terça-feira, outubro 24, 2006

Outro Livro de Cunha Leal



Dedicatória
I N D I C E
Pág.
7
Prefácio ... 11
CAPÍTULO I
Os paradoxos da vida contemporânea 27
1. Da acção depressiva da educação na capacidade intelectual dos seres hu
27
2. 0 trânsito da tendência insurreccional
para um estado de mero inconformismo das massas populares 36
3. A ordem improgressiva e a desordem criadora 48
CAPÍTULO II
Em que se fala de autocracia e da teoria do ressentimento 57
1. Psicologia do autocrata 57 2. Uma estéril tentativa de domesticar
a opinião mundial 71 3. Uma unidade postiça em face de um
perigo real ... . 86


1. Em que se fala do Estado democrático 101
2. Um pouco de história pregressa 119
3. A revolução traída 138
1. A técnica e a cultura 167
2. Países plenamente desenvolvidos, me
182
dianamente desenvolvidos, subdesen
volvidos, quase selvagens e selvagens
3. Portugal, o Espaço Português e o
Mercado Comum Europeu 197
Anexos - O meu combate visto por um portu

guês, dois
espanhóis e um colombiano 221
1. Diz um português amigo 223
2. Diz um espanhol discordante ... 229
3. «Un autre son de cloche» de um
espanhol e de um colombiano 234
Composto e impresso na
Tip. LEANDRO, Lda.
Trav. do Noronha, 28 a 30-A
LISBOA

CUNHA LEAL
«Mas tu pensas que te vão deixar dizer isso tudo?» - pergunta-me alguém a quem confidenciei o plano deste livro e a minha firme intenção de o escrever e publicar. E acrescentou: «olha que tantas vezes vai o cântaro à fonte até que, um dia por id fica!» Ouvi-o atentamente e, encolhendo os ombros, retorqui-lhe: «mas, se esse é o destino de muitos cântaros, deixa que o que vou fabricar corra o risco de fracturar-se, se assim o determinarem, injustamente, a turbulência e a maldade humanas.»
8-IX-1962.
CUNHA LEAL

terça-feira, outubro 17, 2006

Banco de sementes

Na Beira Interior temos algumas variedades de sementes que deveria haver o cuidado de proteger e preservar, para garantir a biodiversidade e preservar a nossa identidade cultural. Refiro-me a variedades de fruta, maça, pera, ginja, abrunhos, romãs, diospiros, por exemplo, mas também a hortícolas. A introdução de novas variedades, frequentemente híbridas e pretensamente mais produtivas, tem conduzido ao abandono das variedades adaptadas ao nosso solo e ao nosso clima. A recuperação de variedades, como por exemplo a casta vinícola Fonte Cal, pelo Engº João Carvalho, em Carvalhal Formoso, ou da variedade de maçãs Lindo-pardo, tão apreciadas por Eça de Queirós, pelo Engº António Campos, em Oliveira do Hospital, deveria dar lugar a um levantamento e preservação mais sistemáticos. O Feijão frade da Lardosa, os tomates e morangos do Corriscão, as variedades vinícolas, os malápios, as maças espelho e tantas outras variedades deveriam merecer mais atenção e estudo.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Francisco da Cunha Leal (1888-1970)


Encontrei, recentemente, uma publicação de Cunha Leal, que li na juventude, acervo da biblioteca de um familiar e que agora tive oportunidade de adquirir num alfarrabista. Trata-se de uma publicação de 1961, edição do autor, editada muito próximo do 4 de Fevereiro de 1961 e em que o autor expressa o seu pensamento sobre a política colonial e o início do movimento de libertação em Angola-por ele designado de outra forma. Embora em desacordo com o seu pensamento, trata-se de um beirão que merece ser conhecido e tido como exemplo, pela sua verticalidade, honestidade, defesa da democracia e por ter pugnado pelos seus ideias..





Leal, Francisco da Cunha. Político português (Pedrógão, Penamacor 22.8.1888-Lisboa 26.4.1970). Engenheiro militar, foi director-geral dos Transportes Terrestres, ministro das Finanças (1920 e 1923), chefe do governo, ministro do Interior (1921-1922) e reitor da Universidade de Coimbra (1924-1925). Em 1923 defendeu o estabelecimento de uma ditadura e tornou-se líder do Partido Nacionalista; em 1925 fundou a União Liberal Republicana. Após a revolução de 28.5.1926 demitiu-se do exército, mas aceitou ser governador do Banco de Angola (1927-1930). Jornalista desde a juventude, foi director de 0 Popular 1921, 0 Século 1922-1923, A Noite e Vida Contemporânea 1934-1935. Irrequieto e apaixonado, manteve sempre um ousado espírito de oposição.
In: Lexicoteca, Círculo de Leitores, Tomo XI


“Ora tudo quanto em mim possa haver de válido em matéria de pensamento e em dons divinatórios me impele a repetir sem descanso e em termos bem claros que é cada vez mais urgente mudar de rumo no tocante à nossa política colonial, não para nos submetermos às cominações de negros ou de brancos, os primeiros sem ciência, os segundos sem consciência, mas sim para respeitarmos as obrigações estritamente decorrentes de uma missão civilizadora plurissecular, de cujos resultados leg'ztimamente nos orgulhamos, quando nos referimos ao Brasil, renegando-os, contudo, paradoxalmente em relação aos nossos outros domínios ultramarinos. Nem o vácuo, que alguns querem criar vertiginosamente em Angola, nem o falseamento por antecipação, igualmente apressada, da vontade das populações indígenas, ainda muito arredadas da capacidade necessária e suficiente para saberem escolher o seu destino com conhecimento de causa -tal é a posição que pode conciliar os nossos direitos com os dos povos tutelados e com as ideias dos tempos correntes, naquilo em que elas não ultrapassem as raias da coerência e da dignidade.”

terça-feira, outubro 10, 2006

Giacometti em trabalho de campo

Ficha de registos sonoros-Cnonologia e distribuição geográfica das recolhas - Gravando sons da lavra






segunda-feira, outubro 09, 2006

A canção popular portugusa em Fernando Lopes Graça









A Editorial Caminho acaba de colocar no mercado "A Canção Popular Portuguesa em Fernando Lopes Graça", da autoria de Alexandre Branco Weffort. Transcrevo algumas das referências à Beira Baixa. Para quem se interessa pela Etnomusicologia na Beira Baixa, não pode deixar de ler e utilizar como ferramenta de trabalho este excelente trabalho, publicado no âmbito das comemorações do centésimo aniversário do nascimento de Fernando Lopes Graça. As referências à Beira Baixa são inúmeras. Acompanha o livro um CD-ROM de excelente qualidade.



A Editorial Caminho e Alexandre Branco Weffort agradecem às seguintes pessoas e instituições a gentil cedência dos materiais mencionados:
Registos sonoros:
Museu da Música Portuguesa/Casa-Museu Verdades de Faria:
Recolhas de E Lopes-Graça em S. Miguel d'Acha, Donas e Paul
Interpretações de canções para voz e piano - Arminda Corrêa/E Lopes-Graça:
Agora é que ela vai boa
Cantilena de abaúlar (I)
Ih! Quando o meu pai morreu
Lavra, boi, lavra
Meu amor me deu um lenço
Nossa Senhora das Neves
O malhão, triste malhão (1)
Ó minha amora madura
Ó Serpa, pois tu não ouves
Ó, ó, mnenino, ó
Senhora do Almurtão (I)
Acervo particular de Alexandre Branco Weffort


Beira Baixa
34 Acordai, se estais dormindo 237
12 Ai, ó divina Santa Cruz 212
48 Ai, recorda, ó pecador 254
119 Aproveitai a azeitona 338
47 Bendita e louvada seja 252
2 Bendito «das trovoadas» 200
135 Cantemos o São João 359
52 Cantiga da Atalaia 259
26 Cantiga do Entrudo 228
36 Deus lhe dê cá as boas noites 239
6 Era ainda pequenina 204
38 Estas casas são mui altas 241
35 Inda agora aqui cheguei 238
59 Já os passarinhos cantam 267
128 Já são horas da merenda 349
78 José embala o menino 288
126 Loureiro, verde loureiro 346
86 Meu coletinho aos ramos 296
37 Moradoras desta casa 240
19 Não se me dá que vindimem 220
108 Nossa Senhora das Neves 325
106 Nossa Senhora do Carmo 323
118 Nossa Senhora do Souto 337
13 O conde de Alemanha 213
138 O meu São João Baptista 362
53 0 milho da nossa terra 260
46 Oh, almas que estais dormindo 251
62 Oh, que calma vai caindo 270
87 Oh! Senhora do Amparo 299
124 Os amores da azeitona 344
45 Recordai, ó irmãos meus 249
43 Rezemos um Padre Nosso 247
8b Romance de Santa Iria 207
18a Senhora da Póvoa 218
18b Senhora da Póvoa 219
67 Senhora das Neves da Malpica 276

domingo, outubro 08, 2006

Cirilo de Jesus-Centroliva- Vila Velha de Rodão primeiro empresário da Biomassa

A Centroliva, de Vila Velha de Rodão, foi a primeira unidade industrial a produzir energia eléctrica, a partir da Biomassa e a vender a produção à EDP. A Beira Baixa tem licenças para instalar 4 centrais de biomassa de 2, 3, 10 e 10 mw de energia. Mas, está em funcionamento a Centroliva que produz 2mw, suficientes para abastecer uma localidade com 5000 habitantes.

Morreu Joaquim Cardoso-Industrial - MACONDE

Joaquiom Cardoso nasceu no Tortosendo em 1938 e faleceu em Seattle, EUA, em 29 de Setembro. Esteve ligado como, operário, à industria textil da Covilhã. Quando a sua empresa entrou em crise conduziu um processo de aluguer da empresa em trabalhava, ao seu anterior patrão. Posteriormente trocou a Beira pelo Douro Industrial onde conduziu o processo de afirmação e expansão da maior empresa exportadora de têxteis portugueses, A MACONDE. Em 2002 saiu da MACONDE e passou a ser responsável pelas Colecções da cadeia Feira Nova e criou uma rede de lojas de distribuiçÕ PRÓPRIA, Acetato. Foi sócio, até à morte do Unidos FC do Tortosendo, onde se inspirou, até à morte, numa máxima aí colocada " A solidariedade humana não é palavra vã, se queres encontrar uma mão amiga que te proteja e ajude, procura-a na extremidade do teu braço". Grande homem, grande empreendedor, grande empregador, a Beira fica mais pobre, com o seu desaparecimento. Que outros sigam o seu exemplo.

sábado, outubro 07, 2006

Dia Mundial dos Castelos

in: Público
Património
Castelos portugueses se fossem postos à venda tinham dezenas de compradores
07.10.2006 - 17h21 Lusa


Os castelos portugueses se fossem postos à venda teriam dezenas de compradores, incluindo estrangeiros, o que podia ajudar a manter este património, afirmou hoje o presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, Francisco Sousa Lobo.

Estes monumentos "vêem-se de longe, marcam a paisagem e atraem as pessoas", adiantou o responsável que falava aos jornalistas em Évoramonte, concelho de Estremoz, onde decorrem hoje as comemorações do Dia Nacional dos Castelos.

Sousa Lobo lembrou que em Portugal os castelos são quase todos do Estado, contando-se pelos dedos das mãos o número de castelos, fortalezas ou torres que são propriedade privada.

A sua concessão a privados, disse, podia "ajudar a manter esse património".

As comemorações do Dia Nacional dos Castelos têm como palco a histórica vila alentejana de Évoramonte, cujo castelo foi construído há 700 anos.

O vereador da cultura da Câmara Municipal de Estremoz, João Carlos Chouriço, explicou que o município pretendeu integrar as celebrações do Dia Nacional dos Castelos nas actividades comemorativas dos 700 anos do castelo de Évoramonte.

O programa comemorativo incluiu um conjunto de conferências relacionadas com a histórica localidade, a apresentação de um livro sobre o castelo de Évoramonte, com textos de diversos autores, e o percurso do imaginário.

Um jantar medieval hoje na Torre/Paço Ducal do castelo de Évoramonte com animação da época completa o programa da iniciativa cultural.

O evento contou com cerca de 200 participantes, entre os quais o capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho.

A Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, que visa a defesa e salvaguarda do património histórico militar, segundo o seu presidente, pretende contactar os municípios com castelos e sensibilizá-los para se associarem, em 2007, às comemorações do Dia Nacional dos Castelos com o intuito de este evento cultural decorrer em diversos locais.

As comemorações deste ano do Dia Nacional dos Castelos resultaram de uma organização conjunta da Câmara Municipal de Estremoz e Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, com o apoio do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e Liga dos Amigos do Castelo de Évoramonte.

O Dia Nacional dos Castelos foi também comemorado em Lisboa, no Castelo de São Jorge.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Portas de Rodão-Património Natural

in: Diário xxi
Sexta-Feira, 06 de Outubro de 2006
Resultado de candidatura conjunta das câmaras de Vila Velha de Ródão e Nisa

O Instituto da Conservação da Natureza aprovou o projecto reconhecendo a singularidade do espaço e a necessidade de o salvaguardar
O Instituto da Conservação da Natureza (ICN) deu luz verde, há duas semanas, à candidatura das câmaras de Vila Velha de Ródão e Nisa para a classificação das Portas de Ródão como monumento natural. Com esta classificação serão criadas medidas que visam a conservação e protecção do território estudado e proposto.
“Preservar os valores naturais, cénicos e culturais existentes, garantindo o equilíbrio paisagístico e assegurando a articulação entre o natural e o humanizado” são alguns dos objectivos da candidatura agora aprovada, refere ao Diário XXI Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão. A autarca diz ainda que a classificação permite qualificar toda a zona deste monumento natural e “definir o que se pode fazer, em vez de assinalar proibições”. Assim, “toma-se o partido das mais valias ambientais e paisagísticas”, tal como “sensibilizar as populações para práticas de florestação correctas”.
A próxima etapa passa pela criação, pelas duas câmaras, de um projecto de decreto regulamentar, a entregar no ICN nos próximos seis meses, “para que fique detalhado o regulamento de todas as actividades permitidas e recomendas para a área abrangida”, descreve Maria do Carmo Sequeira
Juntando a actual classificação com o facto das Portas do Ródão serem um dos 16 monumentos do Geoparque Naturtejo, a autarca conclui “que o concelho vai poder dar um salto no plano turístico e económico”.

ESTUDOS SUPORTARAM CANDIDATURA
Para suportar a candidatura apresentada em 2005, Maria do Carmo Sequeira recorda que foram elaborados estudos aprofundados, realizados por técnicos especializados em matérias como geologia, biologia, história, arqueologia, entre outras, que resultou num documento base, enviado ao ICN.
A área abrangida tem cerca de mil e 300 hectares e está centrada nas escarpas de Portas de Ródão, no fundo das quais passa o Rio Tejo, cujo relevo singular sustentou a candidatura.
Apesar das tentativas, não foi possível ouvir sobre esta matéria Gabriela Tsukamoto, presidente da Câmara de Nisa, até ao fecho desta edição.

O que é um monumento natural?
Segundo o ICN, um monumento natural é “uma ocorrência natural contendo um ou mais aspectos que, pela sua singularidade, raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais, exigem a sua conservação e a manutenção da sua integridade”. Para além das Portas do Ródão, os monumentos naturais actualmente classificados são: Ourém/Torres Novas (integrado no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros), Carenque, Pedreira do Avelino, Pedra da Mua e Lagosteiros (os dois últimos integrados no Parque Natural da Arrábida).