quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A Revista Raia nº 63 apresenta-se como pasquim partidário

Acabei de receber o nº 63 da Revista Raia, cujo conteúdo a coloca ao nível de qualquer pasquim partidário. Perante a gravidade da situação e o momento em que nos encontramos reagi, remetendo para o seu Director o email seguinte:

Exmo senhor DIRECTOR:

Venho por este meio, como assinante da revista Raia lavrar o meu protesto pela capa da revista que acabei de receber, pela entrevista ao paraquedista Morais Sarmento, pela forma como algumas afirmações foram ressaltadas pela redacção nomeadamente"Vejo caso do engenheiro Sócrates. Ele é deputado...." e também pelo comentário do editor "....José Sócrates não fugiu à regra e recusou o convite". Reparem que estamos em plena campanha eleitoral e na Quarta-Feira anterior à votação é recebida pelos assinantes, que com toda a boa fé, estão a contar com conteúdos referentes à Raia, não panfletários, nem partidários e são contemplados com um número tendencioso, alinhado, instrumentalizador. Fiquei com dúvidas se estaria a receber o "Povo Livre", em vez de a Raia.

Não sou partidário do PS, nem de Sócrates, não gosto de comer gato por lebre, se desejar jornais ou revistas partidárias vou à procura delas, não foi o caso quando decidi assinar a Raia. Recordo, contudo, que ao contrário do que afirmam Sócrates, deu uma entrevista ao Jornal do Fundão, ao Expresso, à Visão e a outros órgãos de informação e não percebo o conteúdo do texto do editor.

Também, para além da evidência da afirmação, feita pela redacção, de Morais Sarmento relativamente à ausência de Sócrates no Fundão e na Covilhã, nos últimos quatro anos é totalmente falso o seu conteúdo. Bem sei que Morais Sarmento não frequenta as Praias fluviais da Beira Interior, para fazer mergulho e muito menos acompanha a vida na Beira Interior, mas a Raia tem toda a obrigação de saber que isso é falso. Basta fazer uma pesquisa na imprensa regional para de imediato constatarem tal falsidade.

Também, não entendo porque é que havendo mais partidos e candidatos a Raia definiu como orientação entrevistar os dois maiores partidos, ignorando os restantes. Será que os candidatos do CDS, Bloco de Esquerda, CDU, MRPP ou outros não teriam ideias a comunicar sobre a Beira Interior?

Espero que esta situação não se repita e que a Raia seja efectivamente uma revista não panfletária, nem pasquim partidário, mas sim uma tribuna de defesa da cultura e do património da Beira Interior. Caso contrário, pedirei de imediato a anulação da minha assinatura.


Com os melhores cumprimentos pessoais.

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