sexta-feira, outubro 28, 2005

Vinhos da Beira Interior

João Paulo Martins, na Dom Quixote, acaba de editar, Vinhos de Portugal 2006-Notas de Prova, citando e notando alguns vinhos da Beira Interior. Refere os vinhos seguintes: "Martins, João Paulo (2005), VINHOS DE PORTUGAL 2006, Dom Quixote, Lisboa
Vinhos Aceitáveis da Beira Interior


Cova da Beira branco 2004 (Coop. Fundão)
Cova da Beira tinto 2003 (idem)
Entre Serras tinto 2004
Piornos rosé 2004
Praça Velha tinto 2002
Qta. dos Termos tinto Touriga Nacional Reserva 2003

Almeida Garrett
2003 branco Chardonnay
*** 6
Prova de 2005. 0 aroma apresenta-se inicialmente pouco expressivo da casta, mas, com o tempo no copo, lá estão as notas de talo de couve, a ligeira percepção de maçã verde e madeira, tudo em dose certa, já que foi esse o efeito do tempo que o vinho já leva de vida. Muito bem no equilíbrio da boca, vê-se que está a chegar ao patamar da estabilidade e, por isso, é mesmo agora que deve ser bebido. Peixes de alguma gordura feitos em molho de manteiga poderão ser bons companheiros.
2003 tinto Colh. Selecc.
***5
Prova de 2005. Cor viva mas pouco concentrada, aroma com boas notas de fruta madura e sugestões de madeira, tudo num registo de médio impacto, dizendo-nos que é passível de ser consumido novo. De médio porte na boca, tem bons aromas e uma estrutura capaz de o fazer aguentar com um borra prato de Outono. Beba-o agora, que está no ponto.

2003 tinto Touriga Nacional
****5/6
Prova de 2005. Muito bem nos aromas à casta, boa presença das notas florais, tudo com bom perfil, muito limpo e agradável. Na boca pressentem-se taninos ainda vivos, a dizer-nos que não haverá pressa em bebê-lo. É um bom Touriga sem atingir o estrelato.




2001 tinto
***5
Prova de 2005. Feito de Touriga Nacional e Tinta Roriz e com 6 meses de estágio em barrica. Está aqui um tinto bera desenhado, já moldado pelo tempo que o amaciou e lhe poliu as arestas. Na boca é rima fruta madura e já suave que nos enche e, palato, com breves mas correctas notas de madeira. Beba-o agora, que atingiu o zénite.
Soc. Agric. do Seira (SABE]
R. D. Maria Rosália Tavares Proença, 16
6200-759 Tortosendo Tel. 275-951217
E-mail: sobesa@ mail.telepac.pt
Enólogo.' Consulvinus/João Parry Vidal

Piornos
2003 tinto Jaen
***5
Prova de 2005, em amostra. Razoável concentração, aroma com boas notas de fruta, ainda que um bocado escondidas. Tudo está com alguma finura, mas também sem concentração. Melhor na boca, mais afirmativo e a pedir para ser bebido novo, mas, a ver pela (ainda) presença da colheita anterior, não restam grandes esperanças.
2002 tinto Jaen
***5
Provado de novo em 2005. Tal como tínhamos vaticinado, um ano de garrafa fez-lhe bem, o vinho ganhou em arredondamento, ficou todo ele mais harmonioso e com uma prova de boca mais facilitada pelo amadurecimento dos taninos. 0 conjunto, que adquiriu ligeiros tons mentolados, chegou agora ao seu melhor. Sirva-se.
2002 tinto Reserva
*** 4/5
Prova de 2005. Aroma algo rústico e tradicional, sem exuberância de fruta ou presença de madeira, antes destacando notas vegetais, casca de árvore e algum musgo. Boca algo simples, a que falta algum corpo e mais complexidade, inclusivamente para que o atributo de Reserva fosse mais evidente. Beba-se novo.

2003 tinto Trincadeira
***4/5
Prova de 2005, em amostra. Ligeira presença de notas florais no aroma, associadas a sugestões de madeira. De médio porte na boca, mostra taninos ainda bem presentes, a dizer que precisa de algum tempo de descanso em cave.

2002 tinto Trincadeira
*** 4/5
Provado de novo em 2005. Está a evoluir bem (dentro das limitações que já aqui tínhamos apontado no ano anterior), a casta não é muito expressiva, mas dá agora uma boa prova de boca. Falta-lhe estrutura, mas isso não se adquire com o tempo. Beba-o agora.
COLHEITA DO SÓCIO
2004 branco Reserva
*** 4/5
Provado em amostra, Feito com Síria, Arinto do Dão e Fonte Cal, fermentou em barricas novas. Parece menos expressivo que na edição anterior, a madeira não é evidente e os aromas das castas são pouco entusiasmantes. Na boca dá uma prova correcta, com acidez no ponto adequado, com alguma vivacidade. É um esforço de renovação que se aplaude, mas o desenho do vinho ainda está em construção.
2003 tinto Garrafeira
***4/5
Provado em 2005, em amostra. Mediano na concentração da cor, de aroma algo difuso, onde é difícil detectar castas, apresenta algumas notas de madeira nova, mas tudo sem concentração. Na boca dá a mesma sensação de ausência de grandes virtudes. Como é que daqui se pretende fazer um garrafeira é que não se percebe.
Adega Coop. Covilhã
Oto. dos Poldros
6200-165 Covilhã
Tel. 275-330750
E-maíl: adega.c.covilha@mail.telepac.pt
Enólogo: Nuno Galeão

Praça Velha
2000 tinto Garrafeira
*** 5
Prova de 2005. Menos expressivo no aroma que em edições anteriores, está um vinho tranquilo, pouco concentrado, com evidência de notas vegetais que na boca se confirmam, aliadas a um corpo ligeiro e com taninos um pouco espigados. Poderá melhorar (amaciar) em cave, mas não espere milagres.
ALPEDRINHA
2002 tinto
*** 4/5
Provado de novo em 2005. 0 contra-rótulo conta-nos a história do cardeal ele Alpedrinha, mas fica-se sem se perceber a que propósito essa história é aqui contada. Um pouco evoluído no estilo com os aromas a caminharem um pouco para o rebuçado, está um tinto tranquilo e pouco encorpado. Na boca confirma-se como um tinto acessível e pronto a ser consumido, sem arestas.
FUNDANUS PRESTIGE
Nota: provámos a nova edição de 2002 deste vinho, mas, como se tratava de uma amostra e já estava recolhida há muito tempo, o vinho não se apresentava nas melhores condições, com o aroma reduzido. Assim sendo, entendemos preferível não o classificar. No próximo ano, já engarrafado será então analisado.

2001 tinto Aragonês/Jaen
****5/6
Prova de 2004. Trata-se de um novo vinho da cooperativa, de nome algo infeliz. O vinho, esse, é mais feliz, tem bons aromas de fruta madura e aqui o casamento com a madeira dá bom resultado. Na prova de boca confirma-se uni perfil de boa fruta, com taninos ainda um pouco presentes mas com um estilo bem agradável. Com estes taninos, não receará o tempo em cave.
Adega Coop, Fundão -Vale de Canas - Apart. 19- 6234-909 Fundão
Tel. 275-752275
E-mail: geral@adegafundao.com Enólogo: António Saramago
Qta. do Cardo
Nesta região acabaram os varietais tintos. Mantém-se o branco Síria, um sucesso muito inesperado junto do mercado.
2004 branco
**5
Em relação à colheita anterior este 'branco mostra menos delicadeza aromática:
apresenta-se um pouco mais discreto e de fruta escondida. Na boca, ao contrário, traz-nos uma belíssima acidez, muito bem proporcionada, com uma fruta delicada a surgir e a marcar o final.
2004 branco Síria
**5/6
A cor parece mais carregada do que o habitual, o aroma é intenso e tem alguma personalidade, todo ele virado para as notas florais e vegetais. Sem fruta, embora com uma nota de casca de laranja, revela-se com carácter. Belo corpo na boca, onde uma acidez elevada não perturba em nada a boa prova. É urra branco muito original que merece ser conhecido.
2003 tinto
*** 14/5
Prova de 2005. Aroma vivo com abundantes notas de fruta, tudo simples e agradável num vinho discreto mas afirmativo. Macio e fácil na boca, apresenta-se em boa forma para ser consumido no quotidiano.


2002 tinto Colh. Selecc.
**** 5/6
Prova de 2005. Um pouco escuro no aroma, a fruta não de descortina desde já, mas sugere também que o que está escondido é de boa qualidade. Mais explícito na boca, com taninos afinados e corpo mediano, é um tinto que pode ser bebido agora, mas que merece que algumas garrafas sejam guardadas mais um ano para ver o que acontece. Outras boas colheitas anteriores: 2000 Colheita Seleccionada."

Não são referidos a Quinta dos Currais, sendo esta uma grande lacuna, por se tratar de vinhos muito bem trabalhados e que certamente mereceriam uma notação suprior à que é atribuída a outros vinhos.

Poderemos concluir que se tem ido no bom caminho e que hoe poderemos oferecer na Restauração Regional Vinhos de excelente qualidade, produzidos na região.

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