terça-feira, novembro 16, 2004

A Beira Interior fica culturalmente mais pobre.....

in:Público de 16/11

Belgais Vai Suspender Protocolo de
Por MARISA MIRANDA
Terça-feira, 16 de Novembro de 2004

colaboração com Câmara de Castelo Branco

O Centro para o Estudo das Artes de Belgais, dirigido pela pianista Maria João Pires, quer suspender o protocolo assinado em Março deste ano com a Câmara Municipal de Castelo Branco. Essa decisão já foi comunicada ao executivo municipal. "Assinámos um acordo com Belgais, com determinados pressupostos. A associação entendeu que não queria continuar com esse protocolo e decidiu suspendê-lo, a partir do início do próximo ano", explica o presidente da autarquia, Joaquim Morão. Segundo o edil, a pianista Maria João Pires terá justificado a dissolução do acordo com o facto de "querer dedicar-se a outras actividades".

Este protocolo, que visa a realização de iniciativas culturais e artísticas, foi firmado no âmbito do programa INTERREG III entre Belgais, a câmara municipal e o banco espanhol Caja Duero. A entidade bancária adiantaria os 75 por cento correspondentes a um subsídio atribuído pelo programa comunitário e o restante seria assegurado pelo executivo municipal de Castelo Branco e por Belgais. Em contrapartida desta participação da câmara albicastrense, Belgais deveria estender os espectáculos produzidos pelo Centro para o Estudo das Artes a todo o concelho. O acordo, celebrado em Março, permitiu afastar o risco de esta associação "desaparecer completamente", como a própria Maria João Pires afirmou, no dia da cerimónia.

Contactado pelo PÚBLICO, o director financeiro do Centro para o Estudo das Artes de Belgais, Paulo Gomes, apenas confirma a decisão de suspender o protocolo, e opta por remeter qualquer outro esclarecimento adicional para uma nota que a associação deverá emitir ainda esta semana.

Entretanto, ao que o PÚBLICO apurou, os espectáculos agendados para Novembro e Dezembro, no âmbito desta parceria - entre eles, a peça "Morangos com Açúcar", o bailado "O Quebra-Nozes" e o concerto da fadista Mariza -, serão realizados. Cancelada foi já a edição de Novembro da agenda cultural "Boca de Cena". Um instrumento criado ao abrigo deste protocolo, lançado em Março, sob a chancela da autarquia e Belgais, com uma periodicidade mensal, e que visava a divulgação da programação cultural, promovida por vários agentes, junto do público, evitando, também, desta forma, uma sobreposição de eventos.

Joaquim Morão assegura que esta agenda foi suspensa, mas a publicação vai continuar a ser assegurada, desta vez, pela própria edilidade. "Foi suspensa a agenda que fazia parte do acordo com Belgais. Mas a câmara municipal vai ter a sua própria agenda", sublinhou.

Criada em 1999, a associação Belgais tem dinamizado seminários, concertos, residências artísticas, o coro infantil, as oficinas para crianças, a Mediateca Matamundo, instalada na aldeia da Mata, onde também funciona, na antiga escola primária, um projecto educativo pioneiro.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Sons da Beira Baixa

Por quem se interessa por etnomusicologia, aqui vãi o endereço de dois sites.
O primeiro é para todo o país e remete para os arquivos sonoros de Ernesto Veiga de Oliveira. O segundo reproduz os ficheiros no Instituto de Inovação Educacional, extinto pelo XIV governo constitucional ( Durão Barroso), mas que felizmente ficou no espaço da informação, por enquanto, o fruto do trabalho de excelentes equipas, nomeadamente a de Arte Musical. Oiçam, experimentem e recolham as partituras no site do IIE, se forem executantes.
http://sonoridades.catus.net/Fonoteca/beirabaixa.htm
http://www.iie.min-edu.pt/proj/arte/musica/midi/beira-baixa/

Temas no site do IIE, da Beira Baixa
azenha.mid 30-Apr-2002 16:14 21k
entrudo.mid 30-Apr-2002 16:14 12k
linda-pastorinha.mid 30-Apr-2002 16:14 20k
pequenina.mid 30-Apr-2002 16:14 19k
povoa.mid 30-Apr-2002 16:14 36k
vindimem.mid 30-Apr-2002 16:14 21k

domingo, novembro 14, 2004

Novo site de Turismo - Monfortinho
Depois do Monfortur a Junta de Turismo de Monfortinho decidiu criar um novo site, para promover o Turismo nas Termas. O novo site jturismonfortinho está redigido em Português, Inglês e Castelhano, o que à partida permite a consulta mais ampla do que o mercado nacional e capta no mercado internacional clientes potenciais. Tem informação sobre as Termas, A Região, Instalações Hoteleiras e Restauração, num e noutro caso restritas a Monfortinho. Relativamente à região tem informação relevante, mas manifestamente insuficiente e incompleta. mporta, por isso, dar mais atenção à região e apresentar o que de belo e relevante, sobre o ponto de vista turístico temos na região. Ignora, por exemplo, o concelho de Penamacor. Nas propostas de actividade não apresenta roteiros turísticos e culturais, como por exemplo a rota dos fósseis, a visita à arte sacra de Proença-a-Velha ou à ponte romana de Alcântara. Sim, importa construir roteiros que incluam património quer em Portugal quer em Espanha, que fiquem na área de influência e visitável a partir das Termas. Quanto à Gastronomia são citados e é apresentada a receita de vários pratos regionais, mas não se identificam os restaurantes e as condições em que é possível provar os referidos pratos. Não serve de muito citar um prato, com indicação que é confeccionado para casamentos, se os turistas não tiverem certeza relativamente à possibilidade de o poderem incluir no seu roteiro gastronómico.
Foi feito um esforço para valorizar a região, mas não se deve dar o trabalho por concluído, bem pelo contrário deve ser entendido como mero ponto de partida. Na construção deste tipo de sites, frequentemente, o primeiro produto é considerado como produto final e o contrato firmado com a empresa que o concebeu é dado por terminado. Claro, que decorrido algum tempo o site fica desactualizado e a sua consulta em vez de incentivar à utilização dos serviços poderá ter um efeito perverso de afastar potenciais utilizadores. Espero, sinceramente, que não seja o caso e que o Grupo Espírito Santo utilize toda a competência que foi criando, ao nível das Novas Tecnologias, para manter o site em actualização permanente.
Só mais uma lacuna, actualmente a oferta de SPA, nos Serviços Hoteleiros, passou a ser um factor de competitividade e de selecção. O SPA do Instituto de Hidrologia é de óptima qualidade, com uma relação excelente no binómio qualidade/preço e no site não se valoriza esse produto. Na minha opinião o SPA das Termas de Monfortinho é dos melhores do País, faltando-lhe incorporar componente de trabalho no exterior, como caminhadas ou exercício físico em contacto com a Natureza e também componentes como a hidroginástica. Os programas de 3 e 5 dias de combate ao Stress são excelentes, mas convêm associá-los mais significativamente ao contacto com a Natureza e também a programas gastronómicos adequados. Isto é, deverá haver mais rigidez na oferta complementar destes produtos e não deixar ao arbitrío dos utilizadores a escolha do programa alimentar, associado ao programa de combate ao Stress.

sexta-feira, novembro 12, 2004

O GTL_Zona Antiga do Fundão, da CMF, publica roteiros descritivos

Com a coordenação do Arqº Carlos Manuel dos Santos foram publicados três cadernos sobre a Zona Antiga do Fundão, O Olhar e o Sentir (Azulejaria do Fundão), Fumos da Cidade (Chaminés do Fundão) e A Voz e as Folhas (Espaços Verdes da Zona Antiga. A iniciativa é de aplaudir, mas restringe-se ao Fundão e à Zona Antiga do mesmo, ficando por desvendar e divulgar todo o património da mesma área, não localizado na zona antiga.








Há imenso património a identificar e descobrir no concelho, tornando-o acessível ao turismo cultural, janelas, portas, azenhas, lagares, adegas, epigrafia, casas, igrejas, alfaias, por exemplo, que este trabalho vem evidenciar como sendo indispensáveis.

Um dos temas abordados Espaços Verdes, só por si merece um trabalho ao nível do concelho, de forma a que não se percam preciosidades botânicas à beira da extinção, por negligência. Vou dar um exemplo, na zona de Óbidos um dos produtos que se tornou ex-libris e que é oferecido em múltiplas casas comerciais é a ginja. Questionando algns produtores sobre a origem da ginja foi-me dito que a produção local é insuficiente e recorrem à ginja do Fundão, comercializada no mercado de Alcobaça, mas a uma variedade que não é originária do Fundão. Foi-me dito que a ginja de Óbidos é mais amarga e produz uma bebida de melhor qualidade. Investigando, concluí que a variedade que designam como de Òbidos corresponde à nossa ginja garrafal. O que é que nós fazemos com esse produto? Que medidas foram tomadas para preservar essa variedade das Beiras? Verdadeiramente quais são as espécies botânicas que podemos considerar como características da região? Com a expulsão dos Jesuitas de S. Fiel, em 1910 e com a incapacidade demonstrada de incorporar o trabalho científico da Brotéria, perderam-se décadas no levantamento e identificação do nosso património botânico e zoológico. Esperemos que ainda haja oportunidade para recuperar o tempo perdido e que as novas gerações aprendam a conhecer, identificar e proteger todo o seu Património, Natural, Arquitectónico, Etnográfico e Cultural.



sexta-feira, novembro 05, 2004

Geologia

Monfortinho

Para além da Paleontologia, relativamente a Penha Garcia, temos ainda outras áreas de interesse geológico. Ora vejam.... melhor leiam.



in: www.igm.ineti.pt/departam/ metalicos/projectos/monfortinho.htm


PROJECTOS EM CURSO
Projecto de Monfortinho


Localização geológica:
Rochas Ordovícicas entre Penha Garcia e Monfortinho e formações Miocénicas e Pliocénicas numa faixa orientada SW-NE entre Idanha-a-Nova e Monfortinho.


Objectivos do projecto:
Prospecção de elementos terras raras e inventariação dos recursos.


Introdução às terras raras:
As terras raras incluem elementos do grupo IIIA (Sc, Y) da tabela periódica e os elementos lantanídeos; lantânio (La), cério (Ce), praseodímio (Pr), promécio (Pm - sintético), neodímio (Nd), samário (Sm), európio (Eu), gadolínio (Gd), térbio (Tb), disprósio (Dy), hólmio (Ho), érbio (Er), túlio (Tm), itérbio (Yb) e lutécio (Lu).

O termo "raras" implica uma certa raridade destes elementos causando uma certa ilusão quanto às suas abundâncias e verifica-se que eles são mais abundantes que a prata e alguns, como o Cério, Neodímio, Lantânio e o Ítrio são tão comuns como o chumbo e refere-se ainda mais que os elementos com o número atómico par são mais abundantes que os com número atómico impar.

O facto destes elementos raramente ocorrerem em grandes concentrações; daqui decorre verdadeiramente a designção de "raras", e devido ao facto de os metais serem extremamente difíceis de separar torna as terras raras um produto de elevado preço.

Dos 160 minerais conhecidos que contém terras raras, bastnasite, monazite, xenótimo e apatite são os com mais elevado teor e os mais conhecidos.

Bastnasite e monazite dão origem aos elementos lantanídeos leves e são os minerais utilizados para extracção de terras raras.

Aproximadamente 43% das terras raras usadas são derivadas de bastnasite (CeFCO3) cujos maiores depósitos se encontram na China (Baian Obo) e nos Estados Unidos da América (EUA) nomeadamente o jazigo de Mountain Pass (Ca).

Estes ocorrem fundamentalmente em filões (quartzo, fluorite ou brechóides), em zonas de metamorfismo de contacto e pegmatitos.

Da monazite ((Ce,Y)PO4) são derivadas 52% das terras raras usadas no mundo. Os cinco produtores principais deste mineral são Austrália (32% em 1986), Brasil (18%), Malásia (18%), República da China (12%) e Índia (12%). Outros produtores incluem EUA, Rússia, Tailândia, Sri Lanka e a República da África do Sul.

Xenótimo (YPO4) é a principal fonte de ítrio e de terras raras pesadas e é explorado em depósitos aluvionares em maiores quantidades na Malásia, China, Indonésia, Tailândia e Austrália. A apatite e o xenótimo totalizam somente 5% do total de terras raras produzidas em 1986.

Aproximadamente 29% das terras raras são utilizadas na industria vidreira e cerâmica enquanto 36% são consumidos para fabrico de catalisadores usados para converter crude em gasolina e para catalisadores usados em escapes de automóveis. Aproximadamente 31% de terras raras são utilizadas em metalurgia e os restantes 4% destinam-se à indústria electrónica para fabrico de "lasers", ímanes, sensores de oxigénio e vários outros produtos.


Enquadramento geológico:
Semelhante à área de Vale de Cavalos, a detecção de níveis radioactivos menos continuos, suscitou o interesse na zona de Monfortinho - Penha Garcia. Nesta zona foram detectadas rochas quartzíticas semelhantes, também anómalas em REE, mas em concentrações menores.

Os depósitos conglomeraticos e arcósicos terciarios que poderiam provir da erosão das cristas ordovícicas são também um alvo interessante visto que possam ter concentrado REE.


Excertos de:
de Oliveira, D. P. S. (Janeiro 1996). Actividades exercidas em 1995 no âmbito do projecto 2.1.4 do Instituto Geológico e Mineiro na Zona do Norte Alentejo (área de Portalegre). Instituto Geológico e Mineiro, Alfragide.

de Oliveira, D. P. S. (Março 1998). Notas preliminares sobre os quartzitos radioactivos da faixa Ordovícica de Vale de Cavalos-Portalegre, Norte Alentejo. Instituto Geológico e Mineiro, Alfragide.

de Oliveira, D.P.S., Inverno, C.M.C., Rodrigues, L. e Martins, L.M.P., 1999. Estudos de inventariação do potencial em recursos de terras raras e caracterização dos seus metalotectos. Um projecto transfronteiriço nas zonas do norte Alentejo e beira Baixa. Sistemas de informação geográfica e geológica de base regional, Beja, 1.29-1.31.

terça-feira, novembro 02, 2004

Conservatório de Música abre na Idanha

Esperemos que com a cobertura, em termos de ensino artístico de música, em Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Penamacor e agora Idanha seja possível formar músicos executantes dos genuínos e únicos instrumentos musicais tradicionais portugueses, como seja por exemplo a viola beiroa. Associado a esta expansão do ensino artístico era bom que se criassem condições para o fabrico e generalização popular do uso desses instrumentos. Temos tradições nessa área, que se perderam ao longo dos tempos, ao nível de instrumentos de corda, temos artesãos exímios na arte de trabalhar a madeira, falta dar o salto ao nível da divulgação de conhecimentos que nos permita transformar a Beira Interior em produtora de instrumentos de corda de qualidade. O projecto de Maria João Pires, de criar uma escola ibérica de afinadores de pianos poderia ser complementado com a formação de Luthiers.
Entretanto, à mingua de quem na Beira divulge e preserve a viola beiroa, apresento um novo trabalho de Luís Baptis, em que um dos instrumentos utilizados é precisamente a viola beiroa. Corresponde a um trabalho editado ainda antes de Timbre, mas que só agora consegui obter. A título de curiosidade há um terceiro trabalho musical já editado, do mesmo autor, em que utiliza em exclusivo a viola toeira. Está prometida a edição de um novo trabalho, até ao final do ano, com utilização exclusiva da viola beiroa. Seguir-se-ão outros trabalhos em que utiliza um dos 12 instrumentos brilhantemente tocados em Timbre. A viola beiroa será a próxima. Logo que o trabalho seja editado darei informação mais pormenorizadas sobre o mesmo.


in: Jornal do Fundão

A qual destes instrumentos corresponde a viola beiroa?
O primeiro leitor a acertar na resposta será contactado para receber no seu endereço um CD - com gravações da Beira Baixa, incluindo a utilização popular da viola beiroa.

Secção aprovada pelo Ministério
Conservatório abre portas em Idanha-a-Nova

A secção pedagógica do Conservatório vai funcionar provisoriamente na Incubadora de Empresas de Idanha, estando em fase de aquisição e instalação do equipamento
O CONSERVATÓRIO Regional de Castelo Branco está em vias de abrir uma secção pedagógica em Idanha-a-Nova, estando já inscritos cerca de 20 alunos para frequentarem os três cursos que entram em funcionamento neste ano lectivo. As instalações são provisórias e ocuparão parte do edifício da Incubadora de Empresas, na zona indus-trital de Idanha-a-Nova, estando a autarquia a estudar a hipótese de reconstruir um edifício histórico para instalar em definitivo esta secção do conservatório na vila.

Clarinete, Saxofone e Trombone são os cursos que entram em funcionamento em Idanha-a-Nova assim que estiver concluída a aquisição e instalação do equipamento e material pedagógico no edifício “para poder funcionar como escola de música”, esclareceu Cristina Lima, directora pedagógica do Conservatório. Foram ainda abertas inscrições para os cursos de Guitarra, Acordeão, Piano e Canto na secção de Idanha- -a-Nova, embora o seu funcionamento esteja “dependente das vagas disponíveis e dos horários”, revela.

A aprovação do Ministério da Educação foi confirmada em Setembro e o investimento é da Câmara de Idanha, que “sempre se disponibilizou para que este projecto se concretizasse”, conta Cristina Lima, sublinhando que a Banda Filarmónica de Idanha “é a grande impulsionadora do projecto”. Actualmente os alunos estão a ter aulas no Conservatório de Castelo Branco, mas em breve, “não serão obrigados a deslocar- -se todos estes quilómetros duas vezes por semana no mínimo”, frisou a directora, acrescentando que os cursos incluem as três disciplinas de Instrumento, Formação Musical e Classe de Conjunto que serão leccionadas em Idanha, por professores do Conservatório.

Durante este fim-de-semana, o Conservatório promove o 2.º Estágio Pedagógico de alunos de Cordas, um encontro que envolve todas as escolas de música do distrito, intitulado “Arcos Íris”. São entre 20 a 25 alunos a partir do 3.º grau de ensino que, durante os três dias, participarão num estágio dirigido por Rogério Peixinho. Os alunos “vão preparar intensivamente um programa musical que culmina com um concerto no Cine-Teatro Avenida, na segunda-feira, pelas 21 e 30 horas, onde o público poderá apreciar o trabalho final do grupo.

Por: Leonor Veloso