para a construção de barragens ou das restantes infra-estruturas necessárias. João Bártolo, administrador da Generg, refere que neste momento “os caudais são conhecidos”, mas não avança com hipóteses de localização. Mas mesmo assim as autarquias já podem fazer contas ao que vão ganhar. Tanto Castelo Branco como Proença-a-Nova receberam de imediato um cheque de 15 mil euros para financiar campanhas de sensibilização das populações em relação ao projecto. A partir de agora, e até ao início da construção, vão receber mais 7 500 euros por ano, valor que com o início das obras sobe para os 10 mil euros por cada megawatt a implantar. Este valor será distribuído em partes iguais pelas juntas de freguesia ribeirinhas. Quando começar a exploração, as câmaras vão receber o equivalente a 1,5 por cento da facturação bruta, antes da aplicação do IVA. “Estamos aqui a gerar uma receita que os municípios podem aproveitar”, refere João Bártolo, que dá às autarquias a possibilidade de estas poderem vir a subscrever 5 por cento do capital social da empresa que ficará responsável pela implementação do projecto. Esta tanto poderá ser criada de raiz como aproveitar os serviços de uma empresa já existente no Grupo Generg. Confrontados com esta possibilidade, que não é uma obrigação contratual, tanto a Câmara Municipal de Proença-a-Nova como a de Castelo Branco não assumem para já uma opção. “Fica para decidir depois”, diz Joaquim Morão. O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco está satisfeito com o trabalho desenvolvido em parceria com a Generg, com quem colabora desde há vários anos na construção do Parque Eólico da Serra da Gardunha, afirmando que “não queremos empresas que nada nos deixem”.

Por seu lado, João Paulo Catarino entende que depois do investimento na eólica é hora de “partir para outra”, acrescentando que o concelho do qual é presidente tem “enormes potencialidades” no aproveitamento energético dos recursos hídricos.

O lançamento da aposta hidroeléctrica coincide com o aproximar do fim de um ciclo no aproveitamento eólico. Oito anos após a assinatura dos primeiros protocolos com as câmaras do Fundão e de Castelo Branco - com vista à construção do Parque Eólico da Gardunha - o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco assume que na altura em que assinou “ainda não estávamos muito conscientes do potencial” do projecto, que segundo o autarca veio gerar “uma riqueza que é distribuída por todos”. De acordo com João Bártolo, o projecto da Gardunha encontra-se instalado a 60 por cento do previsto, devendo estar concluído em Junho de 2008. A meta é ter a funcionar 57 aerogeradores, com uma capacidade de produção de energia na ordem dos 114 megawatts. Até ao passado dia 18 de Outubro encontravam-se montados 29 aerogeradores, dos quais 21 em funcionamento. O investimento é de 134 milhões de euros e as rendas pagas pela colocação das infra-estruturas totalizam cerca de 380 mil euros anuais só para os 300 proprietários rurais. Estima-se que os ventos da Gardunha vão produzir anualmente a energia equivalente ao consumo de 110 mil habitantes, ou seja, “esta região pode orgulhar-se de exportar o dobro da energia limpa que consome”, diz João Bártolo.

sábado, outubro 27, 2007

Resultados nos exames nacionais do ensino secundário, 2007

O Diário de Notícias, no ranking de escolas 2007 elabora um mapa por concelhos, com a média dos resultados nos exames nacionais do ensino secundário. Castelo Branco, Fundão e Covilhã apresentam os melhores resultados distritais, com uma média entre 9,5 e 10,5. Belmonte, Penamacor e Idanha-a-Nova apresentam os piores resultados distritais com uma média entre 7,5 e 8,4. Proença a Nova e Sertã tiveram uma média entre 8,5 e 9,4 e em Oleiros e Vila-Velha de Rodão nenhuma escola apresentou alunos internos a exame. Estes resultados, pobres, na minha opinião, indicam que é preciso trabalhar mais e melhor nas escolas para que a formação escolar seja um vector de desenvolvimento.

domingo, outubro 14, 2007

Macrolepiota procera-Frades


Com as chuvas de Setembro acelarou-se o aparecimento da primeira variedade micológica, comestível do ano, a Macrolepiota procera, conhecida vulgarmente por Frades. Trata-se de um excelente produto gastronómico. Podem ser cozinhados de várias formas, sendo a mais vulgar a de assados ao lume, com um dente de alho e um fio de azeite. São divinais. Encontram-se em pinhais, montados de sobreiro e azenheira, soutos e carvalhais. São fáceis de localizar, porque se desenvolvem acima do solo. Para quem tiver tempo, gosto e seja apreciador de cogumelos facilmente os encontrará, nos ambientes referidos. Em Portugal, não temos a mesma tradição dos países nórdicos, em que qualquer cidadão tem direito a recolher, em qualquer propriedade, frutos silvestres e cogumelos, o que facilitaria o trabalho de recolha deste produto.

Quinta dos Termos-Fonte Cal



O Público de 13 de Outubro de 2007, no suplemento Fugas, na pag. 19 e da autoria de João Paulo Martins, insere uma referência ao vinho beirão Quinta dos Termos, Branco, Fonte cal. Constatei que desde a divulgação da casta regional Fonte Cal, surgiram vários vinhos na Beira que passaram a incorporar a casta Fonte Cal, com referência explícita no rótulo. Contudo, como produção mono casta, só o Quinta dos Termos está no mercado. Toda a produção vinicola da Quinta dos Termos é produzida no regime de produção integrada o que significa a ausência de herbicidas e pesticidas, na produção de uvas, ou quaisquer outros produtos químicos agressivos ao ambiente. Recorre-se a práticas agrícolas que evitem a erosão ou outras deteriorações do solo. Mais uma razão para se dar preferência a esta produção. Esta protecção é tanto mais de realçar porque o produtor, Químico de profissão, professor na Universidade da Beira Interior, poderia não ter preocupações ambientais. Não é o caso, felizmente. O enólogo responsável pela adega é o professor Virgílio Loureiro. A recuperação da casta Fonte Cal foi viabilizada pelo trabalho do professor Antero Martins, do Instituto Superior de Agronomia, com trabalhos notáveis de recuperação e aperfeiçoamento de castas nacionais ameaçadas de extinção. Em termos de produção mono casta a Quinta dos termos oferece-nos Syrah, Touriga Nacional, Vinhão, Tinto Cão e Trincadeira. Prepara-se o lançamento de castas não portuguesas, o que já acontece com o Syrah, Riesling e Sangiovese. Permitem-me discordar da introdução do Riesling, muito apreciado para acompanhar foisgras, na Alemanha e França, porque há produtores Nacionais que apostando em castas nacionais,chegam a um produto de qualidade superior ao Riesling. Uma amiga minha, que trabalha na Suiça, trouxe-me uma garrafa de Riesling, que eu substituí por um Quinta da Alorna, colheita tardia de 2002, da casta Fernão Pires e a conclusão geral foi a de que o vinho nacional suplantava o Riesling. No mercado, para além da Quinta da Alorna a Herdade do Esporão também lançou um colheita tardia, embora, na minha opinião, de qualidade inferior ao Quinta da Alorna. A produção da colheita tardia da Quinta da Alorna é diminuta, sendo difícil de encontrar no mercado. Tenho conseguido ultrapassar essa dificuldade na Feira Nacional dos Vinhos, realizada anualmente no Cartaxo, onde por norma a Quinta da Alorna tem um Pavilhão.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Descoberto tesouro romano do século IV

in: TSF

• MÊDA
Descoberto tesouro romano do século IV
Um tesouro romano do século IV d. C., com mais de 4500 moedas, foi encontrado no sítio arqueológico do Vale do Mouro, no concelho de Mêda, distrito da Guarda. Falta garantir um local adequado para guardar esta descoberta até que seja incluída num museu.
( 23:19 / 10 de Outubro 07 )



Um tesouro do século IV foi descoberto no Concelho de Mêda. Os arqueólogos que trabalham na escavação do Vale do Mouro foram brindados com mais de quatro mil moedas de cobre e bronze.

O achado aconteceu na passada quinta-feira, último dia da campanha de escavações que começaram em Julho.

O arqueólogo responsável pelas escavações, António Sá Coixão, disse à TSF que as moedas de cobre e bronze terão pertencido a um ferreiro que as escondeu com medo dos povos bárbaros que estavam a invadir o império.

O arqueólogo referiu que quem escondeu o «tesouro» executou «um alinhamento de pedras, colocou as moedas no interior de um saco de linho», deitou «uma camada de terra» e, por cima, disfarçou com uma foice, uma picareta, argolas para lareira, duas chaves, e mais terra, para as pessoas pensarem que era uma tulha de ferreiro».

Ou seja, o dono das moedas enterrou-as no local, mas depois terá morrido e já não as desenterrou, tendo elas permanecido escondidas até agora.

O arqueólogo assegura que recebeu a garantia da câmara de Mêda para construir no local do achado um museu para expor estas moedas de cobre e bronze, que até lá vão ter que passar por um processo de limpeza e conservação desconhecendo-se ainda onde vão ser armazenadas

sexta-feira, outubro 05, 2007

A leitura, a escrita e as novas tecnologias

in: http://www.reconquista.pt
"Alcains
Editora vai dinamizar projecto cultural na localidade
Tinalhas recebe primeira Biblioteca Alma Azul



A leitura, a escrita e as novas tecnologias são as peças principais deste projecto, com preocupações ao nível do desenvolvimento local sustentado.



A aldeia de Tinalhas, situada no concelho de Castelo Branco, é a localidade escolhida pela Alma Azul, para instalar a primeira biblioteca que tem o mesmo nome da editora. A decisão foi anunciada na quinta-feira passada, dia 27 de Setembro, data em que a produtora de actividades culturais assinalou o oitavo aniversário, na sua livraria em Alcains. Apresentar uma revista e fazer duas revelações. Foi esta a forma escolhida pela Alma Azul para comemorar mais um aniversário. A revelação mais aguardada da noite dizia respeito à localização da primeira Biblioteca Alma Azul. “Tinalha será assim um dos locais de trabalho de animação cultural da Alma Azul a partir de 2008”, adianta a responsável pela editora, Elsa Ligeiro. Ter menos de mil habitantes, um património edificado bem conservado e bonito e com fáceis acessos foram os principais critérios utilizados na escolha. O objectivo é criar um espaço de raiz num edifício já existente, que a editora pretende encher de livros e dinamizar com actividades culturais. A Biblioteca Alma Azul “pretende ser um espaço de animação e motivação cultural dirigido a todos, com trabalho especial para crianças e jovens. Terá uma integração plena em Tinalhas, e terá como parceiros preferenciais associações e instituições locais, mas estabelecerá parcerias a nível nacional”. A biblioteca “procurará um diálogo forte e contínuo com todas as outras artes, nomeadamente a música, e a defesa do património”. A data de inauguração está prevista para 27 de Setembro de 2008, data do nono aniversário da Alma Azul.

O nome do vencedor da acção “1 Boa Razão Para Escrever Um Livro” constituiu a segunda revelação da noite. Chama-se Paulo Frederico Gonçalves, é do Porto e assina o conto “Só Quase”. Este conto sobre a família e a amizade será o número 20 da Colecção Literatura Portátil, que sairá em Novembro.

Esta acção contou com a colaboração de mais de um milhar de pessoas, nesta primeira fase, e já está no terreno a recolha de outras boas razões para a leitura de um livro, para a segunda parte da edição de “1000 Razões para Ler Um Livro”, a sair em 23 de Abril de 2008, no Dia Mundial do Livro. A totalidade das receitas da venda destas edições reverte para a Biblioteca Alma Azul em Tinalhas. “Todos os participantes destas duas iniciativas, foram os primeiros a contribuir de forma efectiva para a criação da biblioteca”, salienta Elsa Ligeiro. .

Estas duas iniciativas já contaram com o apoio do Governo Civil de Castelo Branco e das câmaras municipais do Fundão, de Vila de Rei, da Sertã e de Oleiros, “transformando-os deste modo nos primeiros mecenas da nova biblioteca”.

O número nove da Revista de Artes e Ideias tem como tema central “O Mal”. “É um dos temas que acho mais forte e interessante de analisar. Não o mal que existe nos outros, mas o que existe em cada um de nós e que nós desconhecemos”. No seu interior, uma homenagem a Miguel Torga, a propósito dos 100 anos do seu nascimento. A revista contém ainda o conto “O Mal”, de Anton Theckhov e Maria Manuel Viana escreve a crónica “Memória do Mal”, sobre escritores que conheceram e viveram em campos de concentração nazis.

Autor: Nelson Mingacho 04-10-2007 18:01:50

quinta-feira, outubro 04, 2007

Zona central da Capinha já tem Internet gratuita

in: Jornal do Fundão

SECÇÃO: Terra-a-Terra

Zona central da Capinha já tem Internet gratuita

Os habitantes da Capinha serão os primeiros do concelho a ter Internet gratuita, mas, por enquanto, ainda não é para todos. Aldeia vai ter uma loja do Santander

“NÓS também queremos aprender”, reivindica, meio a sério meio a brincar, um grupo de idosas, todas viúvas, que, nas instalações do Centro de Dia, assistem à confirmação prática de que na zona central da Capinha já é possível aceder gratuitamente à Internet, graças a um projecto da Junta de Freguesia. Por enquanto, a Internet sem fios e sem custos para o utilizador ainda não é para todos porque apenas os equipamentos públicos estão contemplados. A antena que há-de transformar a Capinha num exemplo em matéria de acesso às novas tecnologias está instalada no edifício da sala de leitura, em pleno coração da aldeia, rivalizando em altura com a torre da igreja.

Agora, há que apostar na distribuição dos amplificadores de rede por locais estratégicos da aldeia e no levantamento de outras necessidades para vencer o granito cuja presença marcante na arquitectura da aldeia cria dificuldades adicionais à tarefa de levar o mundo virtual para dentro de casa. “Estamos a instalar os amplificadores de rede e a fazer o levantamento das necessidades. Contamos ter todo esse trabalho feito no final deste mês”, sublinha o presidente da Junta, Rogério Palmeiro, eleito pelo PSD, com maioria absoluta nas últimas autárquicas, numa freguesia marcadamente de esquerda, onde o PS chegou a ter 80% dos votos.

A Internet gratuita é uma nova oportunidade para os habitantes da Capinha, designadamente para os idosos. Muitos vivem sozinhos e a Internet pode constituir um meio privilegiado de contacto com os filhos, muitos deles emigrados. Passaram a vida a trabalhar, de sol a sol, para os patrões, (na freguesia, a propriedade continua concentrada nas mãos de poucas famílias) e agora sobra-lhes tempo para tudo, passando os dias no Centro de Dia, à conversa, a bordar ou a fazer renda. E os idosos estão, certamente, entre os principais beneficiados com a instalação de uma loja que o Santander se prepara para abrir na freguesia. De acordo com a Junta, a referida loja disponibilizará multibanco e todos os serviços de apoio ao cliente, evitando assim as frequentes deslocações à cidade do Fundão.