segunda-feira, abril 10, 2006

Frulact sem matéria prima(fruta) da Beira Interior

Como tirar partido (económico) dos recursos da região? O que é que tem feito o Estado pelo desenvolvimento da Agricultura? Quem tem recebido fundos comunitários (FEOGA) na Beira Interior? Plantar pessegueiros.....arrancar pessegueiros.....plantar pessegueiros......sempre com fundos comunitários e a Frulact sem pessêgos para transformar....... Urge, com brevidade, divulgar os beneficiários dos fundos comunitários, montantes recebidos ao longo de decénios e os resultados desses mesmos investimentos..... Criaram-se mecanismos, em que quem elabora os projectos, participa na atribuição de fundos e também empréstimos e não se realizam avaliações dessas aplicações, nem se pedem responsabilidades......

in: Diário XXI
Empresa da Cova da Beira vai buscar quase toda a fruta ao estrangeiro
Segunda-Feira, 10 de Abril de 2006
Frulact lamenta falta de competitividade do produto nacional

A Frulact vai abrir mais uma fábrica no Tortosendo, “mas os preços da fruta na região não são competitivos”. Aliás, dos “muitos milhares de toneladas” que a Frulact consome por mês “é irrisória a parcela comprada em Portugal”
Luís Fonseca

A fruta da Cova da Beira não consegue competir com a estrangeira para fornecimento à indústria. O alerta é de João Miranda, vice-presidente e co-fundador da Frulact, produtora de concentrados de fruta para a indústria alimentar. A empresa mudou recentemente a sua sede da Maia para a Covilhã – onde este mês vai abrir uma nova fábrica.
João Miranda elogia a boa vontade e o trabalho dos produtores agrícolas e de quem os representa, “mas, infelizmente, não conseguem lidar com o que hoje em dia está em jogo. Há exigências ao nível do marketing, de logística e diferenciação de produtos” a que só estruturas profissionais conseguem dar resposta. “Essa é a principal diferença entre Portugal e o estrangeiro”, permitindo que os produtos que vêm de fora sejam melhores e com preços mais competitivos.
João Miranda lamenta que a sua própria empresa não se consiga abastecer somente na região onde está sediada. “Estamos na Cova da Beira, uma região produtora de fruta, mas onde não nos conseguimos aprovisionar na totalidade, porque os preços não são competitivos para aquilo que nos oferecem”. Dos “muitos milhares de toneladas” que a Frulact consome por mês (e que João Miranda não especificou), é irrisória a percentagem comprada na Cova da Beira. Aliás, “é irrisória toda a parcela comprada em Portugal”, lamenta o responsável pela empresa que compra fruta em todos os continentes para produzir os seus concentrados.
Para o responsável pela Frulact, os governos também têm culpa na falta de organização dos agricultores e representantes do sector agrícola. “É à tutela que compete exigir estratégias de médio e longo prazo quando atribui financiamentos, por exemplo”. “Muitas das orientações para a competitividade, estão nas mãos do Governo”, conclui.

“NÃO PODEMOS COMPRAR POR CARIDADE”
“Nós gostávamos muito de comprar mais fruta na Cova da Beira, mas não o podemos fazer por caridade”, refere João Miranda. “Temos sensibilizado os produtores para as mudanças necessárias, para que possam sem mais competitivos e vamos insistir”, acrescenta. No caso da Cova da Beira, o preço da fruta parece sofrer com o facto de os produtores “não conseguirem realizar valor acrescentado no mercado dos frescos”, descreve João Miranda. Ou seja, se no mercado da fruta fresca (para o qual estão orientados) não lhes dá dinheiro, “também não são competitivos nos preços para a indústria e nós não podemos comprar”.

O que faz falta
Uma marca regional
Para João Miranda, uma das peças que faz falta à região é a marca Cova da Beira. “Era preciso que houvesse essa marca e que fosse consolidada a nível nacional, para depois sair do País e ganhar mercados internacionais”, refere aquele responsável pela Frulact.

Balança comercial
Em força no estrangeiro
A quase totalidade da produção da Frulact é destinada ao mercado internacional. Só 10 por cento dos concentrados de frutas ficam em Portugal. O resto, 90 por cento, vai para fora. A Espanha representa 51 por cento das exportações e a França 31 por cento.

Relação de décadas
Empresa fixada na Covilhã
A Cova da Beira não é suficientemente competitiva para vender mais fruta à empresa, mas foi a região escolhida para a Frulact fixar a sua sede e uma nova fábrica (Tortosendo) a juntar à unidade de que já dispõe ao lado da Cooperativa de Fruticultores, no Ferro. Neste caso, “a empresa não necessita de mão-de-obra intensiva e privilegia a relação mantida ao longo de 20 anos” com a região e com o município da Covilhã, explica João Miranda.

Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira
Produção “não está orientada para a indústria”
“A produção de fruta na Cova da Beira é orientada para o mercado fresco”, caso das grandes superfícies, “e não para a indústria”, realça José Rapoula, presidente da Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira, que há anos é fornecedora da Frulact – e que está entre os principais fornecedores portugueses.
“É verdade que a nossa fruta é mais cara. Não conseguimos fazer os preços que fazem outros países”, reconhece José Rapoula. Na Cova da Beira, “o preço para a indústria depende do que vendemos a fresco”, acrescenta. “Se houvesse pomares mais extensos e orientados somente para a indústria, o cenário seria diferente”, aponta, referindo que isso passa por “organizar os produtores”.
“Infelizmente temos muita gente a plantar meio-hectare de uma fruta e meio de outra, em vez de dedicar todo o terreno a uma só produção. E nunca tivemos um pomar para a indústria”, sublinha. “Esta semana vamos receber uma comitiva alemã, que lida com pomares que vão dos cinco aos 25 hectares”, exemplifica José Rapoula.
Ainda assim, “acredito que vamos conseguir fornecer mais fruta para a indústria, quando aparecerem pomares maiores, com o regadio”, que dentro dos próximos anos vai chegar a mais terrenos da Cova da Beira, alimentado pela Barragem do Sabugal.

“A COOPERATIVA TEM-SE ACTUALIZADO”
Quando à necessidade de profissionalização das estruturas, José Rapoula considera que a Cooperativa “tem se actualizado” ao longo dos últimos anos. “Usamos novos equipamentos, salas de embalamento e certificações de qualidade exigidas por clientes, como as grandes superfícies”, sublinha. No entanto, é preciso ter a noção de que “esta é uma estrutura fundada em 1966 e que não tem dinheiro como têm muitas outras empresas”, conclui.

3 comentários:

Anónimo disse...

Esses Srs Da Frulact devem pensar que As fruticultores sao parvos,e os Portugueses em Geral...nunca vi tanta estupidez junta e ganancia de ganhar dinheiro..enfim sem mais palavras!

Anónimo disse...

Resposta ao Sr. "Anonimo"

Estupidez e ganancia tem alguns produtores q canalizaram fundos comunitarios para tudo, menos o q era realmente necessario... ao inves de investirem na modernizaçao das proprias empresas, e agora "choram" pq ninguem lhes compra nada... Agora, chamarem gananciosos e estupidos a uma equipa q continua a criar postos de trabalho, é realmente uma demonstraçao de ignorancia e "dor de cotovelo" da sua parte...

Anónimo disse...

Bem meu caros amigos, eu sei quem são os membros dirigentes da frulact, apenas aproveitam-se do povo alheio, bem como a nivel pessoal/particular têm manchas escuras... comprometendo-se com isto e aquilo, e depois acabam por não cumprirem com os factos, seja de ordem financeiras, que não pagam e os processos chegam até a arrastar-se para tribunal.