sexta-feira, maio 20, 2005

Pasta de azeitona e azeite biológico

A pasta de azeitona era um produto que não fazia parte do consumo usual em gastronomia portuguesa, quer nas entradas, quer na confecção gastronómica. A intensificação de contactos com Itália e a Grécia foi permitindo o contacto com este produto. Em Portugal nenhuma empresa se dedicava à produção de pasta de azeitona. A descoberta das Pizzas e a inovação na sua confecção levou à aventura na utilização deste produto, com resultados notáveis, em termos de sabor e de aroma.

O empresário de Rodão, decidiu arriscar a produção deste produto, utilizando uma estratégia de comercialização notável, colocando o produto nos locais com procura assegurada, para este produto, Corte Inglês e Gourmet do Corte Inglês. Não se pense que é fácil colocar produtos neste mercado, a sua admissão está sujeita a um processo selectivo muito apertado, em que só produtos de grande qualidade e valor identificativo conseguem entrar. A nível alimentar, para além da pasta de azeitona e azeite biológico, da Beira Interior, ressalto o vinho Garrett e os enchidos de caça da Monfortur.

in: Reconquista

Luis Coutinho está em negociações
Azeitona de Ródão no Japão



Luis Coutinho comercializa azeite do modo de produção biológico desde 2000, mas acaba de alargar o mercado à pasta de azeitona e azeitona de conserva, produtos que já chegam a França, mas que em breve podem chegar ao continente americano e à Ásia.




O empresário agrícola Luis Coutinho, proprietário da Herdade da Tojeira, em Vila Velha de Ródão, está em negociações para começar a exportar azeitona e pasta de azeitona para o Japão e para o Canadá, o que consegue após ter colocado os seus produtos no El Corte Inglés, bem como nas lojas Gourmet de Lisboa, Porto e outros locais do País.

Dedicado ao modo de produção biológico desde 1994, passou a engarrafar azeite no ano 2000, produto que rapidamente entrou nos circuitos restritos de comercialização, com grande destaque para Lisboa. “Além de um pequeno lote que vendo para França, o essencial vai para restaurantes, cooperativas como a Biocoop (Lisboa) ou Naturocoop (Porto). Mas o essencial fica em Lisboa”, refere Luis Coutinho, o qual não esteve presente no mercado de sábado, mas fez ali chegar os seus produtos.

É que a participação em eventos deste género pode ser importante para um produtor biológico, pois permite divulgar os produtos de marca Tojeira, a marca própria que registou há alguns anos. Pelo menos em Lisboa, no mercado semanal do Príncipe Real, em que participa desde Março, a estratégia tem funcionado a esse e a outros níveis. “As pessoas já se habituaram a ir lá. Somos 12 produtores. Uns vendem hortícolas, outros ervas aromáticas, outros azeite e até vinho”.

A principal vantagem está na qualidade dos produtos, que são certificados como provenientes do modo de produção biológico, mas o preço também tem uma palavra a dizer. “Os valores são mais acessíveis, pois os produtos não são onerados pela margem dos intermediários”, esclarece aquele produtor. Por outro lado, os clientes contactam directamente com os produtores e esclarecem dúvidas. “Há uma parte muito didáctica neste tipo de venda, tal como acontece nas lojas Gourmet”.

Mas o contacto não fica por aqui, pois como no seu caso, os produtos que vende têm o nome e os contactos do produtor na embalagem, já tem sido contactado directamente por consumidores. “Alguns referem que foram à loja habitual e já não encontraram azeite ou pasta de azeitona. Isso é importante, porque mostram que apreciam o produto e que se preocupam com a alimentação e com a sua implicação na saúde”.

Luis Coutinho espera agora que o mercado de Castelo Branco vingue, tal como está a vingar a sua pasta de azeitona, que resultou de uma ideia pessoal. “Costumava comprar pasta italiana, pelo que pensei em fazer a própria pasta. Depois dei a provar a amigos, que me incentivaram, pelo que há dois anos que a estou a comercializar”, afirma. Um mercado que está a crescer, pois e que pode ir agora até ao Canadá e ao Japão. “Tenho o projecto em mãos e está tudo bem encaminhado”, afirma aquele produtor.

VT


Autor: Vitor Tomé 18-05-2005 18:01:50

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