quarta-feira, maio 30, 2007

Alma da Beira-Novo rótulo da Beira Interior





O Alma da Beira, branco, produzido com base nas castas Arinto e Alicante, a partir de vinhas localizadas na Vila do Ferro, concelho da Covilhã, em terras granitícas, com exposição solar para Sul é um vinho muito agradável, frutado, aromático, límpido, que acompanha bem pratos de peixe. Trata-se de um vinho engarrafado por uma empresa do Fundão, que deve merecer a nossa escolha e se recomenda a sua utilização na industría hoteleira, por ser um produto de qualidade.

terça-feira, maio 29, 2007

Seguidores de Fernando Namora

Acordo estabelecido entre a Câmara de Idanha e Universidade de Coimbra

Poetas estrangeiros convidados a escrever em Monsanto

A autarquia disponibiliza a habitação para as residências artísticas, enquanto que a Universidade de Coimbra custeará a viagem dos autores. O protocolo foi assinado no domingo

"Ensemble" de Guitarras da Academia de Música e Dança do Fundão




Sexta-Feira, na Conferência Nacional "Por um desenvolvimento global solidário"-um compromisso de cidadania, actuou o "Ensemble" de guitarras da AMDF. Este grupo foi criado em 1999/2000, pelo professor Pedro Rufino. Actualmente, o grupo, com direcção do seu fundador, é constituído por 9 elementos com idades entre os 12 e os 33 anos. Apresentaram-se no Colégio S. João de Brito, da Companhia de Jesus, sucessor dos colégios de Campolide e de S. Fiel. Apresentaram-se com o programa seguinte:

"Larghetto e Spiritoso", de António Vivaldi
"Andante de António Vivaldi
"Alla Turca" de John Duarte
"Bchianinha nº 1" de Paulinho Nogueira e
"Rosa Amarela" de Heitor Villa-Lobos

Tratou-se de um momento muito agradável, que preparou muito bem os congressistas para o debate dos temas do Congresso.

segunda-feira, maio 21, 2007

In-canto em Idanha-a-Velha



Graças a Joaquim Batista, do Terras do Rei Wamba, tive conhecimento da actuação do In-canto, em Idanha-a-Velha, no passado dia 18 de Maio. Reproduzo o cartaz do espectáculo, pelas informações que insere, nomeadamente a composição do grupo e também pelas referências ao Festival Islâmico de Mértola. Terá sido nessa qualidade que actuaram em Idanha-a-Velha, isto é numa extensão do Festival Islâmico até Idanha?

domingo, maio 20, 2007

Vamos divulgar o Património da Beira Interior

PÚBLICO - EDIÇÃO IMPRESSA -

Director: José Manuel Fernandes
Directores-adjuntos: Nuno Pacheco e Manuel Carvalho
POL nº | Domingo, 20 de Maio de 2007

Catarina Vilaça - Velocista do património
Luís Maio

Catarina Vilaça parecia destinada a uma carreira académica convencional. Entrou no Charles LePierre, em Lisboa, com apenas três anos de idade e só saiu aos 18, em direcção ao curso de História da Arte da Universidade Nova. Mas, recorda, "logo no primeiro ano comecei a investigar pintura mural. Não sabia o que era, mas interessou-me a espontaneidade. Porque se eu tivesse de pintar talvez pintasse primeiro o corpo, mas logo passaria a pintar na parede".
O fascínio pela pintura mural levou-a a consultar um dos raros estudos académicos sobre o tema publicado entre nós, a tese de Teresa Cabrita Fernandes, datada de 1984 que, entre outras, mencionava pinturas ainda por investigar na Capela do Espírito Santo de Maçainhas, em Belmonte. Daí nasceu o primeiro artigo académico de Catarina, publicado um ano antes de completar a licenciatura. Tão ou mais importante do que isso, Belmonte constituiu a sua primeira experiência na recuperação de património: "Foi aí que percebi o potencial de ser historiadora de arte. Porque não só estudei, como através do estudo consegui arranjar meios para recuperar as pinturas - que estavam caiadas com tinta plástica".
"A Pintura Mural em Portugal: os Casos da Igreja de Santiago de Belmonte e da Capela do Espírito Santo de Maçainhas" haveria de constituir a sua tese de mestrado, apresentada na Universidade de Letras de Lisboa, em 2001. Antes disso, logo à saída da licenciatura, Catarina concorreu e ganhou uma bolsa do Programa Nacional Para Jovens Historiadores e Antropólogos que a levou a estudar a pintura mural do Alvito, estudo que rapidamente se estendeu a mais quatro municípios alentejanos. Longe de se restringir a uma postura estritamente académica, para mais embalada pelo primeiro sucesso em Belmonte, a investigadora não demorou a propor às edilidades da região o lançamento duma rede de programas de turismo cultural centrados na pintura mural.
Assim nasceu a Rota do Fresco, que na verdade são seis - um por cada município + uma intermunicipal -, geridos pela AMCAL, Associação dos Municípios do Alentejo Central, que integra Alvito, Cuba, Portel, Vidigueira e Viana do Castelo. É, em qualquer dos casos, um produto turístico-cultural pioneiro entre nós, que já contabiliza para cima de cinco mil visitantes e favorece directamente as populações locais - desde a formação de guias à animação de hotéis e restaurantes. A reavalição desse património pictórico tem, para além disso, contribuído para angariar verbas destinadas à sua reabilitação. Em quatro anos outros tantos trabalhos de conservação e restauro foram empreendidos, sempre pagos através da angariação de mecenas: Ermida de S. Sebastião e Igreja Matriz do Alvito, Capela de S. Brás de Portel e Igreja de Santa Brigida em Marmelar.
Este afã de intervenção patrimonial e dinamização social é, no mínimo, inusitado para uma investigadora académica. Catarina explica-se: "Decorre duma convicção minha sobre qual é a missão do historiador de arte, que eu acho que não se esgota com o artigo ou com o livro. O historiador de arte está numa posição privilegiada para fazer alguma coisa por esse património. Somos nós que sabemos, que temos de propor formas de lhe voltar a dar vida - não é dos gestores, nem aos autarcas. É um bocado a ideia do Homem-Aranha: às tantas, quando ele está com receio de assumir o dom que tem, o padrinho diz-lhe: "Com um grande poder vem uma grande responsabilidade". Se a pessoa sabe, já não é uma questão de direito, mas de dever de fazer pelas coisas".
Coerente com esta divisa de responsabilização do saber, Catarina não apenas delineou as Rotas do Fresco do Alentejo, mas sempre que pode ela mesmo guia os grupos de visitantes. O que, por sua vez, a levou a aprofundar os dilemas que hoje se colocam ao turismo cultural e a fazer disso a sua seguinte meta académica. Eis como chegou à parisiense Sorbonne, faz agora um ano, para defender uma nova tese sobre a Rota do Fresco, desta feita centrada sobre a "metodologia de revitalização do Património no Alentejo", que sustentará o seu doutoramento na Univerdade de Lisboa, previsto para o final deste ano.
A Rota do Fresco será uma ideia luminosa, mas a estratégia subjacente é puro bom comum. Trata-se de contrariar a devassa turística do património - não betonizar mais o país em nome de modelos de lazer uniformizados, potenciando em vez disso os recursos endogénicos do país, quer em termos materiais, quer em termos humanos. Se a fórmula se revelou eficiente em relação à pintura mural, faz sentido extrapolá-la para outras áreas, e é nesse sentido que Catarina acaba de lançar o Circuito de Olaria de Viana do Alentejo, outro programa turístico de reanimação dum recurso tradicional, em breve complementado com a produção de peças de autor. O passo seguinte é a criação da sua própria empresa, a Spira - porque a espiral imprime velocidade às coisas - dedicada à aplicação da mesma metodologia a outros sectores de património adormecido, que deverá ter como primeiras encomendas a revitalização de linhas de comboio no Alentejo, mas com francas possibilidades de se estender ao resto do país.
Explicações pessoais para tantas realizações públicas e em tão pouco tempo? Num mail enviado no dia seguinte à entrevista, Catarina confessa: "Venho de um avô militar que participou na Abrilada de 61, de pais muito novos (51 e 52 anos) revolucionários de esquerda que estiveram presos em Caxias e fui educada ao som do Cântico Negro do José Régio, e da divisa de D. Duarte "Tenaz serei". Acresce que fui velocista (no Sporting) num país de corredores de fundo".

BI
Idade: 30 anos, 17 de Julho de 1976
Naturalidade: Lisboa
Ocupação: Historiadora da Arte
Especialidade: Transformar recursos patrimoniais inactivos em fonte de desenvolvimento sustentado

segunda-feira, maio 07, 2007

Idanha-a-Velha

O Jornal Expresso, do último fim de semana, incluía um suplemento sobre Termalismo. Sob o Titulo "Termas de Monfortinho, um convite ao bem estar de corpo e alma", lê-se no texto "Dominada paisagísticamente pela fortaleza de Monsanto, Idanha-a-Velha revela a presença Bizantina, Visigótica e Romana.

sexta-feira, maio 04, 2007

X-Raia Tejo-Aldeia Xisto Foz do Cobrão




Programa
12 de maio
13h00m
Concentração no largo da Igreja da
Foz e instalação do acampamento
15h00m
Início das actividades radicais.
20H00m
Jantar convívio.
22H30m
Actividades nocturnas
13 de maio
8h00m
Alvorada e pequeno almoço.
9H00m
Início do passeio pedestre
“Voo do Grifo”.
12H30m
Almoço
X raia Tejo - aldeia do XisTo da Foz do Cobrão
Na Aldeia do Xisto da Foz do Cobrão, num dos cenários mais emblemáticos do Geopak Naturtejo, a Associação
de Estudos do Alto Tejo desafia os amantes do desporto aventura, para um fim-de-semana pleno de acção e
actividade proporcionados pelo slide, rappel, canoagem, paintball, tiro com arco… Aos que ainda não tiveram o
privilégio de estar connosco, o desafio está lançado.
Venham até nós, tragam disposição para se divertir, roupinha a condizer e fato de banho, tenda para acampar e
deixem-se envolver pelas actividades e pela beleza da paisagem, onde o rio e a serra se envolvem num abraço
majestoso.
Garantido está o convívio e a boa comida, bem como um seguro, da responsabilidade da organização.
inscrições:
inscrições até 10 de maio (Limite de 60 Inscrições)
15€ - Programa completo
10€ - Programa de Sábado
5€ - Passeio Pedestre (Domingo)
mail: altotejovvr@mail.telepac.pt
Tlm: 96 140 63 11 Telefone/fax: 272 54 11 22

quinta-feira, maio 03, 2007

turismo cultural sustentável

in: Diario xxi
Rede de universidades vai valorizar turismo cultural sustentável
Quinta-Feira, 03 de Maio de 2007
Projecto em foco durante seminário internacional, na Covilhã

Entidades de Espanha, México, Brasil e Portugal (entre as quais, a Universidade da Beira Interior) querem apontar caminhos para o turismo cultural sustentável: aquele que, para além dos benefícios económicos, dá mais progresso, melhores empregos e qualidade de vida às populações
Luís Fonseca

A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, participa num projecto internacional que pretende valorizar o turismo cultural sustentável. O tema está em destaque no I Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável que decorre desde ontem na UBI. Maria João Simões, investigadora da Universidade dedicada ao tema, alerta para a necessidade do turismo cultural ter de se basear em manifestações genuínas dos territórios para ser sustentável “e não em meras encenações”.
“Queremos identificar o impacto que o turismo pode ter ao nível ecológico, ao nível da coesão económica e social e da qualidade de vida das populações nos seus territórios”, explica Maria João Simões. “A nossa perspectiva não passa tanto pelo turismo de massas, que coloca problemas à sustentabilidade, desde logo a nível ecológico”, refere. Por outro lado, defende actividades “que permitam reforçar a identidade cultural das populações” e que lhes melhore a “qualidade de vida, com mais progresso e melhores empregos”.
A UBI e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro fazem parte de uma rede internacional que estuda a matéria e de que fazem pare a Universidade de Salamanca (Espanha), Universidade de Hidalgo (México), Universidade Federal de Pernambuco e Fundação Joaquim Nabuco (ambas no Brasil). As entidades vão definir objectos de estudo em cada país, para estudarem e apresentarem sugestões.

PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO É INDISPENSÁVEL
Os objectos de estudo "podem ser grandes monumentos, arquitectura rural ou actividades endógenas", mas uma coisa é certa: “É importante que as populações participem na identificação do produto que vai apresentado”. “Não se pode criar um produto cultural que é uma mera encenação. Deve ser uma manifestação genuína”, sublinha a investigadora da UBI.
“O mais importante é saber que modelo de desenvolvimento queremos para os territórios”, acrescenta Maria João Simões. “Se queremos apenas crescimento económico numa lógica de mercado ou um desenvolvimento sustentável, em que se acautelam todas as dimensões desde a ecologia à qualidade do emprego”, daí a importância do envolvimento da população, sublinha.

Dinheiro escasseia para investigação
O trabalho de investigação deve desenvolver-se “ao longo de dois a três anos”, segundo adiantou à Agência Lusa. Neste momento, o projecto “está a ser alinhavado”, descreve a Maria João Simões. “Temos a rede de instituições montada, trocamos experiências e estamos a tentar encontrar programas de financiamento”. A falta de verbas tem obrigado os investigadores a serem eles próprios, por vezes, a suportarem algumas despesas e noutros casos a encontrar novas soluções.
“As universidades e centro de investigação estão com dificuldades ao nível do financiamento. Por isso, arranjamos soluções mistas: muitos investigadores que participam no I Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável já estiveram na semana anterior num outro congresso, em Salamanca”.
“Sempre que há especialistas que fazem trabalho conjunto, organizamos também as actividades em sintonia, por forma, a reduzir as despesas de viagens, por exemplo”, explica Maria João Simões.

O que é isso?

De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.

“O turismo é uma das actividades de maior crescimento económico no mundo, com impactos globais e locais crescentes. O turismo sustentável diz respeito não só a acautelar matérias relacionados com a ecologia, pressão ambiente e desperdícios, mas também as que dizem respeito à responsabilidade social. Na prática, o turismo sustentável gere o progresso local, a cultura e meio-ambiente com o dinheiro e os empregos gerados através da actividade turística”
- definição de turismo sustentável, segundo comunicado municipal de Fiskars Village (Finlândia), ao receber o prémio de Destino Turístico Sustentável 2007

Programa do seminário
O I Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável decorre desde ontem e termina hoje no anfiteatro Padre Videira Pires, no Pólo IV da UBI, numa organização do Centro de Estudos Sociais da UBI (UBI_CES).
Para além do turismo cultural sustentável, há outros temas hoje em debate, como o “Desenvolvimento Sustentável em Contextos Africanos – o caso de Angola”, pelas 10h00, e “O Desenvolvimento Sustentável em Contextos Europeus – o caso da Beira Interior e Trás-os-Montes (Portugal)”, a partir das 14h30. Seguem-se reuniões de trabalho pelas 16h30. O encerramento está marcado para as 18h00.

Antiga cidade cheia de fábricas reinventou-se e atrai 25 mil turistas por ano
Um exemplo prático
A Royal Awards for Sustainability é uma organização independente apoiada pela Agência Europeia do Ambiente, que este ano entregou pela primeira vez o Prémio de Destino Turístico Sustentável. O local vencedor foi Fiskars Village, uma antiga cidade-estaleiro do sul da Finlândia. Trata-se de um autêntico complexo industrial de fundições de cobre e ferro do século XVII, que cresceu ao longo das margens do Rio Fiskars. Mas este ambiente austero não impediu Fiskars Village de cumprir critérios rigorosos de respeito pelo meio onde se insere, quer a nível económico (beneficiando a comunidade local e promovendo o emprego), quer a nível ambiental. E por isso arrecadou o prémio.
A cidade enfrentou a decadência industrial ao longo do último século. As empresas fecharam, os trabalhadores desapareceram, mas Fiskars Village reinventou todo o legado, que em vez de ficar abandonado ganhou novas actividades. A zona é hoje uma referência na Finlândia pela arte e design industrial. É um forte destino turístico, acolhe residências artísticas e muitos espaços de exposições. Estima-se que 25 mil turistas com forte poder de compra passem anualmente vários dias em Fiskars Village.

quarta-feira, maio 02, 2007

Segurança nas aldeias da Beira Interior

in: Diário xxi

Trancas na aldeia que tinha sempre as portas abertas
Quarta-Feira, 02 de Maio de 2007
Homem de 75 anos de Penha Garcia foi alvejado quando resistiu a tentativa de assalto

Os habitantes da Aldeia Histórica do concelho de Idanha-a-Nova estão apreensivos e pedem mais policiamento. O posto de GNR mais próximo fica em Monsanto, a 12 quilómetros de distância
Daniel Sousa e Silva

A habitual tranquilidade da aldeia histórica de Penha Garcia (Idanha-a-Nova), com cerca de 900 habitantes, foi abalada, no último dia 23 de Abril. Um idoso foi alvejado por uma arma de fogo, durante uma tentativa de assalto à sua habitação. Dois indivíduos entraram em casa e tentaram levar dinheiro, mas acabaram por fugir sem nada.
António Cruz Ribeiro, de 75 anos, ainda está internado no Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, em convalescença, após uma intervenção cirúrgica ao abdómen. Não foi possível retirar o projéctil de que foi vítima, mas encontra-se estável e a recuperar dos ferimentos.
Tudo aconteceu por volta das 11h00. “Estava a ser um dia com os outros”, recorda Catarina dos Santos Nunes, de 60 anos, esposa do idoso alvejado. Ambos estavam em casa, com a porta da rua aberta, algo habitual na aldeia onde todos se conhecem. “Íamos aquecer o almoço, quando, de repente, entra um homem pela porta dentro”. Com uma máscara na cabeça “em que só se via os olhos”, o homem vociferou: “Quero dinheiro”. Mas os idosos não tinham dinheiro em casa. “Nós não temos dinheiro”, terá respondido António Cruz Ribeiro. Em reacção, o assaltante disparou e fugiu. “Aconteceu tudo numa questão de segundos. Foi tão rápido que, no momento, nem me apercebi que o meu marido tinha sido alvejado”, explica a esposa ao Diário XXI, que só se lembra de ter visto um dos assaltantes.
Valeu a ajuda rápida prestada por um sobrinho, que se encontrava nas imediações da habitação. “Chamou num instante os bombeiros e a GNR”, lembra a idosa. “Só quem passa por isto é que pode saber o que é”, sublinhou, em tom de lamento.
A idosa está agora instalada em casa de uma cunhada, Maria dos Santos, porque tem “medo de ficar sozinha”. Depois do incidente, Catarina dos Santos Nunes garante que “nunca mais” vai deixar a porta de casa aberta. Antes, “até de noite a porta ficava destrancada”. Catarina dos Santos Nunes pede “mais polícia”. O posto da GNR mais próximo está na aldeia histórica de Monsanto, a 12 quilómetros.

“NINGUÉM DEU CONTA DO QUE SE PASSOU”
De acordo com a versão do comandante distrital da GNR, Hélder Almeida, “mais ninguém deu conta do que se passou, nem sobre como os agressores chegaram ao local”. O caso está desde a altura a ser investigado pela GNR e pela Polícia Judiciária.

“Não sabemos quem poderá ser o próximo”
José Maria Pascoal, vizinho de António Cruz Ribeiro, não esconde o receio em que vive desde o episódio. “Eu não estava em casa, tinha ido dar um passeio. Mas, desde essa altura, toda a gente vive com um medo que é difícil de explicar”, conta ao Diário XXI.
Garante que, desde que se lembra – José Maria Pascoal tem 67 anos, sempre vividos em Penha Garcia –, “é a primeira vez que uma coisa destas acontece por estes lados”.
Deixar a porta de casa aberta era um comportamento habitual até ao dia 23 de Abril, mas “agora temos sempre as portas trancadas, porque não sabemos quem poderá ser o próximo a ser atacado”. José Maria Pascoal confessa que “agora estamos atrapalhados de todo”. “Nem sabemos bem como reagir”, acrescentou.
O idoso gostaria de “ver mais forças policiais”, uma vez que “o posto da GNR mais próximo é em Monsanto e, mesmo assim, fica a uns 12 quilómetros. Se algo nos acontece, é impossível chegarem a Penha Garcia a tempo de nos acudir”, considerou.

Iniciativa da Associação Pinus Verde
Sistema para emergências está a ser testado no Fundão
O isolamento que atinge muitos idosos – em inúmeros casos não possuem sequer telefone – pode ser minorado com o recurso a novas tecnologias. Um exemplo do que poderá vir a ser o futuro está a ser testado na zona do Pinhal do Fundão.
Por iniciativa da Associação Pinus Verde, um conjunto de nove idosos está a testar, desde o final de Fevereiro, o Localizer. Trata-se de um equipamento semelhante a um telemóvel de localização de idosos, com botões através dos quais o portador pode accionar números de telefone memorizados, nomeadamente dos serviços de emergência locais.
O teste faz parte de um projecto promovido pela associação de desenvolvimento local Pinus Verde, em conjunto com os serviços concelhios de Protecção Civil e de Emergência Médica. “O Localizer serve para apoiar os idosos do ponto de vista da saúde e da segurança”, explicou ao Diário XXI, Paulo Fernandes, presidente da Pinus Verde. Aquele responsável espera que o sistema possa estar plenamente implementado no terreno até ao mês de Junho.
Foram escolhidos para a fase experimental idosos que preenchem diferentes critérios. “Alguns estão numa situação de isolamento, outros ainda fazem uma vida activa entre a habitação e os campos e isso também nos interessa”, referiu Paulo Fernandes.

LOCALIZAÇÃO EXACTA
“A grande vantagem do Localizer é ter um sistema GPS incorporado, que permite saber com exactidão onde se encontra o portador. Os pedidos de ajuda para números de telefone pré-programados podem ser feitos a qualquer altura, seja qual for a situação de emergência”, explica Paulo Fernandes. O aparelho permite levar ajuda até junto do portador e “funciona com qualquer rede de telemóvel”.
“Tem havido contactos com a Segurança Social para que o sistema possa ser utilizado em muitas mais freguesias, como mais uma forma de prestar apoio à população idosa”, sublinha Paulo Fernandes. Aliás, os custos são suportados pelo projecto Progride a que a Pinus Verde se candidatou e sob a alçada do Ministério da Segurança Social. “Nesta fase de testes não há custos para o utente. Quando o sistema entrar em pleno funcionamento, poderá existir uma pequena taxa”, de valor a definir.
LF